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8. Proposta

마치 너 같지
문득 망설이게 한
자꾸 손이 가게 가게 한
짜릿한 Sweetness 멈추지 못해

🎶Red Velvet, In & Out.*

PASSADO.

ESTÁ SENDO DRAMÁTICA novamente — Katherine ralhou, assim que ficamos a sós em meu quarto. Seus dentes incrivelmente brancos estavam trincados e o maxilar rígido, era evidente que tentava controlar o tom de voz para não causar uma cena maior.

Minha respiração pesava uma tonelada em meus pulmões. Não conseguia organizar os pensamentos de forma técnica, cética. Os acontecimentos apenas fluíam em minha mente em uma repetição sem fim. Não eram só meros comentários quando Katherine insinuava o quão bonito o senhor Kim era, ou quando ela fazia de tudo para nos deixar a sós nos últimos dias, ou quando ela não deixava de falar sobre as minhas qualidades, habilidades e gostos. Katherine estava preparando o terreno o tempo inteiro, e eu só notei quando a notícia caiu em meu colo naquela sala de visitas minutos atrás.

Honestamente, essa coisa de casamento arranjado era tão antiquada que jamais cogitei a possibilidade. Já éramos ricas o suficiente. Ela havia conquistado isso para nós, para eu poder me concentrar no que realmente interessava. Não era esse nosso plano?

— Está tentando me casar com um completo desconhecido e eu estou sendo dramática?! — Gritei em retorno. Não me importava de fazer uma cena agora. Katherine reprimia minha forma de expressar inúmeras vezes, mas ela não teria isso de mim agora. Ela não tiraria minha raiva e vontade de contornar aquela situação.

— Céus, Darling! Não foi isso que eu disse lá embaixo!

— Então, quais são suas intenções, mamãe? Você fez tudo isso — gesticulei para o cômodo inteiro — para melhorar nossa condição financeira. Por que está fadando meu destino a esse rumo também? Eu não preciso de Kim Taehyung e sua fortuna.

Katherine se aproximou com passos ágeis. Ela segurou minhas mãos exasperadas e fixou os olhos castanhos nos meus, na tentativa de me acalmar.

— Haverá inúmeros jornalistas na festa. Eu quero que eles olhem para você, minha querida. Quero que eles olhem para a futura cantora dessa geração, mas antes, precisamos chamar-lhes a atenção. Precisamos fazer com que você apareça em tabloides, notícias, conversas entre os cidadãos. Por isso, o anúncio repentino. Isso vai atrair a atenção deles. Vai chocar eles.

Mamãe praticamente cuspiu as palavras para fora, o mais rápido que conseguiu. Mas eu não estava nem um pouco convencida, por isso, me desvencilhei dela e caminhei para longe, até as portas duplas da varanda aberta. Lá, o vento frio de início da noite me abraçou.

— Não quero minha imagem associada a de um... futuro marido, vista apenas como uma moeda de troca para a junção de riquezas dele e do Duarte. Eu não preciso disso. — As palavras saíram mais amargas do que calculei, mas era exatamente o que eu sentia agora. Não conseguia ver ainda como esse arranjo me beneficiaria. A menos que houvesse algo, eu jamais aceitaria.

— Você disse que faria tudo que eu dissesse para que sua carreira desse certo — Katherine acusou. — Não precisa casar com o senhor Kim no final do dia, ou do ano, ou em qualquer outro momento. Basta seguir com esse noivado de enfeite e aparecer mais para a sociedade. Eles vão te conhecer, vão admirar sua beleza e vão querer saber mais sobre seus gostos e passatempos.

— Fala como se eu quisesse apenas ser a cantora particular dos seus eventos, uma peça de entretenimento para as festas que você e Duarte darão no futuro. Dessa forma, parece que está rindo do meu sonho.

— Minha Pearl...

