ᝐ𝅃 ̽ ̟▞ ( VOCÊ AINDA ❛𖤐❜
É MEU AMIGO? ) ▚ʿ𝅄 ¸

DAMIAN WAYNE PROMETEU A SI MESMO naquela madrugada nunca mais entrar no quarto da Jones, pelo menos sem sua permissão. Ele não sabia por quê fazia aquilo, na verdade, ele começou a suspeitar que era por preocupação, caso ela não estivesse bem durante a madrugada e precisasse de sua ajuda. Esse pensamento foi o suficiente pra o convencer, então seu cérebro "sem querer" leva-lo para o hall de entrada alguns minutos antes da garota chegar, também era uma preocupação de amigo, certo? Ele sempre se preocupou bastante com os poucos amigos que teve, Jon séria a maior prova viva disso, mesmo que a aproximadamente deles tenha decaído um pouco, por vários motivos. Sua linha de raciocínio era que ele estava começando a aceitar que a ruiva era sua amiga, talvez de um modo mais demorado, já que sempre levou muito tempo pra considerar outras pessoas amigas, ou pelo menos amigos próximos. Completamente oposto de Thyri, que podia fácilmente fazer amigos até mesmo em um bar de motoqueiros, ou dentro da cadeia.

Todavia, Thyri agora levitava ao lado de Ravena, pernas cruzadas, olhos fechados, dedo indicador junto ao dedão da mão e respirando fundo, enquanto ao seu redor milhares de portais estavam abertos, juntamente a rugidos de demônios furiosos tentando sair de suas dimensões, todos portais abertos por Jones, mas com a ajuda de Ravena, ela conseguia prendê-los dentro de seus respectivos portais. Os demônios eram de várias espécies diferentes e estranhas, uma mais assustadora do que a outra, e também mais perigosas.

—Acalme-se e entre na mente deles. Ordene que eles voltem e feche os portais. — Ravena murmurou.

Thyri inchou o peito de ar e soltou-o pela boca tensa. Indireitou suas costas e apertou os olhos com força, ela sentia sua mente se esvaindo em milhões de pedaços, pedaços voadores que entravam mas mentes sombrias e vazias dos demônios e se colavam nos cantos de seus cérebros. A Jones conseguia ouvir tudo na mente deles, eram mentes demais pra distinguir de qual pensamento casa uma pertencia, algumas palavras não estavam em nenhuma língua que ela tenha aprendido ainda e outras falavam apenas em matar e atacar, ou atacar e matar, como se fosse a única coisa qual alguns desses demônios pensavam. Entanto, a ruiva cerrou os punhos e franziu as sobrancelhas, tentando organizar os pensamentos dos demônios para que sua voz fosse a única coisa que eles conseguissem ouvir. Thyri "sussurrou" um 'pare' na mente dos demônios como um comando, não demorou para as vozes deles pararem e tudo ficar em pleno silêncio. A ruiva pode respirar aliviada, abrindo os olhos, roxos e brilhantes, aos poucos e com dificuldade os portais foram fechando-se, algumas gotas de suor escorriam por sua testa, descendo pelo pescoço, e de repente já não existia nenhum demônio ou um portal pelo vasto campo verde.

Os olhos de Jones voltaram ao normal, e a mesma caiu de joelhos na grama, Zatanna e John correram em sua direção e Ravena ajudou-a a levantar.

—Você foi melhor do que da última vez, Ty-Ty. — falou Zatanna.

—É, de novo. — Thyri disse decepcionada.

—Pelo lado bom, você tá progredindo. — Constantine comentou, tentando animar.

—Se isso é progredir, o que séria de mim se não estivesse "progredindo"! — Jones disse com sarcasmo, John reviroy os olhos.

—Apenas... Algo está errado... — Ravena murmúrou, cruzando os braços, alisando o queixo com uma das mãos. —Não deveria ser tão exaustivo pra você fechar esses portais ou abri-los, ou comandar as mentes desses demônios. Você tem poder o suficiente pra fazer isso e muito mais sem cansar. — a mulher disse, descruzando os braços e colocando as mãos nos quadris.

