Capítulo 45
"Deus sabe que nada eu vou poder fazer, se um dia eu perco todo esse amor (...) Eu sei que seu mundo girou só pra me encontrar"
-Fica do meu lado, Onze:20
Maria Laura narrando
Tava no carro com mamãe, depois que a gente deixou a Ester no Jacarezinho, fomos em direção a clínica.
--- Não é perigoso a senhora tá dirigindo? Mamãe a senhora já tá na porta dos nove meses --- Falei preocupada
Ela revirou os olhos e me deu língua
--- Tu tá parecendo o brucutu do teu pai... Ele tá todo cheio de mimimi por causa desse filho e desse neto --- Falou com tédio.
Eu dei risada balançando minha cabeça, pelo que conheço papai ele deva tá soltando fogos por causa do neto, mas não vai dar o braço a torcer.
--- A senhora me jura que não deu nem uma curiadinha no sexo em uma das ultras? --- Perguntei rindo
--- Eu não... Entrei na aposta também, de mim só sai menina --- Deu de ombros --- Agora tu, teu pai e o menor tão com idéia fixa em menino --- Balançou a cabeça.
--- A senhora vai ver se não é menino --- Toquei na barriga dela.
Eu suspirei e levei minha mão a minha barriga, lembrando do pedido do meu nenê.
--- Sabe qual o nome que o Muka pediu pra colocar se fosse um menino o nosso filho? --- Perguntei e ela balançou a cabeça em negativo --- Guilherme --- Sorri largo.
Minha mãe aproveitou que o sinal tava fechado e me encarou com os olhos marejados.
--- Ele gosta mesmo do teu pai né? --- Perguntou emocionada
--- Ele ama mãe... O Muka ama o papai como se fosse pai dele mesmo sabe? --- Minha mãe suspirou e o sinal abriu.
--- Teu pai também ama muito eles, ele se apegou muito aos meninos... E eu tenho certeza que o Guilherme já perdoou eles, tá só fazendo cú doce --- Disse sorrindo.
--- E a senhora? --- Perguntei curiosa
--- Faz tempo Malau... As coisas mudam filha, eles também merecem perdão --- Assenti e encostei minha cabeça na janela.
••••••••
Tava deitada em uma espécie de cama, a médica tava passando o gel em minha barriga.. minha mãe tava chorando e fazendo umas careta, o que me fazia rir.
--- A senhora tá bem? --- A médica perguntou preocupada encarando mamãe.
--- Tô... É só nervosismo pra ouvir o coraçãozinho do meu neto ou neta --- Deu um meio sorriso.
A médica assentiu e voltou a atenção pra tela do computador.
A médica encarava a tela com uma careta confusa.
--- Tá tudo bem doutora? --- Perguntei confusa.
--- Tá sim --- Sorriu largo e apertou mais o aparelho na minha barriga --- Vou colocar pra você escutar uma coisa ok? --- Perguntou ainda sorrindo
Assenti e ela mexeu em alguma coisa lá. O som alto ecoou pela sala, mas tava descompensado, não tinha nada regrado.
--- Isso é normal? --- Minha mãe perguntou assustada.
Eu também me alarmei, o som não tava comum pra ser o coração de um bebê tão novinho.
--- Isso é normal sim... Pra gêmeos --- A médica disse animada e eu arregalei meus olhos.
--- Como? --- Perguntei somente
--- Você terá gêmeos Maria Laura.
Quase que eu desmaio ali mesmo.
💭 Gente eu não tava acostumada nem com um direito, imagina com dois. 💭
Mamãe se segurou firme na cadeira.
A médica olhou pra ela assustada e eu também olhei.
--- A bolsa --- Dona Lucy disse olhando pra o chão.
Peguei o papel da mão da médica com tudo e limpei minha barriga bem rápido, dando um pulo da cadeira.
A médica correu pra chamar a emergência enquanto eu, sentei minha mãe na cadeira e segurei a mão dela.
--- Vai dar tudo certo --- Falei e ela apertou mais a minha mão.
--- Eu tou parindo... Que dor do caralho, tinha até me esquecido --- Disse chorando.
••••••••
Chegamos no hospital e levaram ela pra uma sala, tinha ligado pra meu pai, avisando, mas ele disse que ia demorar porque tinha que despistar a polícia.
Liguei também pra o Muka e pra Avelyn, que disse que ia avisar as outras pessoas.
--- Você vai acompanhar o parto? --- A enfermeira me perguntou eufórica.
--- Vou sim --- Respondi de uma vez.
--- Então me siga, vamos te preparar... O parto já vai começar --- Assenti.
Segui ela até uma sala, aonde fiz as higienes e vesti a roupa própria.
Depois fomos até a sala de parto, dona Lucy já tava lá preparada.
Ela sorriu pra mim e começaram a cirurgia.
