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2 - Príncipe de Gelo

Ela acordou. Que pena.

― Finalmente acordou!

Angel virou na direção da voz animada que a saudou assim que abriu os olhos. Era uma enfermeira com bondosos olhos verdes cercados por pequenas rugas. Provavelmente ela ria bastante. Angel não pode deixar de reparar em tal fato, pois lhe trouxe lembranças de Hye Kyo.

― A senhorita dormiu bastante, já é noite. Mas isso é bom, o remédio pôde fazer melhor seu efeito. - A voz em tom amável a tirou de seus pensamentos dolorosos. - Quer tentar levantar, ou acha que precisa descansar mais? Sente alguma dor? Pode passar a noite aqui se quiser.

Passar a noite com a Enfermeira Feliz?

― Não há necessidade.

Angel ergueu o corpo e, como sempre acontecia, estava totalmente recuperada depois de um bom tempo de sono. O que era lamentável. Suspirando ela deu um pequeno pulo para sair da cama. Olhou para o relógio na parede, dez horas da noite. Estava apenas algumas horas naquela tal de "Alpha" e já contava quantas faltariam para se ver bem longe dali. De todos os lugares em que esteve esse certamente parecia ser o pior. A sua "entrada triunfal" era a maior prova disso.

Saiu da enfermaria e parou no corredor ao se dar conta que não sabia para onde ir. A memória de um mapa que recebeu de Watson quando sua matrícula foi aceita começou a animá-la, mas logo a lembrança de onde a porcaria inútil estava a irritou. Na mochila.

― Puta merda! - xingou baixinho, aborrecida.

Ela tinha deixado a mochila no chão quando deu o primeiro soco no loiro babaca. Então, ou alguém tinha levado para algum lugar ou ainda estava lá no pátio onde a havia jogado.

Munindo-se de uma paciência infinita, voltou para a enfermaria. A Enfermeira Feliz talvez soubesse de algo. Estava muito tarde para sair sem rumo por locais desconhecidos.

***

Seu dia não podia estar mais problemático. Uma viagem infernal para uma Universidade em que ela não queria estudar. Um riquinho babaca bancando o engraçadinho pra cima dela, tentando intimidá-la. Angel quase riu ao lembrar-se da surpresa naquela cara idiota diante do único soco que foi o suficiente para levá-lo ao chão. Então a aparição do outro sujeito. O com sotaque francês. Honestamente ela não lembrava muito bem do rosto dele. Sabia apenas que era bem alto. E tinha olhos incrivelmente azuis.

A garota observou o corredor por onde andava. Tinha que dobrar a esquerda caso quisesse ir para o quarto. A direita iria levá-la a sala do Conselho Acadêmico Alpha. A Enfermeira Feliz havia dito que o Olhos Azuis, que Angel descobriu ser Alexis-um-monte-de-outros-nomes, porque era um príncipe de algum país esquisito do oriente, tinha ficado com a sua mochila e que ele era o presidente do CAA. Quando saiu da enfermaria, o tal sujeito declarou que estava indo para sua sala, caso ela precisasse de algo. Provavelmente era lá que estariam as suas coisas, assim pensando Angel mordeu o lábio inferior indecisa.

Não podia ficar sem sua mochila, lá dentro havia um objeto muito importante pra ela. Dobrou à direita. Bem, sendo tão tarde provavelmente a sala estaria vazia e o tal principezinho já teria ido para sua linda cama de dossel, tirar seu sono de beleza. Enquanto caminhava pelos longos corredores parcialmente iluminados, Angel procurou se manter firme a esse pensamento feliz.

Alguns minutos depois estava diante de uma porta de madeira maciça com uma placa indicando ser ali o local que procurava. Abriu a porta e entrou em uma sala que mais parecia a requintada recepção de uma grande empresa. Sofás luxuosos em branco ocupavam o centro e uma janela cobria toda a parede do fundo. Haviam alguns quadros pendurados na parede de garotos e garotas, todos com ar sério e inteligente. Provavelmente eram de ex-presidentes do CAA. Do lado esquerdo da sala haviam duas portas e à direita apenas uma com uma placa branca simples na qual estava escrito com letras pretas "Presidente".

Angel abriu hesitante a da direita e como havia previsto, estava vazia. Soltando um leve suspiro de alívio foi em direção a mesa. Nem se deu ao trabalho de ligar a luz, sua visão sempre havia sido excelente, mesmo no escuro. Além disso, havia alguns pontos iluminados por luzes suavemente douradas, que tornavam o lugar ainda mais sofisticado. Angel assoviou baixinho ao olhar em volta. Quanta elegância para a sala de um simples aluno!