Jones fechou os punhos e deu alguns passos lentos pra trás, mordendo o lábio inferior e abaixando a cabeça, engolindo em seco e sentindo o suor nas mãos, sentindo o olhar fumegante de Zatanna em sua direção, erguendo os olhos azuis para a maga, que praticamente se teletransportou para sua frente, olhando-a como se fosse começar a da uma bronca.

—Thyri? — Zatanna falou em tom de sermão.

—Er.. Talvez, só talvez... — Thyri gaguejou. —Eu tenha pegado um pouquinho dos poderes da Rave' e usado pra... Cê' sabe.. — a ruiva quase uniu o dedo indicador com o dedão da mão, depois abriu os braços indicando o campo verde inteiro e o que antes estava lá, e depois juntando eles ao seu corpo de novo.

—Pegando como?! — perguntou o loiro, tirando as mãos do bolso do casaco.

—Sabe, olhando e copiando. Não preciso necessáriamente tocar em você pra ter o seu poder. — a ruiva falou com descanso, como se não fosse nada demais.

—O que?! — Zatara rolou os olhos, suspirando fundo. —Isso não explica como, ou por quê. Então, comece a falar, Ty-Ty! — exigiu.

—Você me ensina um feitiço, eu aprendo, mas aprendo usando seu poder por quê o feitiço é seu. — explicou a Jones, movendo o pulso e magicamente fazendo surgir dois bonecas de palito dançantes e flutuantes feitos de magia. —Acontece, acontece muito. — ela estralou os dedos e os bonecos desapareceram.

—Então, achamos o problema. — suspirou Zatanna.

—Ai, isso foi rude, Za-Za! — Thyri falou aborrecida.

—Não exatamente você, Ty-Ty. Quero dizer, você está todo esse tempo usando nossos poderes. Usando feitiços e muito mais, usando o que você "pegou". Mas quando você usa sua magia, ela é verde. Não azul, amarela, laranja, preta ou roxa. É verde. Dá próxima vez vamos tentar de novo, abrindo os portais com seus poderes e fechando eles também eles. Nada de atalhos. — falou a maga, olhando ao seu redor, o grande campo verde, pensando por alguns segundos eles não estariam fazendo errado. —Estamos entendidas, mocinha?

—Agr! Estamos, Za-Za. — concordou a ruiva. —Eu fico com um pouco de medo.. Apenas... Levitar ou teletransportar com meu poder é fácil. Agora fazer algo grande assim? Posso perder o controle de novo. — a garota disse com tom tristonho, olhando pra baixo e coçando seu braço, por cima da jaqueta verde musco.

—Tenho certeza que você consegue, Thyri. — Ravena aproximou-se, colocando a mão no ombro da Jones.

—Mas, já está na hora de você volta. — John também de aproximou, soltando a fumaça calmamente da boca, levada pelo vento fresco e lento. —Tenho certeza que na próxima você tem mais sorte, garota. — o loiro disse abrindo o portal para a mansão.

—Não pedi sua opinião, Constantine. — a bruxa falou andando rápidamente para o portal. —A grande e poderosa Bruxa Do Destino, não precisa de sorte! — a ruiva balançou isso cabelo jogando-o pra trás.

John tirou o cigarro da boca e franziu a testa, ouvindo uma risada de Zatanna e vendo de relance um mini-sorriso no rosto de Ravena.

—Não fique mal, é o jeito que eu demonstro gostar de você, Constantine! — Thyri riu. —Tchau, Za-za! Tchau, Rave'!

A de fios carolina imediatamente pulou pra dentro do portal, que fechou-se logo depois. Constantine rolou os olhos em tédio e jogou o cigarro no chão, apagando-o ao pisar nele, o esmagando e voltando-se as outras duas mulheres atrás dele.

—Adoro como demonstra gostar de mim e de vocês da mesma forma. Sem favoritismo. Tão adorável! — falou John com sarcasmo e também irritado.

—Não seja bobo, ela adora você! — Zatanna disse tentando reconforta-lo. —Mas, alguém aqui presa da aprovação da filha-não-filha! — Zatara gargalhou.

—Jura, Zee? Como se você não estivesse na mesma vibe. — reclamou John.

—Há! Então, você confessa que está! — Zatanna apontou pra ele de cima a baixo com o dedo indicador, o pegando no pulo.

