Narrador

Maria Laura e Muka desceram juntos o morro pra irem até a boca, Leonardo que estava com sua arma em casa mesmo desceu atirando em todos os policiais que tentavam a força pacificar o morro.

De um lado, a polícia que devia fazer a ordem e pensar no bem da comunidade e do outro bandidos de acordo com a visão da sociedade.

No entanto, os lados estão lutando por isso mesmo?

GA lutava pelo bem da sua comunidade, ele sabia que a vida dos moradores do morro não seria a mesma se a polícia fizesse o que queria.

Do outro lado no entanto estavam sim policiais honestos, mas também tinham alguns que queriam o mal... Inclusive um amigo de Bernardo.

O plano? Atingir quem atingiu ele anos atrás.

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Muka narrando

Quem diria, eu lutando pra proteger algo que é do GA, sua comunidade. Mas tudo faz parte do plano, o de lhe matar.

Maria Laura estava em minha garupa, encostei a moto jogando a mesma de todo jeito.

A branquinha desceu com tudo e entrou na boca aonde tinham alguns vapores fazendo a guarda. Entrei junto a ela, precisávamos nos armar.

--- Anda logo, recarrega essa porra e vamo descer --- Ela me gritou

--- Calma Maria, vai dar tudo certo --- Gritei de volta

Maria respirou fundo e pegou algumas armas dela. O radinho dela tava na boca.

Radinho on 📻

--- Pai, tá na escuta?

--- Tou Maria, manda o Muka descer logo

--- A gente já vai, minha mãe tá aonde?

--- Tava com tua tia e tua irmã em casa, mandei ela fechar tudo e ficar ligada

--- Tem vapor fazendo a segurança?

--- Tem, vai pra casa Maria Laura

Radinho off 📻

Fiquei observando Maria recarregando sua arma, sem dar ouvidos ao que o pai havia mandado.

--- Teu pai mandou tu ir pra casa --- Disse colocando o pente de balas atravessado em meu peitoral

--- O caralho que eu vou... É bom mesmo que tenha essa invasão, eu desconto a porra da minha raiva toda nesses fodido --- Ela colocou a pistola pequena no sapato e outra na cintura

Não falei mais nada, sabia que grande parte da raiva dela também era por minha causa.

Mas essa mina achou que a gente ia casar ou algo do tipo?

Pra falar a verdade eu nem podia ter comido ela mano, se meu tio sabe que eu me envolvi com a filhinha do GA, arranca meu pescoço fora.

Falar em meu tio, esses dias ele andava muito calado. Marquei com ele pra de 02 da manhã me encontrar com ele na saída do morro.

Foi esse o compromisso que fez a doida da Maria Laura fazer aquela cena lá em casa, mina marrenta.

A gente saiu da boca e saiu atirando em tudo o que via.

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Maísa narrando

Por mais que eu morasse toda a minha vida na favela, eu nunca vou me acostumar com essas coisas de invasão.

É um momento que me deixa tensa, a única coisa que eu sinto é medo.

Medo de perder meu pai, minha irmã e até minha mãe que muitas vezes sai pra ajudar.

--- Calma Ma --- Fernanda me abraçou

Nós estávamos numa salinha que meu pai fez depois que eu nasci. Meu pai disse que é pra segurança da família.

--- Isso... Fica calma filha, eu vou lá pra cima... Não vou deixar nada acontecer com vocês --- Ela beijou minha testa, passou a mão na barriga da Nanda e beijou também sua testa.

--- Meu Deus proteja meu cunhado, minha sobrinha, meu melhor amigo... O imprestável... Protege todos --- A Nanda falou com as mãos juntas.

Ela tava nervosa, sabia que ela se preocupava muito com o Lucas em invasões.

Por um momento em minha cabeça se passou o Thiago. Desde o mês passado a gente se aproximou demais.

A professora tem mandado uns trabalhos em dupla e como ele era o único da minha sala que eu era mais próxima, pedi pra ele ser minha dupla.

Escutamos o barulho da porta. A Nanda tava passando a mão na barriga, eu fiquei mais alarmada, mas quando o abestalhado passou pela porta eu soltei o ar que não sabia que tinha prendido.

--- Tua mãe pediu pra eu ficar aqui com vocês, ela tem medo por causa do bebê --- O Thiago disse

A Fernanda correu pra abraçar ele. Por mais incrível que pareça, eu também senti a necessidade de abraçar ele.

💭Maldito pressentimento 💭

--- O Lucas? --- A Trouxa da Fernanda perguntou preocupada

--- Tá ajudando ao povão... Mas tá bem armado e sabe que vaso ruim não quebra né não? --- Ela assentiu e se afastou

Thiago começou a passar a mão pelos meus cabelos, eu ainda tava abraçada a ele.

