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PARTE I - Terra ou Mundo Humano

Ren, atirado no chão, não conseguiu acreditar no que havia acontecido. Seu queixo doía como se tivessem batido com um tijolo nele. Observou ao seu redor. Percebeu olhares de choque, incredulidade e, principalmente, para seu desgosto, zombaria. Porra! Estava sendo ridicularizado por todos os seus colegas pela situação absurda em que se encontrava.

Os estudantes haviam formado um círculo e ninguém ousava se aproximar para ajudar. "Graças a Deus!", pensou Ren, já era bem humilhante apanhar daquela forma, mas ter que ser resgatado seria ainda pior... Bem, talvez não fosse tão ruim, refletiu ao sentir as costelas doerem quando tentou se erguer após ter sido praticamente arremessado contra o chão duro da área de entrada da universidade.

Mas novamente a raiva cresceu quando ouviu aquela voz. Infelizmente uma voz que parecia delicada demais para pertencer a alguém que havia lhe dado uma porrada malditamente forte.

― Então ainda consegue se mover?

Ela deu uma última olhada nele antes de começar a se afastar. Como se estivessem na presença de uma ameaça, todos os alunos, sem uma única exceção, foram abrindo passagem. Burro tinha sido ele por não ter feito o mesmo quando ainda havia tempo. Por causa de sua arrogância foi deixado naquele estado, jogado no chão, sentado sobre o próprio orgulho, espancado por uma garota. Ou algo que poderia ser uma garota.

Subitamente as vozes cessaram e no final do corredor de curiosos surgiu uma presença desalentadoramente familiar a ele.

― Puta merda - resmungou Ren.

Quando iria aprender a controlar a própria imprudência?

***

Alexis observou a multidão se afastando à sua passagem. Não era algo novo para ele, o poder do nome de sua família o acostumara com as pessoas agindo daquela maneira, mesmo em um ambiente como aquele, uma instituição de ensino particular, chamada pelo sugestivo nome de Alpha, onde os filhos das pessoas mais ricas e influentes do mundo iam para aprender coisas normais ensinadas em outras Universidades, mas também algumas peculiaridades específicas a futuros líderes. Isso incluía, eventualmente, embora não fizesse parte do currículo oficial, algumas demonstrações abusivas de poder, de status e alianças políticas e econômicas que deixavam os pais muito satisfeitos. Ou muito irritados, dependendo para quem era a maior vantagem.

Alexis estava saindo de uma aula quando encontrou Eric, principal responsável pela disciplina do lugar. O homem de meia idade, sempre inabalável, pareceu estranhamente agitado ao solicitar sua ajuda. Alexis ficou intrigado, pois Eric geralmente resolvia os mais diversos problemas criados pelos alunos, mas preferiu não questionar. Talvez algum dos envolvidos fosse alguém "difícil". Levando em conta o público da Alpha, poderia ser o futuro rei de alguma nação, e Alexis tinha um jeito muito especial de tratar a realeza. Esse era um dos principais motivos pelos quais o chamavam para resolver casos "complicados". Uma outra pessoa qualquer, como um funcionário, seria facilmente intimidado pelo poder daqueles que deveria repreender. Já bastavam as dificuldades diárias passadas pelos professores.

Alexis prestou atenção na situação à sua frente e quando a multidão de estudantes possibilitou que visse o centro, uma única pessoa permaneceu ali parada. Ele analisou a figura atentamente. Ela usava uma calça jeans que certamente já tinha tido dias melhores, e que decididamente não era do tamanho adequado visto que a barra arrastava-se no chão por cima de tênis cinzas. Ou uma cor qualquer desbotada. Um moletom verde escuro quase até a altura dos joelhos cobria o resto do corpo, com um capuz puxado sobre a cabeça impedindo uma visão nítida do rosto. Ótimo. Um riquinho com alma de indigente. A Alpha às vezes recebia alguns tipos daqueles. Esperava não ter que encarar nenhum discurso irritante sobre o mundo capitalista e o quanto as monarquias esbanjavam recursos de seus países, representadas pelos alunos daquela instituição discriminatória e etecetera...

― Quem é você? - Alexis perguntou, indo direto ao ponto para solucionar logo o problema e voltar aos seus estudos.

O capuz suspirou e para seu assombro uma voz melodiosa com sotaque inglês resmungou:

― Sou apenas uma aluna. - Ela simplesmente começou a andar, passando ao seu lado para ir embora.

Instintivamente, surpreso com aquela atitude, Alexis estendeu a mão e a segurou pelo pulso A partir disso tudo aconteceu muito rápido. A garota dobrou o braço de uma forma inesperada e quase conseguiu escapar, porém, Alexis se recuperou rapidamente a tempo de bloquear a tentativa de fuga. No fim, ela permaneceu presa, só que pelo outro braço. Mas então, para assombro do rapaz, ela inclinou o corpo e com um impulso chutou a sua perna. O impacto foi tão forte que ele perdeu o equilíbrio, mas diferentemente do que a estranha intencionava, não a soltou. Os dois caíram de lado, juntos e em um movimento súbito, Alexis ficou sobre ela, prendendo os dois braços femininos junto ao corpo pequeno. Ela tentou se desvencilhar novamente, por isso Alexis a puxou mais firmemente, até mesmo passando uma de suas pernas sobre as dela para que não tentasse algo inesperado.

― Mas que inferno pensa que está fazendo?! - A garota gritou, indignada.

― Você estava tentando escapar e me agrediu - respondeu Alexis, ofegante. - Agora me responda: quem é você? Qual é o seu nome?

Enfurecida ela se sacudiu mais uma vez, retorcendo o corpo para tirá-lo de cima, mas a força de Alexis a impediu. Parando de se mexer, a desconhecida retrucou, imperativa:

― Quem é você?! Com que direito fica me interrogando? Pelo que posso ver não passa de um aluno, não tenho motivo algum para dar satisfação a um qualquer!

Dizendo isso virou a cabeça e mordeu com força a parte do braço de Alexis que conseguiu alcançar. A dor o fez recuar tempo suficiente para que ela pudesse erguer a parte superior do corpo, mas ainda não foi o bastante para escapar.

Furioso, Alexis a empurrou contra a grama e sem se importar com os alunos que assistiam a cena absolutamente chocados, colocou todo seu corpo sobre o dela. Pernas contra pernas e as duas mãos erguendo os braços da garota para o alto, ficando de quatro sobre ela. Tomou cuidado para manter distância dos dentes afiados.

A situação era a mais incômoda que ele conseguia listar em sua mente. Seu braço ferido latejava, sentia-se um idiota lutando daquela forma com uma pessoa tão pequena, diante de uma plateia formada por quase todos os colegas. E o mais desconfortável era o fato de estar irritado. Ele não era assim. Quem era aquela maldita garota?

Analisando a culpada de tudo aquilo, reparou que ainda não tinha visto o rosto dela. Apenas a boca, o queixo e parte do nariz estavam visíveis sob o capuz. E por algum motivo a boca lhe chamou a atenção. Era naturalmente rosada e carnuda, os lábios inferiores formavam um conjunto harmonioso com o queixo pequeno e delicado que exibia uma leve covinha.

Quando os dentes dela, em um ato de pura raiva, morderam os lábios que ele observava, Alexis sentiu um arrepio cruzar seu corpo, o que o fez ciente de outros detalhes. A pele delicada e macia dos pulsos que ele segurava cobertos por faixas pretas, as pernas entrelaçadas com as suas. E o perfume. Era um exótico cheiro de jasmim.

Ele era honesto o suficiente para admitir que se sentiu estranhamente atraído, não havia outra forma de descrever as reações do seu corpo, mas não se deixaria dominar por algo tão sem sentido. Não sabia o seu nome, não conhecia o seu rosto, e embora apenas aquela proximidade entre eles fosse o bastante para causar aquelas sensações assustadoras nele, tinha certeza que logo superaria aquele inconveniente. Como faria com um simples resfriado contraído em uma mudança de estação.

― S-sai de cima de mim! - A garota ordenou em uma voz de comando, mas levemente sem fôlego.

Alexis, apesar de tudo, fez como o pedido. Não tinha a menor intenção de prolongar um contato tão íntimo com uma completa desconhecida. No entanto, enquanto se movia para o lado, mantendo um dos joelhos no chão, em um único movimento rápido baixou seu capuz. Ele ouviu vagamente as pessoas a sua volta arquejarem, mas estava com a atenção completamente voltada para a garota que o fitava com os mais belos olhos que ele já vira. Eram de uma cor incomum, violeta, que formavam um conjunto lindo com os cílios longos e pretos, em um contraste dramático com a pele muito alva e com os cabelos louros, quase prateados. Algumas mechas tocaram as mãos de Alexis dando a sensação de que seda deslizava por sua pele. E o cheiro de jasmim se tornou ainda mais inebriante.

Ainda meio desnorteado com a aparência da garota, Alexis notou sua apatia. Até então ela havia tentado escapar de forma incessante, inclusive o mordeu para atingir esse objetivo, mas no momento apenas o encarava com os olhos embaçados e lábios entreabertos, com a respiração pesada. Suor corria pela testa e pescoço. Ela não parecia bem. Algo que se confirmou quando tentou erguer o corpo, mas não conseguiu, caindo pesadamente para trás.

Alexis não tinha dúvidas, ela precisava de ajuda. Em um único movimento se pôs de pé, com ela firmemente protegida em seus braços. Sem olhar para nenhum lado, caminhou apressadamente por entre os colegas que voltaram a abrir caminho para ele passar. Ninguém conseguiu entender o que havia acontecido ali, por isso, cada um espalhou a notícia a sua maneira, de forma que a única informação em comum foi a forma surpreendente com que Alexis tinha agido e que a menina parecia um Anjo.

Ah, claro, e que Ren foi incrivelmente humilhado.

***

Ren, aliás, assistiu a cena toda boquiaberto.

Alexis não dera uma única olhada em sua direção. Não pareceu notar mais ninguém desde que a pequena figura surgiu na sua frente. Nunca imaginou que viveria para ver Alexis, literalmente, se embolar no chão com alguém, muito menos com uma menina.

Os alunos a sua volta comentavam o inusitado episódio que haviam presenciado. Alexis normalmente teria observado a cena e solicitado que todos que não estivessem envolvidos voltassem para seus afazeres. O que todos fariam sem discutir, afinal, ele era a porra do Presidente do Conselho Acadêmico da Alpha. Então ele chamaria os envolvidos para uma conversa nada amigável e tudo se resolveria com seus olhares irritantes e um amontoado de palavras pomposas e frias. Ren era praticante um perito no assunto.

Mas o que havia acontecido ali?

― O Imbecil Real ficou louco - resmungou Ren para si mesmo, saindo do local, sem ideia do que iria acontecer com ele. Será que receberia uma advertência novamente? Seria chamado para esclarecer a situação? Como iria dizer que apanhou daquele jeito porque impediu a garota de entrar no prédio ao zoar a forma como ela estava vestida? Sentindo as costelas doerem, parou para respirar fundo e balançou a cabeça desgostoso. - Putaquepariu! Apanhei daquela coisinha pequenininha?!

Certo, poderia ainda não saber os resultados que seus atos teriam, mas chegou a uma decisão muito sábia: iria aprender artes marciais sem falta.

***

Como se pode descrever a sensação de voar?

Deve-se falar sobre o vento que passa pelos cabelos criando zumbidos quase musicais nos ouvidos? Que esse vento parece gritar liberdade e vida?

É necessário mencionar a vontade de dançar no ar, sentir-se embalada pela brisa, deixar-se cair e novamente subir, subir e subir... Não há fim, e nem começo.

As voltas que o corpo, em tamanho estado de leveza, é capaz de fazer com enorme graça, parece provocar um frio constante no estômago. Mas não de medo. E sim de expectativa.

O que há atrás daquelas nuvens rosadas?

E depois das montanhas que cospem fogo pelo céu, o mudando de azul para vermelho intenso?

E a floresta que parece feita de delicadas árvores de cristal? Serão de vidro ou de gelo? Será gelada ou quente?

A que distância está a cidade de metal cinzento? Os olhos veem extasiados aquele material tão polido quanto espelhos, que cobre as milhares de pirâmides iluminadas de azul neon. Ela sente que ali já houve muitas perdas. Mas naquele momento, apenas havia esperança.

Quando o vento deixa de ser frio e passa a ser quase fervente, areia fina salpica suas bochechas. Ainda assim ela mantem os olhos bem abertos para a vastidão dourada.

Seu corpo inteiro é envolvido pelo calor sufocante, como se o sol a castigasse pessoalmente por se atrever a estar ali.

E dessa vez o frio no estomago não é de expectativa. Sim, é medo. Terror.

Ali não havia esperança. Apenas morte.

Angel lentamente abriu os olhos para se descobrir em uma enfermaria, infelizmente um lugar muito familiar para ela. Mas não lembrava como tinha ido parar lá e nem por que. Tocou o rosto para tentar afastar um pouco da confusão, e sentiu com as pontas do dedo, as lágrimas que provavelmente havia derramado durante o sonho. Era tão comum aquela situação, nem lembrava quando havia começado, que simplesmente secou a umidade restante ignorando a sensação de vazio que sempre seguia cada episódio.

Ao se erguer na cama sentiu uma leve tontura, mas procurou ignorá-la, pois era apenas mais um aspecto comum em sua patética existência. Porém, sentindo-se mais cansada do que o normal, talvez pela intensidade do último sonho, Angel voltou a deitar na cama e fechou os olhos. Era melhor aproveitar aquela oportunidade para voltar a dormir.

Sempre havia a esperança de não acordar mais.

E, talvez, acordasse apenas naquele estranho mundo de fantasia com o qual frequentemente sonhava.


******

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