—Acho maravilhoso lindo maternal de vocês. — Ravena riu. —Porém, por quê a Thyri gosta tanto de se vangloriar na terceira pessoa? E, ela é tão inteligente, conseguiria aprende um feitiço sem sequer lê-lo, ou poderia crise vários novos. Eu sinto o poder dela, é grandioso, mas tão instável. — perguntou a mulher, abaixando o seu capuz devagar, revelando seus cabelos azulados, e suas pontas avermelhadas.

—O ex-mestre dela disse que é de família. Inteligência e poder. Sabe, sobre se vangloriar em terceira pessoa também. — Zatanna começou, andando em direção a cabana não tão longe dali. —O seu ex-mestre nos explicou que o poder dela foi contido por muito, e isso pode ter prejudicado. A inteligência, bom, ele nos disse que ela sempre tive muita facilidade pra aprender, e que nem sempre usando magia, ela era exemplar na classe. Líder de alguns clubes, representante de turma, vendedora do convurso de ciências cinco anos seguidos. — Zatara listava tudo como uma mãe orgulhosa, exibindo-se dos feitos de seu filho. —E, a mesma coisa em qualquer esporte, ou tudo básicamente, ela é ótima. Então, falar em terceira pessoa se vangloriando, não seja tão bizarro!

Os três pararam assim que chegaram na porta da cabana, Zatanna abriu-a e deu espaço para que os outros dois entrassem e se sentarem na sala de estar, a frente de uma lareira já acesa, a tarde chegou e o sol estava pondo-se.

—Ainda assim, ela é meio bizzara. — comentou John sentando-se na poltrona. —E muito bipolar. — complementou Constantine. Zatara rolou os olhos o ignorando enquanto Ravena sentou-se no sofá.

—Ignore. — disse Zatanna. —Tenho algumas cópias de fotos da Thyri nos antigos treinos e anotações também. Você quer ver? — perguntou a de fios negros, com uma caixa em mãos.

—Não acho que tenho escolha. — brincou Ravena. —Mas mesmo assim, é ótimo ver vocês felizes. Melhor ainda quando ela voltar a morar aqui com vocês duas. — comentou a de fios azulados.

Zatanna sentou-se ao lado de Ravena, entregando-a a caixa, e logo olhou preocupadamente para John, o que feiticeira percebeu.

—Isso é ruim? — perguntou Ravena curiosa.

—Não, não. É só... Ela está muito melhor esses últimos setes mêses lá. Mais animada, ela fez mais amigos, mesmo que tenha se metido em umas encrencas. — a maga deitou as costas no encosto do sofá. —Não sabemos se ela vai querer voltar.

—E por quê ela não voltaria? Ela adora aqui! — falou Ravena.

—Bom, tem mais do que só amigos lá. — Zatara riu nervosa.

—O que tem lá? — questionou a bruxa.

—Damian Wayne. — Constantine completou, tragando o cigarro.

OS PÉS DA JONES POUSARAM NO HALL, mas não perfeitamente, o portal no teto fechou-se e a ruiva caiu de costas no chão. Os cabelos de Thyri ficaram em seu rosto, ela deu um sobro forte, que não adiantou muito. Seu cansaço era gigante e a decepção do seu treinamento a causava uma grande vontade de jamais levantar. Entanto, suas orbes azuis alcançaram os cabelos arrepiados de Damian, que fechava seu livro e levantava das escada, colocando uma das mãos no bolso da calça jeans azul escura. Thyri levantou-se do chão em uma velocidade tão surpreendente, quanto correu e jogou-se nos braços do Wayne, agarrando seu pescoço com os dois braços.

—Você me recebendo de novo, Didi! — a Jones gritou animada, fechando os olhos e sorrindo de orelha á orelha.

—E-eu só estava procurando um lugar silêncioso pra ler meu livro! — Damian gaguejou, agarrando os ombros da ruiva e afastando-a.

—Orgulho e Preconceito de novo? — a bruxa perguntou debochando, sabia que aquele livro era o preferido do Wayne.

—B-bom... — o garoto gaguejou novamente, escondendo o livro atrás das costas. Ele limpou a garganta com uma tosse forte. —Não importa! Como foi o seu treino? — ele questionou desviando do assunto.

