Casamento
Estávamos em meio a primavera e as cerejeiras desabrochavam lindas, tornando tudo um pouco cor de rosa. Sasuke olhava encantado para as flores durante o piquenique que fazíamos entre nossas famílias.
Rin e Obito, com o Iori, Sasuke e Sakura com a — quase minha futura nora — Sarada. Neji e Tenten com a Chisaki, que completou quatorze anos ontem. Hanabi e Konohamaru com a sementinha do fruto do amor deles ainda no ventre da minha prima. Kakashi e Shizune, cujo o filho — Takashi — não pôde vir por estar de férias com os avós. Para completar, eu e Naruto com nossas pequenas preciosidades Boruto e Himawari. Várias famílias felizes e realizadas. Meu tio estava em lua de mel com a nova senhora Hyuuga. Enquanto nos mantínhamos aproveitando o clima ameno para ficar com as crianças.
— Vamos brincar de pega a pega? — perguntou Himawari, que ostentava seus oito anos.
— Hima, eu já estou muito velho pra brincar assim. — reclamou Boruto, que não tirava os olhos de Sarada.
— Ah vamos, maninho? — insistiu e sentou no meio dos dois. Sarada sorriu, alisando os cabelos dela.
— Eu brinco com você, Hima. — afirmou alegre.
Sarada era um amor de menina, eu fazia muito gosto que Boruto ficasse com ela futuramente. Isso se Sasuke não quisesse matá-lo antes, digamos que ele era meio super protetor quando se tratava da filha. Ao passo que Sakura já os via praticamente a caminho do altar.
Iori, o mais velho de todos, mantinha a atenção em Chisaki, minha prima. Estava na cara os próximos casais que se formariam. Não era de se estranhar que Neji e Sasuke estivessem com feições carregadas de ciúmes.
Neji não ficava muito atrás quando o assunto era ciúmes e quando Iori se afastou sorrateiramente com Chisaki, seus olhos os seguiram. Não fosse Tenten lhe dar um sutil cutucão no braço, ele teria ido atrás.
Sorri observando a cena, nesses anos que se passaram eu me casei com Naruto. Sakura com Sasuke, Neji com Tenten, Hanabi conheceu um garoto na faculdade e não o largou mais. Se casaram recentemente e agora ela espera o primeiro filho do casal, que será muito mimando por todos nós. Já que nossos filhos estão meio crescidos, só nos resta babar no próximo bebê a caminho. O mais problemático era Kakashi, sempre fechadão, sério. Pensávamos que morreria sozinho, até que Shizune apareceu e conseguiu ultrapassar a barreira invisível em torno de seu coração. Takashi era a prova de que nada é impossível quando se trata de amor.
Tanto que Kakashi falava com o filho ao telefone em meio ao piquinique e Shizune pedia para Takashi não comer muito doce. Porque aparentemente seus pais mimavam ao extremo o neto.
Analisei todos sorrindo e conversando, constatando que o sonho de Naruto havia se realizado. Sem dúvidas com mais pessoas envolvidas, no entanto, era o mesmo sonho. Nós juntos e felizes, nossos filhos brincando, já que Boruto cedeu às investidas da irmã e juntamente com Sarada, corriam atrás um do outro. Rindo, felizes.
Eu me sentia feliz.
Olhei para Naruto, que jazia deitado em meu colo, fazendo o mesmo que eu. Ele havia reparado, afinal.
— Seu sonho se realizou. — gracejei.
Naruto sorriu de olhos apertadinhos.
— Sim — tocou de leve a ponta do meu nariz. — Não foi apenas o meu. — olhou ao redor e todos os casais se encaravam apaixonadamente. Uma atmosfera romântica pairava no ar, como se a primavera reacendesse a chama do nosso amor.
— Estou feliz. — admiti, acarinhando seus cabelos loiros. — Muito feliz.
— Eu também minha vida. — declarou e me inclinei para beijar sua boca.
— Argh. — Boruto vinha até nós nesse instante.
Os cabelos loiros e suados grudavam na testa por causa do calor. Sarada caminhava logo atrás com Himawari enroscada em sua cintura.