Ao virar a cabeça novamente em direção a mesa sentiu um cheiro familiar e estranho. Cheiro de sol. Por algum motivo foi aquela definição que lhe ocorreu. E Angel pareceu sentí-lo não só com o nariz.  Foi como se todo o seu corpo sentisse o sol, a sensação de aconchego com o calor no rosto em um dia frio. Balançou a cabeça de forma brusca, tentando limpar sua mente ao mesmo tempo em que deu mais alguns passos para perto da mesa, quando o cheiro de sol a tomou por completo. Então ela lembrou quando o sentiu pela primeira vez. Foi ao conhecer o Olhos Azuis.

― Não está um pouco tarde para conhecer o Campus? Embora eu deva entender que é o melhor horário para invadir a sala de alguém.

Angel virou a cabeça na direção da voz com sotaque francês, retrucando à queima roupa:

― Vim apenas pegar algo que me pertence. Minha mochila.

O sujeito arqueou uma sobrancelha negra em um gesto tipicamente irritante, permanecendo parado ao lado da porta que ela havia deixado aberta.

― Estou surpreso com tamanho apego aos seus materiais de estudo.

Calmamente caminhou até ela, que ficou incomodada ao perceber o quão alto era o rapaz. Com seus pouco mais de um metro e meio, Angel estava acostumada a achar todos grandes, mas isso nunca a intimidou como naquele momento. E era duro admitir que não se tratava apenas de uma questão de tamanho. O Olhos Azuis tinha algo que mexia com ela. E não exatamente de uma forma positiva. Havia percebido isso mesmo estando quase sem forças sob ele mais cedo. E para tornar tudo ainda pior, tinha aquele cheiro de sol que a desconcertava.

Pegando-a de surpresa, ele passou a mão sobre a cabeça dela em um movimento tão repentino que Angel nem teve tempo de reagir. A intenção tinha sido retirar o capuz que a cobria.

― Agora parece menos uma invasora.

Angel ficou furiosa com tamanho atrevimento. Irritada, encarou os olhos muito sérios e calmos do rapaz, e por um momento se permitiu admirar a figura completa dele.

Putaquepariu, infelizmente ele era um filho da mãe bem apresentável até. Não bastava a cor impressionante dos olhos, um azul turquesa cor de mar, eles ainda possuíam um contorno escuro e bem marcado, com longos e espessos cílios negros. A cor era destacada pelo tom dourado de pele e pelas sobrancelhas negras arqueadas. O nariz era reto e aristocrático, lembrando de todas as formas sua linhagem e origem. Os lábios cheios e bem desenhados com os superiores mais finos, criavam uma suavidade inesperada em um rosto tão masculino. Os cabelos levemente ondulados, caiam de forma displicente sobre a testa, com mechas negras um pouco longas que tocavam o pescoço moreno e o colarinho da camisa impecavelmente branca.

Completamente desgostosa com o tempo que perdeu ao reparar em tantos detalhes inúteis, Angel ergueu o queixo de forma petulante, tentando manter o mínimo possível de dignidade.

― O único invasor aqui é você. Foi você que invadiu minha privacidade ao ficar com as minhas coisas sem a minha permissão. - Cruzou os braços, atrevidamente.

― Apenas fiquei com elas para que não fossem extraviadas, afinal, você não estava em condições de cuidar delas no momento. Foi um gesto amigável, na verdade.

― Amigável? – Angel o fitou cheia de sarcasmo. – Claro, você é um sujeito muito doce e prestativo.

― Acho interessante estar questionando a natureza das minhas intenções. Sabia que você infringiu várias regras da Alpha ao bater em um colega, ameaçá-lo, agredir outro colega...

― Estamos falando da mordida que lhe dei?

― E invadir espaço privado sem autorização? – continuou o babaca, a ignorando. – Fiquei com a sua estimada mochila apenas como... precaução.

― Roubo e sequestro são permitidos pelas regras da instituição, então? Interessante.

― Roubo seria uma impossibilidade nessa situação.

― Por quê? - ela tentou conter a curiosidade, mas foi mais forte do que ela.

― Porque eu sou um Príncipe, de um reino muito rico? – ele respondeu de forma arrogante, em clara demonstração de descrença com a questão feita por ela.

― Já ouviu falar em cleptomania?

― Receio que mesmo alguém com esse distúrbio em estágio muito avançado teria dificuldade em considerar tentador aquele pedaço de pano puído. - O desdém com sotaque francês contido na fala tornava cada palavra ainda mais esnobe.

Angel ficou boquiaberta diante de tamanho desaforo. Alexis, aproveitando-se desse silêncio momentâneo, continuou:

― E sequestro implicaria em tentar conseguir algo em troca do que foi supostamente pego sem autorização.

― E o que vai pedir em troca então? - Angel lançou seus olhos violetas de modo desafiador na direção de Alexis, deixando claro o que ela considerava de sua atitude. 

Ele se aproximou ainda mais dela. Angel permaneceu imóvel, não iria lhe dar o prazer de se afastar como se o temesse. Alexis baixou a cabeça até seus olhos ficarem na sua altura. Ou pelo menos o mais perto disso.

