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Capítulo 37

"Vim pra lhe encontrar, dizer que sinto muito (...) Ninguém disse que era fácil (...) Rejeitando seus quebras cabeças".
—The Scientist, Coldplay

Muka narrando

3 meses depois...

Os meses passaram rápido. Eu e Maria Laura estamos morando juntos.

Eu sei que eu já deveria ter contado a ela, sobre tudo. Sobre quem eu sou, e sobre quem é meu pai.

Mas o problema é que todas as vezes que eu tento falar, minha voz falha e não sai. Ela já notou que eu escondo algo dela, mas eu não consigo dizer a ela.

Meu maior medo é perder ela. Eu a amo. A amo mais que a mim mesmo, mais que tudo nessa vida.

Nunca mais falei com o tio Bernardo, nunca mais eu tive notícias nenhuma dele.

Ele se mudou daquele apartamento, e ninguém sabe do seu paradeiro.

Fui saber do Fusca se ele tinha colado por lá, mas nada. Ele realmente não pisou por lá, e nem por canto nenhum. Ninguém sabe aonde ele tá, pra onde foi e nem se tá vivo.

Eu sinto que ele tá armando alguma merda tá ligado?

Tava indo pra boca, tinha que ajudar o sogrão agora. Principalmente, que amanhã é a festa de aniversário da minha nenê, a gente tá cuidando pra que ela não desconfie de nada.

––– Cheguei viado ––– Falei entrando na sala dele.

O GA tava sentado na cadeira dele, só que dessa vez com as mãos no queixo. Ele tava sério, muito sério.

––– Ei...  O gato comeu a tua língua foi? ––– Debochei e me joguei na cadeira que tinha em frente a mesa dele.

O GA me encarou e eu vi lágrimas nos olhos dele.

––– Não foi um gato não... Foi um cão ––– Ele disse sério.

💭Tá viajando o viado, entendi foi nada.💭

––– Ihhh, de qual foi? ––– Perguntei rindo.

––– De qual foi? Quando tu ia me contar que é filho do meu maior inimigo? ––– Se levantou da cadeira.

Meu sangue gelou. Eu paralisei.

––– O... O-que? ––– Perguntei confuso.

––– A tua farsa e a do teu irmão acabou seu filho da puta... Eu descobri tudo ––– Disse apontando o dedo pra minha cara.

––– GA... Calma, me deixa explicar ––– Tentei argumentar

––– Explicar o quê? Ah, explica mesmo que eu quero saber... Tu se meteu na minha favela pra quê filho da puta? Cobrar o sangue do teu pai? ––– Gritou muito puto.

––– Tá... Eu vou falar a verdade, essa porra tá me sufocando pra caralho ––– Passei a mão no cabelo.

––– Fala... Eu sou todo ouvidos ––– Cruzou os braços.

––– Eu fui criado pelo meu tio Bernardo, ele tava na invasão que matou meu pai... A mesma que... ––– Ele me interrompeu

––– Que eu salvei tua vida... Caralho, eu me lembro desse dia como se fosse hoje ––– Falou pensativo.

––– Até três meses atrás eu não sabia disso GA, toda vida eu fui criado pra te odiar, e sempre te odiei... Até... Até, o dia que eu te salvei ––– Falei sincero.

––– Me salvou pra não perder a oportunidade de me matar não é filho da puta?

––– Não... Eu te salvei porque eu senti a obrigação de fazer isso, nesse tempo eu e Maria Laura nem tínhamos nada sério. Foi no dia após a nossa primeira noite, mas não tínhamos nada... Eu sentia uma atração filha da puta por aquela menina, mas nada além disso, eu não podia... Ela era a filha do homem que eu fui criado pra matar... Mas aos poucos, a forma que tu tratava eu e o Léo... Porra, tu era o pai que a gente não teve, deu o carinho que aquele filho da puta do Bernardo não deu... Eu me apaixonei pela tua filha e sabia que tinha que desistir dessa vingança, desistir de tudo por ela... Eu não podia te matar, mesmo que tu tenha matado meu pai, eu não podia fazer isso e deixar ela passar a mesma dor que eu passei ––– Senti meus olhos marejarem.

