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12. Evento

They whisper in the hallway, "she's a bad, bad girl"

🎶Taylor Swift, Miss Americana & the Heartbreak Prince.*

DESTINY CINTILAVA COMO a joia mais rara em exposição. Conforme ela descia as escadas e o seu vestido longo dançava ao redor do seu corpo esguio — de uma distância curta, pois não possuía armação —, ela parecia um anjo indo de encontro a algum evento sagrado. O vestido era branco, as alças cobriam apenas a pele dos ombros magros — onde escorregava pelos seus ombros pedras penduradas à peça —, o decote canoa realçava os seus seios e havia muito brilho. Várias fileiras verticais de pedrinhas brilhantes adornavam o tecido, assim como o colar que circundava seu pescoço e início do colo. Na correria do dia, ela havia se esquecido de chamar uma profissional para ajeitar os seus cabelos, mas considerou que fizera um ótimo trabalho com o penteado simples feito por si. Seus cabelos dourados estavam totalmente presos atrás da cabeça, sem interferir nos detalhes do vestido ou do colar caro que usava. Ela seria a atração principal daquela noite, o motivo pelo qual as pessoas derramariam rios de dinheiro aos seus pés sob o pretexto de estar contribuindo com a causa nobre que defendia. Mas, no fim, todos estavam mais interessados em saber quem conquistaria um jantar a sós com a jovem cantora.

Por isso, mais uma vez, Destiny estava vestida para marcar sua presença na memória de todos.

O evento aconteceria em uma casa de festa anexada ao lar para animais abandonados, na propriedade absurdamente escandalosa de Helena Springs. Então, o desfile pelos corredores do Moonchild foi breve e logo ela estava em um carro luxuoso a caminho do local. Niklaus ainda estava preso em uma reunião com seus patrocinadores, segundo mensagem que pediu para Jackson repassar mais cedo.

Destiny estaria por conta própria no evento.

O caminho até lá foi tranquilo. Joseph, o novo motorista de Niklaus — e consequentemente seu também —, era um homem de poucas palavras e muito discreto. Eles não trocaram mais do que os cumprimentos necessários e Destiny pode desfrutar do caminho com as janelas abertas e a cabeça encostada no encosto do banco de trás. Seus olhos estavam pesados, da noite não dormida e dos pensamentos que não deixavam seus dois encontros com Vincent, mas não se permitiria recuar agora que estava tão perto da festa.

Destiny foi recebida por fotógrafos e repórteres alvoroçados, causando tumulto na entrada do grande salão. Ela deveria imaginar que mesmo um evento beneficente organizado por si em parceria com outra pessoa chamaria a atenção da imprensa. Joseph era jovem e experiente no assunto, por isso, se encarregou de protegê-la no caminho até as portas de entrada, assim como obteve ajuda dos seguranças já presentes no local. Várias pessoas haviam aconselhado a jovem cantora a ter seguranças no seu encalço, mas ela não confiava nas pessoas o suficiente para entrarem na sua vida dessa forma — acompanharem-na em todo lugar, como uma sombra.

Flora era uma boa segurança. Ela até podia latir, às vezes, mesmo que vestisse a capa da indiferença em relação ao par de pessoas com quem se importava. Uma pena que foi enviada para longe de Olive Springs — assim como Destiny — e lá decidiu construir sua vida.

Ao fecharem as portas de entrada atrás de si, foi como se o mundo entrasse nos eixos novamente. O silêncio inundou seu corpo, que caminhava por um corredor extenso até o salão de festas onde tudo estava acontecendo. A música que já podia ouvir era baixa e genérica, do tipo que se ouviria em qualquer restaurante, bem típica para o ambiente. Helena Springs amava a natureza um pouco mais do que amava os animais. Por isso, a decoração era primordialmente verde. Haviam plantas de verdade para todos os lados, que se mesclavam com as plantas artificiais. Grandes vasos sustentavam plantas ornamentais, cujos galhos e folhas pendiam do suporte onde estavam penduradas. Vagando por aquela parte de sua propriedade, Destiny vislumbrou uma estrutura cujo pátio era aberto e colunas grossas sustentavam o primeiro andar daquela construção. Haviam plantas para todos os lados, algumas eram ornamentais e enroscavam ao redor dos pilares e desaguavam no primeiro andar — interditado para essa ocasião —, uma pequena fonte que refletia a lua prateada acima de sua cabeça e, mais a frente, várias portas abertas que davam acesso ao salão.

