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PARTE II - Payre

Quem é você?

Não sabia quem era, não sabia como responder, mas a dúvida lhe trouxe uma estranha impressão. Conhecia a resposta, apenas não lembrava, por isso perguntou:

― Quem sou eu?

Estava ciente da presença da outra pessoa, sem ter ideia de como era capaz de identificar isso, pois maior que tudo era aquele sentimento de solidão. A sensação de estar flutuando em meio ao nada.

Vou lhe contar uma história.

Bem, não havia escolha a não ser ouvir o que a voz suave tinha a dizer. Não sabia quem era ou onde estava. Tudo que tinha era aquela presença em sua cabeça.

Mas isso logo mudou. Imagens desfocadas, apenas sombras escuras, foram surgindo lentamente em frente aos seus olhos. As formas foram ficando cada vez mais definidas e o contorno de três figuras se fez visível.

Esses são os Três Deuses. A história começou com eles. Por causa deles...

***

Os Deuses Ashy, Erow e Deow chegaram a Payre há muito tempo. Em um tempo em que Payre não era Payre. Não como é agora. Havia muitas raças convivendo umas com as outras. Tantas que quase não se era possível determinar. Porém, os Deuses deram dons a algumas delas e, assim, a destruição desse planeta teve seu início.

Mas também, foi quando Payre começou.

Seres perversos chamados Deiroons foram os primeiros a receberem tais bênçãos, ou maldições. Eles, por capricho do Deus Deow, se tornaram os mais poderosos desse mundo. Pelo Deus deles, mataram, destruíram e dominaram. Os povos em desvantagem, desesperados pelo massacre, pediram a ajuda dos outros Deuses, e alguns, por serem fortes o bastante para combater os Deiroons, foram atendidos. Erow permitiu que esses seres usassem do seu poder para vencer aqueles que seguiam seu irmão Deow. Muitas batalhas foram travadas e vidas foram perdidas, algumas raças foram extintas para sempre.

Payre era uma terra pacífica, com eventuais conflitos, pois raças muito orgulhosas viviam nela, apesar disso, a paz conquistada através de alianças preciosas era muito valorizada por todos. No entanto, a intervenção dos Deuses, a existência de tamanho poder, levou todos ao desejo de ter cada vez mais influência. Todos queriam dominar Payre.

Após um tempo, os Humanos se tornaram os únicos vivos a não receber os dons dos Deuses. Deow e Erow os consideraram fracos demais, e portanto, descartáveis. Talvez por isso esses seres passaram a considerar aqueles poderes uma maldição e eram contra a intervenção divina. Eles amaldiçoavam a existência dos Deuses, pois os responsabilizavam por tanta destruição. Por isso, logo se tornariam mais uma raça a ser extinta.

A Deusa Ashy, única dos Três que não tinha interferido na guerra em Payre, salvou a essência Humana. Tirou-a de Payre e a levou para um lugar chamado Terra. Lá, os Humanos passaram a existir, sem os dons. Apenas com a essência própria de sua raça.

Ao resgatar os Humanos e dar-lhes um novo lar, a Deusa sacrificou sua própria vida. Era sua forma de se redimir por tudo que seus irmãos fizeram no lindo planeta que foram habitar. Após sua morte, sua essência foi usada em quatro escolhidos, os únicos Humanos que continham seus dons. Pois sabia que um dia tais poderes seriam necessários.

Já Erow e Deow, com a morte de Ashy, acabaram por travar uma batalha da qual apenas um sairia vitorioso. Erow venceu, mas o resultado foi a morte de ambos. E a destruição de Payre.

Deow morreu pelas mãos de Erow, contudo, recriou com o uso de sua própria essência, os Deiroons, para que eles se tornassem os carrascos daquele planeta, que para ele, apenas representou a traição dos seus irmãos. Além disso, ele amaldiçoou todas as vidas que viessem a existir ali, pois uma outra parte de sua essência seria dada ao ser que levaria Payre ao seu fim.

