Conflito
Hinata.
Só foi eu colocar o pé dentro do carro para as lágrimas virem como torrentes. Ouvi-lo gritar que me amava e não poder retornar e me jogar em seus braços era horrível. Eu não entendia porquê ainda obedecia meu tio, ele estava indo para a Coréia. Eu podia me virar com Naruto no Japão, as ameaças que meu tio fez não faziam muito sentido quando pensava que Hizashi moraria um longo tempo em outro país por causa de negócios.
Para recapitular, esse um ano passou como um flashe diante dos meus olhos. Não fiz nada de útil, me tornei só a sombra do que já fui um dia.
Eu deprimida, Sakura escondendo do Sasuke meu verdadeiro estado e a razão pela qual me afastei do grupo e de Naruto. O homem que eu amo preso... Eram tantas coisas para assimilar, minhas malas estavam prontas para a viagem. Meu tio e Hanabi já estavam a caminho da Coréia, eu só fiquei porque pedi ao meu primo uma ajuda para me despedir do Naruto e entregar meu presente. Neji inventou que precisava resolver questões do trabalho e garantiu que eu iria com ele e com Tenten ainda hoje. Pois é, minha prima postiça não pensou duas vezes quando Neji contou que iria se mudar. Como ele era o braço direito do pai, não podia deixá-lo sozinho. Neji, inclusive, me contou que pretendia pedi-la em casamento assim que chegassem. Eu estava feliz por eles. Por todos, por Sakura que em breve se casaria também. Por Rin que já ostentava a barriga saliente da gravidez, enfim, eu era a única infeliz ali. Quero dizer, além do Naruto. Que claramente sofria por minha causa.
Quando Sakura soube que eu me mudaria ficou arrasada, mas entendeu que eu não podia ficar sozinha naquele estado. Eu já não era mais a Hinata de antes, a trabalhadora, cheia de vida. Eu precisava ser cuidada até me recuperar totalmente psicologicamente falando. Bom, a mente era tão ou mais complicada que o corpo. Sakura, entretanto, jamais me abandonaria, não importava a distância pela qual enfrentáriamos. Eu tinha certeza disso. Até sugeriu que eu morasse com ela, mas não queria dar trabalho. Minha amiga começaria uma vida a dois em breve e não cabia uma Hinata depressiva naquela equação. Além disso, era melhor eu me afastar do Naruto, quem sabe assim não o esqueceria? Meu tio jamais permitiria que eu ficasse no Japão, correndo o risco de correr para os braços do Naruto. O ex-presidiário que ele tanto desprezava.
— Hina, não fica assim. — Neji pediu, me olhando com ternura. Ele sofria por me ver sempre triste e abatida.
Meus primos se preocupavam muito comigo, já que eu não fazia progressos significativos com a psicóloga. Não sendo obrigada a viver longe do homem que eu amava. Não tinha muita motivação para superar meus traumas.
Eu tinha, em contrapartida, o apoio e a compreensão total dos meus primos. Neji mesmo tentou a todo custo enfrentar o pai, mas não era possível.
Todos dependiam do grande Hizashi, eu também agora que devolvi o apartamento e não trabalhava mais. Me tornando somente um rascunho de mim mesma.
— Eu o amo, Neji. — choraminguei e Sakura me acariciou do banco de trás.
— Hina, por que não conta tudo ao Naruto e manda seu tio se danar? — perguntou — Me desculpe o desrespeito Neji. — acrescentou rapidamente. — É que a situação mudou, Naruto foi solto, ele não vai poder te prejudicar de outro país.
— Não, eu entendo e até concordo, Hina. Meu pai vai ficar longe por muito tempo, você já é adulta e dona de si. Sei que as ameaças que ele fez são contundentes. Mas Naruto parece forte e resiliente, Sasuke é influente também, pode ajudá-lo a se reerguer. Vocês podem se reerguer juntos. Farei o possível para não permitir que meu pai os prejudique. — despejou afobadamente, vendo meu desespero. — Se quiser fico aqui até você estar melhor, recuperada, até que tudo seja esclarecido. Não faltará nada a vocês, tem minha palavra.
— Eu também te ajudo, Hina. — Sakura emendou. — Eu e Sasuke podemos ajudá-los. Obito e Rin também não desamparariam vocês se soubessem toda a verdade. Acaba com esse sofrimento, seu tio não é tão poderoso assim para ferrar a vida do Naruto dessa forma. E outra, existem outros países, vocês podem morar em qualquer lugar e recomeçar... não deixe que seu tio acabe com sua felicidade.
