Capítulo 58
"Eu quero acordar do seu lado toda manhã (...) Duas cópias da gente, correndo no quintal, os altos e baixos de todo casal, eu quero nós dois bem juntinhos até ficar bem velhinhos, bengala e crochê, até o final eu e você"
— Bengala e Crochê, Maiara e Maraísa
Muka narrando.
Depois que deixei Maria Laura na casa dos pais, fui direto pra boca, GA tava querendo que eu fosse receber uns dinheiros pra ele, de uns filhinho de papai, e como polícia tá marcando o fechado em cima dele, tinha que ser alguém que não fosse fichado.
💭Espero continuar assim💭
Entrei na sala dele e o viado tava fumando um cigarro de maconha junto com o Menor.
— Bonito... Se tua mulher ver — Balancei a cabeça rindo e me sentei na frente dele.
— Tu não tá nem doido de falar nada, eu arranco teu couro na mesma hora seu filho da puta — Apontou o dedo pra mim.
— Tá brincando com o destino GA? Tu não sabe que não pode usar mais essas coisas? — Arqueei a sobrancelha.
Ele riu e jogou a cabeça pra trás.
— Eu avisei — Menor disse levantando as mãos em forma de rendição — Mas tu sabe como é a Maria Laura né? Pronto, puxou a esse aí — Menor disse apagando o cigarro dele e balançando a cabeça em negativo.
— Ihhh, cacem o rumo de vocês que o nome do meu pai era Plínio e ele morreu já a um tempo — GA disse sério e também apagou o cigarro dele.
💭Teimoso que nem a filha meu irmão 💭
— Depois reclama de Maria Laura — Balancei minha cabeça
— Ah meu irmão, aquela lá não tem comparação não... — Ele disse rindo.
— Vou fazer a contagem das fuzil — Menor disse
GA assentiu e ele saiu da sala.
Limpei minha garganta e encarei meu sogro.
— Qual a missão chefe? — Perguntei puxando meu corpo mais pra frente.
— Simmm... Tinha até esquecido que tu ia pra o asfalto — Ele balançou a cabeça e coçou a nuca.
O GA abriu uma gaveta e tirou um caderno de dentro.
O dos devedores. Ele anota nele o nome, endereço e tudo o que é necessário sobre os filhinho de papai.
— Cobra, e traz o dinheiro... Só isso... Não seja pego pela polícia, não seja preso e por favor, não morra — Disse sério.
— Oxi, vou morrer não — Bati no peito rindo.
— Espero — Ele disse também rindo.
— Vou lá então — Falei me levantando da cadeira. — Deixei Maria Laura na tua casa, qualquer coisa que aquela lá aprontar enquanto eu esteja fora, pelo amor de Deus me liga
— Pode deixar, pai de família — Ele disse rindo.
— Vai rindo... Parece que não conhece a filha que tem — Apontei meu dedo
— Mas não tem pra quê ela sair... FA disse que a filha tá fora do Rio com teu irmão — Deu de ombros.
Lembrei que Léo tinha me dito que ia passar o final de semana fora com a Avelyn.
Respirei aliviado, afinal sem Avelyn por perto, sem razões pra Maria Laura sair.
— Vou lá — Fiz toque com ele.
— Fé — Ele disse e voltou a atenção pra umas folhas lá.
— Fé — Falei andando em direção a porta.
Na mesma hora que eu ia saindo, TH ia parando a moto dele na frente.
— Eu viado... Empresta aí tua moto — Falei me aproximando dele.
— Empresto... Vai pra onde? — Arqueou a sobrancelha.
— Asfalto.. toma a chave da minha aí se tu precisar usa — Peguei a chave em meu bolso e entreguei a ele — É que eu tenho que descer já, aí se eu for subir pra casa só pra pegar a moto, perco tempo demais — Fiz uma careta
— Beleza, eu só vou precisar porque depois do almoço acho que vou dar um rolê com a Maísa... Ela passou, terminou os estudos — Sorriu orgulhoso
Sorri também orgulhoso, gosto muito da doidinha.
— Diz pra ela que eu desejei os parabéns... — Toquei no ombro dele
Ele assentiu e me entregou a chave da moto dele.
— Cuida bem da minha segunda princesa — Apontou pra moto.
— Pode deixar.. tá comigo, tá com Deus — Levantei às mãos em forma de rendição.
Peguei o capacete e subi na moto, dei partida e buzinei antes de descer o morro.
Sabia que tava perto do horário do almoço e que provavelmente não ia dar pra almoçar com Maria Laura, ou seja, ela falando de monte no meu ouvido.
💭Mas segue o baile💭
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Parei no primeiro endereço que tinha no papel, não tirei o capacete, só toquei a campainha.
Depois de receber o dinheiro, parti pra o segundo.
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Parei a moto em frente a um restaurante que eu costumava vim com Léo, antes da gente conhecer as primas Araújo.
Voltar aqui me trás algumas lembranças que eu não sei explicar o que são.
Eu sinto que a única parte boa em toda a minha vida, foi sempre ter o meu irmão do meu lado.
Porque mesmo com as nossas brigas, Leonardo foi sempre minha âncora.
Sempre tivemos o sentimento de proteção um pelo outro.
Não sei explicar se pelo fato de um pai fazer falta nas nossas vidas, ou simplesmente pelo amor de irmãos mesmo.
Eu sei que daria minha vida pela de Leonardo.
💭Ele que nem sonhe que eu tô dizendo essas coisas, se não vai ficar mais convencido do que já é 💭
Me sentei em uma mesa vaga e olhei o cardápio, fazendo o pedido logo em seguida.
Depois que eu almocei, voltei a fazer meu corre.
•••••••••••••••••••••••
Ja tinha cobrado as grana, tava com mais de 40 mil no bolso.
💭Vou já pedir a benção ao GA💭
Encostei a moto na praia, precisava pensar.
Por coincidência do destino, parei justamente no lugar em que eu beijei a Maria pela primeira vez.
As cenas passaram na minha mente, me fazendo dar risada.
Logo eu que não acreditava em destino, fui traído pelo próprio.
De poucas certezas que tenho na vida é que sim, o amor que tenho por ela, era pra existir.
Acho que o destino queria colocar aquela mulher na minha vida, principalmente pra me dar um rumo, um caminho pra seguir.
Maria Laura é o meu destino.
Eu tenho vontade de acordar todos os dias com aquela mulher.
A ansiedade de ter meus filhos correndo por aí, e eles parecendo comigo e com Maria, me consome.
Ao lado de Maria Laura é aonde eu quero viver pra o resto da minha vida.
Flashback on
— Mikael — Maria Laura gritou da sala.
Sai correndo com medo que fosse alguma coisa com as crianças, já vi essas mulheres que tem os filhos prematuros, fico com medo.
— O que foi? — Cheguei na sala ofegante
— Tem a barata ali — Ela disse em pé apontando pra uma parede da sala.
Eu dei risada, mas logo fiquei sério e encarei ela.
— Sério isso Maria? Esse grito por causa de uma barata? — Perguntei sem acreditar
— Não é uma simples barata... É uma barata voadora — Disse fazendo careta de nojo.
Balancei minha cabeça e fui até a parede, dando uma chinelada na barata.
— Pronto — Sorri.
Ela desceu do sofá.
— E mais uma vez o dia foi salvo pelo Super Muka — Levantou meu braço, e caímos na gargalhada.
— Tu é tão braba... Tava com medo de uma batatinha — Falei debochando
— Já disse que não era apenas uma barata... Baratas voadoras tem pacto com o satanás, que não é o da série — Apontou o dedo.
— Eu mereço um beijo — Sorri de lado.
— Claro... Depois que você tirar esse cadáver daqui — apontou pra barata esmagada no chão.
Dei risada e roubei um selinho dela, antes de ir atrás da vassoura e pá na dispensa.