— Eu não vou anunciar noivado algum com Vincent Kim, seja ele de fachada ou não — sentenciei, batendo o pé no chão como uma criança emburrada. — Não irá conseguir me convencer disso. Essa não foi a promessa que fizemos uma a outra, mamãe.

— Está pensando com a cabeça quente, querida. Promessas mudam, assim como perspectivas de um futuro brilhante. Agora, julgo que seja melhor para você anunciar o noivado como expliquei. — Senti sua mão acariciar meu cabelo e minhas costas. Permaneci inerte, encostada no batente da porta da varanda. Meus olhos ardiam e minhas unhas cravavam-se em meus punhos cerrados. Não conseguia respirar direito, mas precisava. Eu precisava superar o acesso de raiva que estava tendo, mesmo que no fim do dia não aceitasse as loucuras que ela estava me propondo.

— Vá embora — pedi entredentes, e ela não insistiu mais naquele assunto.

»🎙️«

A noite era infinita especialmente hoje, e eu já perdi a conta de quantas vezes acordei e tornei a dormir só nesse espaço de tempo. Após ser deixada sozinha no quarto, tomei um banho demorado e caí na cama antes mesmo que Olivia tivesse a chance de me oferecer o jantar. Não estava com fome, já que havia me empanturrado de biscoitos para suprir minha fome pelo dia inteiro.

No entanto, não conseguia simplesmente dormir para esquecer todos os problemas. Os cochilos que dava não passavam de dez minutos, e não amanhecia nunca. Estava exausta, mas não conseguia esquecer os acontecimentos de mais cedo, na sala de visitas, quando mamãe falou sobre anunciar um noivado; Duarte falou que seria um privilégio acolher Taehyung na família; e os gêmeos comemoraram que finalmente se veriam livres de mim. A vertigem que tive na hora também parecia vívida nas memórias, assim como o gosto subitamente horrível dos biscoitos de mel e canela quando se mesclaram com a bile do meu corpo.

Quem teve essa ideia absurda? Será que foi mamãe e sua sede por dinheiro e poder? Ou Duarte Lee e sua vontade de acolher o pobre órfão em sua família? De qualquer forma, o que Katherine esperava que eu fizesse? Pulasse de alegria e corresse para os braços do meu futuro... noivo? Kim Taehyung certamente não era uma figura repugnante, mas também não era a pessoa que eu escolheria para me casar. Céus, eu conseguia contar em uma mão as conversas que tivemos nesses últimos dias.

Nas minhas divagações olhando para o teto do quarto, recordei-me do que Vincent falou enquanto caminhávamos pelo jardim dias atrás: "Com o tempo descobrirá que não estou aqui apenas para olhar terras e jogar dinheiro e conversa fora na companhia de Duarte, mas não julgo que seja o momento ou meu papel contar as novidades quanto a isso."

Era a isso que ele se referia? Vincent estava ciente desse arranjo ridículo? Ele concordou com esse absurdo?

Sentei-me na cama com um salto, ciente de que não conseguiria dormir novamente enquanto não tirasse essa história a limpo com o outro envolvido. Vasculhei o quarto em busca de algo que cobrisse minha camisola de alças finas e marchei em direção a saída com o roupão nas mãos, porém, ao abrir a porta do quarto, encontrei justamente a pessoa que pretendia procurar.

Vincent piscou os olhos amendoados um par de vezes, surpreso por eu ter aparecido antes ou pela forma abrupta com que abri a porta. Seu punho estava a meio caminho de bater nela. Ele trajava um pijama de seda na cor vinho, que cintilava como ondas conforme o tecido se movimentava em seu corpo.

— Que bom encontrá-la acordada dessa vez, senhorita — deu a entender que não era a primeira vez que batia na minha porta, ou era apenas uma indireta para o ocorrido no bar do Niklaus.

Sem pestanejar, abri espaço para ele entrar. Já imaginava que ele sabia o que queria tratar, por isso se adiantou. Virei de costas para Vincent e apenas escutei quando ele fechou a porta atrás de si.