Erow, quando venceu a disputa, restabeleceu todas as raças que ainda existiam antes de serem exterminadas na luta contra o irmão. Com sua essência devolveu os dons a elas, para que assim pudessem aprender a usar seus poderes sem a intervenção de seres poderosos por trás disso, como ele e Deow haviam feito. Cada raça seria responsável pela essência que faria parte delas. Eles seriam responsáveis por suas próprias escolhas, por isso foram todas recriadas desde o princípio, a partir da primeira célula.

Com a outra parte de sua essência, o Deus Erow criou os Serines. Eles protegeriam todas as raças de Payre e da Terra. Eles também teriam a missão de levar a todos a história de Payre, contariam a história dos Três Deuses. Revelariam a maldição de Deow e, quando o ser destinado a destruir Payre e a Terra surgisse, eles deveriam ajudar a evitar tal desfecho. E levar Payre a uma nova Era de Paz.

***

E essa é a história.

― Mas isso ainda não responde. Quem sou eu?

Você é parte dessa história. E parte que ainda está por vir.

― Mas qual é o meu papel nela?

O mais importante.

Sentiu uma irritação, o que era bom, dava-lhe satisfação sentir algo além daquele vazio.

― Não pode ser mais clara?

Ouviu uma risada.

Então, preciso lhe contar uma outra história. Dessa vez é sobre a Payre de agora.

***

Depois que os Três Deuses se foram, Payre continuou sua existência tal qual eles desejaram. As raças foram evoluindo por milhares de anos até chegarem a forma semelhante ao que eram antes de serem exterminadas por Deow. Menos os Serines. Eles foram criados por Erow com uma forma já definida. Lembravam os Humanos em aparência, uma maneira de desculpar-se com Ashy.

Os Serines nasceram já adaptados a Payre, graças ao poder de Erow. Por ser uma raça criada para proteger e não para dominar, além de serem extremamente poderosos, os Serines não existiam em grande número. Eles tinham uma longa existência e, quando um morria, por vontade própria, pois acreditavam que nada deveria existir para sempre, outro nascia.

Enquanto assistiam os demais seres de Payre evoluindo, criando sociedades e dominando cada vez mais os poderes recebidos de Erow e Deow, os Serines apenas esperavam os Deiroons despertarem todo o ódio de Deow, a herança do mal deixada por ele.

Milhares de anos passaram e Payre tinha novamente seus habitantes de outrora, mais fortes e mais letais do que antes. As raças foram desenvolvendo a magia, umas mais do outras e criando seus próprios reinos. As que melhor desenvolveram a essência ao longo das gerações se tornaram dominantes e passaram a fazer alianças e a disputar os territórios de Payre.

Os reinos foram divididos entre Narty, Syl, Lhest, Cylles, Bryuu, Maah, Nagtar e Oyst. Em cada um, uma raça de Payre vivia.

Mesmo os Serines tinham seu próprio reino, inacessível para os demais, por ser extremamente perigoso e de difícil acesso.

Quando, pela primeira vez, os Serines intervieram no modo de vida dos habitantes de Payre, contando a Lenda dos Três Deuses, foram tratados por alguns como seres divinos, aos quais homenagens foram prestadas, mas outros os trataram como ridículos e fracos, já que jamais se envolviam nas guerras, apenas viviam isolados em suas terras áridas e montanhosas, desinteressantes para qualquer outra raça. Portanto, as palavras ditas por eles não tinham qualquer significado.

Então a roda do destino começou a girar.

Não era incomum raças diferentes se envolverem, mas dificilmente para procriar ou para criar uma família. Todos consideravam que essa mistura poderia enfraquecer a essência, e por consequência, os poderes das próximas gerações. Por serem muito orgulhosas, se preocupavam em manter o total poder que tinham, e uma forma era manter a "pureza essencial".