― Nada pela mochila. Como eu disse, não fiz algo com qualquer intenção que não a de resolver um problema de indisciplina que surgiu. Mas, poderia evitar bater e arrumar confusão com nossos colegas? - Seus olhos pareciam conter um brilho irreal na parca luz que os cercava.

― Eu posso. É só eles não me provocarem.

― Isso me pareceu algo que uma criança diria.

― Não, uma criança teria feito isso. - Angel mostrou o dedo médio.

Alexis, para surpresa da garota, soltou uma gargalhada. Sim, claro, para coroar tamanha perfeição ele tinha suaves covinhas nos cantos da boca! Angel xingou a mãe natureza, aquela vadia traiçoeira por se esmerar tanto na criação de um sujeito tão pedante. 

E se sentiu uma imbecil pela própria atitude infantil, onde estava aquela coisa que deveria estar entre suas orelhas, chamada de cérebro? 

Ainda rindo, Alexis afastou-se dela e foi até a sua mesa.

― A Reitora preferiu não punir nenhum de vocês dois. Você e Ren, o garoto envolvido no caso. – Agora ele havia voltado para seu jeito sério. – Segundo ela, você poderia desconhecer alguns padrões de comportamento da Alpha. – O olhar de Alexis era de puro sarcasmo ao dizer isso. – E Ren já tomou uma punição maior do que qualquer outra planejada. Humilhação pública.

― Faz sentido. – Angel também usou um ar zombeteiro. – Uma Universidade como essa certamente acharia humilhação pública algo bastante útil.

― Qualquer lugar com alunos provenientes da alta sociedade acharia isso. Na verdade, mesmo uma com alunos comuns. Todos prezam a própria imagem mais do que tudo.

― Esse mundo de aparências é mesmo uma merda.

― Você não ligaria se fosse o inverso? Se no lugar de Ren, fosse você a pessoa machucada na frente de todos? 

Para surpresa dela, o tom revelava um interesse verdadeiro. Assim, Angel colocou as duas mãos nos bolsos da calça e começou a balançar o corpo para frente e para trás, pensativa.

― A questão não é essa – a linda voz musical da garota soou distante. – A questão é: por que isso importaria? Meu orgulho jamais ficaria ferido, eu não ligo pra ninguém desse lugar. Tanto que minha intenção inicial foi apenas a de tirar ele da minha frente. Não foi causar a diversão de tantos mimados desocupadas. - Ela deu de ombros, como se não lhe importasse ter criado um verdadeiro espetáculo no pátio do Campus. - E você? – Ela sorriu de forma maliciosa. – Se eu tivesse acertado essa sua cara linda, teria se sentido humilhado também?

Alexis abriu um sorriso tão lindo que Angel sentiu o coração disparar. Ótimo, talvez ele a ajudasse a acabar com aquela droga toda de vida.

― Bem, certamente me sentiria um idiota, mas as consequências talvez compensassem. - Seu sorriso agora era levemente cruel.

― Ah, mas aí está a beleza do meu plano ao bater nos machões. Se eles revidarem serão ainda mais babacas aos olhos dos outros. – Angel inclinou a cabeça e fez uma expressão tão doce que realmente seu nome finalmente lhe fez jus.

Alexis a observou de forma estranha. Ela não conseguiu definir aquela expressão, não era familiar a ela.

― E quem disse que eu estava falando em revidar com violência? - a voz soou macia, sedutora aos ouvidos da garota.

Nenhum dos dois falou nada por alguns segundos até que, quebrando o contato visual, Alexis andou até um armário discreto no canto da sala de onde tirou sua velha mochila preta cheia de emblemas costurados de forma pouco prendada. Eram os emblemas de todas as escolas que Angel já havia estudado, e duas Universidades. Sim, ela era estranha, gostava de colecionar essas coisas. Afinal, quem disse que não podia ser uma sentimental?

Ele foi até a garota e estendeu o que ela havia ido buscar. Ainda receosa com aquela situação toda, Angel estendeu o braço e tocou em uma das alças. Alexis não largou a mochila, apenas sorriu levemente. Os olhos permaneceram frios, mais gélidos do que havia visto até então.

― Gostaria de esclarecer algo, antes. O que aconteceu hoje não foi normal. Eu a conheço há apenas algumas horas, mas já foi o bastante para perceber o tipo de problemas que terei com você. - Como Angel estava completamente muda, ele continuou, com uma dureza assustadora que não combinava com aquela situação, afinal eles mal se conheciam, de onde viria tamanho desprezo? - Procuro ser sempre uma pessoa prática, não tenho habilidades com questões de sociabilidade, admito, e nem tenho paciência para lidar com certos incômodos.

― Que incômodos? - Angel finalmente recuperou a voz para perguntar.

― Você. - No mesmo tom cortante, concluiu: - Portanto vou ser o mais claro possível: quero você fora da Alpha, Angel Lancaster.

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