—Hã... Ele foi.. "Progressivo"? — a ruiva disse em dúvida, não sabia exatamente estava realmente evoluindo. —Mas, vamos esquecer isso!

Jones agarrou o pulso direito de Damian com a mão canhota, subindo alguns degraus da escada e o puxando com ela. Então, Thyri ficou dois degraus mais alta que o Wayne, segurando firme seu pulso e sorrindo calorosamente pra ele. O Robin arregalou os olhos, o vento das janelas bateu forte atrás da feiticeira, fazendo seus fios ruivos voarem e seus olhos azuis ficarem ainda mais reluzente por causa da luz do sol. Parecia uma cena de uma comédia romântica, e esse pensamento fez Damian acordar e piscar os olhos, recuando um degrau pra trás, engolindo em seco.

—Didi? — a Jones chamou-o pelo apelido. —Eu sei que eu sou bonita, mas também tem outras coisas pra se fazer, além de me admirar, claro! — ela jogou seus cabelos pra trás, falando confiante.

—Não seja estúpida. — Damian puxou seu pulso e subiu as escadas rápidamente. —A Bárbara e a Stephanie estão te esperando lá em baixo pra um treinamento. Não se atrase! — ela informou, antes de sair do campo de visão da bruxa e uma porta bater com força.

O PUNHO DE JONES ATINGIU EM CHEIO O NARIZ DE BROWN que com o impacto caiu se desequilíbrou e caiu de costas no tatame, causando um estrondo que ecoou pela caverna. Barbara rápidamente levantou a cabeça e retirou os olhos do celular, deixando em cima do teclado do computador e indo para o tatame, Thyri imediatamente abaixou-se em direção a loira, que colocou a mão na frente do nariz, sentindo um líquido molhado sair dele, assim que afastou a mão seus dedos estavam manchados com um pouco de sangue, Stephanie limpou com a luva, mas ainda continuava a sangrar um pouco.

—Me desculpa, Funny! — Thyri desculpou-se, tava pra notar no seu tom de voz o quanto nervosa estava.

—Tudo bem, tudo bem, Jony! — Stephanie disse levantando-se com a ajuda da ruiva, passando o braço por cima dos ombros dela. —Isso mostra muitas coisas sobre o treinamento. — comentou saindo do tatame e sentando na cadeira mais próxima.

—O que? — a bruxa perguntou agachando-se na frente de Spoiler e erguendo as duas mãos pra frente de seu rosto, sussurrando a palavra mágica: "cura" ao contrário.

O nariz de Stephanie fez um barulho de estralo, e ela gemeu de dor, jogando sua cabeça um pouco pra trás. No entanto, alguns segundos depois, não sentia mais nenhuma dor e o sangue não escorria mais. A ruiva levantou-se e andou para a mesa de Bárbara, pegando dois lenços umedecidos da caixinha dela e dando a Brown em seguida, voltando a ficar ao seu ledo.

—Primeiro, estamos tendo avanços no treinamento — Gordon disse aproximando-se das duas, e entregando garrafas d'água pra cada uma.

A garrafa de Stephanie era cinza com estrelas amarelas e o nome de Cassandra nela, escrito em baixo com caneta permanente: “Stephanie, não é nossa garrafa, é minha garrafa.”. A garrafa de Thyri era de plástico verde e alguns girassóis e lírios pintados a mão e seu nome também estava escrito nela.

—Segundo, — a mulher continuou, cruzando os braços. —Sua força física aumentou e sua agilidade também! — ele dizia orgulhosa. —E terceiro, temos que começar a vigiar seus treinamentos com o Jason. Com certeza não é comum você saber esse ataque assim, é um pouquinho mais a frente do que estamos tentando ensinar pra você. — Barbara riu e a Brown a acompanhou.

—Isso é ótimo. — Thyri falou desanimada, sentando-se no chão.

Stephanie e Barbara se entre olharam rápidamente, obviamente algo estava errado, geralmente Jones reclamaria como Jason era um péssimo professor e que deveriam coloca-lo em um psiquiatra, mas agora ela estava cabisbaixa e sem animação nenhum, o que para ela não era nenhum um pouco comum.