— Suponho que saiba o que quero tratar com você. Então, pode parar de enrolação e começar a esclarecer tudo...? — meu pedido soou mais como uma pergunta. Eu estava visivelmente insegura. — Você sabia o que Katherine estava aprontando?

— Você? — seu tom de voz era zombeteiro. — Não sabia que agora conversávamos informalmente. Não me pareceu muito contente quando sugeri isso, no jardim.

Olhei-o por cima do ombro e sorri irônica enquanto vestia o roupão. Foi rápido, mas notei quando ele desviou o olhar ao perceber que eu colocava a peça.

— Pensei que automaticamente tinha permissão para chamá-lo assim, já que em breve seremos noivos.

Ele sorriu de lado, enquanto terminava de fazer uma inspeção no meu quarto. Havia pouca luz no cômodo, pois mantive apenas o abajur aceso na mesa de cabeceira à direita da cama, mas Taehyung analisava cada detalhe como se estes pudessem dizer muito sobre mim. Mas não podiam. Tirando algumas poucas coisas que resolvi trazer do meu passado, tudo havia sido organizado por Duarte antes mesmo de eu me instalar, desde o papel de parede na parede da esquerda até a minha área de estudo no cômodo anexo — que apenas foi usada para aprender sobre partituras, notas vocais e... etiqueta.

Os longos minutos passaram com Vincent mais entretido em observar meu quarto do que dizer algo. Aquilo me deixou irritada. Virei o corpo, tentando chamar-lhe a atenção, e perguntei:

— Descobriu algo interessante?

Ele nem sequer disfarçava, parecia até que eu tinha algo a escon...

— Estou tentando achar o meu lenço. Onde o escondeu?

Não contive minha boca fechada, que logo formou-se um 'O' enorme quando ele deixou de olhar para o tapete e fixou seu olhar em mim. Ele tinha um ar esperto e orgulhoso estampado na face, como uma criança que acaba de descobrir onde a mãe escondeu o pote de doces.

Retraí o corpo e cruzei os braços, sentindo-me exposta.

— Vai me chantagear de novo? — Silvei.

— Não estou interessado em mais... chantagens.

Vincent enfiou as mãos nos bolsos das calças de seda e me mediu da cabeça aos pés.

— Eu me pergunto o que levou a senhorita a buscar conforto em um bar deplorável como aquele, com bebida barata e decoração de péssima qualidade — ele passou a caminhar pelo cômodo, tocando em praticamente tudo. Cerrei os punhos, mais uma provocação e eu estaria vendo apenas um alvo em vermelho no lugar da figura elegante e felina de Taehyung. — É alguma espécie de instinto rebelde? Vontade consciente e infantil de irritar sua mãe?

— Não se meta na minha vida — sibilei. Ele mexia em um punhado de roupas limpas jogadas no sofá, a procura do seu lenço, presumi.

Oh! — Ele me encarou com uma expressão afetada ao ouvir meu aviso. Estava zombando de mim. — Pensei que tinha permissão para saber sobre sua vida, já que em breve seremos oficialmente noivos — retrucou, puxando da montanha de roupas uma peça sem sequer olhar para tal. Vincent esperava achar o seu lenço, mas, ao contrário, assisti quando este levou a poucos centímetros do seu rosto a peça de roupa mais vergonhosa que já tive.

Uma calcinha. Era minúscula, com detalhes em renda e de cor vermelho-sangue. Um presente inusitado e indiscreto de Katherine quando arranjei o meu primeiro namorado oficial, dois anos atrás. Eu nunca usei aquela peça, por isso, ficou apenas juntando mofo em meu guarda-roupa. Katherine deve ter achado e sentido o cheiro de velha e ter posto para lavar na última leva de roupas.

Merda.

Ele corou imediatamente, ao notar do que se tratava.