A ameaça de chuva fez com que os convidados aguardassem por sua chegada no salão propriamente dito, onde uma banda contratada tocava a música sem graça e garçons se misturavam com os convidados em suas roupas extravagantes. Vários pares de olhos fixaram-se na joia rara quando ela foi avistada. Parada em uma das portas do salão, Destiny sorriu para ninguém em específico enquanto fazia sua entrada chamativa. As pessoas comentavam sobre ela; sorviam cada detalhe da sua presença como se estivessem a procura de uma fraqueza ou defeito. Mas nada disso era possível encontrar na convidada mais aguardada da noite, pelo menos não na superfície.

Cerca de dois minutos se passaram até que a primeira pessoa tomou coragem de falar com ela. Destiny já segurava a primeira taça de espumante quando Jorah Seaborn se aproximou, serpenteando seu corpo magro entre os convidados como uma cobra. Ele tinha cerca de cinquenta anos, cabelos grisalhos e ossos da bochecha saltados. Apesar da figura desagradável, Destiny agradeceu por não ser uma das pessoas que ela não conhecia — a lista deixada em seu quarto de hotel fora inútil, pois a jovem cantora passou o resto do dia lutando contra uma forte enxaqueca. "Esse dia poderia acabar logo", não deixava de pensar.

— Aí está você — ele disse, sorrindo com seus lábios finos e rachados. — Está esplêndida, minha querida.

Destiny sorriu, a língua brincando no céu da boca enquanto analisava os seus passos.

— Não tanto quanto esse lugar. Helena nunca perde a chance de ser extravagante.

— Nem mesmo que seja apenas para ajudar pobres animais abandonados — havia um quê de ironia em sua voz. Óbvio, pessoas como Jorah não engajavam em causas como essa se não houvesse muita bebida e fofocas no final do dia. Era disso que sua Revista se alimentava, afinal. — Me pergunto por que todo esse dinheiro não foi convertido em fundos para a própria instituição, não acha?

A alfinetada dele não passou despercebida, mas Destiny não era burra. Helena Springs possuía capital suficiente para dar uma vida de luxo a cada um dos animais da instituição. Mas qual seria a graça disso? Por que não tornar tudo em um grande circo por uma noite? Ela era uma mulher rica e sozinha após a morte de seu marido. Destiny não a julgava por encontrar um pouco de diversão em ocasiões como essa.

— Vale a pena o investimento. Os lucros após o leilão serão muito maiores do que a decoração da sua mesa e da bebida que preenche o seu copo, Jorah. — Rebateu, ainda sorrindo de lado, e completou: — E com certeza você terá a primeira capa da sua próxima edição. Pense no quanto irá vender.

Ele demorou alguns segundos até ceder, mas terminou rindo.

— É apenas por isso que estou aqui.

— E quanto a Janet? — Destiny varreu o salão com os olhos brevemente.

Encontrou alguns rostos conhecidos, como o rosto rechonchudo e simpático do diretor de cinema Elliot Karl; a famosa âncora do jornal das 7h da Morning Springs News, a senhora Hazel Stuart; e o modelo fotográfico queridinho do momento, Jeon Jungkook. O que a fez lembrar automaticamente que este último e ela estariam em um ensaio dali a alguns dias. O sorriso tímido que ele lançou a Destiny também indicava isso, um certo orgulho e expectativa.

Parecia haver um forte ímã na jovem cantora, pois, todos que ela avistava, sentiam seu olhar e automaticamente a encaravam em meio a multidão. Mas, ao não encontrar a Janet — a vaca da Janet —, ela tornou a olhar para Jorah.