O GA deu uma risada sarcástica.

––– Tu queria me matar por vingança? Deixa eu te falar, essa vingança nem tem cabimento ––– Riu novamente

––– Eu sei que não, tu matou meu pai pra salvar tua família, tua comunidade ––– Abaixei minha cabeça sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

––– Não Mikael... Eu nunca matei teu pai ––– Despejou e eu olhei pra ele com os olhos arregalados

––– Como? ––– Perguntei confuso. ––– Todo mundo disse...––– Ele me interrompeu

––– Foda-se o que todo mundo disse, ninguém sabe o que realmente aconteceu... Apenas eu, Lucy e a Clarissa... Tua mãe ––– Falou com frieza.

Permaneci calado, agora que ele começou vai ter que terminar.

––– No dia da invasão eu sai mesmo, com sangue nos olhos e eu tava disposto a matar o cão... Era pra eu ter matado ele, era pra eu levar essa culpa tendo feito realmente ––– Bateu no próprio peito ––– Aquele filho da puta se juntou com a Suzana e um outro tio teu e matou meu filho... Colocaram a vida da minha mulher, e da minha mãe em risco... O Cão queria entrar dentro da minha casa e matar a minha filha

Senti um nó na minha garganta, só de imaginar que aquele filho da puta que é pra ser meu pai, tentou matar a mulher que eu amo.

––– Eu cacei aquele verme em tudo o que era canto, até que eu entrei naquele beco, eu tive a oportunidade de matar a fiel e os herdeiros dele... Eu te tinha na minha mão... Mas sabe porque eu não te matei Mikael? ––– Ele também tava chorando assim como eu ––– Eu não matei porque quando eu olhei nos teus olhos eu vi uma alma quebrada, uma criança que só precisava viver... Eu não podia matar um ser indefeso, quando a Lucy entrou na minha vida eu era um homem sem alma, eu não me importava com ninguém de fora, mas aquela mulher me deu a luz... Quando Maria Laura nasceu eu conheci o amor mais genuíno... Eu sabia o que era ser pai, e quando a Clarissa me implorou pela vida dela e dos filhos, eu não tive coragem de apertar o gatilho, eu não podia matar aqueles dois menininhos na minha frente, porque Mikael quando eu olhei nos teus olhos eu me enxerguei... Eu enxerguei Maria Laura ––– Ele disse tudo isso se derramando em lágrimas.

Nesse momento eu não tava mais aguentando, as lágrimas caiam em meu rosto.

––– Me perdoa Guilherme ––– Falei chorando

––– Quando o Cão tava com minha cabeça na mira dele, eu me surpreendi... Quem apertou o gatilho e deu o tiro que matou o Cão não foi eu Muka, foi a Clarissa ––– Nesse momento o mundo caiu em mim.

Me segurei na mesa e coloquei a mão no meu peito. Eu chorava como uma criança, ou simplesmente como uma pessoa quebrada que estava descobrindo que toda a sua vida foi uma mentira.

––– Isso é verdade? ––– Solucei.

––– Ela me fez prometer que nunca ia dizer a ninguém que tinha sido ela, eu sabia que ela não queria que vocês soubessem que a mãe de vocês matou o pai... Eu fiz o que ela me pediu... Guardei o segredo por toda a minha vida ––– Falou enxugando as lágrimas com as costas da mão.

Eu não aguentava mais escutar nada, eu sabia que tudo o que ele tava falando ali era verdade.

Mas a verdade dói.

Principalmente quando você passa toda a sua vida achando que deve odiar uma pessoa.

É difícil entender meus motivos, mas eu fui criado assim.  Eu passei a vida alimentando um ódio que não era meu, que meu tio fez nascer em mim.

