1.0
Hakkai decidiu dar uma festa. A princípio, pensei: bem, o que pode dar errado, certo? Pois é; a verdade é que tudo pode dar errado, ainda mais em uma festa planejada por Hakkai Shiba! Deus, Hakkai não era nem um pouco bom com preparativos, então claro que sobrou para mim, Yuzuha e Mitsuya arrumarmos toda aquela merda antes que os convidados do grande idiota chegassem lá. Por isso eu já estava de saco cheio antes mesmo de a festa começar!
Alisei a saia do vestido azul marinho brilhante que ia até metade das minhas coxas. Ele era um pouco colado no meu corpo, destacando perfeitamente minhas curvas e tinha até mesmo um ar meio sensual. Sim, eu realmente tinha gostado desse vestido, mesmo que ele mostrasse mais do meu corpo e eu ainda odiasse um pouco isso pelas minhas inseguranças imbecis que às vezes faziam questão de voltar, como se eu fosse a mesma Akira de doze anos atrás.
-Você ficou linda com esse vestido.- Mitsuya disse e eu me virei, apenas para encontrar um sorriso no rosto do homem de cabelos pretos e lilases. -Quem fez esse vestido sabia o que tava fazendo.
-Realmente sabia.- eu disse sorrindo de volta e me aproximando um pouco mais dele. Encarei os olhos lavanda de Takashi, aqueles olhos que sempre me faziam ficar um pouco perdida demais, tonta demais. -Além de extremamente talentoso, o estilista também é um puta de um gato.
Mitsuya riu, deslizando suas mãos pela minha cintura e me puxando com calma para perto de si, algo que eu não pensei nem mesmo duas vezes antes de fazer, passando meus braços ao redor do pescoço dele.
-Ouvi dizer que a modelo é muito mais bonita.- ele disse com um sorriso que me fez perder completamente o rumo da minha vida. Deus, porque esse homem tinha que ser tão maravilhoso? Merda!
-Vocês vão finalmente parar com essa de chove e não molha e vão se beijar?- Yuzuha soltou, me fazendo torcer o nariz e cortando completamente o clima, como a belíssima filha da puta que ela era!
-Sabe, ficar atrapalhando o momento dos outros não vai fazer as coisas progredirem, sua imbecil. - eu disse a fuzilando com o olhar e Yuzuha riu.
-Tá, tá, venham os dois comigo, preciso de ajuda.- Yuzuha disse agarrando minha mão e eu fiz uma careta. Ela olhou para Takashi e deu um sorrisinho. -Sei que você tá doido para ficar a sós com a Akira, mas vai ter que esperar, Takashi.
-Eu já me acostumei com você estragando os momentos, Yuzuha.- Mitsuya disse arqueando uma sobrancelha para ela e Yuzuha torceu o nariz.
-Qual é, eu só melhoro eles!
-Para de ser assim.- eu resmunguei, enfiando o cotovelo na costela dela, fazendo Yuzuha chiar. Olhei Mitsuya, que estava com um sorriso largo nos lábios, e fiz uma careta. -Ignore ela, ela bateu com a cabeça, ai ficou assim, problemática.
-Disse a mais problemática de todos! Se não fosse por mim, você ainda seria uma antisocial fodida.- Yuzuha soltou e eu a dei um beliscão, a fazendo chiar.
-Vamos logo antes que eu te chute pela sacada.- eu resmunguei, seguindo Yuzuha até onde Hakkai estava com duas garotas, conversando.
Ah, Deus. Só pode ser sacanagem uma porra dessas. Me virei para sair dali, mas claro que as duas grudaram os olhos em mim nesse exato momento, o que me fez dar o famoso sorriso amarelo de puta que pariu vai tomar no cú.
Hakkai abriu a boca para nos apresentar, mas a mulher mais alta e com os cabelos loiros abriu um sorriso maldoso para mim antes de falar:
-Akira! Quanto tempo, né?- Mayumi disse com uma risada que de nada era calorosa. Eu apenas fiquei em silêncio, a olhando. -Lembra de mim e da Misaki, não lembra?
E como eu poderia esquecer das duas pessoas que fizeram da minha vida a porra de um inferno quando eu era uma adolescente com medo até de sair do quarto?
Yuzuha, como sempre, percebeu meu desconforto, porque agarrou meu braço, preparada para me tirar dali.
-Ainda parece uma patinha. - Misaki soltou, enrolando um dedo em uma mecha de cabelo preta, e ela e Mayumi deram risada da minha cara.
Tudo bem, eu não era mais a mesma Akira de doze anos atrás, eu não tinha mais medo e nem vergonha e muito menos deixava que pessoas como essas duas imbecis me humilhassem na frente dos outros, ainda mais na frente dos meus amigos.
Ainda assim, olhar Mayumi e Misaki trazia de volta sentimentos que eu preferia esquecer. Trazia de volta tudo de ruim que eu já tinha passado, me atingindo com tanta força que eu não sabia sequer se seria capaz de respirar.
-Patinha? Que piada. Vocês ao menos sabem quem ela é?- Yuzuha disse, com tanta raiva que fez as duas pararem de rir na hora. Eu agarrei o braço de Yuzuha com força para que ela parasse com aquela merda. Misaki riu.