— Ela não veio?

— Ela optou por editar a sua entrevista de hoje cedo, ao lado do John. Mas está interessada em um colar de pérolas da coleção que será leiloada hoje, tentarei arrematar para minha querida filha. Será seu presente de aniversário.

Destiny cerrou o maxilar. Céus, como ela queria dar um murro na cara dele agora. Não deveria se meter nos assuntos da família de sua melhor e única amiga, Flora, mas era repugnante a forma como Jorah Seaborn esquecia de sua outra filha por um motivo que sequer havia sido explicado-lhe. O que Flora poderia ter feito para sua vida ser sempre assim?

Diante do silêncio dela, Jorah aproveitou e perguntou:

— Falando no assunto, o que achou da entrevista?

Ela sabia que ele se referia a entrevista que concedeu ao jovem repórter, John.

— Um rosto bonito e perguntas vazias. Pensei que meu tempo seria mais valorizado depois de tantos anos, caro Jorah.

Não havia porque ela mentir ou ser cortês com ele. Jorah Seaborn deveria se ajoelhar aos seus pés e agradecer por ainda ter a chance de conseguir algumas entrevistas com ela. Era o que rendia melhor faturamento para revista que um dia seria herdada por Janet Seaborn.

— O rapaz está apenas começando — foi seu comentário, após dar um gole amargo no copo de uísque. — Podemos lhe dar um crédito.

— Não era do seu feitio admitir erros de principiantes, vejo que evoluiu.

— Tudo pelo meu futuro genro e sua carreira — ele não escondeu a informação.

Genro, claro. O noivo de Janet. Flora havia comentado sobre o grande babaca.

— Espero que faça bom uso da minha imagem e da minha reputação — ela se aproximou e fez questão de chamar a atenção dele para seus lábios quando sussurrou: — Eu percorri um longo caminho para construí-la.

Niklaus já havia alertado sobre a possibilidade de ela descer de seu pedestal ao falar com pessoas como Jorah. Mas não faria isso. Destiny havia percorrido um longo caminho até conquistar sua autoconfiança e ser ouvida pelas pessoas. Ela não abriria mão disso ou recuaria àqueles olhos enrugados, ou qualquer outro tipo. Conhecia bem as pessoas que sabiam do seu passado, e Jorah Seaborn não era um deles.

Ele não passava de uma peça descartável na sua vida. Um verme.

Jorah lançou-lhe um sorrisinho afiado e deu mais um gole no seu copo.

— Fiquei sabendo que será o grande prêmio da noite. Todos estão muito animados para o momento final — mudou de assunto.

— Considero que o grande momento será o montante que iremos arrecadar para a causa — Destiny sorriu, encarando-o por debaixo dos cílios longos e espessos.

— Tem uma visão muito otimista das pessoas aqui presentes, jovem.

— Oh, não, meu caro Jorah — virou o resto da taça de champanhe em um gole só, ao avistar Helena Springs subindo no palco para um show que estava prestes a começar. — Sou otimista apenas em relação ao bolso deles.

Piscou e foi em direção a anfitriã, deixando sua taça vazia na primeira bandeja de prata que encontrou. Helena trajava um vestido dourado, os cabelos brancos contrastavam com a pele negra e brilhante. Era uma mulher muito bonita e forte, apesar dos gostos extravagantes demais.

A música parou. Os convidados fixaram sua atenção nela.

— Boa noite a todos! — Helena sorriu e desceu seu olhar até onde a jovem cantora estava parada, esperando sua entrada. — E a minha querida Destiny — disse, piscando os olhos cor de mel. — Gostaria de agradecer a presença dos convidados e o compromisso com a Instituição Leopoldo Springs, que desde 1979 vem realizando um papel fundamental na proteção de animais de rua ou abandonados por seus donos. Atualmente contamos com mais de cem animais em nossas instalações e, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos nossos bichanos, esse evento foi idealizado.

A plateia bateu palmas quando ela fez uma pausa.

