
Capítulo Onze
POV Narrador
Três semanas se passaram desde o dia da casa da árvore e as coisas estavam indo completamente bem entre Sana e Tzuyu. As duas continuaram sem rotular o que tinham, mas estava bem óbvio para todos que elas estavam juntas, afinal, elas chegavam juntas na escola, almoçavam juntas, andavam para todos os lados de mãos dadas e se beijavam no meio do corredor.
Mas algumas coisas mudaram nessas semanas, agora Sana e Tzuyu tinham certeza de que estão apaixonadas uma pela outra. Mas tem um problema, nenhuma das duas tem coragem de confessar isso. Elas estão com medo desse sentimento não ser recíproco, de estarem nessa sozinhas.
Dahyun e Momo aconselhavam as duas o tempo todo a conversarem e esclareceram seus sentimentos e o que queriam, mas as duas sempre diziam a mesma coisa.
"Estou esperando o momento certo."
O final do mês estava chegando e com isso o final da detenção também. O estranho é que esse mês de detenção, na verdade, não parecia uma detenção.
Primeiro, porque diretor nunca estava na escola. Segundo, porque elas podiam fazer o que quiserem. Terceiro, porque elas podiam sair da escola. Quarto, porque a escola ficava só para elas. E elas amavam tudo isso.
"Detenção não era para ser uma coisa chata e que odiamos?"
Era a pergunta que rodava pela cabeça das duas garotas.
Elas até começaram a decorar a sala de detenção, acredita? Elas colaram algumas fotos que tinham juntas nas paredes da sala e deixando o lugar "mais a cara delas". Elas até conseguiram colocar a mesa de totó da escola lá, porque a sala de jogos sempre está trancada e no único dia que esteve aberta elas correram e fizeram o - como Tzuyu chamou - "pequeno furto".
Elas estavam felizes juntas.
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POV Tzuyu
Sexta, 6h30am
Saio de casa para mais um dia de aula e vou até a porta da casa de Sana esperando pela mesma.
- Bom dia, baby. - Ela diz e passa pela porta e me dá um selinho.
- Bom dia, Sannie. - A comprimento de volta e começamos a caminhar até a escola..
[...]
- Vocês vão no passeio de amanhã? - Momo pergunta quando eu e Sana sentamos na mesa para almoçar.
- Que passeio? - Pergunto sem saber do que ela está falando.
- Amanhã terá um passeio para o pessoal do segundo ano. Nós iremos acampar em um lugar aí que eu não sei o nome. - Momo diz e continua a comer seu hambúrguer.
- Entendi, parece chato. - Digo rindo.
- Chata é você. - Sana diz me dando um tapa.
- Ai! - Digo massageando o lugar que ela bateu.
- Nós vamos. - Sana diz animada e começa a comer seu almoço.
- Isso Sana, coloca ordem na casa. - Dahyun diz e faz um high five com Sana e eu reviro os olhos.
- Estamos pensando em ficar aqui hoje com vocês na detenção. O que acham? Podemos aproveitar que o diretor não estará aqui e tomar banho de piscina e afins. - Momo pergunta para nós.
- Como vocês sabem que o diretor não estará aqui? - Pergunto desconfiada e olho para Sana que estava com a mesma cara que eu.
Momo abre a boca várias vezes mas não consegue dizer nada. Quando eu ia perguntar que droga estava acontecendo o sinal toca e elas se levantam rapidamente e saem do refeitório.
- O que foi isso? - Pergunto para Sana.
- Precisamos descobrir o que está acontecendo. - Sana diz se levantando. - E faremos isso amanhã. - Ela sorri cúmplice.
[...]
Sábado, 9AM
POV Narrador
- Entrem logo no ônibus. - A supervisora diz tediosamente.
Os alunos começam a entrar no ônibus, inclusive Momo, Dahyun, Sana e Tzuyu. Todos com suas mochilas nas costas. Dahyun é a que está mais animada, alegando que seria bom para elas um tempo no meio da natureza. Já, Tzuyu, é a mais desanimada, ela gostava de acampar quando era criança, mas hoje em dia prefere dormir na sua cama quentinha e de preferência com Sana. Tzuyu e Sana se sentam juntas no ônibus e logo a frente delas, Dahyun e Momo.
- Será que lá vai ter comida? - Momo pergunta para Dahyun já depois de um tempo no ônibus.
- Você só pensa em comer? - Dahyun pergunta rindo.
- Depende da comida. - Momo diz levantando uma sobrancelha sugestivamente.
- Sua pervertida! - Dahyun grita chamando a atenção de alguns alunos.
- Parem de gritar, cacete! - Sana diz se levantando para ir ao banheiro. Mas o ônibus acelera na hora fazendo Sana quase cair de cara no chão. Dahyun e Momo começam a ter um crise de riso e Tzuyu se segura para não rir também.
