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XXXVII

Luana sentiu seu corpo tensionar e travar por um instante, não estava esperando aquela visita tão repentina de Marta na sua casa, não imaginou que ela apareceria tão disposta a conversar, e ver a sua mãe ali na sua frente a fez se lembrar de todos os momentos difíceis que passou por causa dela. De repente a morena saiu do transe ao sentir Olívia passar a mão no seu ombro esquerdo.

— Você tá bem? — A ruiva perguntou vendo a namorada virar o rosto para vê-la.

— Estou. — Luana se calou mais uma vez e voltou a encarar Marta a ouvindo perguntar.

— Você vai sair? Se você quiser, eu posso vir outra hora?

— De qualquer jeito essa conversa vai ter que acontecer, não adianta fugir.

— Você quer que eu fique aqui? — Olívia perguntou sem soltar o ombro da namorada, mas ela prontamente negou com a cabeça.

— Não, acho que tem que ser só nós duas, mesmo. — Luana virou o rosto para a ruiva e sentiu os olhos da sua mãe cravados nelas. — Vai fazer seu trabalho, eu vou ficar bem.

— Qualquer coisa você me liga.

Luana recebeu um beijo no rosto e ouviu a namorada se despedir para depois sair do local deixando mãe e filha sozinhas, e quando a irmã de Lucas viu a mais nova sumir da sua vista, ela voltou o olhar para Marta que continuava lhe encarando, a mais velha usava uma calça de alfaiataria branca e uma blusa lilás junto com um sapato de salto baixo, e logo Luana percebeu que a sua mãe nunca perdia a pose mesmo em um momento difícil.

Marta continuou parada na porta sem saber o que fazer, no entanto, a juíza ouviu sua filha lhe convidar para entrar, ela hesitou um pouco antes de adentrar no local, mas quando a mulher colocou seus pés na sala de Luana, seus olhos passaram pelo ambiente percebendo o quanto o lugar era bem decorado.

A mais velha permaneceu em pé, ainda sentia que não era bem-vinda no apartamento de Luana, mas sabia que era necessário que ela estivesse ali para que pudesse esclarecer tudo com a sua filha.

Marta continuou calada, seu coração estava acelerado e suas mãos tremiam, e foi preciso que ela cruzasse os braços para que seu nervosismo não transparecesse. A irmã de Lucas também não estava atrás, sentiu suas mãos e os seus pés suarem como sempre acontecia quando ela estava nervosa, ela então percebeu que a sua mãe não falaria nada e se prontificou a iniciar a conversa.

— O que você veio fazer aqui? — Luana perguntou com frieza.

— Eu estou aqui para te pedir desculpas por todos esses anos que eu te fiz sofrer. Eu sei que eu não fui uma mãe presente na sua vida, mas eu estou disposta a consertar isso, mesmo que seja tarde. Você me perdoa?

— Não sei. — Luana sentiu os olhos molharem e os fechou balançando a cabeça por alguns segundos, mas logo voltou a abri-los enquanto as palavras saíam com força da sua boca. — Não foi fácil passar toda a minha vida ouvindo os seus comentários maldosos, não foi fácil ver que a senhora preferia o Lucas e vibrava com as conquistas dele enquanto deixava as minhas de lado sem se importar se eu estava feliz ou não.

— Me perdoa por ter feito você passar por isso, eu fui muito egoísta em querer que você seguisse os meus passos sem pensar se você estava feliz ou não.

— Te perdoar não vai adiantar muita coisa, não vai ser como se mudasse tudo o que eu passei, eu sempre quis uma pessoa que apoiasse as minhas vontades, que ficasse ao meu lado e me ajudasse quando eu mais precisei, que fosse a minha confidente e que me ensinasse aquilo que uma mãe ensina pra uma filha, mas eu não tive, a referência de mãe que eu tenho é a Tetê, porque ela foi tudo com isso comigo quando você não foi.

— Eu sei, eu sei que errei muito com você, errei muito comigo também, eu não devia ter colocado todas as minhas expectativas em você.

— Por que você sempre foi assim? — Luana perguntou querendo descobrir o motivo daquilo tudo. — Eu lhe fiz alguma coisa?

— Não, você não me fez nada. — Marta passou as mãos no rosto para enxugá-lo. — Eu só não te valorizei como eu deveria, e nem soube usar o seu amor e a sua companhia pra me ajudar.

— Ajudar em quê?