E o discurso em prol da defesa dos animais e da proposta da noite continuou:

— Como sabem, todos os anos organizamos eventos diversificados a fim de arrecadar fundos para nossa causa, como a gincana realizada ano passado ou a maratona do ano anterior a este. Este ano, é com muito prazer que tive o apoio da nossa querida joia rara no planejamento dessa noite. Sem ela, nada disso teria seguido adiante.

Os convidados aplaudiram mais uma vez, e alguns sorrisos foram direcionados à Destiny.

— Dentre os itens do leilão, temos a oportunidade ímpar de se juntar à querida Destiny em um jantar íntimo num restaurante à beira-mar. Mas peço que guardem a euforia, peguem suas plaquinhas e acomodem-se em seus assentos, pois a noite está apenas começando...

»🎙️«

Jungkook era uma companhia inusitada e bem-vinda. Quem visse sua performance em frente às câmeras jamais imaginaria que o rapaz era, na verdade, um pouco tímido. Apenas um pouco. Destiny não sabia se era devido à sua presença ou por causa dos olhares atentos dedicados especialmente a esta mesa, mas o jovem modelo resistia em sua postura gentil e educada. O leilão ocorria do jeito que se esperava: vários itens sendo apresentados pela cerimonialista e vários lances até chegar ao arremate. Mas Helena Springs parecia mais atenciosa com a conversa que mantinha na mesa que dividiam.

Era evidente que isso era um arranjo seu. Destiny, Helena Springs e Jeon Jungkook ocupando as três cadeiras do que deveria ser o espaço mais disputado da noite. Uma pessoa aleatória, que sequer havia sido oficialmente introduzida em seu círculo social, tendo a oportunidade de sentar ao seu lado naquela noite traduzia os esforços de Helena Springs em fomentar algum romance jovem e secreto entre dois amantes. Ela queria que Destiny carregasse a primeira capa das revistas, a matéria de destaque dos jornais e o maior espaço nos maiores tabloides. Mas Destiny não estava exatamente brava com a situação. Niklaus ainda não chegara — como prometera o fazer — e seu atraso passava dos trinta minutos combinados; e a jovem cantora já terminava sua quinta taça de champanhe e cada vez que um novo item era arrematado, ela esperava apenas o momento de sua venda. Se Helena Springs estava atirando-a para Jeon Jungkook, a este ponto somente torcia para isso render um jantar com ele na reserva do restaurante. Pouparia o estresse de conhecer outra pessoa daquele lugar.

Jeon Jungkook, ao menos, parecia inofensivo.

— Não ligue para ela — Destiny aproveitou a deixa quando Helena Springs avisou que iria ao toalete. — Sua presença pode ser um pouco intimidadora no começo, mas Helena é inofensiva.

O rapaz se sentiu confortável o suficiente para confessar:

— É a primeira vez que sou chamado para um evento assim. Estou surpreso por estar sentado com as idealizadoras da noite.

— Já era hora de nos conhecermos oficialmente, não acha? — Destiny sorriu de lado e pegou mais uma taça de bebida. Dessa vez era um drink vermelho, com uma cereja no topo. — Venho acompanhando seu trabalho já faz alguns meses. Gosto da forma como lida com sua carreira. Sem escândalos. Sem drama.

Ela brincava com a cereja presa entre seus dedos longos, as pontas do indicador e do polegar segurando o talo fino da fruta.

— Assim como você — ela olhou-lhe a ponto de ver seu lábio inferior tremer. — Tenho certeza de que será nossa parceria será ótima para nossa carreira.

Destiny buscava sinais de que ele pretendia concorrer ao grande prêmio da noite, mas seu instinto não tinha tanta certeza até o momento. Precisava insistir mais. Ela se inclinou em sua direção e tornou o ambiente mais íntimo.

— Sem drama não é exatamente como eu definiria minha carreira — ela sorriu e ele a acompanhou. — Mas estou buscando mudar isso. Por isso, também acho que seríamos uma parceria de sucesso.

Ela deslizou a mão pela mesa e apertou a sua, ainda sustentando o sorriso inocente em seus lábios.

