Capítulo 61
"Não se atreva a olhar pela janela
Querido, tudo está em chamas A guerra do lado de fora da nossa porta continua devastando"
— Safe e Sound, Taylor Swift
Muka narrando
Depois que a Maísa saiu com o Thiago, eu sentei no sofá com a cabeça apoiada em minhas mãos, enquanto segurava o celular.
Não faço outra coisa na vida que não seja ficar pendurado nesse celular, esperando notícias da Maria Laura e dos meus filhos.
Faz uma semana que ela sumiu, uma semana.
Ninguém tem notícias, ninguém sabe aonde procurar.
GA já passou a visão pra todas as favelas do Rio, mas até às inimigas já tiraram o corpo fora, garantindo não ter nada a ver.
💭Se bem que eles não iam assumir que tem alguma coisa a ver💭
Mas porque meu peito insiste em acreditar que o Bernardo tem mesmo alguma coisa a ver com esse sequestro?
O que não faz sentido na minha cabeça é que se ele só odiava o GA por conta da vingança, agora não tem mais razões pra nada.
💭Talvez as pessoas tenham razão e você está viajando em acreditar que ele tem mesmo alguma coisa a ver com isso💭
Eu não sei, o que é fato é que estou enlouquecendo aos poucos.
— Muka — Lucy colocou a mão em meu ombro, me fazendo despertar.
— Oi — Suspirei e abaixei minha cabeça
— Você tem que comer alguma coisa... Faz uma semana que não se alimenta direito — Ela disse tentando manter a voz firme, o que estava sendo quase impossível.
Respirei fundo.
— Eu não tô com fome — Balancei minha cabeça e olhei a tela do celular.
— Se a Malau soubesse que você não está se alimentando, ela com certeza sairia de onde ela está e vinha te bater — Lucy disse com um sorriso fraco.
Impossível não pensar nela e em toda a sua marra...
Provavelmente ela colocaria a colher na minha boca a força, só pra que eu comesse.
Sorrio fraco com a imagem que imagino na minha mente.
— Você tem razão — Balanço minha cabeça
— Então vamos... Eu não sei que horas o Guilherme vai chegar... Pelo menos você e a Nanda me fazem companhia já que a Maisinha saiu — Ela suspirou.
Assenti e ela foi em direção a cozinha.
Levantei do sofá e subi a escada, indo em direção ao antigo quarto de Maria Laura.
Quando abri a porta pude ver a Nanda colocando o Miguel na cama.
— Oi — Sussurrei.
— Entra — Ela sinalizou com a mão.
Terminei de entrar o quarto e caminhei até a parede de fotos da Maria.
Toquei em seu rosto em uma das fotos e fechei meus olhos, lembrando do dia que eu tirei essa foto,pouco tempo depois da gente ir morar juntos.
Flashback on
— Vai... Tu tira a foto e eu posto — Ela disse me entregando o celular
— Que postar o quê Maria Laura... Tu tá de calcinha e sutiã — Falei sério.
— Deixa de ser homem das cavernas Muka — Ela revirou os olhos
— Homem das cavernas é meu pau... Vai postar foto de calcinha e sutiã pra os macho babar em tu não — Falei sério e entreguei o celular
Ela respirou fundo.
— Tô contando até 10 pra não quebrar a tua cara — Ela disse entre os dentes.
— Pode quebrar, mas foto de calcinha e sutiã não vai postar — Cruzei meus braços
— Ogro
— AFRONTOSA
— Pirracento
— Teimosa e não vai adiantar — Falei firme.
— Então tira, eu guardo — Disse com tédio e me entregou novamente o celular
Revirei meus olhos e tirei a foto.
— Cadê? — Perguntou animada e ficou em pé na cama.
Entreguei o celular a ela que olhou a foto com um sorriso largo.
— AAA meu Deus — Ela me abraçou e passou as pernas em volta da minha cintura
— Ficou linda — Pisquei
— Eu tô na foto né Muka, com certeza ia ficar linda — Piscou e beijou o ombro.
Apertei sua bunda e ataquei seus lábios em um beijo urgente
Flashback off
Ela realmente estava linda na foto.
Enxuguei as lágrimas que já queriam cair em meu rosto e suspirei.
— Tu muito a Maria né? — A Nanda perguntou atrás de mim.
Respirei fundo e assenti.
— Essa mulher é a minha vida — Toquei novamente em seu rosto na foto.
Olhei pra Nanda que tava com um sorriso confortante nos lábios.
— A Maria é forte... Eu aposto que essa hora ela deve tá colocando moral em quem quer te tenha feito isso com ela — Ela tocou em meu ombro e apertou.
