Capítulo 62
Maria Laura narrando
Quando eu vim parar aqui, eu não sabia de nada.
Na verdade, eu só acordei, quando já estava aqui mesmo.
Flashback on
Abro meus olhos devagar, minha cabeça doía insuportavelmente.
Levei minha mão aonde tava latejando em minha cabeça e pude sentir algo grosso e molhado, quando olhei a ponta dos meus dedos vi sangue.
Olhei ao redor daquele lugar, afinal eu estava zonza e não sabia aonde estava.
Me sento no chão depois de entender que estava deitada e me encosto na parede, ainda confusa.
O lugar aonde eu estava não estava nem tão claro, mas também não tava escuro. Dava pra ver a pouca claridade na sala.
Toquei em minha barriga um pouco temerosa enquanto sentia minha respiração ficando ofegante.
— Por favor, crise agora não, crise agora não — Falo pra mim mesma enquanto minhas carnes tremiam.
Eu não sabia o que estava acontecendo, isso era o pior pra mim.
Respirei fundo recuperando meu fôlego.
Segurei na parede conseguindo ficar em pé.
Caminhei até uma porta que tinha ali e comecei a bater.
— Alguém me tira daqui... Socorro — Gritei — Isso só pode ter sido um engano — Voltei a esmurrar a porta
Ninguém dava resposta, e eu tava assustada.
Não por mim, mas pelos meus filhos.
Isso só podia ser coisa dos inimigos do meu pai, e eles não podiam colocar a vida dos meus filhos em risco assim.
Lembrei o que aconteceu com os dois policiais antes de eu apagar.
— Por favor, eu tô grávida... Me deixa ir — Volto a esmurrar a porta.
•••
Fiquei mais de meia hora gritando pra que me soltassem mais ninguém me atendeu.
Voltei pra o canto em que estava e me deitei novamente naquele chão frio, sentindo as lágrimas rolarem por meu rosto.
— A mamãe não vai deixar nada acontecer meus amores, nada — Passo a mão pela minha barriga
Suspirei engolindo o choro, e fechei meus olhos.
•••
Ninguém veio atrás de mim, ninguém abriu aquela porta a noite toda.
Eu gritei, chamei por alguém e nada... Nenhum ser humano se quer, nenhum barulho, nada.
Apenas o som da minha voz gritando e implorando que alguém me deixasse ir.
Eu tava confusa, afinal meu pai não tinha mais tantos inimigos que não fossem da polícia, e pra mim eles não iam sequestrar alguém apenas pra prender o meu pai, isso seria errado e contra a lei não?
Acordo sentindo meu braço ser chutado e abro meus olhos espantada, dando de cara com um homem mais velho.
— A princesinha acordou — Ele disse com deboche e sorriu.
Levantei um pouco assustada
— Por favor... Eu tô grávida, me deixe ir — Implorei com a voz embargada
— Ah... Disso eu já sabia... Eles são meus sobrinhos uh — Falou ainda com deboche e coçou o queixo.
Arregalei meus olhos.
Não, não podia ser...
O Muka disse que ele tinha se arrependido de tudo.
— Como sou mau educado... Deixe eu me apresentar, meu nome é Bernardo — Ele estendeu a mão pra mim.
Ignorei sua mão ali, totalmente em choque, mas ele puxou minha mão e depositou um beijo.
Puxei minha mão de volta
— Não seja mal educada princesinha... Aposto que a Lucy lhe deu uma educação melhor em — Falou com ironia.
— Você disse ao Muka que tinha desistido de tudo... Não faz sentido — Falei confusa.
— Na vida nada tem que fazer sentido Maria Laura... Veja você, grávida do meu sobrinho, sendo que ele foi treinado a vida inteira pra te matar — Balançou a cabeça
— Porque você tá fazendo isso comigo? Meu pai NÃO MATOU O SEU IRMÃO — Gritei.
Senti meu rosto arder e virar, ele havia me dado um tapa.
Segurei minha bochecha sem acreditar que tinha levado um tapa desse homem imundo.
— Fala baixinho comigo que eu não perguntei nada a você — Ele disse firme
— Porque está fazendo isso? — Perguntei com raiva
Aquele tapa tinha doído, meu rosto ainda tava ardendo, mas ele não precisava ficar sabendo disso.
— Porque eu odeio sua família... Eu odeio você... Aliás, não só eu ne? — Riu irônico.
A porta foi aberta e a Katiane passou por ela com um sorriso vitorioso nos lábios.