Flashback off
Suspirei e despertei dos meus pensamentos, com meu celular tocando.
Olhei pra tela e vi que era o número da Maísa.
Ligação on
— Oi Maísa — Falei animado
— Muka, aonde cê tá? — Ela perguntou nervosa.
— Tô na praia... Mas já tô voltando pra o morro, porque? — Perguntei preocupado.
— Muka... Volta logo... Eu e o Thiago encontramos o carro da Maria todo aberto em uma rua antes do morro
Levantei desesperado da areia.
— Como assim Maísa? — Perguntei desesperado já.
— Eu não sei.. a sorte que ninguém levou nada, a bolsa dela tá no carro com celular e tudo... — Ela foi interrompida
— Volta logo filho da puta, volta logo — GA berrou.
Ligação off.
Olhei pra tela do celular e vi que ele tinha desligado na minha cara.
Passei a mão no meu cabelo e já senti minhas carnes tremerem.. se isso for brincadeira de Maria Laura, eu vou matar aquela mulher.
Meu peito apertou, e a respiração começou a falhar.
Corri em direção a moto e subi na mesma, em uma velocidade anormal.
Dei partida e parti pra o morro, em alta velocidade.
Cortei os carros e quase caio da moto.
Buzinaram pra mim e eu dei dedo.
💭Te foder,eu tô preocupado com minha mulher e esses porra buzinando 💭
Sei que em menos de 20 minutos, cheguei no morro.
Só faltei estourar a buzina da moto.
— ABRE ESSE CARALHO — Gritei com o Caça Ratos
Ele fez sinal pra os vapores me deixar passar, assustado.
Subi em alta velocidade pra casa do GA, desci da moto deixando ela de qualquer jeito.
Abri a porta e já pude ver a Lucy sentada no sofá, bebendo um copo de água, ao lado da Nanda.
— Muka — Lucy disse levantando do sofá assim que me viu.
Abracei ela e beijei o topo da cabeça dela.
— O que aconteceu? — Perguntei preocupado.
GA ia saindo da cozinha junto com Maísa e Thiago.
— Tava esperando tu mesmo... Desbloquea esse caralho aqui... Caça ratos disse que ela ia pra o Alemão e eu quero saber com quem ela combinou, porque a prima não tá nem no Rio. — GA disse sério e entregou o celular.
Digitei a senha do celular dela e comecei a procurar as mensagens.
Whatsapp on
Arrombada ❤: Maria
↪Maria
↪Maria
↪Maria
Maria Laura 🔫: O que é caralhada 😡
Arrombada ❤: Tô com saudades de tu 🙁
Maria Laura 🔫: só isso 😑
Arrombada ❤: Vai tomar no cú então 🙄
Maria Laura 🔫: 😴
Arrombada ❤: 🖕
Maria Laura 🔫: Também tô com saudades de tu.
↪Prepara o café que eu vou pra aí
Arrombada ❤: Agora?
Maria Laura 🔫: Não Avelyn, prepara o café e fica esperando pra amanhã
↪Óbvio né minha filha 🙄
Arrombada ❤: Bruta 🖕🙄
Maria Laura 🔫: 😘
Whatsapp off
— Tem alguma coisa errada — Balancei minha cabeça enquanto lia novamente as mensagens
— Como assim? — Maísa perguntou confusa.
Entreguei o celular com as mensagens pra ela.
— Como a Malau pode ter combinado de ir pra Rocinha atrás da Avelyn, se ela nem em casa tá? — Perguntei confuso.
GA tirou o celular da mão da Maísa e começou a ler as mensagens.
— Liga pra Avelyn — Thiago disse
Assenti e peguei meu celular do bolso.
Disquei o número da Avelyn, que só fazia chamar, então desisti e liguei pra Leonardo, que atendeu no quarto toque.
Ligação on
— Oi Muka
— Léo, cê tá com a Avelyn por perto? — Perguntei desesperado.