— Será que eu consigo? Quer dizer, voltar a ser a Hinata de antes? Me reerguer e ser feliz com Naruto? — por um segundo um vislumbre de esperança me atingiu. — Naruto foi solto, ninguém pode mandá-lo de volta para a cadeia, certo? E... e posso voltar a trabalhar, ele pode encontrar um trabalho também. Meu tio não vai poder prejudicá-lo agora que já cumpriu a pena... — divaguei sorrindo entre lágrimas.
— Isso aí, Hinatinha. — Sakura se alegrou. — Vocês podem superar esse conflito juntos, vocês se amam!
— Vou ligar para o meu pai e avisar que ficarei mais um tempo. Invento uma desculpa qualquer e vamos resolver sua situação. — Neji olhou para mim e acariciou meu rosto com a ponta dos dedos. — Não me conformo em te ver tão triste por causa do meu pai, deveríamos ser uma família feliz. Deveríamos te apoiar e te acolher... O que ele fez não é correto.
— Mas e se ele descontar em você por me ajudar? — me preocupei.
— Eu não tenho medo, ele não tem ninguém em quem confie plenamente para apoiá-lo em suas decisões. Meu pai precisa de mim, não fará nada que me prejudique. — garantiu confiante. — Sua felicidade é mais importante. Tenten e Hanabi ficarão felizes com essa notícia também. Sentirão sua falta, mas sei que sua felicidade vem acima da saudade que sentiremos.
— Obrigada, primo. — agradeci.
— Sakura, sabe aonde Naruto vai ficar?
— Sei, na casa do Obito, tenho o endereço. Podemos ir até lá esclarecer tudo! — exclamou confiante.
Até que o rádio que servia apenas como um ruído de fundo, no qual eu sequer prestava atenção. Noticiou algo que eu não esperava ouvir, o que meu tio chegou a mencionar, mas eu me recusava a acreditar na possibilidade. Toneri fugiu do presídio de segurança máxima e estava à solta. Ele iria atrás do Naruto, depois viria até mim para acabar com o que começou. Passei a tremer freneticamente, minhas vistas escureceram. Meu coração batia acelerado em meu peito, a ponto de explodir. Doendo como se eu tivesse sido atingida por uma facada. A última coisa que meus olhos viram foi Neji desligando o rádio, sua voz soando distante:
— Fica comigo, Hina. Calma, respira fundo... — Sakura, Hinata está tendo uma crise de ansiedade... — e então eu apaguei.
(...)
Naruto.
Sakura atendeu a ligação do Sasuke, mas logo percebi que tinha algo errado. Ele colocou no viva voz e ela foi falando:
— Hina ouviu a notícia sobre a fuga do Toneri e teve uma crise de ansiedade. Estamos levando-a ao hospital. — informou, Sasuke balançou a cabeça, como se ela pudesse ver.
Meu peito se contraiu, Hinata não podia ouvir aquilo dessa forma. Ela parecia tão... Vulnerável quando nos vimos, eu queria estar perto para ampará-la em meus braços e garantir que aquele bandido não a machucaria. Que eu a protegeria com a minha vida se fosse necessário.
— Não a leve ao hospital ainda, vou pedir proteção. Afinal, nunca se sabe. Me fala onde estão, estou indo encontrar vocês. — afirmou austero.
Sakura passou as coordenadas, informando que estavam parados amparando Hinata. Sasuke assentiu e se despediu, solicitando o reforço em seguida.
— Calma, Naruto. Toneri não seria louco de dar as caras agora, correndo o risco de ser pego. Na certa ele vai sair de cena e, no pior dos casos, é mais provável que venha atrás de você. Não da Hinata. — ponderou e até fazia sentido, se aquele desgraçado não fosse um louco psicopata. Ele podia querer usá-la para me atingir. Ou continuar com o plano louco de conseguir dinheiro às custas da Hinata. Colocando a família dela e a própria Hinata em perigo no processo. Ele era capaz de tudo para atingir seus objetivos.
Nesse instante, contatei que preferia que Hinata estivesse longe do Japão. Que já tivesse viajado com o tio, era melhor tê-la distante e segura. Do que na mira do Toneri.
— Quando se trata daquele maníaco não dá pra ter certeza de nada. — Sasuke revidou pisando no acelerador.
Eu só pedia aos céus que nada de mal acontecesse com ela novamente... Eu não iria suportar, por Deus, aquele inferno não teria fim?
____
Tururu.
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