––– Porque você tá me contando agora? ––– Quebrei o silêncio

––– Sabe Muka, era impossível tua mãe sair da minha comunidade naquele dia... Ela tava com os herdeiros do cão nos braços. E depois da morte do JJ, a comunidade queria justiça... Se ela saísse sozinha, ela seria morta e vocês também ––– Ele afirmou.

––– Você tá dizendo que... ––– Me interrompeu

––– Sim, um dos meus moradores ajudou a Clarissa... Acredita que eu descobri isso hoje? Ela veio aqui contar toda a verdade e quando disse o nome das crianças, e pelo nome da tua mãe e do Léo, que a Maria Laura me contou... Eu saquei tudo ––– Deu uma risadinha sem graça e coçou a barba ––– A Rúbia escondeu a tua mãe dentro de casa, e ajudou a Clarissa a sair do morro, junto com o Fael marido dela.

Lembrei da tal Rúbia na hora, foi aquela morena que me olhou assustada quando eu disse meu nome. Por isso ela sumiu do mapa na mesma hora.

––– Ela veio aqui a algumas horas atrás, e me contou tudo... Ela disse que um ano depois tua mãe procurou ela, e entregou isso ––– Falou andando pra trás da mesa dele.

Ele tirou uma espécie de diário de sua gaveta.

––– A Rúbia disse que quando te viu no bar, se assustou porque depois que recebeu esse diário da Clarissa, começou a ser ameaçada e tempos depois, a Clarissa morreu ––– Abri o diário e vi que tinha o nome da minha mãe ali mesmo.

Minha mente viajou pra o passado, aonde ela estava me ensinando a escrever meu nome. A letra que tinha na primeira folha, era a mesma.

––– Me perdoa GA ––– Implorei chorando.

––– Infelizmente... Agora não dá Mikael... Porra, eu aceitei tu e o teu irmão como filhos, eu cultivei um sentimento por vocês, eu deixei minha filha se juntar com tu... E agora? O que vai ser de Maria Laura? ––– Meu coração disparou mais rápido.

––– Tu vai falar a ela? ––– Perguntei com medo da resposta

––– Não... Por mais que eu não queira iludir minha princesinha mas esse papel não é meu... E além do mais amanhã é a festa de vinte anos dela, eu não quero que nada atrapalhe a felicidade da minha filha ––– Falou frio.

Eu assenti e suspirei.

––– Eu espero que um dia você possa me perdoar ––– Falei sincero ––– Pra mim você é o pai que eu nunca tive ––– Abaixei minha cabeça

––– Quem sabe um dia? Uma coisa que a Lucy me ensinou também é que não vale apena alimentar as mágoas... Um dia eu tive na tua posição, descobrindo que toda a minha vida não fez sentido, que tudo o que eu vivi foi uma farsa, e acredite eu sei o que você tá sentindo... vamo deixar o tempo dizer se eu serei capaz de te perdoar ––– Falou olhando nos meus olhos ––– Vai atrás da tua história moleque... ––– Assenti.

Antes de sair da sala dele encarei. Ele tava de costas, e os soluços altos ecoando pela sala.

––– Depois da festa... Eu falo a ela depois da festa ––– Ele apenas balançou a cabeça.

Sai da sala dele com meus olhos inundados em lágrimas. Montei na minha moto e sai voado daquele morro, eu só precisava colocar tudo em ordem, começando com esse diário.

••••••••••

Me sentei na areia da praia, a maresia me lembrava tudo o que eu já vivi com Maria Laura. Toda a nossa história, todo o nosso amor.

Abri os diário já sentindo as lágrimas inundarem meus olhos.

Fui lendo página a página, tudo o que estava escrito ali... Eu chorava e chorava apenas isso.

Todas as humilhações, todo o sofrimento que ela passou. Eu não queria acreditar que passei tantos anos da minha vida, venerando uma pessoa que não existia. Uma imagem falsa de um monstro, que pintaram por mim.

Tinha uma carta no final, abri a mesma.

Muka e Léo... Meus meninos.