Marta se sentou no sofá sem esperar por um convite e respirou fundo antes de começar a contar todos os acontecimentos para Luana, sabia que já estava mais do que na hora da sua filha saber tudo o que aconteceu no passado que lhe machucou tanto. A irmã de Lucas viu a sua mãe passar a mão no rosto mais uma vez e logo as palavras saíram com urgência enquanto ela ouvia tudo atentamente e quando Marta terminou o seu relato, a morena percebeu que estava chorando.

— Então eu tive outro irmão? — Luana perguntou sem acreditar. — Eu era gêmea?

— Sim. — Marta precisou enxugar o seu rosto antes de voltar a falar. — Ele era lindo igual a você, era cabeludinho enquanto você nasceu carequinha, eu só te vi quando você nasceu, depois disso eu não conseguia ir te olhar quando você estava na ala dos prematuros, e quando você ganhou o peso adequado e passou a ser amamentada por mim, eu ainda não me sentia bem com a sua presença, porque eu só me lembrava do dia em que você nasceu e de tudo o que eu passei.

— Por que você nunca me contou isso?

— Nunca me senti bem com esse assunto, eu sei que eu deveria ter cuidado da minha depressão, mas eu acabei deixando o trabalho me consumir pensando que aquilo ia ser a minha verdadeira terapia quando no fim eu nunca deixei você ser o meu milagre. — Marta baixou o seu rosto e olhou para as suas mãos, mas logo levantou a cabeça voltando a falar. — Me desculpa, por favor, não foi sua culpa de tudo isso ter acontecido.

Luana enxugou o seu rosto molhado enquanto tentava absorver tudo o que sua mãe havia relatado, imaginou no sofrimento que ela passou com a perda da sua mãe e do seu filho quando não teve ninguém para lhe ajudar a não ser a sua tia Sônia.

— Imagino o quanto a senhora sofreu, mas isso não justifica ter me tratado com indiferença todo esse tempo. Eu me sentia incrivelmente mal ao ouvir todos os seus comentários maldosos, mas apesar de tudo, eu te perdoo, eu nunca guardei rancor de você.

— Será se eu posso te abraçar um pouco? — Marta pediu com receio. — Eu tô com tanta saudade da relação que nós duas poderíamos ter criado.

Luana sentiu as lágrimas descerem novamente e mesmo hesitante ela se aproximou de Marta e a abraçou sentindo ela lhe apertar forte enquanto chorava na mesma proporção, a irmã de Lucas levantou a cabeça e recebeu um beijo na testa, e logo o seu coração foi transbordado com uma calmaria, sentindo que a boa relação com a mais velha estava enfim despertando depois de tantos anos adormecida. 



Já se passava das 8:00hs quando Tereza acordou, ela olhou o teto virando o olhar para a cama arrumada ao lado da sua e viu que Sônia já não estava mais lá, ela então decidiu se levantar e saiu em passos lentos até a sala vendo sua comadre sentada no sofá, a TV estava ligada e nela passava um programa matinal.

— Bom dia, Teca! — Sônia a cumprimentou com um sorriso. — Vamos tomar café? Tá fresquinho.

— Vou escovar os dentes primeiro.

Tereza viu sua comadre concordar com a cabeça e caminhou devagar até o banheiro, a mulher logo entrou no cômodo e fechou a porta se preparando para trancá-la, mas a chave não estava lá, então decidiu deixa-la apenas encostada.

Teca virou seu corpo em direção ao espelho e olhou a sua aparência cansada, rapidamente ela ligou a torneira e pegou um pouco da água gelada que caía do registro para depois jogá-la no seu rosto para que pudesse tirar o sono que ainda estava ali, e logo viu o seu semblante ficar mais desperto.

A mãe de Cecília desceu o olhar e viu o conjunto de escovas de dente, e por um instante se esqueceu qual era a sua, Tereza ergueu a cabeça mais uma vez e viu uma lista com alguns avisos colada na parede, a mulher então leu o primeiro deles onde dizia que a sua escova de dentes estava com o seu nome gravado, e ela espalhou os três objetos vendo que apenas uma estava registrada com um nome, ela então leu a palavra ali marcada e guardou as outras duas no mesmo lugar em que estavam antes. 

Tereza então pegou a sua escova de dente e tirou da sua proteção, mas não sabia o que fazer depois. O que ela precisava colocar ali mesmo? A mulher viu as prateleiras e pegou um frasco verde que estava no suporte ao lado do espelho e se preparou para colocar um pouco do produto na escova quando ouviu a porta se abrir de repente.

— Teca, o que você tá fazendo? — Sônia pegou o frasco da mão da sua comadre. — Isso é gel de limpeza pra pele, Teca. O que você ia fazer?

— Eu pensei que fosse pasta de dente. — Tereza sentiu seu rosto corar e viu a mulher à sua frente pegar um tubo branco.