—Está tudo bem, Thyri? — a Gordon perguntou sentando-se na frente dela e ao lado esquerdo de Stephanie, que limpava seu nariz com os lenços.

—S-sim- Bom... Não tão bem. — a ruiva gaguejou, suspirando fundo. —O Damian me deixa muito confusa. — confessou. —Ele é tão estranho as vezes. Uma hora parece ser um amigo, outra me olha como se quisesse me beijar, e outra ele está me colocando pra escanteio. — a bruxa deu uma pausa e tomou um gole de sua água gelada, em seguida perguntou: —O que eu faço?

—O Damian pode ser difícil, acredite, pergunte pro Tim. — Stephanie riu. —Mas, ele é seu amigo, já vi Damian com amizades antes e ele age assim mssmo. Ele não é o mais amigável, porém também não é terrível. — a loira falou tranquila.

—Ele passou por muitas coisas nos últimos anos. — Bárbara começou, ajeitando seu óculos. —A perda de um amigo, a traição de uma "namorada" e a morte do Alfred ainda assombra ele... — a ruiva retirou os óculos, limpando as lentes na camisa verde. —A todos nós ainda. — ela colocou os óculos de volta. —É muito pra um garoto da idade dele processar. Sem contar com a mãe dele. — a Gordon levantou-se do chão. —Ele pode tomar as decisões certas, nas horas erradas e tomar decisões erradas nas horas certas. Mas, acredite quando eu digo que sua amizade e a dele nesses últimos meses o ajudou muito, eu percebo a diferença quando o Damian está com você, Thyri, ele parece mais leve. — Barbara disse aproximando-se e colocando as duas mãos no ombros de Jones, abaixando-se pra isso. —O melhor a se fazer é pergunta pra ele o que está acontecendo, é melhor do que ficar especulando. Talvez ele também esteja confuso.

—Acho que cê' tá certa. Hoje a noite eu vou falar com ele! — Thyri concordou, levantando-se em um pulo. —Mas, quem é Alfred? — questinou.

—Nosso amigo, nosso quase avô e pai, e nosso mordomo. — Brown respondeu. —Ele foi assassinado. — engoliu em seco. —Porém, isso é assunto pra outra hora! Ainda temos muita coisa pra por em dia, maga!

—Vamos tentar com alguns apetrechos agora. — Gordon disse voltando para sua mesa.

Stephanie e Thyri tomaram o último bom gole gelado de suas garrafas d'água, deixando-as em cima da cadeira que Spoiler estava sentada e correndo de volta pro tatame, após Brown jogar os lenços umedecido no lixo. Bat-girl abriu a gaveta de sua mesa e retirou dois cintos medianos com oito pequenas bombas de fumaça acopladas neles, correndo pro tatame e dando um cinto pra loira e outro pra ruiva.

EM ALGUMAS SEXTA-FEIRAS DAMIAN NÃO ERA O ROBIN nas altas madrugadas de Gotham City, Batman trabalhava sozinho alguns dias, nada de tão emocionante, ele sabia se virar bem sem o Robin, mas o Robin ficava inquieto com o horário que seu pai voltava para casa. Os livros eram sua maior companhia, entanto também havia um vazio ali, o silêncio, que mesmo que para o Wayne fosse ótimo em alguns momentos, agora estava se tornando insurportável. Pelo resto do dia não vou Thyri, não a viu nos corredores, biblioteca, piscina, na bat-caverna, ou se queria cozinha, em nenhum lugar. Quando encontrou Stephanie a primeira coisa que ele perguntou foi sobre Thyri, mas pelas palavras da Brown, ela havia saído com Tim e só voltaria de noite. Damian esperou algum tempo nas escadas do hall de novo, mas quando deu meia-noite, a única pessoa a entrar na mansão foi Drake, assim que o Wayne perguntou novamente por Jones, Timmy disse que ela dormiria na casa de Selina novamente, o que fez Damian ficar aborrecido. Como ela poderia dormir lá de novo e não avisa-lo antes? O que tanto tinha na casa de Selina que não tinha na Mansão? Ele não pensou dias vezes ao comer, tomar um banho e voltar ao seu quarto e continuar a ler Orgulho e Preconceito.