- Se você rir, hoje não tem. - Sana sussurra no ouvido de Tzuyu fazendo a taiwanesa fechar a cara na mesma hora. Sana sorri vitoriosa e faz seu caminho até o banheiro.
[...]
POV Tzuyu
Já havíamos chegado no acampamento a uma hora e eu ainda não havia conseguido montar a barraca, até Dahyun e Momo conseguiram montar. Sana estava sentada em um tronco que tinha ali no chão, esperando eu terminar.
- Sabe, se você estivesse me ajudando, a barraca já estaria montada. - Digo como quem não quer nada olhando o manual.
- Okay. - Sana bufa e se levanta. - O que devo fazer?
- Procure o... - Sou interrompida por uma voz masculina.
- Posso ajudar? - Chanyeol parece atrás de Sana.
- Não precisamos de sua ajuda. - Sana responde grossa sem nem olhar para a cara dele.
- Sana, me desculpa por aquele dia da festa. Eu tava bêbado e eu sei que isso não é desculpa mas eu estou realmente arrependido. Eu sempre pensei que você era afim de mim e eu estava pensando que você estava se fazendo de difícil, por isso não parei. Só depois eu fiquei sabendo que você estava com a Tzuyu. Me perdoem por favor. - Diz tudo rapidamente olhando para nós duas. Ele parecia mesmo arrependido, dava para ver em seu olhar de culpa.
Sana fica em silêncio por um tempo, apenas de cabeça baixa parecendo pensar.
- Eu não sei, Chanyeol. - Sana diz massageando as têmporas. - Eu preciso de tempo. - Diz por fim.
- Posso pelo menos ajudar vocês com a barraca? Faço questão. - Sana olha para mim meio que pedindo permissão e eu apenas assinto com a cabeça.
- Tudo bem. - Sana suspira.
Chanyeol monta rapidamente a barraca enquanto eu e Sana apenas ficamos paradas olhando.
- Pronto. - Ele diz limpando as mãos. - Me desculpem, mais uma vez. - Diz e apenas sai.
Eu e Sana apenas entramos na barraca e arrumamos tudo lá dentro. A barraca era grande, nós até conseguiamos ficar em pé lá dentro.
- Você acha que ele está mesmo arrependido? - Sana pergunta enquanto eu faço um cafuné no seu cabelo, estávamos deitadas dentro da barraca.
- Sinceramente, eu acho que sim. - Digo e ela levanta a cabeça para olhar para mim. - Mas a decisão de perdoar ou não é sua.
- Eu só preciso de tempo, só isso. - Ela diz por fim.
- Vem cá. - A puxo para um beijo lento e apaixonado, peço passagem com a língua e ela aceita prontamente.
Ficamos nos beijando por um tempo até que eu inverto as posições, ficando por cima. Minha mão invade seu short vai até sua intimidade, massageando-a por cima da calcinha. Sana solta um gemido no meio do beijo e sua mão vai parar na parte de trás da minha cabeça, dando uma leve puxada no meu cabelo. Quando levo minhas mãos até a barra de sua blusa para tirá-la, escuto o som de um apito.
- Quero todos aqui comigo agora! - Escutamos a voz da supervisora.
- Não acredito. - Murmuro e deito de volta em cima de Sana e enfio a cabeça no seu pescoço, ela solta uma risada.
- Vamos deixar isso para outra hora. - Ela murmura e faz um carinho nas minhas costas.
- Vamos logo antes que eu te agarre de novo. - Digo me levantando e ajudando ela a levantar.
Saímos da barraca e fomos até onde a supervisora estava. - Acharam que iam ficar deitados dentro das barracas o dia inteiro? - Ela pergunta sarcástica. - Errr, sim? - Uma menina baixinha de cabelos negros e longos responde rindo, alguns alunos riem.
- Pois achou errado, Cho Miyeon. - A mulher responde grossa e cruza os braços. - Faremos uma caça ao tesouro. - Ela diz e todos os alunos se entreolham. - Vai funcionar assim: vou sortear duplas e vocês entrarão na floresta. Eu escondi uma bandeira vermelha lá e vocês deverão acha-la e trazer para mim. A dupla que vencer vai ganhar uma cesta de doces. - Alguns alunos se animam. - Mas cuidado, se você achar a bandeira volte e entregue rapidamente, pois as outras Duplas poderão pegar a bandeira de você. E mais uma coisa, as duplas deveram estar com as penas amarradas uma na outra, mais ou menos na altura do joelho. - Completa a explicação e alguns alunos ficam chocados.
- Então se vermos alguma dupla carregando a bandeira, poderemos pegá-la? - Dahyun pergunta.