— Essa é a pasta de dente. — A madrinha de Cecília falou com calma e colocou uma gota na escova entregando o objeto de volta para ela.

Tereza começou a escovar os seus dentes sendo observada a todo momento pela sua comadre, e quando terminou a higiene, ela limpou a peça e devolveu para Sônia que guardou a escova no seu devido lugar.

— Desculpa.

— Não precisa se desculpar. — Sônia passou a mão no ombro da comadre e a orientou. — Melhor você tomar um banho, logo. Tira a sua roupa e entra debaixo do chuveiro, eu vou ficar aqui te esperando.

Tereza concordou com a cabeça e se despiu entregando o seu pijama para Sônia que dobrou a peça de roupa enquanto seguia até o quarto que as duas dividiam, a madrinha de Cecília colocou o traje de dormir da comadre em cima da sua cama e logo pegou a toalha de Teca seguindo de volta ao banheiro vendo que ela já estava debaixo do chuveiro.

A madrinha de Ciça se encostou no batente da porta e ficou observando Tereza para que nada acontecesse, e quando a mulher terminou o seu asseio, ela lhe entregou a toalha e viu Teca se enxugar com cuidado para depois ir de volta para o quarto sendo seguida por Sônia.

Tereza foi até o armário e pegou uma roupa limpa começando a se vestir com cuidado enquanto sua comadre voltava para a cozinha, logo a mãe de Cecília saiu do dormitório e viu Sônia arrumando a mesa do café.

— Vem tomar café, Teca. — Ela a chamou e sem demora as duas viram Ciça aparecer no local. — Bom dia, meu amor.

Cecília cumprimentou as mulheres dando um beijo carinhoso no rosto das duas, logo depois Ciça foi até a cozinha para pegar uma xícara limpa e voltou para a sala se juntando às duas senhoras sentadas à mesa. Quando terminaram o desjejum, a mais nova se prontificou a limpar toda a louça enquanto Tereza e Sônia seguiam para a sala, mas Sônia apenas entregou um caça-palavras para a sua comadre e voltou para a cozinha ficando parada perto da pia.

— Oi, madrinha, aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu um episódio delicado agora pela manhã. — Ciça virou o rosto assustada.

Sônia começou a narrar o incidente com Tereza que aconteceu momentos mais cedo, e quando ela terminou o relato, Cecília sentiu o pânico lhe atingir. Sempre se sentia incapaz quando via sua mãe passar por momentos de esquecimento e ela não poder ajudar ou reverter toda aquela situação.

— Por que que a gente tem que passar por isso, madrinha? — Ciça perguntou baixinho sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto. — A mãe não merece passar por tudo isso, não merece.

— Eu sei, meu amor. Nenhuma de vocês merece passar por todo esse sofrimento — Sônia abraçou a afilhada para confortá-la. — Mas o que a Teca mais precisa agora é do seu cuidado e do seu amor, ela precisa se sentir bem acolhida, mas isso você já sabe fazer de sobra.

Cecília sorriu em meio às lágrimas e sentiu sua madrinha enxugar o seu rosto depois que elas se desgrudaram. Sônia deu um beijo na face da mais nova e seguiu de volta para a sala para fazer companhia para a sua comadre e logo as duas começaram conversar com a madrinha de Ciça relembrando alguns momentos felizes.


Marta ainda estava abraçada com Luana sentindo o calor humano da filha quando as duas ouviram um celular tocar, a irmã de Lucas logo se desgrudou do corpo da sua mãe e enxugou o seu rosto antes de pegar o aparelho que estava na mesinha de centro.

Luana viu o nome de Olívia na tela e atendeu a ligação falando com a namorada por alguns segundos, e quando ela encerrou a chamada, Marta a observava com atenção.

— Era aquela garota que estava aqui quando eu cheguei? — A mais velha questionou, mas não esperou a filha responder antes de comentar. — Ela é muito bonita, e o nome dela também é bonito.

— Como a senhora sabe o nome dela? — Luana perguntou intrigada. — Eu não falei nenhum momento.

— Eu estava no concurso de modelos que ela ganhou. — Marta confessou com um sorriso no rosto deixando a filha surpresa. — Eu vi vocês duas, me deu vontade de ir falar com você, mas achei que lá não era o momento, mas vocês formam um casal muito bonito.

— Você acha?

— Acho, e eu vejo como ela te faz feliz. — A mãe de Lucas respondeu enquanto se lembrava da sua ida ao abrigo. — Posso te fazer uma pergunta que tá matutando a minha cabeça desde o dia do desfile?