Avancei em sua direção como uma tempestade, contendo o impulso de querer bater nele e expulsá-lo do meu quarto sem obter as respostas que ainda procurava. Quanta petulância! Como ele pode chegar e simplesmente mexer nas minhas coisas?

Arranquei a peça da sua mão com um movimento rápido e o fuzilei com o olhar.

— Você podia apenas cuidar da sua vida, sabe? — Minhas bochechas ardiam, provavelmente estavam tão vermelhas quanto as dele, mas não me deixei recuar por causa disso.

Vincent tornou a me olhar lentamente. Estávamos a poucos centímetros de distância, frente a frente. Qualquer movimento para baixo e o seu nariz podia tocar o meu.

— Sabia também que é perigoso ficar sozinha num local como aquele? Ainda mais a noite? — Ele sorriu de forma sarcástica e acrescentou: — E você ainda teve um surto e simplesmente desmaiou na frente de um estranho!

— Eu desmaiei porque eu reconheci você! A culpa foi totalmente sua! — Esbravejei.

— Estou começando a ficar mais preocupado, então. É a primeira vez que causo esse efeito em uma mulher — emendou rapidamente, ironizando. Cerrei os punhos ao redor da minha calcinha ridícula. Queria muito bater no seu rosto.

— Eu fiz uma pergunta, e ainda estou esperando resposta.

— Ora, não seja ridícula. Eu não vou cuidar apenas da minha vida. Quer que eu morra de tédio nessa casa? — Seus olhos faiscaram, em desafio.

— Não estava falando dessa pergunta, e você sabe muito bem — crispei os olhos e apontei o indicador no seu peito. — Você sabia o que Katherine estava tramando, não sabia?

Vincent recuou lentamente, mantendo a expressão serena no rosto. Ele procurou um local para se sentar e terminou se acomodando na ponta da minha cama, onde se sentou com as pernas cruzadas e os braços cruzados apoiados nos joelhos. Ele me observou por uma eternidade, o que me deixou constrangida ao passo que permitiu que eu me acalmasse e recuperasse a compostura. Não me considerava uma pessoa agressiva, mas os acontecimentos de hoje deixaram meus sentidos a flor da pele. Vincent parecia reconhecer isso, pois esperou até que eu me acalmasse e sentasse em qualquer lugar daquele cômodo abafado. Com a cama ocupada e o sofá repleto de roupas, optei por sentar de frente para ele, no chão, encostada na meia parede que separava a minha cama da área de estudos. Deslizei sutilmente a calcinha que segurava para debaixo do tapete, torcendo para que ele não tivesse notado.

Me sentia menos irritadiça quando ele tomou a palavra:

— O assunto surgiu poucos dias após a morte do meu pai, quando Duarte me convidou para passar uma temporada em sua casa. — Então ele realmente sabia de tudo. Inacreditável. — Na carta de pêsames que recebi, ele mencionava um pouco sobre a região e a filha poucos anos mais nova da sua nova esposa. Não sou idiota a ponto de não entender o que ele estava insinuando quando listou seus atributos e julgou que seria interessante abandonar o caos da minha cidade para passar alguns meses no interior. Então, sim, eu já imaginava que a ideia de unirmos fortunas surgiria.

Esfreguei as têmporas e soltei o ar lentamente pela boca.

— E você concordou com isso?

Vincent tombou a cabeça para o lado e seus cabelos se espalharam como uma cortina pela sua testa, conforme ele batucava os dedos no joelho — ao menos julgava ser isso que fazia, pois, as mangas do pijama eram grandes demais e eu não conseguia ver seus dedos.

— Não quero me casar com você — sentenciou, mas não de uma forma ofensiva. Estava apenas sendo sincero. — E apesar da sua cena suspeita de desmaio, sinto que o sentimento é mútuo.

Revirei os olhos.

— Eu já expliquei o que aconteceu — resmunguei.

— Não me importo.

— Se não pretende casar comigo, por que não protestou quando a proposta surgiu?