•••
O chorinho do bebê ecoou alto, e eu vi uma lágrima rolar pelo rosto da minha mãe. Enxuguei rapidamente a que rolou pelo meu rosto.
A enfermeira levou o bebê pra perto da minha mãe, pra ela beijar.
--- Eu não quero saber o sexo ainda... Eu quero saber junto com o pai --- Falou emocionada.
A enfermeira assentiu e tampou com o braço, me impedindo de ver também.
Ela saiu com o bebê e os médicos voltaram a cirurgiar minha mãe.
Sai da sala emocionada, sem controlar mais as minhas lágrimas.
Essa tinha sido a experiência mais emocionante da minha vida, acompanhar o parto do meu irmão ou irmã.
Segui o corredor e assim que passei pela porta principal, meu pai tava lá, com um casaco e capuz, o Muka também tava em um canto do corredor junto com o Léo.
Minha tia Marcella e meu pai foram os primeiros a me ver e correr pra perto de mim.
--- E aí Maria? --- Meu pai perguntou eufórico.
--- Nasceu papai... Nasceu --- Falei emocionada.
Ele me puxou pra um abraço apertado e começou a chorar alto.
--- Oh meu Deus --- Tia Marcella também falou emocionada e abraçou meu tio.
--- E o sexo já sabe? --- Tio Menor perguntou com a sobrancelha arqueada.
--- Ainda não... Ela disse que só queria saber com o meu pai --- Dei de ombros.
Eles assentiram e suspiraram.
Caminhei até o meu homem e abracei ele, beijando os lábios dele.
Quando paramos o beijo, levei as mãos dele até minha barriga.
--- São gêmeos --- Falei sorrindo.
Os olhos do Muka marejaram.
--- São dois? --- Assenti
--- Valeu Mukão... Dos tiros certos em --- Lucas falou divertido.
Só aí percebi que tinha falado alto, chamando a atenção de todo mundo pra gente.
--- Pensei numa piroca abençoada essa daí... Marcou dois gols num chute só... Meu irmão é atacante mesmo --- Léo disse divertido e tocou o ombro do Muka.
Encarei Avelyn que suspirou, desviei meu olhar pra meu pai que também tava me encarando com os olhos marejados.
--- Parabéns --- Falou apenas com os lábios.
Assenti e mandei um beijo no ar pra ele.
•••••
Depois de algum tempo a enfermeira avisou que já podíamos ir ver minha mãe e o bebê.
Entramos na sala e ela tava amamentando com um sorriso largo, agora eu acho que ela já sabe qual o sexo.
Meu pai já tava chorando sem vergonha nenhuma.
--- Oi neguinha --- Sorriu largo quando se aproximou da cama.
--- Eu consegui brucutu... Eu trouxe mais um ao mundo --- Disse também sorrindo.
--- Agora fechem a fábrica pelo amor de Deus --- Tio Menor disse jogando as mãos pra o alto.
O Muka até não quis entrar na sala, dizendo que esse era um momento em família... Mas sabem quem eu sou né? Eu sou eu e o resto não chega nem aos meus pés... Ele tava de mãos dadas comigo agora.
--- Parabéns Lucy --- Muka disse sorrindo.
--- Obrigada --- Ela também sorriu pra ele.
--- Fala logo o que é neguinha... Tou me mordendo de curiosidade --- Papai disse nervoso.
--- Parece que o destino dessa vez quis provar que eu tava errada brucutu... O nosso Miguel chegou --- Falou sorrindo e o bebê soltou o peito dela.
Os olhinhos do meu pai brilharam e Maísa se aproximou me abraçando de lado.
--- É um menino? --- Ela perguntou animada.
Minha mãe balançou a cabeça em positivo e meu pai pegou meu irmão no colo, emocionado.
--- Meu menino --- Disse olhando pra o Miguel.
--- GANHEI PORRA... PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA GANHEI UMA APOSTA --- Tio Menor disse animado e deu um tapão no braço do tio FA.
Todo mundo riu e meu pai veio até mim, mostrando o rostinho do Miguel.
Ele é lindo, parece até um anjo.
Sorri pra ele que me entregou o bebê no colo, eu tava um pouco nervosa, mas já tinha prática com o Pietro e outros bebês do morro.
--- Ei bebê... Eu vou te proteger desse mundo em? --- Brinquei com a mãozinha dele.
--- Ele é a tua cara amor --- Muka disse sussurrando e eu sorri.
Olhei pra Miguel que piscou os olhinhos.
Na minha cabeça só passava se eu ia ser uma boa irmã e uma boa mãe.
••••••••••••
Chegamos em casa exaustos, eu tava muito feliz pelo nascimento de Miguel e também pela alegria do meu pai e da minha mãe.