Wayne estava em uma das partes que mais amava no livro, a declaração de Mr. Darcy, ou pelo menos o que parecia ser uma declaração. Damian achou Elisabeth realmente chata nos primeiros capítulos, mas depois conseguia entender perfeitamente a personagem.

Entanto, a leitura do garoto foi interrompida após um barulho, como se uma pedrinha tivesse atingido o vidro da sua janela. Ignorou o barulho e voltou ao seu livro.

Mais uma pedrinha foi jogada. Ignorada com sucesso de novo.

A terceira foi jogada. Ignorada novamente.

A quarta vez, a pedra quebrou um dos vidros e a pedrinha rolou pra dentro do quarto, caindo aos pés da cama de Damian, que assustou-se ai ouvir o barulho do vidro quebrando. Irritado, o garoto deixou seu livro de lado, levantou-se da cama e pegando de baixo do seu travesseiro uma agada. Aproximando-se da janela e abrindo-a devagar, indo para a varanda e olhando para baixo, sem ver ninguém ali. No entanto, sua bochecha foi atingida por uma bolinha de papel, que o fez olhar para a sua esquerda, pronto pra atacar, entretanto, se surpreendeu ao ver os cabelos ruivos vestindo o pijama de gato preto e sorridente, mas o que mais o deixou surpreso foi quando seus olhos se abaixaram e leram o papel que Jones segurava como um cartaz. A varanda do quarto de Thyri ficava praticamente ao lado da varanda do quarto de Damian, apenas duas janelas e um corredor separava isso, então ler o que estava escrito não era tão difícil, principalmente pelas duas luzes dos dois quartos estarem ligadas.

"Desculpe a janela quebrada." ── era o que estava escrito no cartaz.

Damian revirou os olhos e suspiro fundo, voltando pra dentro do seu quarto, mas antes mais uma pedrinha o golpeou na nuca. O Wayne irritou-se ainda mais. Por que diabos ela estava fazendo aquilo? Ou porque estava fazendo aqui? Não estaria em Selina. O garoto largou a adaga em cima da penteadeira, e pegou a sua mochila do chão, abrindo e pegando seu caderno e uma caneca preta, voltando para a varanda escrevendo. Ao terminei de escrever virou o caderno pra Jones, que inclinou pra frente e cerrou os olhos para ler melhor.

"Você não ia dormir na casa da ladra?" ─ era o que estava escrito no caderno de Damian.

Thyri terminou de ler e trocou o cartaz por outro, escrevendo no papel com um piloto azul. Acabando de escrever virou o cartaz para o Wayne.

"Eu ia, mas resolvi voltar, queria pergunta uma coisa importante pra você."

Damian levantou as sombrancelhas surpreso. Virando a folha do caderno para uma folha limpa e escrevendo nela, virando para Jones depois e ela leu: "O que você quer?".

A ruiva trocou o papel, escrevendo em mais um e virando pra Damian.

"Promete responder?"

O garoto escreveu respondendo: "Se você falar logo."

"Você tem que prometer!" ela respondeu.

Damian revirou os olhos e trocou a folha do caderno pra uma limpa, escrevendo e virando pra ruiva. "Certo, eu prometo! Agora, fala!"

Jones trocou de papel mais uma vez, escrevendo rápidamente e virando para que o rapaz lesse, esticando os braços pra frente. "Você ainda é meu amigo?"

Damian deu um passo pra trás, assustado, levantando os olhos para o rosto de Thyri, ela parecia apreensiva e nervosa para ser respondida, mas havia um problema, o Wayne não sabia a resposta.

Ele e a garota haviam se conhecido a sete meses, pelo que Bruce o contou, ela tinha chegado em fevereiro para morar com Zatanna e vindo pra mansão no último dia de abril. Agora é novembro, dia dez, e Damian lembravam-se de cada segundo que eles ficaram juntos, conversaram, riram e brigaram, por algum motivo idiota ou não. A última vez que comentaram sobre serem amigos ou sobre ela gostar romanticamente dele foi em maio, quando Flatline foi presa, e isso nunca mais surgiu na conversa, não que Thyri não desse algumas investidas não tão discretas. Mas, de cinco meses para cá Damian parou de pensar como amigo, talvez tenha começado quando as visitas secretas de noite se iniciaram, e estavam a se abacar, ele sabia que era bzzaro, porém nunca parou pra pensar no porquê. Apenas preocupação com uma amiga ou preocupação com alguém que se tornou mais do que isso? Não, não poderia ser. Ele tinha que da uma resposta, rápida e fácil.