— Deixe de ser boba, sua mãe e eu nos amamos e é isso o que se faz quando você gosta de alguém. — revidou, olhando para Sarada.
Boruto corou instantaneamente e ficou sem palavras. Por sorte a garota não entendeu a indireta, vindo inocentemente na direção dele.
Himawari sentou na barriga do pai e ele quase engasgou sem fôlego. Dei risada.
— Ei, seu cabelo está todo desgrenhado. — Sarada tocou a franja do Boruto. — Deixa eu ajeitar.
— Nã-não precisa. — rejeitou gaguejando.
Boruto nunca hesitava, geralmente era confiante e articulado com as pessoas. Ao que parece Sarada conseguia tirá-lo do prumo.
— Caramba. — ela se surpreendeu com algo que viu no rosto do Boruto. Olhando fixamente para ele, continuou: — Seus olhos são, tipo, muito azuis. Muito mesmo! — frisou admirada.
Boruto parecia nem respirar com a aproximação.
— Sã-são iguais os do meu pai. — conseguiu dizer entre gaguejos.
Sarada olhou para Naruto por um segundo e voltou a olhar para o alvo da sua atenção.
— São muito mais azuis. — concluiu, por fim, se afastando como se nada tivesse acontecido.
Boruto colocou a mão no coração, ainda de olhos arregalados. A respiração entrecortada, quando viu que estávamos com o olhar nele ficou tão vermelho que parecia a ponto de explodir.
Sarada foi para perto dos pais, que estavam em uma bolha de afeto tão densa e visível. Que não notaram o acontecido recente. Sorte do Boruto, o amor pela Sakura era mais forte do que o ciúmes que Sasuke sentia da Sarada. Do contrário meu filho estaria em maus lençóis.
Percebi que Boruto precisava de alguns minutos para se recompor. Portanto, chamei a atenção de todos para mim.
— Sei que estão apaixonados e tal. — fiz graça, atraindo os olhares dos nossos amigos. — Mas vamos comer, né?
— Vamos! — Rin largou Obito repentinamente e ele fez um bico. Seus cabelos brancos já estavam visíveis.
Obito continuava o mesmo homem confiável de sempre. Em comparação, Rin parecia banhada no formol. Não indicava a idade que tinha de jeito algum.
— Tô varada de fome. — argumentou Hanabi, dando uma pausa no romance com Konohamaru.
— Você tá sempre varada de fome. — Konohamaru replicou, rindo.
— Vem me ajudar Boruto! — Sarada chamou, me levantei também para auxiliar com a comida.
— Vocês não acham que estão muito juntos? — Sasuke reclamou, ficando entre Boruto e Sarada.
— Deixe de ser rabugento. — Sakura o repreendeu.
Achei graça.
— Que pena que Takashi não pôde vir. — Naruto lamentou para Shizune.
— Sim, mas meus pais morreriam se o neto não fosse passar um tempo com eles. — respondeu cheia de saudades.
— Mande um abraço pra ele quando conversarem de novo. — eu sorri.
Shizune assentiu retribuindo o sorriso. Takashi era um amor de criança.
Enfim, todos eles eram meus melhores amigos. Mais precisamente, minha segunda família.
(...)
— Mãe, e se a Sarada não me quiser? O que eu vou fazer! — choramingou Boruto, deitando no meu colo feito um garotinho.
O que claramente já não era. Tornara-se um homem, um jovem homem. Aos seus dezoito anos, sempre nutriu uma paixonite por Sarada em segredo. Mas não tinha coragem suficiente para confessar seus sentimentos. Sakura e eu fazíamos o possível para dar uma ajudinha. Contudo, Boruto era tímido demais no quesito romântico e não tomava uma atitude, o que dificultou as coisas. Pois Sarada era linda de morrer e chovia pretendentes para ela. Além de tudo, meio que minha afilhada enxergava Boruto como um melhor amigo. A famosa friendzone. Tadinho do meu filho.