--- Tou com medo Thiago --- Falei em um quase sussurro

--- Fica calma pestinha, vai dar tudo certo --- Depositou um beijo no topo da minha cabeça.

Uma lágrima grossa rolou pelo meu rosto e o aperto do meu coração só aumentava.

Eu odeio esses pressentimentos ruins, sempre que sinto algo acontece de verdade.

--- Não sai do meu lado? Só fica aqui... --- Disse baixinho

Thiago suspirou e apertou mais o abraço, me passando uma segurança que eu só havia sentido nos braços do meu pai.

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Muka narrando

Já tinha muitos feridos, tanto soldados do morro quanto policiais.

Eu lutava lado a lado do GA. Ninguém podia matar esse homem além de mim.

O que me fazia pensar, porque não aproveitar o momento e matar ele agora? A culpa não seria minha mesmo.

Mas o plano do meu tio é fazer ele sofrer, ele tem que sentir a dor que sentimos por não ter mais nem o meu pai e nem minha mãe.
E tudo por culpa dele.

Vi um verme apontando a arma pra cabeça do GA. Ele tava todo distraído.

Mirei bem na testa do rato e atirei.

GA olhou pra trás e depois pra mim.

--- Te devo mais uma --- Suspirou aliviado

--- Não fiz mais que minha obrigação --- Toquei em seu ombro

--- Te falar, tu é um filho que eu não tive --- Tocou de volta no meu

Não sei porque, mas uma eletricidade passou pelas minhas veias. Pela primeira vez eu senti conexão com alguém.

GA riu sem graça e me soltou. Passamos pelo beco chegando a rua que tinha uma concentração.

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Maria Laura narrando

Ata que eu ia deixar a minha comunidade e meu pai na mão né... Só papai achando mesmo.

Me separei de Muka e sai por algumas vielas, tava cheio de policial mesmo.

💭Gente, tá parecendo filme de ação 💭

Atirei no ombro de um policial, ele tava apontando a arma pra mim vocês acreditam?

--- Teu pai não mandou tu ir pra casa? --- Tio Menor encostou a costa na minha

--- Ai tu achou que eu ia obedecer ele era? Ele que ache que eu ia perder o show --- Ele riu pelo nariz

--- Te protege, mantém a guarda alta e tenta não matar... Não precisa disso --- Beijou minha testa

--- O senhor tem um coração bom --- Ele riu e saiu correndo.

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Narrador

Aquela tava sendo uma das invasões mais demoradas que a Rocinha já viu.

Moradores assustados em suas casas, famílias abraçadas.

Infelizmente, a realidade de quem mora em uma favela não é fácil.

Você não sabe pra que lado torcer.

O que os moradores mais queriam mesmo, é que independente do lado que vencesse... Aquela invasão acabasse.

Enquanto sua filha, sobrinha e afilhado estavam no porão de sua casa, Lucy estava todo tempo com a pistola armada pra porta de casa.
Tinha vapores fazendo a sua segurança e de sua família, mas ela temia e sabia que ninguém melhor que uma mãe pra proteger seus filhores.

Lucy sabia que nem que pagassem, Maria Laura ficaria em casa de braços cruzados e quando seu pai precisava de sua ajuda.

A garota herdou o sangue de ambos, a coragem e atrevimento faziam parte da personalidade da garota.

Ela lutava sozinha por sua favela, enquanto seu pai tinha os dois irmãos lhe defendendo.

Mas porque? Porque Muka e Leonardo não aproveitavam o momento e cumpriam o que tinham vontade? Afinal, não foi esse o propósito da ida de ambos pra Rocinha?

Enquanto isso, o policial amigo de Bernardo procurava o seu alvo.

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Muka narrando

Os policiais começaram a recuar, eu e o Léo fazia a segurança do GA em todo o tempo.

Eu via o quanto o bundão do Leonardo tava desconfortável com essa situação, aliás... Toda vida Leonardo nunca quis matar ninguém.

Eu sei que vai acabar do Léo desistindo de tudo, principalmente depois da moreninha.

Mas eu não, eu queria matar o GA. Queria não ter que fazer a segurança dele com essa invasão.

Eu estava com ódio, com ódio de mim mesmo por proteger o homem que eu devia matar.

Minhas carnes tremiam por dentro meu sangue borbulhava em minhas veias, minha vontade era apertar o gatilho da arma e descarregar toda na testa desse filho da puta.

Os tiros foram parando aos poucos e o GA sinalizou pra gente ir descendo ou ir pras ruas principais do morro.