— Porque eu preciso me casar com alguém, de fato — explicou. — A herança deixada pelo meu pai encontra uma série de entraves. Benjamin, meu pai, não permitiu que eu fizesse uso dela plenamente após a sua morte. Há alguns... requisitos.

— Casamento seria um deles? — ergui uma sobrancelha.

Taehyung assentiu e esticou os braços atrás do corpo, dando sustentação a seu tronco magro e perdido dentro do pijama alguns números maior.

— Assumir totalmente os negócios da família em vez de me desfazer deles, casar com uma jovem de fortuna equivalente ou superior, não me livrar dos seus animais de estimação... Essas condições impedem que eu tenha direito a todo meu dinheiro. A parte desbloqueada permite que eu viva confortavelmente, é claro, mas não posso deixar nas mãos da justiça o que é meu... por direito.

— Então você quer, sim, casar comigo — acusei, de olhos cerrados.

Vincent sorriu de lado e gracejou:

— Não seja arrogante. Não tenho o menor interesse nesse casamento, mas confesso que preciso de uma pessoa que finja ser minha esposa quando retornar a minha cidade.

— Eu recuso — adiantei-me, resmungando. — Já havia rejeitado a ideia para Katherine e mantenho minha decisão mesmo após saber da sua trágica história com a herança absurdamente grande do seu falecido pai — ironizei.

Ele inclinou o corpo para frente, ficando a poucos passos de distância de mim. Vincent sustentava uma sobrancelha grossa erguida e uma postura calma, muito mais parecido com a versão controlada dos primeiros dias aqui.

— Não precisamos nos casar de verdade. Basta posar ao meu lado para algumas fotos que, com certeza, vão parar em capas de revistas e confirmar quando disserem que somos noivos e nos casaremos em breve. O resto pode deixar comigo.

— Vai forjar um casamento? — a pergunta escapou.

— Sim — deu de ombros, dizendo simplesmente.

— Sabe, não precisava vir ao interior para achar uma cobaia para seus planos — fiz careta. — Alguma mulher da sua cidade pode muito bem concordar com a sua ideia.

— Eu sei. Sei muito bem que teria uma fila enorme de pessoas interessadas na minha proposta, mas seria um incômodo futuro lidar com uma pessoa que sabe da minha mentira e mora na mesma cidade que eu. Quero me prevenir de futuras chantagens... e, principalmente, escândalos. Creio que você seja a pessoa ideal para evitar todo esse drama. — Seus olhos levemente puxados aguçaram-se na minha direção. Era como se ele soubesse em quê eu concentrava todos meus esforços. — De qualquer forma, um passarinho me contou que você também tem algo a ganhar com essa farsa...

Seu olhar afiado me deixou desconcertada, exposta.

— Não preciso de você para chamar atenção e ser uma cantora bem sucedida. Apenas ignore o que Katherine diz.

Taehyung sorriu. Desde o que ele dirigiu a mim no jardim, essa era a segunda vez que eu sentia que era um sorriso confinado apenas a mim.

— Eu posso ajudar com sua carreira. Posso fazer as pessoas aclamarem o seu nome e se ajoelharem diante dos seus pés. Você tem talento. Eu vi isso, ouvi isso. — Disse, convicto. Assim como eu sabia que borboletas tinham a vida curta e o seu rosto era a obra-prima mais bela que já vi. Seu sorriso estava me afetando. Precisava pensar direito e, para isso, precisava de espaço.

Sorri sem graça, engoli em seco e me levantei abruptamente.

— Não quero ou preciso ter a minha imagem atrelada a um casamento para conseguir o que eu quero — falei nervosamente, balançando a cabeça enquanto caminhava em direção a varanda.

— Mas eu não me referi apenas a isso. Eu posso ajudar. — Sentenciou mais uma vez.

A confiança e certeza em sua voz fez com que eu parasse de andar. Minhas unhas esmagaram as palmas das mãos conforme o suor frio as faziam deslizar sobre a pele. Meus ombros estavam rígidos, a respiração oscilava, sequer sabia por que aquelas palavras me afetavam tanto e pareciam tão... sinceras?