Assenti e suspirei.
— Eu só quero ela comigo Nanda... Eu só preciso dela ao meu lado com os meus filhos e mais nada — Abaixei minha cabeça
— Vamos ter fé que o GA vai conseguir achar ela
Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, a Lucy entrou no quarto.
— Vamos almoçar? — Perguntou sussurrando por causa que o Miguel e o Pietro estavam dormindo.
Eu e a Nanda assentimos e saímos do quarto seguindo a Lucy.
•••••••••••
Depois do almoço, me deitei no sofá com o braço em frente ao meu rosto, e o celular em cima do meu peito.
Escutei a porta da frente ser aberta e tirei o braço de frente dos olhos e olhei pra ver quem tava chegando.
O Léo e a Avelyn estavam entrando.
Me sentei no sofá e o Léo veio até mim.
— Tá bem? — Léo perguntou preocupado
Olhei pra ele com ironia e sorri.
— O que você acha? Tô até pensando em fazer uma festa — Perguntei debochando.
— EITA GROSSERIA DO CARALHO — Avelyn gritou indignada.
Revirei meus olhos e joguei minha cabeça pra trás.
— Não adianta atacar ninguém Mikael... Você não tem culpa do que aconteceu — Léo disse firme.
Passei a mão por meu rosto e respirei fundo.
— Desculpa... É que tá difícil pra caralho — Puxei meu cabelo
— Eu sei — Avelyn disse me abraçando de lado.
Passei a mão por seu cabelo e fechei meus olhos.
— A gente tá aqui com tu Muka... Mas a gente também precisa que tu mantenha a calma, do que vai adiantar surtar? Isso não vai ajudar nem a tua mulher e nem teus filhos — Léo tocou em meu ombro.
Assenti e beijei o topo da cabeça de Avelyn.
— A gente vai encontrar ela, a gente vai — Avelyn disse firme
Eu queria muito acreditar que íamos mesmo.
Às vezes tudo fica tão difícil que paramos de acreditar que um dia vai se resolver, a fé fica fraca e a única coisa que sobra é dúvida.
Eu estou com a fé fraca, na verdade quem fortalecia a minha fé era Maria Laura, e agora com esse desaparecimento, eu não sei mais em o que acreditar.
Eu não quero acreditar que meu tio tenha feito isso.
Na verdade eu não sei mais o que pensar.
Eu já rodei o Rio de Janeiro inteiro atrás do meu tio, e não achei, o que me faz acreditar que ele realmente tenha se arrependido e ido embora.
Mas ao mesmo tempo a dúvida me consome, porque eu não consigo pensar em outra pessoa capaz de fazer algo contra a família Araújo.
••••••••••••
As horas passaram e a todo momento Léo e Avelyn queriam me distrair, tentar me fazer não pensar em tudo.
💭Como se fosse possível eu me distrair 💭
A porta da casa foi aberta e o GA entrou acompanhado do FA, Lucas e um outro cara com uma mochila nas costas.
Lucca e Jhessyka tinham vindo com a Marcella já.
— Alguma novidade? — GA perguntou fazendo toque comigo.
— Nada — Balancei minha cabeça e levantei.
— Esse aqui é o Sérgio, ele é um amigo antigo da Maria — FA apontou pra o tal cara
— Amigo? Ata — Avelyn disse com ironia.
O cara ficou branco do nada e eu Arqueei minha sobrancelha.
Lembrei que elas viviam falando de um tal de Serginho... Não, não é o que eu tô pensando.
— Muka, marido dela — Dei ênfase ao marido.
GA balançou a cabeça rindo fraco.
Estendi minha mão pra ele apertar e ele fez, meio receoso, mas apertou.
— Eu moro na Mangueira... Ahn, posso montar meu equipamento? — Ele perguntou encarando o GA.
— Senta ali — Nanda apontou pra mesa.
Cocei meu queixo e olhei pra o GA.
— Sério que tu chamou o ex dela? — Sussurrei com a cara fechada
— Ele é especialista no que faz... E para de besteira caralho, tô sem paciência — Ele disse sério.
Bufei mas assenti.
O cara começou a montar lá um bocado de coisa e pediu pra conectar o celular de todo mundo no sistema lá.
••••••
Já tava escurecendo e ninguém tinha recebido nenhuma ligação e nem nada.
Maísa e Thiago chegaram, eu tava concentrado enquanto o tal Sérgio me explicava as coisas.
— A ligação tem que ter no mínimo dois minutos pra gente conseguir rastrear — Ele apontou pra tela do computador.