--- Então quer dizer que aqui tem duas sementinhas? --- Muka perguntou beijando minha barriga
--- Duas crianças Muka... Como a gente vai cuidar de duas crianças? --- Perguntei nervosa.
--- A gente dá nosso jeito --- Sorriu.
A gente já tinha tomado banho e agora tava deitado, assistindo.
--- E teu tio? --- Encarei ele.
--- Não vamo pensar no embuste agora não... Hoje foi um dia tão massa... Teu irmão nasceu, nossos filhos... Vamo esquecer aquele homem só por hoje? --- Passou a mão pelo meu cabelo.
--- É que eu tenho medo Muka... Eu não sei o que ele seria capaz de fazer agora... Tem nossos bebês, o da Avelyn e do Léo... Tem também o Miguel, teu tio é meio psicopata Mozão --- Ele deu risada.
--- Ele não vai fazer nada contra ninguém... A promessa que eu fiz a ele vai valer... Mesmo que o GA não queira que eu lute com ele, eu vou lutar do lado dele pra proteger essa família e você --- Acariciou meu rosto.
--- Mas pra quem a mais de um ano atrás, não sabia nem bater, você tá me saindo melhor que encomenda --- Sorri.
--- E tu ainda sabe? --- Perguntou com a sobrancelha arqueada
--- Tá desafiando Mozão? --- Sorri.
Subi em cima dele e prendi as mãos dele em cima da cabeça.
--- Nocaute --- Falei rindo e inclinei minha cabeça pra beijar ele.
O beijo foi ganhando intensidade e em um gesto rápido, o Muka virou nossos corpos ficando por cima de mim.
Ele prendeu meu braço e minhas pernas, e sorriu vitorioso.
--- Acho que o jogo virou, princesinha --- Disse rindo.
Assenti e mordi meu lábio inferior. O Muka me puxou pra um beijo intenso e selvagem.
Paramos o beijo e ele ficou olhando nos meus olhos.
--- Eu te amo... E já amo essas crianças mais que a minha vida --- Falou com os olhos brilhando.
--- Eu te amo... E também já amo os nossos filhos --- Sorri.
O Muka saiu de cima de mim e me envolveu nos braços dele.
•••••••••••
Eu tava em uma sala escura, rolei meus olhos pelo local e nada... Eu não conseguia enxergar nada.
A porta foi aberta, dando a visão de um homem velho e com um sorriso enigmático.
--- Esperei tanto pra ter a princesinha do GA nas minhas mãos --- Falou sorrindo e se agachando pra ficar na minha altura.
--- Me... Deixa... Ir --- Falei em um fio de voz.
--- Cala a boca vadia --- Disse com raiva e me desferiu um tapa.
Por um momento, olhei pra meu corpo que tava cheio de marcas e eu toquei minha barriga, por preocupação.
--- Teus filhinhos tão com o papai em casa... Filha da puta... Eu queria matar aqueles verminhos --- Puxou meu cabelo
--- Para --- Sussurrei
--- Só vou parar quando tiver a cabeça do teu paizinho e do teu macho pendurada na minha parede... E tu vai junto --- Apontou o dedo pra mim.
Ele começou a gargalhar alto, bem alto, me fazendo levar as mãos aos ouvidos.
Comecei a gritar pelo Muka e pelo meu pai, eu tava desesperada.
--- Maria --- Me balançaram --- Amor, eu tô aqui... Acorda --- A voz suave do Muka me fez despertar.
Abri meus olhos e encarei ele com a cara ainda amassada.
--- Você tá aqui.
Puxei ele pra um abraço apertado.
--- O que aconteceu? --- Perguntou preocupado
--- Eu sonhei... Eu sonhei que... --- Não consegui terminar de falar, o bolo tomou conta da minha garganta e comecei a chorar desesperada.
--- Ei... Tá tudo bem, eu tô aqui com você --- Passou a mão pelas minhas costas.
Continuei abraçada a ele até o choro acabar, eu tava assustada com esse sonho... E tudo o que passava na minha mente era aquele tio nojento dele, eu agora tava realmente com medo de alguma coisa.
--- Nada de ruim vai acontecer com tu Maria... Eu tô aqui pra te proteger --- Beijou o topo da minha cabeça.
Assenti e Suspirei, me soltando dele.
--- Eu te amo nenê --- Segurei o rosto dele e beijei ele.
Meu celular começou a tocar, fazendo a gente despertar, levantei e a foto da Nanda tava na tela.
Ligação on
--- Oi Nandinha --- Falei mais aliviada.
--- Maria Laura... Tu sabe da Maísa? --- O tom de voz dela era de preocupação
--- Não... Cadê minha irmã? --- Perguntei assustada
--- A Maísa passou a noite toda sumida, ela não dormiu em casa... E a gente não sabe aonde ela tá.
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Oi amores 😘 Aonde será que a Maísa foi parar?
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Kisses 😘😘
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