Jungkook entreabriu os lábios, mas nada disse por alguns segundos, até que seus olhos avistaram uma figura à frente dos dois. Destiny acompanhou seu olhar até perceber que Helena havia retornado.

Droga, pensou e se afastou a contragosto.

— Não se incomodem comigo — Helena balançou as mãos na frente do corpo. — Podem continuar.

Destiny abriu a boca, mas foi interrompida pelo som mais alto vindo do microfone no palco, anunciando que o seu leilão iria começar.

Engoliu em seco, pensando que deveria ter sorteado apenas um show para o ganhador ou algo do tipo. Não um jantar que Helena faria de tudo para transformá-lo em um momento romântico.

Uma luz forte mirou o seu rosto. Ela não enxergava nada, mas o que importava para as pessoas ali era que elas a observavam muito bem. Viam cada nuance e poro do seu rosto, da sua presença. Sempre foi sobre conseguir observá-la melhor.

Então ela sorriu, e olhou na direção do que imaginava ainda ser o palco. Como esperado, o leilão durou mais do que os anteriores. Os lances foram aumentando, assim como a vertigem e o incômodo instalado no estômago de Destiny. Mas o que mais a deixava indignada era que Jungkook, o modelo, não abriu a boca sequer uma vez. Nenhum lance durante a noite inteira, e nem no momento mais esperado ele havia aberto a boca.

Já acreditava que teria de se virar com um desconhecido quando veio o veredito.

— Trezentos mil dólares é o lance. Dou-lhe uma. Dou-lhe duas... — a cerimonialista aguardou um breve segundo. — Dou-lhe três! Parabéns! A ganhadora é a senhora Hazel Stuart.

A indignação de Helena foi o que primeiro chamou sua atenção.

Então Destiny olhou para a mulher, que já tinha sua atenção fixada na cantora. Um copo de vinho erguido à frente do seu corpo fez um brinde silencioso à conquista. Destiny conhecia Hazel Stuart. Não da lista enorme que Jackson deixou em seu quarto de hotel mais cedo, mas do horário matinal em que seu rosto aparecia estampado no canal mais prestigiado do Estado. Era uma pessoa influente, bem de vida assim como todos aqui presentes. Mas... trezentos mil? Destiny não era tonta ao ponto de não desconfiar. Era um valor muito alto até mesmo para ela, uma jornalista que poderia entrevistá-la a qualquer momento no seu programa — e cuja oportunidade sempre esteve aberta.

Destiny, quase de forma mecânica, retribuiu àquele brinde e virou o conteúdo restante da taça de uma vez, sentindo uma leve dor de cabeça graças ao álcool queimando sob sua pele. Mas aquilo era o que menos importava agora.

Hazel Stuart havia ganhado Destiny.

»🎙️«

Nossa joia rara teve exatos três dias para pensar sobre aquela noite, mas, mesmo após tanto tempo, as coisas ainda não faziam sentido. Não fazia sentido estar sentada naquela mesa reservada, com um cardápio vasto à sua disposição, mas o apetite tão limitado. Do contrário, Destiny queria beber. Apenas beber, como se as duas taças que ingeriu minutos antes de entrar no carro e ir parar naquele restaurante não tivessem sido o suficiente para tirá-la desse estado de transe, atordoamento.

Hazel Stuart havia decidido quando reivindicaria seu prêmio ainda na noite do evento. Se aproximou de Destiny quando Helena (descontente) e Jungkook não estavam próximos e disse apenas o dia e o horário, e desde então ela não teve notícias da repórter.

A situação toda parecia contraditória, além do fato de que Hazel estava atrasada. Uma hora atrasada. Para a jovem cantora, não fazia sentido uma pessoa tão decidida como naquela noite, simplesmente se atrasar. O restaurante estava vazio, conforme Helena havia planejado. Os funcionários escalados para atendê-las, Destiny supôs, estavam na cozinha. Apenas um garçom de meia-idade aparecia de minuto a minuto, perguntando se a joia rara gostaria de pedir algo, o que foram tentativas frustradas até o momento, pois Destiny apenas havia pedido água. Tantos copos d'água em uma hora que sua bexiga já estava pedindo socorro, um chamado da natureza que Destiny piamente se pôs a atender.