Mas então um Alicano apaixonou-se por uma Nerini. O filho do rei Alicano, Melkor, foi em uma batalha contra os Nerini e conheceu a princesa herdeira, Syka. A princesa estava entre as tropas, pois queria, como futura rainha, ter a experiência de batalha que achava necessária ao cargo que ocuparia. Desconhecendo a identidade um do outro, eles lutaram entre si e Syka acabou sendo capturada ao tentar salvar seu exército. Foi levada prisioneira pelos Alicanos, mas durante o tempo em que ficou prisioneira, acabou despertando o interesse do príncipe, e ele o dela.

Quando descobriram que estavam destinados a governar seus reinos e lutar um contra o outro por toda a vida, se rebelaram. Como eram os mais fortes de suas raças, foram seguidos por muitos, já cansados de tantas guerras.

Apesar de algumas discórdias entre o povo dos dois, Melkor e Syka se casaram e uniram seus reinos, formando o Sylesth, o maior reino de todos e deixando furiosos os Deiroons, que com isso perderam o posto que era até então apenas deles.

Assim, um segundo lance do destino aconteceu.

Inesperado e determinante.

Uma Serine envolveu-se com um Deiroon.

Não se sabe exatamente como isso ocorreu, mesmo os Serines ficaram surpresos. Souberam que Arihan, filha do Reis Serines, estava grávida de Daknor, Soberano dos Deiroons.

Aquele bebê seria um Deiroon e também um Serine. Os Serines eram tão fortes que somente morriam por vontade própria, mas um Serine poderia ser morto por outro da própria raça, algo que naqueles milhares de anos nunca havia acontecido. Porém, aquele ser dentro de Arihan poderia mudar isso, já que possivelmente carregaria a maldade da raça de seu pai.

Assim, os Serines decidiram impedir o nascimento da criança. Eles estavam acostumados a proteger e a fazer sacrifícios, por isso Arihan deveria sacrificar a si mesma e ao bebê em nome da missão que lhes foi conferida há muitos e muitos anos pelo Deus Erow. Proteger Payre e a Terra seria sempre a prioridade deles. Não poderiam arriscar que o ódio de Deow vivesse na essência daquele bebê e que ele viesse a matar Serines. Ele seria terrivelmente poderoso e perigoso se assim fosse.

Arihan ficou inconformada e fugiu. Souberam que foi capturada por Daknor. Alguns meses depois os Serines sentiram a sua morte. E o nascimento da criança.

Por muitos anos, nada aconteceu, apenas continuaram as batalhas entre o reino de Sylesth e os Deiroons. Cada vez mais o Rei Daknor perdia seus exércitos para os inimigos.

Para espanto de todos, um dia Daknor foi morto, e espalhou-se por Payre que o próprio filho, Khor, foi o responsável. Assim, o jovem Khor se tornou o novo Rei dos Deiroons.

Mal havia assumido o trono, Khor foi para a guerra contra os soldados de Sylesth, lutou praticamente sozinho e nenhum guerreiro inimigo sobreviveu. Além de matá-los, a criatura, a que muitos consideraram a reencarnação do coração negro de Deow, alimentou-se dos derrotados. E isso o deixou mais forte. Ele tinha apenas doze anos na época.

Por longas batalhas, durante anos e anos, inúmeras vidas pereceram o que só deixou o Rei Deiroon mais poderoso. E seu exército também, pois Khor passou a alimentá-los com seu sangue, para que eles também pudessem devorar seus inimigos, absorvendo sua força. A escuridão estava tomando Payre. A maldade que destruiria a todos estava se espalhando.

Os Reis Syka e Melkor também participavam das batalhas, eram guerreiros ferozes, os inimigos pereciam em grande quantidade sob suas armas. Mas isso não era o suficiente. Precisavam de algo tão poderoso quanto a força de Khor e seus exércitos, ou todos iriam morrer. Desesperados, foram em uma jornada até os Reis Serines, preparados a ouvir e aprender com as histórias que eles contavam sobre os Três Deuses. Os Reis de Sylesth foram os primeiros de outra raça a pisar no palácio do reino de Oyst.

Logo ficaram sabendo pelos Serines que Khor era a criança gerada por Arihan. Ele tinha nascido e matado os pais, se alimentado deles e havia ficado cada vez mais forte por isso. O sangue tirado dos outros, somado à sua essência Serine o estava tornando indestrutível.

Nessa visita, a Rainha de Oyst disse que teve um sonho. Nele, Melkor e Syka tiveram um filho e, por orientação de Erow, tinham enviado o bebê para a Terra. Lá ele encontraria os Humanos de Ashy que ajudariam a salvar Payre.

Syka e Melkor ficaram em dúvida, crianças eram muito raras em Payre, principalmente entre raças distintas. Contudo, semanas depois de voltarem para Sylesth, a Rainha descobriu que estava grávida. O Predestinado a salvar Payre estava a caminho.

Meses depois, Khor investiu contra o palácio dos Alicanos e Nerinis, ele estava poderoso o suficiente para isso e foi, com seu exército sedento por sangue, atacar o Reino de Sylesth.

O ataque foi terrível, muitos morreram e tantos outros tentaram fugir. Foi um massacre sangrento. Para proteger o bebê, a Rainha teve que fugir, foi escoltada pelos Serines para o palácio em Oyst. Lá a Rainha Arw a ajudou a trazer a criança ao mundo. Durante o parto, a Rainha Serine cortou a palma de sua mão e fez o pequeno menino que nasceu beber seu sangue. Isso o deixaria muito poderoso.

Arw explicou que seu povo tinha construído um transporte para enviar o bebê para a Terra, assim que nasceu o menino foi colocado dentro dela. Syka foi deixada sozinha com o filho e a nave, pois a Serine teria que cuidar da proteção do palácio, caso houvesse algum imprevisto.

Enquanto isso acontecia, o Rei Serine Elros foi ao palácio do Sylesth para enfrentar Khor e ajudar o Rei Melkor na batalha.

Embora Serines não pudessem ferir outras raças, o sangue Serine que Khor carregava era o que Elros precisava para cumprir sua missão. Foi uma luta intensa. O Rei Serine não iria vencer, já sabia disso, mas havia conseguido atingir seu objetivo. Com a ajuda do Rei Alicano, o soberano Serine foi capaz de tocar o coração do cruel Deiroon.

Assim que Elros tocou o coração de Khor, sua essência, ampliada pelo poder de seu sacrifício, lançou o Rei Deiroon para longe, paralisando seus poderes. Isso não iria matá-lo, mas certamente os beneficiaria com tempo. Khor ficaria preso por muitos anos em algum lugar distante e isolado de Payre. Adormecido, até que fosse novamente despertado.

O Rei Elros avisou o Rei Alicano que Syka estava, naquele momento, aguardando no palácio dos Serines para enviar o bebê deles para a Terra e que teriam a missão de cuidar de Payre até o retorno do Predestinado, pois os Serines não mais existiriam naquele mundo. Logo Khor iria recuperar o poder perdido, por isso precisariam ficar atentos. Após essas palavras, o Rei Elros desapareceu, deixando apenas a impressão de sua presença.

Syka, que esperava ao lado da nave na qual estava o filho, aflita pela despedida iminente, ouviu um sussurro e vislumbrou uma linda luz branca entrar na nave. O pequeno transporte fechou-se, com o bebê dentro, e se iluminou por completo. A máquina de metal começou a se erguer em direção ao teto, que se abriu revelando o céu estrelado. Com uma velocidade surpreendente, a pequena nave se lançou para o espaço, onde ficou vagando por vários anos-luz até chegar a Terra.

E o amado bebê payreano virou uma pequena estrela e foi em direção a Humana que o conceberia. Para sua própria proteção, a essência dele ficaria adormecida enquanto estivesse naquele planeta, até que, no momento certo, retornasse para Payre, com os Humanos de Ashy, para cumprirem seus destinos.

Já os Serines nunca mais foram vistos em Payre.

***

Agora sabe quem você é?

Sim. Sabia.

― Eu sou Alexis. Filho de Syka e de Melkor. E eu voltei para Payre.

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