- Sim, mas sem agressão. - Diz olhando para o relógio. - Vamos sortear logo as duplas. - Ela vai dentro de sua barraca e busca dois sacos cheios de papéis. - Vamos lá. - Ela diz e começa a sortear.
As duplas ficaram assim: eu e Cho Miyeon, Sana e sua amiga Winter. E por incrível que pareça Dahyun e Momo conseguiram ficar juntas, sorte.
Logo depois a supervisora nos entregou as pequenas cordas para amarrarmos nossas pernas.
- Olá. - Miyeon me cumprimenta com um sorriso.
- Hey. - Digo um pouco tímida. - Me chamo Tzuyu.
- Eu sei. - Ela diz rindo. - Posso? - Ela se referia a amarrar minha perna na sua.
- Já estou até vendo que isso vai dar merda. - Digo rindo.
- Sua perna é muito grande, Tzuyu. - Ela ri comparando o tamanho de sua perna com a minha. - Mas vamos pelo menos tentar ok? - Assinto e ela começa a amarrar nossas pernas. - Pronto, vamos tentar andar. - Quando tentamos dar o primeiro passo, Miyeon quase nos fez cair.
- Vamos devagar, ou nem vamos conseguir entrar na floresta. - Digo rindo do tamanho de Miyeon. - Me dá sua mão. - Ela faz o que eu digo e nós conseguimos andar. - Ótimo, vamos ganhar logo essa cesta. - Digo confiante. De relance percebo Sana nos encarando de longe.
- Vocês têm meia hora, ok? - Ela diz e pega seu cronômetro. - Ou a cesta vai ficar pra mim. Valendo! - Ela grita e todos começamos a correr para a floresta procurando a porcaria da bandeira vermelha.
[…..]
- Cadê a porra da bandeira, véi? - Digo já cansada de andar. Eu e Miyeon estamos caminhando pela floresta a uns vinte minutos e até agora ninguém achou a bandeira.
- Aquela velha sabe esconder as coisas. - Miyeon murmura e eu rio. Tem uma lago bem ali na frente. - Ela diz apontando para em direção ao local. - Vamos dar uma olhada lá.
- Okay. - Suspiro voltando a andar.
Andamos até lá e vimos algumas pessoas já procurando a bandeira em volta do lago. Fomos até a beira da água e eu me abaixo para molhar o rosto, está calor.
- Está com calor também? - Pergunto para a menina ao meu lado.
- Muito. - Ela diz se abanando com a mão.
- Quer água? - Pergunto com um sorriso brincalhão. Ela assente e eu jogo água na cara dela com a mão.
- Você me paga, Tzuyu. - Ela ri e começa a jogar água em mim também.
Começamos a nos molhar e jogar água uma na outra que nem duas crianças. Quando eu ia jogar água nela de novo, Miyeon se abaixa e a água vai todinha na cara de Sana que estava bem atrás dela.
- Me desculpa, amor. - Digo culpada tentando me aproximar de Sana, mas quando eu dou um passo para frente me desequilibro e acabo caindo no chão com
Miyeon bem em cima de mim.
- Você está bem? - Ela pergunta ainda sem sair de cima de mim.
- Sim, mas podemos tentar levantar? - Digo tentando tirar ela de cima de mim.
- Uh, sim. - Ela diz e nos levantamos.
Olho em volta e percebo que Sana não está mais ali.
[...]
Faltavam só mais dez minutos para o tempo acabar e ninguém tinha achado a bandeira. Eu já estava quase desistindo.
- Então... está namorando a Minatozaki a quando tempo? - Ela pergunta quando nos sentamos em um pedaço de madeira que estava no chão. - Vocês fazem um belo casal. - Ela diz me deixando vermelha.
- Nós não estamos namorando. - Digo envergonhada olhando para meu tênis.
- Pois deveriam. - Ela murmura. - Está na cara que vocês estão boiolinhas uma pela outra. Por que não a pede em namoro logo?
- Eu não sei, talvez eu tenha medo de ser rejeitada. - Digo brincando com meus dedos.
- Está perdendo tempo, Tzuyu, Sana parece gostar muito de você. Talvez ela até esteja esperando que você tome a iniciativa. - Ela diz colocando a mão no meu ombro.
- Será que ela quer mesmo isso? - Pergunto mais para mim do que para ela.
- Com certeza. - Ela balança a cabeça positivamente.- Vai que é tua, garota. - Eu solto uma risada e a empurro levemente.
- Eu vou tentar. - A asseguro. - Mas e você? Está com alguém? - Pergunto a olhando curiosa.
- Talvez. - Ela diz ficando vermelha.
- Quem é? Eu conheço? - Pergunto empolgada.
- É uma menina que faz aula de inglês comigo, ela se chama Minnie . - Diz com um sorriso bobo nos lábios.
- É aquela menina da Tailândia? - Pergunto e Miyeon assente.