--- ACABOU CARALHO --- Ele gritou e jogou as armas pra cima

--- TUDO NOSSO PORRA --- Fiz toque com ele.

Radinho on 📻

--- Caça Ratos... Pode mandar geral subir --- Chamei

--- Tem uns vapor subindo... Mas, tem umas parada aí... O chefe tá com tu? --- Falou todo estranho

GA escutou e se aproximou

--- Tou na escuta... Fala logo --- Disse impaciente

--- Chefe... Teve uns morto, e ahn..

--- Para de enrolar porra, fala logo caralho --- O Léo se meteu

--- Levaram a Maria e o Menor... Eles tomaram tiro chefe

Arregalei logo meus olhos.

--- Aonde levaram eles? --- O GA perguntou nervoso

--- Levaram pra UPA...

--- Puta que pariu... Tou colando lá --- Falou nervoso

Radinho off 📻

Porra, sei nem o que tava me dando. Eu tava nervoso e o GA mais.

--- Minha filha caralho... Porra, meu irmão --- Passou a mão pelos cabelos

--- Calma, vamo saber o que rolou com eles antes de se desesperar --- O Léo disse tocando no ombro dele.

💭O cuzão do Léo parece solidário demais. 💭

--- Esse doente mental tem razão, bora saber logo... --- Toquei também em seu ombro.

O GA assentiu e a gente já foi logo subindo.

Uns vapor passou de moto, nós três subimos nas garupa e voamos pra UPA

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--- Eu quero saber aonde tá a minha filha caralho --- Lucy bateu no balcão impaciente

--- A gente já vai ter notícias GA, por favor se acalme --- a gostosa que trabalha na recepção pediu com medo

--- Me acalmar é o caralho, minha vontade é estourar a tua cara de puta mal comida... Como o meu amigo tá em? --- Gritou apontando o dedo na cara da mulher

--- Neguinha se acalma --- GA se aproximou dela

--- Tu também não porra... Eu tiro as tuas bolas --- Ela disse nervosa.

A mulher do menor de aproximou dela e falou alguma coisa que não deu pra escutar.

Eu tava sentado nas cadeiras, só escutei o que os outros disseram porque tavam gritando

--- É uma galera calma né... Todo mundo faz uso de maracujina --- Leonardo sussurrou em meu ouvido

--- Deixa de ser palhaço Leonardo --- Resmunguei.

A gente ficou lá e as duas mulheres se abraçaram.

Derrepente Maria Laura apareceu com o braço enfaixado. GA assim que viu deu um pulo e foi abraçar ela.

Eu, a gibi, Leonardo e Lucy também nos aproximamos

--- Minha menininha --- GA disse abraçado a filha

--- Foi só um tiro de raspão pai --- Ela disse com tédio revirando os olhos

Ele soltou ela e a Lucy abraçou ela

--- Minha vontade é de te bater menina --- Falou chorando

--- Não, eu já levei um tiro... Já tá bom não acham? --- Falou com a voz falha.

Soraia abraçou ela e Maria Laura suspirou

--- Eu tentei tia... Mas o rato tava acompanhado e atirou nele, na hora que eu revidei o parceiro atirou em mim --- Soraia deixou um soluço alto escapar mas não falou nada.

Assim que a mulher soltou ela, ela olhou pra mim e suspirou.

--- A dúvida que não quer acabar... O que tu tava fazendo na minha casa de 04 da manhã? --- Léo perguntou com a testa franzida

Fuzilei ele com o olhar e Maria Laura fez a mesma coisa.

--- É Maria Laura... O que tu tava fazendo lá? --- GA perguntou desconfiado.

Ela arregalou os olhos e me encarou assustada. Na hora que ela ia abrir a boca, o médico apareceu na recepção e a Soraia correu, fazendo assim todo mundo correr junto.

--- Como meu marido tá? --- Perguntou desesperada

O médico suspirou

💭Ih... Lá vem merda💭

---Bom... A bala passou muito perto do coração... Conseguimos tirar ela, mas o Menor entrou em um quadro de coma... Fizemos tudo o que foi possível... Agora, depende dele, reagir aos medicamentos e acordar pra sabermos se vai ter algum trauma --- O médico disse tudo de uma vez.

A mulher respirou aliviada quando soube que ele ainda tava vivo, mas começou a chorar quando soube que tava em coma.

--- Meu pai o quê? --- TH perguntou assustado atrás de nós.

Ele tava acompanhado da Maísa e da Fernanda.

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Oi amores 😘 E agora... Será que o Menor vai conseguir sair dessa?

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Aguardem os próximos capítulos ❤

Kisses 😘😘

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