Luana, mesmo desconfiada, concordou com a cabeça, e logo ouviu Marta relatar sobre a visita que ela e sua amiga Taís fizeram à Casa de Apoio Acolher onde conheceu Pedro, e a mais nova sentiu os seus olhos molharem mais uma vez ao descobrir que a sua mãe conheceu o garotinho que ela tanto amava.

— Era você a psicóloga que visitou o abrigo com as estudantes de psicologia? — A irmã de Lucas ouviu a mais velha perguntar e concordou com a cabeça. — Eu senti de alguma forma que era você, e eu vi o quanto tinha amor quando o Pedro falava de ti.

— Ele é muito especial pra mim, nós criamos uma conexão muito forte.

— Ele disse que você vai busca-lo depois. — Marta comentou e perguntou logo em seguida. — Você vai adotar o Pedro? Porque se você for eu quero fazer o possível para te ajudar.

— Sério? — Luana questionou ainda sem acreditar na promessa que a sua mãe fez.

— Sim, minha filha. — A mulher afirmou. — Eu quero te ajudar, seus olhos brilham quando fala dele e ele também parece que te ama muito.

Luana sorriu e agradeceu pensando naquele gesto que sua mãe estava fazendo, percebeu que ela estava mesmo disposta a reparar os seus erros, e logo ela sentiu o seu coração transbordar de alegria, viu que sua mãe também mostrou o seu amor ali naquele momento, afinal, para ela, amor não precisa de palavras, mas sim tudo aquilo que a pessoa faz por você.



Tereza assistia ao programa matinal junto com Cecília e Sônia, mas ela logo viu a sua comadre se levantar e seguir até a cozinha para poder preparar o almoço do dia. Enquanto isso, Ciça chegou mais perto da sua mãe e perguntou com calma.

— A senhora está bem?

— Estou, minha filha. — Teca respondeu com um sorriso no rosto.

— Mãe, como a senhora se sente de verdade? — Cecília questionou com receio. — Como é passar por tudo isso?

— Tudo isso o quê?

— A doença? Como ela é pra você?

— Ah, não sei, ela é como se fosse uma coisa que eu não consigo controlar, quando eu me lembro das coisas eu me sinto como uma pessoa que não tem nenhuma doença, mas quando eu esqueço do que tenho que fazer ou falar, eu me sinto perdida e não consigo me encontrar, eu sempre trabalhei e dei duro pra criar você, mas agora tudo pode se apagar das minhas memórias, e isso me deixa cada vez mais desesperada, tenho medo de não saber mais quem eu sou, mas também eu vejo você e penso o quanto eu acertei, mesmo que eu não me lembre disso algum dia, eu quero pensar que eu acertei na sua criação e que eu vi você se tornar essa mulher maravilhosa.

— Deve ser péssimo o que a senhora tá passando?

— É sim, obrigada por perguntar. — Tereza sorriu, e pegou nas mãos da filha. — Com você ao meu lado fica tudo mais fácil.

Cecília abriu um sorriso, e deu um beijo no rosto de Teca, logo as duas viram Sônia aparecer com um copo de vitamina de abacate, ela entregou o recipiente para a sua comadre para que ela fizesse o lanche da manhã, e sem demora a mulher retornou para a cozinha. Ciça então perguntou para a sua madrinha se ela precisava de ajuda, mas ouviu um não como resposta.

Cecília observou sua mãe tomar a sua vitamina com cuidado, ficou pensando nas suas palavras sobre o Alzheimer, vendo o quanto aquela doença era traiçoeira e cruel. Não demorou muito para que Tereza terminasse de se alimentar, e Ciça logo pegou o copo sujo das suas mãos vendo que o canto da boca da sua mãe estava sujo fazendo com ela rapidamente limpasse o rosto dela que sorriu com o cuidado da filha.

A garota então se preparou para ir até a cozinha quando ouviu batidas na madeira fazendo com que ela voltasse e fosse até a entrada, e quando Ciça abriu a porta, ela encontrou Miguel parado ali na sua frente.

Ooi, lindinhos. ✨❤️

A conversa de mãe e filha enfim aconteceu, e parece que as duas se entenderam, hein!? 🤭

Marta até contou que conheceu o Pedro, e parece que ela está mesmo disposta ajudar a filha. Será se ela vai conseguir? 🤔

O Alzheimer da Tereza está só piorando, mas infelizmente é como a doença é. 💔

E Miguel deu as caras. O que acham que ele quer na casa da Ciça depois de ter faltado no aniversário dela? 🤔

Destinados tá acabando. Já já chega ao fim. 💔🥹

Mas o próximo capítulo não demora sair.

Beijinhos ✨❤️

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