Capítulo 59
"O erro dela é não ser você (...) Se Deus fez outra de você, tá decorando a casa dele, ele não vai deixar descer é uma minha outra dele"
— Quase, Cleber e Cauan
Leonardo narrando.
Eu mantinha minha atenção na estrada enquanto Avelyn não tirava a atenção do celular.
A gente tinha vindo passar o final de semana em São Paulo, mas com essa ligação, decidimos voltar pra o Rio.
De vez em quando ela batucava as unhas na tela do celular, e mexia a perna freneticamente.
— AAAA, isso tá me dando nervosismo — Berrei
Ela virou a cabeça pra mim que nem a menina do exorcista e me encarou séria.
— A minha prima ta sei lá aonde, eu tô nervosa, com um filho na barriga e vem me dizer que tu tá nervoso? — Perguntou séria.
— Avelyn, calma... Eu também tô preocupado com a sua prima, mas como você mesmo disse, você tá esperando uma filha também e precisa pensar na Bianca, o que vai adiantar você ficar nervosa? — Perguntei com minha atenção ainda focada na estrada.
Ouvi o suspiro pesado ao meu lado.
— É que eu tô nervosa Léo — Disse chorosa.
Olhei pra ela que tava enxugando as lágrimas com as costas das mãos.
Coloquei minha mão em cima da coxa dela e acariciei.
— Vamo ter pensamentos positivos ok? A Malau é forte e aquelas duas pestinhas que ela carrega na barriga também... Ela vai aparecer — Falei mais pra mim do que pra ela.
Na minha cabeça só passava que quem tinha feito isso, foi aquele verme do Bernardo.
Eu não acreditei quando ele se fez de Madalena arrependido e disse que ia embora, não acreditei mesmo.
💭Querendo mentir pra mentiroso💭
— Léo... Tu acha.. ahn.. tu acha que... — Interrompi ela.
— Sim Avelyn, eu acho que o Bernardo tem alguma coisa a ver com isso sim — Afirmei e respirei fundo — Eu não queria acreditar sabe, não queria mesmo que ele tivesse alguma coisa a ver com isso, afinal ele me criou e impediu que eu e meu irmão fosse da rua, ou virasse marginal... Mas infelizmente ele odeia a tua família o bastante pra usar a Maria Laura pra atingir teu tio.
Mudei a marcha e ela suspirou encarando a janela.
Senti a mão de Avelyn na minha novamente e a encarei.
— Não vamos pensar nisso ok? Meu tio tem inimigos que podem muito bem ter feito isso... Vai ver teu tio foi mesmo embora — Disse com um meio sorriso.
— Deus te ouça amor, Deus te ouça — Suspirei.
Avelyn encostou a cabeça no banco e virou pra janela, dando total atenção a estrada.
••••••••••••••••••••
Parei em uma lanchonete no meio da estrada, fazia duas horas que eu tava dirigindo, além de eu precisar descansar, Avelyn precisava se alimentar.
— Já disse que não quero descer do carro — Falou emburrada e cruzou os braços.
Coloquei a mão no cabelo e joguei a cabeça pra trás.
— E o que você quer Avelyn? — Perguntei cansado.
— Chegar no Rio logo — Fez careta.
Respirei fundo e comecei a contar até 10.
— Avelyn, você precisa se alimentar... Lembra o que o médico disse na última consulta? Que você não tá se alimentando direito e que isso pode fazer mal a Bianca? — Encarei ela.
— Léo... Eu não consigo comer pensando em aonde a Malau pode tá — Ela abaixou a cabeça e começou a brincar com as pontas dos dedos — Eu não consigo — A voz dela falhou.
Suspirei e levantei a cabeça dela, segurando em seu queixo.
— Eu tô aqui com você... Com a nossa filha... Eu sei que você tá preocupada com a Malau... Mas ainda falta chão pra gente chegar no Rio e você não comer não vai ajudar a Malau, pensa que ela ia odiar saber que você não tá dando comida a afilhada dela — Falei com a voz baixa.
Passei meu polegar em seus lábios enquanto ela suspirava.
É incrível o amor que a Avelyn tem pela Maria Laura.
Elas são irmãs, de alma e coração.
— Por você e pela nossa filha — Falou vencida.
Sorri de lado e tirei nossos cintos.
Sai do carro e abri a porta pra ela, que desceu sorrindo.
— Só tu pra me fazer sorrir em um momento como esse Léo — Falou com os olhinhos brilhando e me abraçou de lado.
Travei o carro e coloquei meu braço em volta da cintura dela.
Entramos na lanchonete e nos sentamos em uma mesa vazia.
💭Até porque não tinha como você sentar em uma ocupada né fio💭
— Tá pensando em quê Léo? — Perguntou com a testa franzida.
— Eu tava pensando que a gente se sentou em uma mesa vazia, mas depois me corrigi, afinal não tinha como a gente sentar em uma ocupada né — Dei de ombros.