-Ainda não sabe se defender, Akira?- os olhos dela brilharam de forma maldosa. -Continua a mesma patinha que não sabe interagir com ninguém, uma completa anormal.
Porra, é sério uma merda dessas? Quantos anos ela tem, cinco? Porque trazer isso de volta, mesmo que anos tenham se passado?
Yuzuha parecia bem perto de bater nela, Hakkai estava incrédulo e Mitsuya... Caralho, ele estava me encarando com uma cara, e, sim, eu evitei seu olhar.
-Claro que eu sei me defender. Só não vejo sentido em gastar minha saliva com gente como você, Misaki, que mesmo que doze anos tenham se passado, continua com o cérebro do tamanho de uma uva passa.- eu soltei, sem nem mesmo pensar duas vezes, e Misaki me olhou com raiva enquanto Mayumi arregalava os olhos. Eu estalei a língua. -Continuam sendo superficiais demais, vazias demais. Uma pena, até que são bonitas, mas agindo desse jeito, quem vai acabar sozinha mesmo são vocês e não eu. E certamente não vou perder mais o meu tempo olhando para a cara das duas, então, tchauzinho.
Sim, eu não pensei bem duas vezes antes de dar as costas e ir embora, tentando parar de tremer de raiva.
Não éramos mais crianças, porra! Mas pelo jeito, pessoas como elas nunca mudam: precisam, constantemente, humilhar os outros apenas para se sentirem melhores consigo mesmas, já que vivem uma vida patética e vazia. Apenas isso justifica agirem dessa forma comigo por literalmente nada. Deus, como eu odiava pessoas assim!
E, claro, só para piorar a merda da noite, estava chovendo, eu tinha vindo a pé e sem a porra de um guarda chuva. Honestamente, não me importei nem um pouco, apenas queria sair dali, então quando as gotas de água me atingiram, eu não me importei.
Não me importei nem mesmo quando fiquei completamente encharcada em questão de segundos. Eu só queria ir para casa, tomar um banho quente e morrer na minha cama, tentando esquecer essa catástrofe de noite.
Uma mão se fechou ao redor do meu braço e eu dei um grito, meu coração disparado, me virando e tentando dar um soco em quem quer que estivesse me segurando. Mas claro que não acertei.
-Ei, calma, sou eu!- escutei a voz de Takashi e pisquei os olhos, confusa.
-Porque tá aqui, no meio da chuva?- eu disse e ele abriu um sorriso para mim.
-Eu poderia te perguntar o mesmo.- ele falou e eu torci o nariz. -E acho que é meio óbvio o porque estou aqui. Fiquei preocupado com você.
-Não precisa se preocupar comigo, eu só estou indo para casa. - eu disse franzindo o cenho e Mitsuya arqueou a sobrancelha.
-É mesmo? Porque você tá surtando no meio da chuva então?- ele disse e eu torci o nariz.
-Eu não tenho guarda chuva, Takashi, não sei se notou.- eu reclamei. -E você também tá no meio da chuva!
Ele não disse nada, mas se aproximou de mim, segurando meu rosto em suas mãos, afastando algumas mechas molhadas do meu cabelo para me olhar melhor. Apenas aquilo já era o suficiente para fazer meu coração bater loucamente dentro do peito.
-Elas estão erradas.- Mitsuya disse, me fazendo torcer o nariz. -Tudo em você é lindo, Akira.
Por Deus, o efeito que esse homem tinha em mim era surreal. Segundos atrás eu estava preparada para mandar uma bomba nuclear para a casa das duas desgraçadas, mas agora estava praticamente derretendo e virando uma poça no chão.
Mitsuya acariciou com carinho minha bochecha, aproximando seu rosto do meu. Perto; tão perto que nossos lábios se encostaram de leve, tão perto que conseguia sentir sua respiração quente. E, mesmo com a chuva gelada caindo na gente, senti todo o meu corpo esquentar.
-Você não vai me beijar, vai?- eu perguntei com um sorriso e Takashi piscou os olhos, confuso.
-Eu ia, porque? Você não quer que eu te beije?- ele disse arqueando a sobrancelha para mim, mas não fez menção de se afastar. Eu dei risada.
-Porra, claro que eu quero. E já faz tempo. Mas me beijar no meio da chuva, sério? Que clichê!- eu ri e Mitsuya me deu um beliscão de leve na cintura, me fazendo rir mais ainda.
Eu me aproximei mais dele, grudando meu corpo no dele, e Takashi me apertou mais contra si.
-Então eu vou ser clichê.- ele disse num sussurro.
Não tive tempo para sequer processar, porque no segundo seguinte, a boca dele estava contra a minha, seus lábios pressionados delicadamente contra os meus. Levei uma de minhas mãos até os cabelos molhados de Takashi, o puxando para mais perto de mim e aprofundando aquele beijo.
Por tudo o que era mais sagrado, e eu achando que já sabia como era beijar Takashi Mitsuya. O quão enganada eu estava! Achei que fosse acabar morrendo ali, enquanto a língua dele percorria a minha com calma, enquanto suas mãos apertavam minha cintura.
Ah, Deus. Eu estava muito, muito apaixonada por ele.
Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Finalmente o beijo saiu, agora é ofical KAKAKAKA
espero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 16/11/21
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