Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Um beijo verdadeiro

OLHEI PARA O RELÓGIO ENQUANTO ESTACIONAVA EM FRENTE À CASA DA MARINA. NOSSA TARDE JUNTOS HAVIA PASSADO RÁPIDO DEMAIS.

Me virei para ela, sentindo aquele quentinho no peito que só ela sabia despertar.

— Que tarde boa, né? A gente podia fazer isso mais vezes — comentei, observando sua reação.

Marina ficou quieta por um momento, aquele jeito dela de pensar antes de falar. Quando me olhou de volta, tinha um sorriso tímido no rosto.

— Foi mesmo, Gui — ela começou a brincar com os dedos, coisa que sempre fazia quando estava nervosa. — Sabe, depois de tudo que aconteceu... Estou tentando me abrir mais. Não é fácil, mas tô tentando.

Seu olhar encontrou o meu, e percebi a vulnerabilidade em suas palavras.

— Fico feliz de ver você mais à vontade — falei baixinho, inclinando-me um pouco em sua direção. — Sabe que pode contar comigo, né?

Ela passou a mão pelo cabelo, aquilo era outro tique nervoso que eu já conhecia bem, mas parecia mais relaxada.

— Sei sim. Acho que tô aprendendo a confiar mais... principalmente em mim mesma.

Ficamos ali num silêncio gostoso, daqueles que não precisa quebrar. Lá fora, o dia começava a cair, e as primeiras luzes da rua se acendiam. Marina se virou para sair do carro, mas antes que ela abrisse a porta, tomei coragem:

— Marina... — segurei a mão dela de leve, sentindo meu coração acelerar. — Posso te beijar?

O ar entre nós ficou mais denso. Ela me olhou surpresa, mas seus olhos tinham um brilho diferente.

— Pode... — sussurrou.

Me aproximei devagar e a beijei com carinho, como se quisesse guardar cada segundo daquele momento. Quando nos afastamos, ficamos só nos olhando, perdidos um no outro.

— Preciso ir — ela disse suavemente, ainda próxima. — Mas foi ótimo estar com você hoje, Gui.

Nos abraçamos forte antes dela sair. Fiquei ali parado, vendo ela entrar em casa, um sorriso bobo no rosto que eu nem tentava esconder.

Em casa, mal pisei na sala e Dora já me olhou com aquela cara de quem sabia das coisas.

— Que sorrisão é esse, menino?

Ri e fui até ela, dei um beijo em sua testa e a girei no ar.

— Guilherme! — Ela soltou um gritinho surpreso. — Me coloca no chão, menino!

Quando a coloquei no chão, seus olhos brilhavam de curiosidade. Sentamos no sofá e contei tudo para ela. Minha mãe, sempre tão sábia, segurou minhas mãos nas dela, seu rosto assumindo uma expressão mais séria.

— Filho, você tem certeza de que é isso que ela quer também? Não é só sobre você estar pronto.

Suspirei fundo, considerando suas palavras. Era exatamente isso que não saía da minha cabeça.

— Por isso, estou indo devagar, mãe — expliquei, apertando suas mãos de leve. — Quero que ela saiba que estou aqui, mas no tempo dela.

Minha mãe sorriu daquele jeito que só mãe sabe.

— Às vezes, amar é saber esperar, mesmo quando a gente só quer ficar perto.

Fiquei em silêncio, digerindo suas palavras. Minha mãe sempre tinha um jeito de trazer clareza para as minhas dúvidas.

— Obrigado, mãe. Você sempre sabe o que dizer.

Nossa conversa foi interrompida pelo barulho do portão. Era Lorena voltando da van da escola.

— Tioooo! — ela gritou da porta, toda animada.

Lorena é autista, e desde que comecei a cuidar dela nas tardes de folga, aprendi muito sobre seu jeito único de ver o mundo. Me levantei do sofá, indo em sua direção com um sorriso acolhedor.

— E aí, pequena? — perguntei, mantendo uma distância confortável. — Pronta pra nossa tarde na piscina que prometi ontem?

Seus olhos brilharam intensamente com a menção da piscina.

— Vou trocar de roupa.

Ela deu um pulo e saiu correndo, empolgada. Vou em direção ao lado de fora de casa, a piscina era enorme e minutos depois, logo ela voltou com seu maiô azul favorito, os cabelos já presos num rabo de cavalo alto.

— Tá linda, pequena... Vem, vou passar protetor em você — sugeri, notando sua hesitação. — Se incomodar, me fala, tá? Vai no seu tempo.

Ela balançou a cabeça devagar, se aproximando.

— Tá bom — respondeu, relaxando aos poucos. — Confio em você, tio.

Na piscina, brincamos de prender a respiração (ela sempre ganhava), fizemos guerra d'água e, nos momentos quietos, ela me contava sobre seus livros favoritos. O sol da tarde pintava tudo de dourado, e o riso dela ecoava pelo quintal.

Mais tarde, enquanto ela lia na espreguiçadeira enrolada na toalha, fiquei pensando em como a vida é engraçada. Ali, vendo o sol se pôr e ouvindo Lorena murmurar as palavras que lia, percebi que já tinha tudo que queria: uma família se formando, do jeito mais inesperado e perfeito possível.

Só precisava ter paciência. E isso, pela Marina e pela Lorena, eu tinha de sobra.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro