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7

A chuva tamborilava suavemente contra as janelas da sala, desenhando caminhos irregulares no vidro embaçado e criando uma trilha sonora melancólica para os pensamentos de Joseph. Ele suspirou, o som ecoando baixo no ambiente quase silencioso. Por um momento, senti que o tempo desacelerava, oferecendo-lhe uma pausa rara no caos constante que era sua mente.

Sentado à sua carteira no fundo da sala, Joseph deixou escapar um sorriso pequeno, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa. Havia algo reconfortante na monotonia da chuva, mas, ao mesmo tempo, aquela melancolia o puxava para um lugar familiar demais. Ele vivia preso à nostalgia, como se cada memória do passado fosse uma relíquia que ele não conseguia deixar para trás. Era um tipo de ironia cruel: essas memórias o embalavam em conforto, mas também o machucavam, expondo continuamente um vazio que ele sabia que não poderia preencher.

À frente da sala, o professor Carson escrevia no quadro, sua caligrafia precisa formando palavras que deixaram cair o peso de séculos de pensamento humano. Aos 67 anos, Carson era um homem com presença cuja preenchia o ambiente, com seus óculos antiquados, postura levemente arqueada e uma expressão que oscilava entre o cansaço de alguém que já viu o mundo mudar muitas vezes e a paixão de quem ainda acredita no poder das ideias . Ele não era apenas um professor; era um contador de histórias, um guia para aqueles que se perdiam nas complexidades da filosofia.

Joseph falou os olhos no exato momento em que Carson largou o giz, cruzou os braços e olhou para a turma com aquele ar específico de quem estava prestes a lançar algo significativo. Ele deu um passo à frente e, com uma voz firme e pausada, declarou:
— "Aquele que olha para fora, sonha; Aquele que olha para dentro, desperta."

A frase, de Carl Jung, parecia emparelhar na sala, pesada e vibrante, enquanto o silêncio tomava conta do ambiente. Cada palavra parecia buscar espaço dentro das mentes presentes, como se carregassem a promessa de algo maior, algo que apenas pudesse ser compreendido se houvesse coragem suficiente para encarar o que se encontrasse dentro de si.

Carson esperou alguns segundos antes de continuar, o tom calmo, mas implacável:
— Vocês passam tanto tempo presos às dores do passado ou aos medos do futuro que esqueceram que o presente é o único lugar onde se pode realmente mudar. O mundo não espera. Ele segue em frente, com ou sem vocês.

As palavras penetraram em Joseph como uma lâmina precisa, cortando direto em sua mente. Ele sabia que aquilo era verdade. Sabia que estava preso, gastando tempo demais revisitando lembranças que, no fundo, só o impediam de avançar. Mas como, ele se perguntou, alguém poderia simplesmente abandonar aquilo que o define por tanto tempo?

O barulho do giz voltando a arriscar o quadro preencheu o silêncio. Carson rabiscava frases que pareciam desconexas à primeira vista, mas, como sempre, havia um propósito subjacente em tudo o que fazia. Sem virar-se para os alunos, ele disse:
— Não tenha medo de encarar o que está dentro de vocês. É lá que moram as respostas... e também os monstros. Mas enfrentá-los é o primeiro passo para se libertar.

Joseph sentiu o peso daquelas palavras. A tempestade em sua mente parecia se intensificar, mas, ao mesmo tempo, algo se agitava, como se aquela frase fosse uma fagulha num canto escuro que ele nem sabia que existia.

Finalmente, Carson virou-se para a turma. Ele analisou os rostos à sua frente, buscando algo em cada um deles, como se procurasse sinais de que suas palavras haviam encontrado terreno útil. Quando seus olhos pousaram em Joseph, o olhar paira por um momento mais longo do que o normal. Era como se ele pudesse ver além da máscara de tranquilidade que Joseph usava e enxergasse a confusão que borbulhava por baixo.

Com um sorriso de lado, Carson ajeitou os óculos com a ponta dos dedos e declarou:
— Quero um poema sobre evolução emocional para a próxima quarta-feira. Não me importa se é em versos livres, rimados ou desajeitados. Apenas faça.

O sinal tocou, mas ninguém se mexeu imediatamente. Havia um peso no ar, como se todos ainda estivessem processando o que ouviram. Joseph, por outro lado, contínuo parado, olhando para a janela. A chuva ainda caiu, mas parecia menos opressiva agora, quase como se fosse um reflexo de sua própria tempestade interna. Talvez, ele pensou, fosse possível encontrar alguma coisa clara no meio do caos. Talvez, apenas talvez, fosse hora de olhar para dentro e despertar.

🌻

A aula do senhor Carson havia terminado há cerca de vinte minutos, mas as palavras dele ainda pareciam pairar sobre Joseph. Ele estava inclinado contra os armários, os olhos fixos em nada específico, enquanto o eco das frases filosóficas do professor reverberava em sua mente. A chuva do lado de fora continuava seu ritmo constante, e o barulho dos alunos pelo corredor oferecia um contraste vivo ao momento introspectivo que ele vivia.

— Ele realmente passou isso pra vocês? — perguntou Frost, cruzando os braços e inclinando a cabeça em direção a Joseph, com uma expressão de incredulidade.

— Também estou meio pasmo — respondeu Augusto, mastigando um chiclete com a calma de quem não parecia se importar muito com prazos ou responsabilidades. Ele estendeu um chiclete na direção de Frost. — O que você acha sobre o trabalho do senhor Carson, Joseph?

Joseph piscou, saindo de seus devaneios, e franziu ligeiramente o rosto antes de responder:

— Eu? Bom... — começou, ajeitando a alça da mochila no ombro — não entendi muito bem o propósito do trabalho, mas é o senhor Carson, né? Vocês sabem como ele é.

Frost arqueou uma sobrancelha, curiosa.

— Isso quer dizer o quê, exatamente?

Joseph deu um meio sorriso, como se a resposta fosse óbvia.

— Quer dizer que ele tem um jeito todo... peculiar de fazer a gente pensar. Meio estranho, mas funciona. E, como ele disse, a vida não vai esperar a gente evoluir.

Augusto deu uma risadinha, o som abafado pelo chiclete que mascava preguiçosamente.

— Filosofia em formato de tapa na cara. Clássico Carson.

Joseph bocejou, o som escapando antes que ele pudesse segurar. O gesto chamou a atenção de Frost, que arregalou os olhos como se ele tivesse cometido algum crime.

— Nosso pequeno Joseph responsável está se tornando preguiçoso? — provocou Jack, que apareceu ao lado deles com uma bala de hortelã na mão. Ele colocou a bala na boca e sorriu como se tivesse acabado de desmascarar um segredo.

— O quê? Não, só estou cansado — respondeu Joseph, afastando-se dos armários e começando a organizar os livros na mochila. — Estou indo muito mal em geografia, realmente preciso estudar.

Frost estreitou os olhos para ele, a expressão analítica de sempre. Era um hábito dela, estudar as pessoas como se estivesse tentando decifrar um enigma. Joseph estava acostumado com aquilo, mas algo na forma como ela o olhava agora o incomodava, como se estivesse percebendo algo que ele mesmo ainda não tinha notado.

— Mal em geografia não é novidade pra você, mas... sei lá, tem algo diferente — comentou ela, quase casualmente, mas com um sorriso que Joseph sabia que escondia segundas intenções.

— Diferente como? — perguntou, desconfiado, enquanto terminava de pegar seus livros.

Frost ignorou a pergunta e abriu um sorriso cheio de malícia.

— Vamos estudar na biblioteca depois da aula.

Joseph estreitou os olhos, encarando-a como quem tentava decifrar suas intenções.

— O que você está planejando?

Ela deu de ombros, como se fosse a pessoa mais inocente do mundo, mas logo bufou, irritada.

— Eu só estou com fome, para de me olhar assim! — exclamou, pegando um chiclete do bolso e começando a mascar de boca aberta de propósito, claramente tentando irritá-lo.

— Não acredito nesse seu "estou com fome" — retrucou Joseph, pegando os livros da próxima aula e fechando o armário. Ele deu uma olhada rápida no relógio antes de continuar: — Aliás, você não tinha aula de História nesse exato momento?

Frost congelou por um instante, como se as palavras dele tivessem acionado um alarme interno. Sua expressão mudou de despreocupada para completamente aterrorizada em questão de segundos. Sem esperar por mais provocações, ela disparou pelo corredor, esbarrando em alguns alunos no caminho.

— Tchau, Joseph! — gritou por cima do ombro enquanto corria, misturando-se ao fluxo de estudantes.

Augusto, ainda mascando seu chiclete, olhou para Joseph com um sorriso preguiçoso.

— Pequeno Joseph, acho que sua irmã esqueceu que a "senhorita" Catrina não é muito fã de atrasos.

Joseph soltou uma risada baixa, fechando o armário com um movimento preciso. Ele olhou para o corredor onde Frost havia desaparecido e balançou a cabeça.

— Ela merece o que vier por isso.

— Com certeza — concordou Augusto, jogando a embalagem do chiclete no lixo mais próximo.

Os dois começaram a caminhar na direção oposta, em direção à próxima aula. Enquanto isso, a chuva lá fora continuava caindo, ritmada, como se fosse um lembrete constante do mundo que seguia em frente. Para Joseph, as palavras de Carson ainda ecoavam em sua mente, como um chamado para algo maior. Ele só não sabia, ainda, se estava pronto para atendê-las.


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