Damian passou pra próxima folha do caderno e escreveu: "Sim, sou, agora vai dormir, Thyri." e rasgou a folha, fazendo uma bolinha de papel com ela e jogando em direção a ruiva, que pegou em cheio no ar, abrindo a bolinha e desamassando o papel. Seu sorriso foi ilumido, as bochechas redondas de Jones subiram e seus olhos ficaram mais pequenos, mas seus dentes mais brancos.

A ruiva largou o papel amassado no chão e começou a fazer alguns movimentos no papel com seu piloto azul, ao finalizar os movimentos rápidos que fazia usou sua canhota pra levitar o papel e dobra-lo em formato de aviãozinho e joga-lo pra varanda de Damian. O aviãozinho caiu sobre os pés dele, o garoto pegou o avião e o abriu, sorrindo de lado ao ver o desenho que mexia-se no papel. No desenho Damian e Thyri estavam de mãos dadas sorrindo, em um parque.

O Robin ergueu o olhar pra Jones, que acenava pra ele enquanto entrava pra dentro do seu quarto novamente, fechando as janelas e as cortinas, e no final desligando as luzes.

Damian entrou pro seu quarto também, fazendo o mesmo que a menina, caminhou um pouco e parou em frente a penteadeira, virando-se pro espelho e arregalando os olhos ao notar seu sorriso, que perdeu completamente, ele parecia um adolescente bobo e apaixonado. Ele deixou o desenho em cima da penteadeira e olhou-se no espelho, frente à frente dele mesmo.

—Damian, isso é ridículo! — falou rolou os olhos. —A Thyri não tem nada de especial. — ele apoiou as mãos na penteadeira. —Ela é irresponsável, impulsiva, irritante, adora animais, tem um gosto antiquado de moda, um pouco mais alta que eu, ela é inadequada e não nenhum tipo de património, além de ser péssima em fazer desenhos! — o garoto listava cada coisa erguendo os dedo da mão direita, no final cruzou os braços e bufou.

Virando pra rosto pro outro lado e desviando os olhos pro livro aberto em cima da sua cama, sua mente pareceu ligar uma lanterna para o que acabou de falar. Ele descruzou os braços e jogou a cabeça pra trás, fechando os olhos e colocando as duas mãos no rosto, sentindo o arrependimento. Descendo sua cabeça com tudo pra penteadeira e batendo a testa na madeira.

—Não! — ele gritou, colocando as mãos atrás da cabeça. —Droga! Droga! Droga!

A ficha caiu de uma vez, porém ainda assim é difícil acreditar que ele conseguiu criar um lanço tão forte com Thyri a esse ponto. Flatline machucou seu coração de inúmeras maneiras diferentes, não apenas por realmente te-lo arrancado uma vez, porém a traição não saia de sua cabeça também. Mesmo que fosse verdade, esse amor, esse carinho e esse gostar. Quem garantiria que Jones ainda gostava dele? Quem garantia que era um sentimento real? Quem garantia que Thyri era de confiança de verdade? Ele lembrava de seu pai dizendo que Jones ficaria apenas sete meses ali, sete meses, faltava algumas semanas para ela ir embora. Não, não ele podia está gostando dela.

『 🗯 ━━━ Acho que esse foi o pior capítulo que eu já escrevi de Destiny Witch. Não foi revisado e parece que minha escrita piorou??? Odiei, mas pelo menos esse capítulo já estabeleceu que o Damian tá gostando da Thyri, do jeitinho adolescente dele.
『 🗯 ━━━ Espero que tenham gostado. E lembram sobre o que eu disse sobre referência a um clipe da Taylor Swift? Então, essa cena da varanda, qual clipe/música vocês acham que é?
『 🗯 ━━━ Até a próxima! <3