— Você tá nessa? — Perguntei assustada.
— Você acha o quê? Eu quero te ver no fundo do poço Maria Laura, no fundo do poço — Ela disse sorrindo.
Eles começaram a gargalhar enquanto eu tava assustada com aquilo tudo.
Flashback off.
Eles só vieram me alimentar a noite naquele dia, e assim tem sido, eu só faço uma alimentação por dia, a uma semana.
Eu não temo por mim, mas sim por meus filhos.
Me mexo batendo meu braço na parede sem querer.
Solto um gemido de dor e toco no corte ainda aberto que a Katiane fez.
O ódio passa por minhas veias ao lembrar da cena.
Flashback on
Três dias atrás, A puta da Katiane apareceu pra trazer minha comida.
— Oi Maria — Ela disse com deboche.
Revirei meus olhos e decidi ignorar, afinal eu tava com as mãos amarradas e não podia fazer nada contra ela.
— Não vai falar comigo? — Ela perguntou como se tivesse ofendida
Continuei em silêncio, sem falar nada.
— Foda-se eu não ligo mesmo — Ela deu de ombros e se agachou puxando meu cabelo.
Tentei me soltar e bater nela que riu.
— Eu te odeio — Ela disse entre os dentes.
Cuspi na cara dela que limpou com ódio e me deu um tapa na cara.
— Você é uma vadia mesmo não é Maria Laura? Uma vadia que ainda não entendeu as coisas.— Ela disse puxando meu cabelo pra trás.
— Quem não entendeu as coisas ainda foi você sua vadia desgraçada...o que você quer com tudo isso? Ajudando esse filho da puta? — Falei com ódio.
Eu sentia o ódio em minhas veias e só queria acabar com a vida dessa filha da puta
— O Muka... Eu vou ter o Muka e a gente vai viver feliz e juntos, longe de você... Ele vai acabar se esquecendo que você existe e eu vou poder viver feliz e livre de você no meio do nosso relacionamento — Ela disse pensativa e sorriu.
Eu nem queria sabe gente, mas eu tive tanta pena da ilusão da garota que acabei rindo, rindo não né, gargalhando.
— Ah claro... E o meu nome é tio Patinhas... Oh Xoxada, tu só esquece de uma coisa né? Quem vai casar com o Muka sou eu... Quem vai ter dois filhos dele sou eu... Foi por mim que ele lutou, sou eu quem ele ama... Não tu — Falei firme.
A louca da Katiane travou o maxilar e fechou os punhos me olhando com ódio.
Do nada a doida gritou e avançou em mim.
Me dando tapas na cabeça e tentando bater em minha barriga.
Foi quando ela puxou uma faca não sei de onde e encravou no meu braço, já que eu tava concentrada em proteger minha barriga, já que eu não sabia o que ela seria capaz de fazer a meus filhos.
Grunhi de dor quando senti a faca rasgar minha pele e perfurar a mesma.
Katiane deu risada e se afastou de mim.
— Isso é pra você saber com quem tá brincando agora — Ela disse debochada.
Meus olhos estavam marejados de dor, meu braço estava doendo.
A xoxada saiu daquele lugar e levou consigo a comida, me deixando sem comer aquele dia.
Flashback off
Sou despertada dos meus pensamentos com a porta sendo aberta.
Já que era noite, já sabia que era Katiane.
Minhas suspeitas foram confirmadas quando ela entrou pela porta, com aquele seu sorrisinho de sempre.
Mas dessa vez ela não estava com a sacolinha de comida na mão.
E também estava com o cabelo diferente, digo que estava imitando o meu.
Por mais que meu braço estivesse doendo, não consegui controlar a risada, afinal, estava ridículo.
— Tá rindo do quê sua vadia? — Ela perguntou puxando meu cabelo.
Tentei chutar suas pernas e até consegui, mas não com tanta força.
— Você ficou ridícula com esse cabelo — Falei direta.
Tentei novamente lhe mas foi falha novamente.
— E você com essa barriga... Tá parecendo uma baleia fora da água — Ela disse rindo debochada.
— Tem razão... Tudo culpa daquele pau gostoso do Muka — Falei também debochada.
Ela bufou e eu sorri vitoriosa, vendo que minha provocação tinha dado certo.
— Você tá com inveja porque eu estou linda — Mexeu no cabelo.
— Não... Eu tô com pena de você.. se eu fosse tu ia atrás do reembolso, que cabeleireira do podre — Fiz careta.