Aquilo quase me emocionou.

Só então notei que ele se aproximava. Taehyung parou ao meu lado, seu braço roçava sutilmente no meu.

— Posso ajudá-la a realizar seu sonho. Posso ajudá-la a ser uma cantora renomada — ele continuou, pois, sabia que eu estava prestando atenção em qualquer palavra ou sinal dele. — Você precisa de alguém que abra um leque de oportunidades e a liberte das garras da senhora Smith. Eu posso fazer isso.

O jeito que ele falou de Katherine foi quase gentil comparado a forma como eu me sentia presa sob seus cuidados. Eu não era estúpida a ponto de não entender que eu já era uma mulher maior de idade e, em tese, dona da minha vida e do meu destino. Mas haviam coisas que me prendiam a ela. Por quase vinte anos, éramos somente eu e Katherine contra o mundo. E, durante esse tempo, ela esteve me envolvendo em uma teia extremamente complicada de se desvencilhar. Não era algo que se desfazia da noite para o dia. Laços familiares eram os mais difíceis de se cortar, pois, ainda que o fizesse, o vínculo permaneceria marcado em você de todo jeito, como uma tatuagem indesejada feita em um momento de loucura.

— E por que eu deveria confiar em suas palavras? — insisti.

Não acreditava que estava cogitando mesmo a possibilidade...

— Porque eu sei que sua mãe não fará isso por você, e eu sei que a espera dela apenas a deixa desesperançosa e triste. — Ele fez uma breve pausa. — Mas, acima disso, porque eu sei que fui a primeira pessoa estranha a quem você permitiu apreciar seu canto de perto, em uma plateia.

— Eu não permiti que me ouvisse. Você permaneceu no bar quando eu não sabia que estava lá — revirei os olhos, bufando.

Ele sorriu de lado, com a cabeça inclinada um pouco para baixo. Me sentia como uma criança quando ele me lançava aquele olhar. Era uma nova versão dele que descobri naquele dia no jardim e na calada dessa noite, mas que eu odiava da mesma forma: o Vincent que parecia mais inclinado a falar e me provocar, o que não acontecia com frequência em suas conversas com Duarte.

— É quase a mesma coisa, jagiya. Quase a mesma coisa.

Franzi as sobrancelhas em confusão. Taehyung deu de ombros e enfiou as mãos nos bolsos da calça.

Darling seria a tradução literal.

— Não me chame assim — resmunguei, ranzinza.

Um sorrisinho sarcástico escapou dos seus lábios e ele ronronou próximo ao meu ouvido:

— Mas é o seu nome, não é, jagiya?

Bufei e virei o rosto para o lado oposto.

— Então, vai aceitar a minha proposta?

Mordi o lábio inferior e ponderei.

— Se não cumprir com o combinado, eu desminto qualquer rumor de noivado na mesma hora e você perde parte da sua herança completamente, entendidos? — Frisei, e ele murmurou em concordância. — E evitaremos contato desnecessário na frente das câmeras e das pessoas, bastam algumas fotos e sorrisos simpáticos nas festas que Katherine pretende dar.

Vincent levantou as mãos em forma de rendição.

— Jamais ousaria ir além disso. Meu intuito é apenas fomentar um romance na imprensa e forjar uma comprovação falsa do nosso matrimônio.

Não sei se devo ficar ofendida ou não com seu comentário, mas assenti e disse:

— Nesse caso... temos um acordo.

Vincent estendeu a mãe na minha direção e disse:

— Você não irá se arrepender, jagiya.

»🎙️«

*Tradução:

"É como se você

De repente estivesse me fazendo hesitar

Mas me faz continuar

Uma doçura emocionante, não consigo parar."

Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de votar e comentar, por favorzinho. »🥺«

Beijos da Blue e até o próximo capítulo! »💙«

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