Assenti
— Agora é só esperar — Falei cansado.
O GA e o Sérgio assentiram.
Mal fechei minha boca e meu celular começou a tocar,era um número desconhecido.
— É número desconhecido — Falei olhando pra tela do celular
— Espera, estou conectando — O Sérgio disse
— Atende logo — GA disse nervoso.
Assenti e atendi o celular um pouco desesperado.
Olhei pras pessoas na sala de todo mundo me encarava apreensivo.
Ligação on
— Alô — Falei esperançoso
A chamada tava horrível, falaram alguma coisa mas eu não consegui entender.
— Alô — Repeti
— Mu...Ka — A voz da Maria Laura saiu fraca
— Maria amor, sou eu calma — Falei desesperado.
— Muka... Eu preciso de você — Ela disse com a voz trêmula.
— Eu vou atrás de você, aonde tu ta? — Perguntei preocupado
— Isso é algo que ela não vai poder responder — A voz do meu tio ecoou.
Como eu tinha colocado no viva voz, vi o Léo levantar alarmado do sofá.
— Tio... Porque isso? — Perguntei com ódio, sentido minhas veias saltarem e meu sangue ferver.
— Xau Mikael — Ele desligou
— Bernardo — Gritei
Ligação off
Soquei a mesa com ódio e passei a mão pelo meu cabelo.
— Eu sabia que esse verme tinha feito isso — GA disse com o maxilar travado.
— Conseguiu rastrear? — Jhessyka perguntou com a testa franzida
— Não... Não conseguimos ficar dois minutos em chamada — O tal Sérgio disse e abaixou a cabeça
Soquei novamente a mesa e senti meus olhos enchendo de lágrimas.
Não podia ser, ele não podia ter me enganado assim.
— Eu juro que quero bater na tua cara — GA disse entre os dentes.
— Você não vai bater nele — Lucy disse firme apontando o dedo pra ele — Você tem que parar de culpar as pessoas Guilherme, principalmente quem não tem culpa das coisas... O Muka não tem culpa de ter um coração bom e ter acreditado que o tio, que criou ele, tava mentindo... Ele não tem entendeu? — Ela perguntou firme
— Isso mesmo Guilherme... Parou... Parou de tentar achar um culpado pra tudo? — Jhessyka perguntou — O único culpado é o tal Bernardo, apenas ele — Ela falou séria e cruzou os braços.
Ele tava calado e calado ficou.
— O que eu não entendo é o porquê dele está fazendo essas coisas, já que a desculpa dele era a tal vingança pelo GA matar a minha mãe — Léo disse coçando o queixo.
— Eu só quero ele morto — GA disse sério e saiu pisando duro da sala e subiu a escada.
— Eu... Eu vou atrás dele — A Jhessyka disse nervosa e passou a mão pelo cabelo.
Ela correu subindo a escada e eu suspirei.
Avelyn começou a chorar alto pela sala, sendo acompanhada da Maísa.
Marcella abraçou a filha, enquanto o Thiago abraçava a namorada.
Eu ainda tava em choque de escutar a voz do meu tio e ter minhas suspeitas confirmadas.
— Muka — Léo disse tocando em meu ombro.
— Eu tô destruído Léo — Falei com a voz falha.
Ele me puxou pra um abraço apertado, e eu chorei em seu ombro.
— Eu tô aqui irmão... Tô aqui pra tudo — Ele deu tapinhas.
Respirei fundo e passei a mão por meu rosto.
— Eu não tô conseguindo entender mais nada Léo... Mais nada — Falei chorando
O Léo me soltou e respirou fundo.
— Nem eu... Porque ele tá fazendo essas coisas? — Perguntou confuso.
— Não faz sentido... Não faz — Passei a mão pelo meu cabelo.
Não tava encaixando na minha mente o porquê do meu tio fazer alguma coisa contra a Maria Laura e os meus filhos.
Meus nervos travaram em meu corpo, e o ódio subiu em mim na mesma hora que a ficha caiu.
Meu tio sequestrou a minha mulher e tá colocando a vida dela e dos meus filhos em risco.
Travei meu maxilar e fechei meu punho.
— Muka tu tá bem? — Léo perguntou preocupado
Limpei as lágrimas que estavam em meu rosto.
— Ele agora tocou no que eu tenho de mais precioso... Chegou a hora dele acertar as contas dele... E quem vai cobrar a dívida sou eu — Falei firme enquanto sentia o ódio passar por minha veias.
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Oi amores 😘 Parece que o Bernardo não desiste em...
#SaveMariaLaura
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