Senti meu rosto arder com o tapa que ela tinha dado e tranquei meus dentes.
— Tu ta se garantindo só porque eu tô amarrada aqui né vadia — me debati.
Ela se afastou e tirou do bolso da calça dela um garfo e um isqueiro.
A Katiane colocou o isqueiro pra esquentar a ponta do garfo com aquele mesmo sorriso diabólico e encravou em minha pele, me fazendo gritar de dor automaticamente.
— SUA LOUCA — Gritei me debatendo.
Ela gargalhou exageradamente e voltou a fazer o que tava fazendo.
— Acredite que eu queria mesmo era socar essa coisa que tu chama de gravidez, mas o Bernardo não deixa.
Ela disse com raiva e fez novamente a mesma coisa, dessa vez encravado o garfo perto do corte.
Gritei novamente de dor, sentindo as lágrimas em meus olhos.
— Para — Gritei desesperada de dor.
— Agora tu tá pedindo pra eu parar né? — Ela puxou meu cabelo pra trás, me fazendo tombar a cabeça — Tu lembra quando a minha amiga me pediu pra tu parar? Lembra quantas vezes eu te pedi pra parar de me bater? Tu é um lixo Maria Laura, um lixo — Ela cuspiu em meu rosto — Se depender de mim, você vai pagar por tudo — Ela apontou o dedo e soltou minha cabeça com tudo.
— Vai a merda — Falei firme
— Vai ficar sem comer e nem beber água hoje — Falou sorrindo e levantou — Amanhã eu volto — Piscou.
Ela saiu batendo a porta e me fazendo grunhir e chorar ao mesmo tempo.
Eu não sei o que essa louca e nem muito menos aquele filho da puta é capaz de fazer contra mim e contra meus filhos.
Senti as lágrimas grossas rolando por meu rosto e as enxuguei, tocando em minha barriga, ignorando completamente a dor que aquelas queimaduras estavam causando.
— O papai vai achar a gente, ele vai — Sussurrei e solucei.
Voltei a me deitar, abraçando meu corpo.
•••••
Eu não dormi a noite interior, apenas chorava e ficava temerosa.
Aliás, são poucas as vezes que consigo pegar no sono desde que cheguei aqui.
Senti fome e sede, mas não tive forças pra reclamar e nem protestar, afinal eu tava sem comer e beber desde ontem.
Já estava escurecendo quando a porta foi aberta e o Bernardo entrou por ela.
Meu corpo inteiro tremeu de medo.
Ele sorriu maldoso e se agachou a minha altura, como tava sem forças pra nada, apenas o acompanhei com o olhar.
Ele me puxou pelo cabelo me fazendo sentar.
— Vamo ligar pra aquele ingrato do Muka — disse com deboche.
Ele levantou e pisou em meus dedos me fazendo grunhir de dor.
Ele sorriu e começou a mexer no celular.
Ele novamente se agachou e colocou o celular no auto falante.
Ligação on
— Alô — A voz do Muka ecoou.
— Mu...ka — Falei e minha voz falhou.
— Alô — Ele repetiu
Provavelmente não tinha escutado já que a chamada tava chiando um pouco.
— Mu...Ka — Repeti e novamente minha voz saiu fraca
— Maria amor, sou eu calma — Ele falou desesperado
— Muka... Eu preciso de você — Falei com a voz trêmula
— Eu vou atrás de você, aonde tu ta? — Perguntou preocupado
Meu coração se encheu de esperança, mas infelizmente eu não sabia aonde tava.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, o louco tomou o celular da minha mão.
Ligação off
— Isso é algo que ela não vai poder responder — O Bernado disse sério. — Xau Mikael — Ele desligou.
Meus olhos se encheram de lágrimas e o Bernardo pisou em meus dedos novamente, dessa vez arrastando o pé.
— Parou o drama? Eu deixei você falar com o traidor... Tá vendo que não sou tão mal? — Ele gargalhou e balançou a cabeça
— Vai... A merda — Falei com a voz fraca.
Ele voltou a rir e saiu daquele quarto, me deixando ali, jogada no chão.
💭 Pelo menos eu falei com o Muka e sei que ele tá me procurando 💭
— A... Mamãe vai... Dar um...jeito — Falei com a voz fraca e os olhos marejados enquanto olhava pra minha barriga
•••••••••••••••••••••••••••••
Oi amores 😘 Coitada da Malau.
#SaveMariaLaura
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