Destrinchando #10- Prince of Thorns
Meus cumprimentos a vocês de Pra-Lá-Desta-Tela, espero que a viagem tenha sido agradável. Deixe sua montaria com o cavalariço e se aconchege para mais um Destrinchando.
O livro desta vigília será Prince of Thorns do autor Mark Lawrence.
Me demorei a terminar as páginas, entretanto encontrei algumas pérolas e estou pronto para compartilhá-las.
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Pontos negativos
Desenvolvimento: A única coisa que fere um pouco a obra é seu desenvolvimento. A trama corre muito rapidamente em seu terço e algumas coisas são convenientes demais, como se o autor quisesse apresentar logo a força antagonista. Passa voando, literalmente.
O enredo é simplista e parece que sua complexidade será trabalhada nos próximos volumes da trilogia. Vale citar as personagens secundárias, que são citados segundo a visão do protagonista e poucos deixam alguma impressão, dificultando a empatia.
Pontos positivos
O defeito do herói: Muitos tem uma ideia equivocada no que consiste a empatia, acabando por escolher um caminho fácil, apresentando um personagem sem defeitos, que não erra, sem conflitos.
Às vezes nos apegamos tanto, que não queremos que nada de mal ocorra a eles, o que resulta numa história desinteressante e previsível.
Mark Lawrence fez o caminho inverso e trabalhou com seu protagonista através de suas fraquezas e maldades.
Egocêntrico, sociopata, inteligente porém imaturo, sem espaço para absolvição. Apesar disso o autor é capaz de nos fazer gostar dele, senão pelo menos compreender suas convicções.
Uma história se torna ainda mais poderosa se você mostrar o lado feio de seus personagens, trabalhar com suas fraquezas ou de uma atrocidade do qual se orgulha. Faço-o errar quando não devia e cair no fundo do poço.
Só depois dele sofrer, mostre sua superação e seu caminho de volta.
As séries Dexter e The Sopranos só provam na prática o quanto essa estética pode funcionar. Alguns produtores se perguntaram se o público gostaria de acompanhar a visão desse tipo de protagonista. Mas ambas as séries fizeram muito sucesso na época de lançamento.
Acredite em William Shakespeare quando diz que " A perfeição humana é asfixiada" e desenvolva os defeitos de suas personagens, desafie-os e prove do que eles são feitos.
Abrindo espaço para o leitor: O autor nos apresenta a um mundo medieval que a princípio se passa em alguma época remota ou um mundo próprio. Nunca existe uma data certa ou contexto histórico citado na narrativa.
Apesar disso, há citações constantes a Platão, Shakespeare e Nietzsche. O próprio cristianismo é trabalhado algumas vezes.
Eu gostei muito da licença imaginativa que ele deu ao leitor. Para mim a história se passa em uma terra que regrediu a tempos medievais ou em alguma realidade paralela.
Talvez o deslize de alguns autores seja subestimar a inteligência de seus leitores e fazer descrições excessivas e contextualizações forçadas e desnecessárias.
Abra espaço para que seu leitor traga suas próprias interpretações e conclusões sobre sua obra, algo que pode dar até certa excentricidade ao seu trabalho.
SOBRE O LIVRO:
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* Se você gostou desse Destrinchando, deixe seu voto. Comente também sobre o que achou do capítulo. Se já leu, ou pretende ler essa obra e encontrou outras lições de escrita pode deixar aqui também. Até o próximo capítulo.😊😊😊
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