— Beo Deos, só tu pra fazer piada até de tu mesmo — Ela balançou a cabeça
Peguei o cardápio e comecei a olhar o que tinha pra comer.
— Vai querer o quê? — Perguntei a olhando.
— Sanduíche natural — Fez bico.
— Boa sorte... Vou pedir um xbacon — Pisquei.
Ela fez uma careta e eu levantei a mão pra garçonete que tinha ali.
— O que vão querer? — A garçonete perguntou com um bloquinho nas mãos.
— Sanduíche natural e xbacon — Avelyn disse séria.
Encarei ela com a testa franzida, enquanto ela fuzilava a garçonete com o olhar.
— Ok — A garçonete disse toda sem jeito e se afastou da mesa da gente.
— O que foi isso Avelyn?
— O que foi isso Avelyn — Me imitou com voz de criança — Sempre se fazendo de sonso né? — Cruzou os braços e fechou a cara.
— Ah não — Joguei minha cabeça pra trás.
— Ah não uma piroca.. tava te comendo com os olhos sim... E vou te falar viu? Parece que tu gosta, porque fica se fazendo de sonso pra meu lado — Ela torceu o bico e olhou pra um outro canto da lanchonete.
— A mina nem tava olhando Avelyn — Balancei minha cabeça em negativo
— Se eu tô dizendo que tava é porque tava... Eu sou virginiana, você vai mesmo querer brigar pra quem tem razão? Te mostro que nessa guerra eu quem ganho — Falou firme.
— Desisto — Levantei minhas mãos em forma de rendição e decidi ignorar as crises de ciúmes dela.
Tanta hora pra essa mulher ter ciúmes e vem querer ter agora?
Nossos pedidos chegaram e eu já ataquei meu hambúrguer.
💭Tava com fome pra caralho também 💭
Avelyn começou a rir de mim e eu fiquei sem entender o porquê né, não tenho nariz vermelho.
— Tá rindo do quê? — Perguntei com a boca cheia
— Tu se melou de molho na primeira... — Se engasgou com a saliva enquanto ria — na primeira mordida — Terminou quando se recuperou.
Passei minha mão na boca pra limpar.
— Guardanapo existe pra isso — Falou revirando os olhos.
— Com a mão é mais fácil — Dei de ombros
— O cheiro desse bacon tá me dando vontade de vomitar — Fez careta.
Arqueei a sobrancelha
— Os enjôos não eram até o quarto mês? — Perguntei confuso.
— Mas eu enjôo viajando, aí com esse cheiro só tá piorando — Fez careta.
— Quer ir vomitar?
— Não.. eu quero água — Começou a se abanar.
— Tu tá bem mesmo Avelyn? — Perguntei preocupado.
— Tô.. eu só quero água... De verdade — Sorriu de lado.
Pedi uma água a garçonete e Avelyn pediu pra colocar o resto do sanduíche dela pra viagem.
Nem comi mais o meu, ela tava enjoando com o cheiro, então não ia fazer ela passar por isso.
💭Pra meu próprio bem né, porque Avelyn fica um porre enjoada 💭
— Vamos? — Perguntei assim que paguei a conta e ela tava se aproximando do caixa.
Ela assentiu e cruzou nossas mãos, enquanto a gente saia da lanchonete e voltava pra o carro.
Ela suspirou e antes que eu desejo partida, precisava acabar com essa nossa discussão.
— Olha... — Ela me interrompeu
— Eu fui criança.. Desculpa — Falou vencida.
Assenti, afinal não tinha necessidade daquela cena na lanchonete né.
— Eu nunca vou querer outra na minha vida Avelyn... É tu quem eu amo, foi por tu quem eu lutei, quem eu fui contra meu tio, irmão e contra um propósito que mesmo eu não acreditando, fui criado pra acreditar — Falei firme e peguei na mão dela.
— Eu sei Léo... Mas poxa... Eu fico insegura sabe? Eu tô com essa barriga enorme, e toda vez uma garota definida e toda cintura fina olha pra tu querendo sugar a tua alma... Sei lá... Tu é homem — Deu de ombros e abaixou a cabeça.
— Por eu ser homem que eu nunca vou te trocar morena... Nunca — Acariciei a coxa dela — Eu sou homem e sei muito bem que se você tá com essa barriga é porque tem um fruto do nosso amor aí dentro... Sei que você é a mulher da minha vida... Quem devia ter medo de ter perder sou eu — Sorri
Ela sorriu e me abraçou de lado.
— Como eu posso te deixar se tu é a minha droga, meu vício, meu tudo? — Ela perguntou sorrindo.
— Então vamo voltar pra estrada que a gente ainda tem muito chão — Falei colocando o cinto.
Ela assentiu e fez o mesmo que eu.
— Léo... Posso te fazer uma última pergunta? — Perguntou baixinho
— Claro
— Tu sentiu algo pela Priscila? — Perguntou com a sobrancelha arqueada
Ri pelo nariz e balancei a cabeça
— Nunca — Afirmei.