Eu sei Muka que depois que ler esse diário, você não vai se sentir no direito de ser chamado assim. Mas eu quero que saiba que mesmo não sendo gerado no meu ventre, é assim que eu te vejo. Como meu filho.
Eu não sou capaz de julgar a Donatella, sei muito bem tudo o que ela sofreu na mão do Cão. Sei porque sofri o dobro e acho que até triplo de tudo.
Perdi as contas de quantas vezes me obrigou a deitar com ele, quantas vezes me bateu, me humilhou.
Eu amei o Cão, ou pelo menos achei que amei. Como já sabem, ele me tirou de baixo, ele me deu tudo que eu mais precisei.

Não sei se minha gratidão me cegou e fez eu acreditar que amava ele, mas por anos eu me mantive presa a uma relação totalmente abusiva.
Eu peço que me perdoem, mas eu precisava dar um fim nas maldades daquele homem.
Eu nunca achei que o GA seria capaz de poupar minha vida e nem a de vocês, mas ele fez isso. Ele provou que mesmo uma pessoa tão má podia ser boa. Mas pra o Cão não. Ele queria matar um recém nascido. A filha do GA não merecia pagar pela rixa dos dois, e eu precisava agradecer a tudo o que ele fez por mim. Ele matou um dos dele, por nós três.
Não cresçam alimentando a alma de vocês de sentimentos ruins, não sejam como o traste do pai de vocês. Cresçam com a alma livre meus filhos.
Eu os amo, e quando descobrirem eu espero que me perdoem.

Com amor, Clarissa.

Ali estava a prova, o GA nunca matou o Cão. A vida da Clarissa estava toda descrita naquele diário.

•••••••

Voltei pra o morro e fui direto pra minha casa.

Assim que eu coloquei o pé dentro, escutei a cantoria vinda da cozinha.

Caminhei até lá e lá estava Avelyn e Maria Laura de costas pra porta.

––– Puta que pariu Muka ––– Avelyn falou com a mão no peito depois de tomar um susto.

Dei uma risada fraca e a Maria veio até mim e me beijou.

––– Tava chorando amor? ––– Perguntou acariciando meu rosto.

––– Apenas entendendo a minha vida ––– Sorri de lado e ela assentiu. 

––– Família, cheguei ––– Leonardo gritou entrando na cozinha com uma garrafa de catuaba.

––– Oi meu bebê ––– Avelyn pulou nele.

––– Aconteceu uma coisa estranha... Fui comprar a catuaba e o GA tava saindo da boca, chorando ––– Léo disse sentando em uma cadeira.

––– Meu pai chorando... Isso é uma coisa que acontece a cada dez anos ––– Maria Laura falou rindo.

––– Falou a senhora chorona né... Em toda minha vida acho que só vi a Maria Laura chorando duas vezes na vida ––– Avelyn se sentou com as pernas penduradas no balcão.

A Maria se afastou de mim e foi mexer nas panelas.

––– Léo... A gente pode ir lá no quarto? ––– Perguntei chamando ele com a cabeça

––– Eu não... Além de tu ser meu irmão eu gosto de buceta ––– Disse fazendo careta.

Olhei pra cara do retardado quase matando ele ali mesmo.

––– Vamo ali ––– Falei entre os dentes.

Ele levantou as mãos em forma de rendição e veio me acompanhando.

Entramos no quarto dele e ele já se jogou na cama.

––– late ––– Cruzou os braços.

––– O GA descobriu toda a verdade... Ele sabe que nós somos filhos do cão. ––– Despejei tudo de uma vez.

A porta foi aberta pela Avelyn que encarou nós dois com os olhos arregalados.

––– Vocês o quê? ––– Ela perguntou séria.

••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Oi amores 😘 Como será que a Avelyn vai reagir? E o que acharam da verdade vindo a tona?

Votem e Comentem o que estão achando da história ❤

Aguardem os próximos capítulos ❤

Kisses 😘😘

Link na minha bio ❤🔫🔞

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