— Boruto, seja um homem. — instigou Naruto, a voz firme e rouca soando incisiva. — Se declare e conquiste essa garota, você é um Uzumaki Namikaze!
— E um Hyuuga. — acrescentei rapidamente, fazendo careta para Naruto. — O que seu pai quer dizer é que chegou o momento de se declarar. Senão você vai perder o amor da Sarada mais hora menos hora, filho. — expliquei, torcendo para que seus sentimentos fossem correspondidos.
— Está certo. — levantou num pulo, aprumando a roupa. — Vou me declarar agora mesmo e vou beijá-la, ou não me chamo Boruto Uzumaki Namikaze Hyuuga!
— É isso aí, maninho. — Himawari entrava em casa com um amigo a tiracolo, o que imediatamente captou a atenção do pai coruja.
— Ei, ei... onde estão indo? — indagou fuzilando o garoto com o olhar.
— Estudar, lembra? — alertou Himawari, com um tom de dard.
Eu ri.
O ciúme da filha era algo que Naruto não precisava lidar até pouco tempo. Não como Sasuke e Neji. Já que Himawari era nova demais para atrair interesses românticos antes.
— Agora você entende o Sasuke e o meu primo. — impliquei, indo preparar alguns lanches para as crianças.
— Não quero saber, eles vão estudar sozinhos, no quarto? — frisou indignado. — Boruto bufou percebendo que seus conflitos amorosos já não importavam tanto para o pai e saiu batendo o pé.
Eu esperava que fosse em direção à casa da minha futura nora, não aguentava mais ver meu filho se lamuriando pelos cantos.
Suspirei.
— Boa sorte, Boruto. — falei ao vento.
(...)
Naruto e eu estávamos em casa, assistindo filme e comendo pipoca. Enquanto Boruto jazia com Sarada em uma espécie de encontro romântico. Foi uma alegria quando ele contou que Sarada ouviu sua declaração e se inclinou para beijá-lo. Naruto e eu vibramos, com direito a dancinha da vitória e tudo. Liguei imediatamente para Saky e perguntei se ela sabia dos detalhes, além de Sasuke querer arrancar o coro do meu filho, não havia problemas maiores. Sakura lidaria com o marido tranquilamente.
Da mesma forma que eu precisaria conter Naruto quando chegasse o momento em que Himawari nos apresentaria seu primeiro amor. O tempo corria rápido e eu via seu reflexo no espelho. Meus cabelos já não eram tão escuros como antes, minhas costas doíam e meus joelhos faziam crec quando eu me abaixava. Naruto não ficava atrás, o tom de loiro dourado que preenchia sua cabeleira já estava meio mesclado de branco. Ele não tinha mais rompantes no estilo me pegar no colo e me girar no ar, porque corria o risco de travar a coluna. Essas coisas.
Só um detalhe não mudava entre nós, era o nosso amor. Que continuava tão ou mais firme que antes. Sólido. Essa era a palavra.
— Minha hime — sussurrou rente ao meu ouvido. — Que tal deixarmos o filme para depois e fazermos algo mais... interessante? — propôs sugestivo.
— Eu iria adorar. — respondi baixo, minha voz se perdeu quando Naruto mordiscou o lóbulo da minha orelha. — O que vai fazer?
— Talvez eu devesse te mostrar, sabe, agora... — e deixou um beijo no meu pescoço.
Estremeci e arfei quando Naruto me pegou no colo, como se eu não pesasse mais do que cinco quilos. Seguindo comigo em direção ao quarto, sem cessar os beijos em meu pescoço. É, talvez e só talvez eu o tenha subestimado um pouquinho. Mas não importava, o fogo do nosso amor ainda queimava.
Aquecendo meu coração e meu corpo.
(...)
— Felicidades! — Mitsuki, amigo do Boruto, desejou abraçando o recém casado. Seguido de Kawaki e outros rostos que queriam a todo custo chegar perto dele.
Havia uma fila enorme para cumprimentá-los, Naruto e eu estávamos no começo. Contudo, sempre alguém se adiantava e ficávamos para trás.
— Vem, somos os pais! — Sakura pegou minha mão e a de Naruto e nos puxou para frente.