Trancou-se no banheiro luxuoso e lavou as mãos até sentir a pele arder e ficar vermelha. Ela não era ignorada dessa forma há mais de três anos, se sentia insultada. A única pessoa que vinha descumprindo promessas ultimamente era Namjoon, pessoa querida o suficiente para que ignorasse a forma como aquilo a deixava irritada, como uma criança que não consegue ter o brinquedo que deseja.

Destiny saiu do toalete decidida a ir embora. Se Hazel tivesse algo a contestar, que fosse atrás de Helena pedir seu dinheiro de volta, mas ela não ficaria naquele restaurante nem mais um segundo, servindo de chacota para quem desejasse rir.

No entanto, ao retornar ao salão, surpreendeu-se por encontrar Hazel em pé diante da mesa reservada para as duas. Trajava roupas completamente pretas e segurava uma pasta contra o peito como se sua vida dependesse disso. Ela olhava para as enormes janelas de vidro à sua frente, que proporcionavam uma ampla vista do mar noturno.

Destiny parou a alguns passos de distância e ergueu o queixo. Hazel não a olhava, mas sabia que havia notado sua presença.

— Está atrasada — falou, a voz baixa e grave. — Sabe, eu posso não ser ainda uma grande estrela mundial, mas eu sei meu valor. E, principalmente, sei quanto vale o meu tempo.

— Eu também sei, afinal, eu o comprei. — Hazel respondeu, inclinando sutilmente a cabeça para o lado. Mas, antes que Destiny pudesse pensar numa resposta, acrescentou: — Na verdade, não exatamente.

Hazel se virou e sorriu para a jovem cantora, quando seus olhos azuis alcançaram os dela. Não era um sorriso simpático, era quase ensaiado.

— Recebi um cartão-postal de Olive Springs muito interessante há um tempo. Senti-me em uma caça ao tesouro; um cartão-postal me levou até um envelope, que me levou até um número de telefone, que me levou até uma pasta de arquivos e um depósito bem generoso na minha conta bancária. Trezentos mil dólares, para ser mais exata. — Destiny travou o maxilar e conteve quaisquer espasmos que seu corpo emitiu. Se não tivesse tanto autocontrole, estaria tremendo de raiva, ou de medo. — É de lá que você veio, não é mesmo? Não é muito longe daqui, talvez você já saiba do que eu estou falando. De quem. — Hazel assumiu uma postura afetada. — Confesso que a história não é tão convincente, qualquer um teria desligado o telefone na cara da pessoa. Não há evidências ou vestígios, afinal. Mas... eu resolvi arriscar.

— Eu não sei do que você está falando — Destiny insistiu, a voz dura.

— Eu acredito que sabe, Destiny... Eu acredito que você sabe exatamente do que eu estou falando — ela fez uma pausa proposital. — Destiny.

— Se você pagou os trezentos mil para tentar me convencer a contar alguma fofoca ou não, eu não me importo.

— O que eu tenho é muito maior que fofoca.

— Você não tem nada. — Destiny cerrou os punhos. — E o meu tempo já acabou. Estou indo embora.

Destiny deu meia volta e marchou até a saída, apertando a bolsa em seu ombro.

Ouviu apenas o sussurrado venenoso de Hazel dizendo "verdade, seu tempo realmente já acabou", quando todo o resto aconteceu em um piscar de olhos...

A noite fria abraçou a jovem cantora — que deixou seu casaco felpudo para trás ao sair às pressas —, uma forte luz clareou sua visão a ponto de cegá-la e um carro escuro subiu na calçada em alta velocidade, completamente desgovernado.

Em direção à Destiny.

»🎙️«

*Tradução:

"Eles sussuram no corredor: 'ela é uma garota má, muito má."

Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de votar e comentar, por favorzinho. »🥺«

Beijos da Blue e até o próximo capítulo! »💙«

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