— Tô... — Ele riu — Porque?
— Em nome da tua filha, passa o celular pra ela logo
— Oi Muka — Avelyn atendeu com a voz calma
— Avelyn, cadê a Maria Laura?
— Ue, como eu vou saber? Nem no Rio eu tô
— Avelyn, eu tenho um histórico de conversa tua com ela... Ela combinando hoje, algumas horas atrás na verdade, de ir pra o Alemão atrás de tu.
— Muka... Eu fui assaltada, eu tô sem aquele número e não tive tempo de passar o número novo pra Malau
Passei a mão no meu cabelo nervoso e senti novamente o aperto em meu peito.
— Mikael aonde tá a minha prima? — Ela perguntou desesperada.
— Eu não sei Avelyn... Eu não sei — Minha voz falhou.
A linha ficou muda por alguns segundos.
— A gente tá voltando irmão — Léo afirmou.
Ligação off
Desliguei a chamada transtornado.
— A Avelyn disse que foi assaltada — Balancei minha cabeça e meu corpo falhou, me fazendo cair sentado no sofá.
A Lucy começou a chorar mais alto, desesperada.
— Aí meu Deus — Nanda disse nervosa e abraçou a irmã.
— Minha filha... Eu quero saber aonde tá a minha filha — GA disse desesperado.
Meus olhos marejaram enquanto meu peito se apertava ainda mais.
Minha mulher tinha sumido, junto com meus netos.
Puxei meu cabelo desesperado enquanto as lágrimas molhavam meu rosto.
— Será que ela foi sequestrada? — Maísa perguntou também chorando
— Eu pedi pra ela avisar se fosse sair... Eu pedi — Bati na minha cabeça enquanto as lágrimas caiam por meu rosto.
— Isso é tua culpa — GA disse sério apontando o dedo pra mim.
Levantei meu olhar pra ele e engoli em seco.
— Não.. — Falei firme.
— Sim... Isso tá me cheirando aquele verme do teu tio... Isso é culpa tua — Ele disse entre os dentes.
GA fechou o punho e tentou avançar em cima de mim, sendo impedido pelo Thiago.
Levantei do sofá alarmado.
— Eu não tenho culpa de nada — Falei firme novamente.
— Se tivesse deixado eu matar aquele verme, minha filha não ia tá nas mãos dele. — Disse com a voz alterada.
— A CULPA NÃO É MINHA — Gritei firme. — A culpa não é minha, a culpa não é minha, a culpa não é minha — Repeti afinando a mim mesmo.
— A culpa não é de ninguém... A gente não sabe se foi mesmo o tio do Muka — Nanda disse firme olhando séria pra o GA.
Ele se soltou do Thiago e caiu no chão chorando, sendo abraçado rapidamente pela Maísa.
— Eu só quero a minha filha e os meus netos bem — Disse com a voz embargada.
GA começou a chorar alto e desesperado, enquanto era abraçado pela Maísa.
Eu não queria acreditar que depois do voto de confiança que dei ao meu tio, ele pudesse me trair desse jeito.
Eu defendi ele quando todo mundo quis atirar pedra.
Pelo simples fato de não ter falta de consideração.
Eu sei que o certo era eu ter entregado ele nas mãos do GA pra que ele tomasse as providências com o Bernardo, mas eu lembrei de tudo, o alimento, o teto, a proteção.
Mesmo que não tenha sido uma educação boa, ou que ele só criou eu e Léo pra os propósitos dele, mas ele criou mesmo assim.
Eu não podia, não podia de uma hora pra outra ser um ser humano tão frio ao ponto de esquecer totalmente tudo o que ele fez por mim e pelo meu irmão.
Não podia.
Mas se o GA tiver mesmo certo, ele agora mexeu com a minha força e minha fraqueza. Minha mulher e meus filhos.
E eu juro que vou achar a Maria, não importe o que tenha que fazer pra isso.
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Oi amores 😘 #SaveMariaLaura
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