- Ela é bem bonita, eu aprovo. - Digo rindo e ela me acompanha.
- Ei, Tzuyu. - Miyeon me cutuca depois de alguns segundos em silêncio.
- O que foi? - Me viro para ela confusa.
- Olha ali. - Ela aponta para uma pedaço de pano vermelho de baixo de algumas folhas e galhos que haviam no chão.
- Ganhamos. - Digo animada me levantando com Miyeon.
- Amém senhor. - Miyeon comemora e me dá um abraço apertado. Ela é tão pitica, dá até vontade de pegar e colocar em um potinho.
- Vamos logo entregar essa droga de bandeira. - Digo me afastando do abraço.
- Vamos. - Ela diz e pega a bandeira. Só que do nada Sana e Winter brotam do chão e puxam a bandeira da mão dela. - Devolve! - Ela grita tentando pegar a bandeira de volta.
- Não gritem vitória antes da hora, beijinhos. - Sana diz e apenas dá as costas para nós e começa a correr.
Começamos a correr atrás delas - quase caindo várias vezes - e logo percebemos outras duplas também correndo atrás de Sana e Winter, inclusive Dahyun e Momo.
Isso vai ser bom.
As duas tropeçam do nada e caem de bunda no chão. - Beijinhos. - Miyeon debocha puxando a bandeira da mão de Sana, a mesma bufa provavelmente xingando Miyeon mentalmente.
- Vamos, Mi! - Digo dando a mão para a menina para que possamos correr.
Olhamos de relance para atrás e vemos todas as duplas correndo atrás de nós. Continuamos a correr o mais rápido que conseguíamos e eu já conseguia ver a supervisora.
- Conseguimos! - Grito quando entregamos a bandeira na mão da mulher.
- E a vitória é de Chou Tzuyu e Cho Miyeon! - A supervisora exclama batendo palmas. - Parabéns, meninas. Fizeram um ótimo trabalho. - Ela nos parabeniza e nos entrega a cesta de doces.
- Obrigada, senhor! - Exclamo feliz da vida por ter ganhado doces de graça.
- Fazemos uma bela dupla. - Miyeon diz me puxando para outro abraço.
- Sim, fazemos. - Digo sorrindo.
- Ei, que tal dar essa cesta para a Minatozaki? - Ela pergunta animada. - E você aproveita e conversa com ela.
- Tem certeza? - Pergunto meio incerta. - Esses doces também são seus.
- Não esquenta, Tzuyu. Eu estou de dieta mesmo. - Ela ri.
- Você é um anjo, Cho Miyeon. - Digo e dou um beijo na sua bochecha, ela fica vermelha na hora.
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POV Sana (pistola)
Que porra Tzuyu estava fazendo? Ficando toda de chameguinho com aquela menina. Primeiro ela fica brincando que nem uma criança no rio e me molha, depois abraça ela quando acha a bandeira, depois chama ela de "Mi", agora fica dando beijinho na bochecha dela? Ela vai me ouvir.
- Sannie, olha o que eu trouxe para você. - Vejo Tzuyu entrar na barraca com a cesta.
- Se divertiu com sua nova peguete? - Pergunto sentada.
- Do que está falando? - Ela pergunta confusa e coloca a cesta no chão.
- Você e aquela menina pareciam bem confortáveis juntas, não é? - Pergunto cruzando os braços e olhando-a seriamente. - Estavam andando até de mãos dadas e tals.
- Está doida? Conheci Miyeon hoje. - Diz me olhando como seu eu tivesse dito a coisa mais absurda do mundo.
- Mas parecia que se conheciam faz tempo, pareciam até que estavam juntas. - Digo tentando não elevar minha voz, me levanto ficando cara a cara com ela.
- O que você quer de mim, Sana? - Ela pergunta abrindo os braços. - Não posso mais fazer amizades?
- Esse não é o ponto, Tzuyu. - Digo olhando para o chão.
- Qual é o ponto então? - Ela pergunta com a voz um pouco elevada.
- Você ficou com ela? - Pergunto baixo olhando para seus olhos.
- O que? Óbvio que não! - Exclama com os olhos arregalados. - Eu nunca faria isso com você.
- E por que não? - Pergunto com os olhos cerrados e cruzo os braços.
- Porque eu amo você, caramba! - Ela grita e eu abro a boca chocada em um perfeito 'o'.
- O que está acontecendo aqui? - Dahyun e Momo aparecem na porta da barraca. - Ouvimos os gritos lá da nossa barraca.
- Pergunte para Sana. - Tzuyu apenas diz e sai da barraca. As meninas me olham esperando uma resposta.
- Fiz merda. - Digo colocando as mãos no rosto.
- Ah, jura? - Momo pergunta sarcástica cruzando os braços.
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