Conseguindo furar a barreira. Éramos os pais, tínhamos esse direito.
— Meu filho. — Naruto puxou Boruto abruptamente e ele se chocou contra seu peito. — Desejo que você seja muito feliz, assim como eu e sua mãe somos.
Eu sorri e Himawari se enroscou no irmão.
— Até que enfim desencalhou! — gritou e Sarada gargalhou ao lado do marido.
— Obrigado pai. — Boruto agradeceu meio constrangido, meio lisonjeado. — E não grite essas coisas, Hima. — repreendeu a irmã que já ia em direção à cunhada.
Sarada estava exuberante, era uma das noivas mais lindas que eu já vi.
Sasuke, que estava afastado, foi se achegando timidamente. Uma carranca no rosto, mas os olhos entregavam sua felicidade. Sarada disparou para seus braços e ele a apertou contra si.
— A cerimônia foi linda, minha filha. — elogiou, beijando o topo da cabeça dela. — E se o Boruto fizer alguma coisa que você não goste, é só me chamar.
— Papai. — Sarada repreendeu, mas ria.
Nossos amigos se aglomeravam para cumprimentar os noivos e não queríamos monopolizar a atenção deles. De modo que corri para abraçar Boruto e Sarada, dando espaço para os outros amigos do casal também terem sua chance. Meu tio já era avançado na idade e estava descansando com a esposa em uma mesa afastada. Logo iriam embora, tanto agito não fazia bem para eles. Meus primos tumutuavam na pista de dança, porque furaram a fila logo no começo e cumprimentaram os noivos antes de nós. Inclusive, Kyo, filha do Konohamaru com a Hanabi, era igualzinha a mãe. Espivetada e alegre.
— Sejam felizes. — desejei sorrindo, segurando a mão de ambos, meu coração em festa.
Era bom ver a felicidade estampada no rostinho jovem dos dois. Assim como a nossa devia estar estampada quando Naruto e eu nos casamos.
Como se lesse meus pensamentos, ele me pegou pela mão e nos afastamos da bagunça que se formava próximo ao casal.
Espiei quando nossos amigos cumprimentaram os noivos e sorri. A vida fora gentil, afinal. O tempo passou, envelhecemos um tiquinho, mas constatei que eu tinha alcançado tudo o que sempre quis. Por muitos anos, superando minha crise pessoal, fui uma fotógrafa de sucesso. Enquanto Naruto seguia a carreira na polícia apesar dos pesares. Sasuke conseguiu inseri-lo novamente com a ajuda e a influência do meu tio. Conquistei muitos amigos, vi meus filhos crescerem. Meu peito estava preenchido com um calor de satisfação e felicidade que eu jamais imaginei provar.
— Eu te amo, Naruto. Sempre amei e sempre vou amar. Até estarmos velhinhos — declarei, puxando-o para mim. Haviam algumas rugas da idade em volta de seus olhos azuis.
Olhos que eu tanto amava e continuaria amando pelo resto da minha existência.
— Eu também te amo, hime. — recitou, deixando um beijo casto na minha testa, em seguida nos lábios. — Você deu sentido à minha vida.
Eu ainda estremecia quando ele me chamava de hime, mesmo após tanto tempo.
— É hora da noiva jogar o buquê! — Sakura gritou, atrapalhando nosso momento romântico.
O tumulto de mulheres foi generalizado e só vi quando Chisaki pegou o buquê. Fazendo Iori sorrir, beijando sua bochecha. Obito e Rin se agitaram. Neji e Tenten sorriram já sabendo o que viria a seguir. Um aê em coro foi ouvido em alto e bom som e eu suspirei de contentamento.
Minha felicidade estava completa.
Fim.
Acabou, espero que tenham gostado. Criei alguns personagens como a Kyo, filha do nosso konohana. O Iori, filho do Obito com a Rin, já os outros pesquisei mesmo e vi que alguém criou. Resolvi usar os nomes. Enfim, é isso!
Obrigada a quem acompanhou até aqui e deu mais uma chance para minhas fanfics.
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