— Porque não? Você tava desfilando com ela pelo morro... Ela é bonita, parecia gostar de tu e também valorizar quem tu era... — Interrompi ela.
— Ela só tinha um erro realmente — Falei e ela me encarou surpresa.
— Qual? — Perguntou já seria.
— Ela não era tu — Falei firme.
Avelyn sorriu e balançou a cabeça.
— Tô falando sério Avelyn, tu é a única que me arrepia, que faz meu coração disparar, tu foi a única que eu amei e que eu tenho certeza que vou amar — Olhei pra ela que tinha um sorriso largo nos lábios.
— Eu te amo — Ela disse
— Também te amo... Muito — Afirmei sorrindo.
••••••••••••••••••••••
Quando chegamos na Rocinha, ja era 22:00 da noite.
Abaixei o vidro pra mostrar que era eu.
Quem tava na contenção era o Menor junto com os vapor.
— Fala viado — Ele disse desanimado.
— Tio, ela deu notícias? — Avelyn perguntou afoita.
Menor negou com a cabeça e soltou um suspiro pesado.
— Tô aqui desde cedo pow... Teu irmão tá enlouquecendo — Ele disse apontando pra mim.
— Quem deu fé que ela tinha sumido? — Perguntei.
— Maísa e Thiago viram o carro dela em uma rua antes do morro, todo aberto e com a bolsa e celular dentro ainda... Quando foram perguntar ao Caça Ratos, ela saiu dizendo que ia pra o Alemão
Encarei Avelyn que tava confusa.
— Por isso o Muka perguntou se eu tinha mandado mensagem pra ela... Eu fui assaltada — Ela disse com os olhos arregalados.
Bati no volante com força.
Minhas suspeitas não podiam tá certas, mas não podiam mesmo.
💭O Bernardo não faria isso... Faria sim, aquele doente, faria💭
— Eu juro que se aquele filho da puta tem alguma coisa a ver, eu mato... Ele tá colocando a vida dos meus sobrinhos em perigo — Falei entre os dentes.
— Amor calma.. a gente nem sabe se teu tio tem mesmo alguma coisa a ver com isso — Avelyn disse com a voz fraca, segurando em meu ombro.
— É porra... Agora não é hora pra achismos, a gente tem que trabalhar com fatos e até agora ninguém fez contato nenhum com o GA nem com o Muka... Teu tio não é o único inimigo que o GA tem não — Menor disse sério e também tocou em meu ombro.
Respirei fundo.
— Tem razão — Suspirei.
— Vai lá dar uma força pra o Muka... O cara já ouviu poucas e boas do GA... Tá precisando de tu agora — Disse apontando.
— Fé aí
— Fé — Ele disse.
— O senhor vai ficar na barreira tio? — Avelyn perguntou antes que eu desse partida no carro.
— Vou... Qualquer coisa, aviso a vocês... Se Maria Laura tiver brincando com a gente, juro que eu mesma dou uma surra nela — Ele disse sério.
— Eu queria tanto que fosse — Avelyn disse baixinho.
Olhei pra ela que deitou a cabeça na janela e dei partida no carro.
••••
Parei em frente a casa do GA.
Assim que descemos, Avelyn tocou a campainha desesperada.
A porta foi aberta pelo Lucas.
— Ei gente — Ele disse cansado.
O Lucas deu passagem na porta e a Avelyn abraçou ele.
— Cadê meu tio? — Ela perguntou preocupada
— Teve uma crise de asma, Lucy deu remédio e ele depois capotou — Ele respondeu
Vi o Muka com a cabeça baixa, apoiada nas mãos.
Caminhei até ele e toquei no ombro dele.
O Muka levantou a cabeça, como se reconhecesse o toque, e me abraçou automaticamente, enquanto chorava em meu ombro.
— Minha mulher Léo... Minha mulher e meus filhos — Disse chorando.
— Eu tô aqui irmão... Tô aqui com tu — Falei sincero apertando ainda mais o abraço.
Passamos um tempo abraçados, até a Nanda descer com o Pietro no colo e a Jhessyka e o Lucca.
— Alguma notícia? — Lucca perguntou
— Nada ainda — Lucas disse pegando o filho no colo.
— A Lucy dormiu? — Muka perguntou preocupado
— Tomou o calmante e capotou — Lucca disse
Suspirei.
— Minha mãe disse que se ela aparecer por lá ou ela receber qualquer notícia, entra em contato direto com a gente — Jhessyka disse
Assentimos e o Muka passou a mão no cabelo e respirou fundo.
— Eu juro que se tiver dedo do Bernardo nisso, e que se ele encostar em um fio de cabelo loiro da Maria... Eu mato ele... Dessa vez, eu mato ele — Muka disse firme e com os dentes trincados.
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Oi amores 😘 #SaveMariaLaura
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