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Marcas Invisíveis

Aviso: Neste capítulo, há cenas de violência doméstica. Se isso te incomoda, considere se quer continuar lendo. Essas cenas tratam de questões sérias e buscam iniciar conversas importantes. Se você estiver lidando com problemas similares, é essencial buscar ajuda.

O AR FRIO E ÚMIDO DO HOSPITAL PENETRAVA ATÉ OS OSSOS. A cada respiração, eu sentia uma onda de frio me percorrer. Leon me puxava para fora da sala de descanso dos médicos, agarrando meu braço com força. Sua mão era fria e dura como ferro.

Usava uma blusa azul escura de manga comprida, mas ela não oferecia proteção contra a dor que ele infligia a mim. As marcas vermelhas e inchadas que ele deixava em minha pele pálida, pareciam feridas abertas. A dor era mais que física, corroí a minha alma.

— Leon, está me machucando de novo. — Minha voz saiu em um sussurro, quase engolida pelo medo.

Leon olhou para mim, surpreso. Ele afrouxou o aperto, mas ainda me segurava com força.

— Desculpa, querida — disse ele, com voz doce, mas com um olhar duro. Seu exterior gentil escondia uma natureza perigosa. — Fiquei nervoso por causa daquele Gerard. Ele não parava de me olhar.

Soltei um suspiro, mas o sentimento era amargo. Eu sabia que a tempestade ainda estava por vir. Leon acariciou meus cabelos loiros, um gesto mais de controle do que de afeto. Sabia que ele não estava arrependido, era apenas uma manipulação. Uma dança cruel que ele me fazia dançar.

— Leon, a Emily está me esperando. Posso ir falar com ela agora? — Tentei mudar de assunto, sentindo meu coração bater forte no peito.

Tentei ignorar o olhar desconfiado de Leon, mas era impossível. Eu me sentia observada, como se estivesse na mira de um predador.

— Tá bom, pode ir. Só não me atrase — sua voz autoritária ecoou, um som duro e inesperado. — Não quero mais problemas.

— Pode deixar — respondi, tentando esconder o nervosismo que fervilhava dentro de mim, ameaçando transbordar.

— E não esquece: você é minha e de mais ninguém. Se eu descobrir que você está me traindo com aquele Gerard ou qualquer outro, acabo com você — ameaçou.

Apertou meu braço com força e me encarou. Senti um arrepio, como se um vento gelado percorresse minha espinha.

— Leon, está falando bobagem. Eu nunca te trairia — tentei acalmá-lo, minha voz oscilava, traída pelo nervosismo.

— É bom mesmo. Porque se não for verdade, você vai se arrepender — disse ele, sarcasmo tingindo sua voz.

Ele me soltou e saiu andando em direção ao centro cirúrgico. Respirei aliviada, mas sabia que o alívio era momentâneo. Eu precisava me afastar dele antes que fosse tarde demais, antes que ele se tornasse um pesadelo constante.

Sentia um nervosismo crescente enquanto me aproximava da sala de Emily. A porta de madeira, geralmente acolhedora, agora parecia mais intimidadora. A toquei com delicadeza, quase como se estivesse pedindo permissão silenciosamente.

— Entre — Emily convidou, sua voz soou acolhedora.

Com um leve empurrão, abri a porta e entrei. Emily estava cercada por uma pilha de papéis e prontuários em sua mesa. Vestia uma blusa verde clara que realçava a cor de seus olhos e contrastava com sua pele negra. Seus olhos sempre me acalmavam. O ambiente familiar da sala, cheio do cheiro de livros antigos e café, sempre me trouxe algum conforto.

— Oi, Emily — cumprimentei, minha voz saiu mais suave do que eu pretendia, o que levou uma expressão de preocupação ao rosto dela.

— Marina, você não parece bem. O que aconteceu? — Sua voz estava carregada de preocupação.

Sem conseguir responder, apenas balancei a cabeça negativamente, revelando os hematomas deixados por Leon. Lágrimas começaram a cair, deixando marcas úmidas em minha pele.

Emily se levantou de repente e me envolveu em um abraço. Era um abraço de amiga, e confidente.

— Oh, Mari... Sinto muito — ela disse, a voz carregada de tristeza e compaixão.

Me afastei e olhei em seus olhos.

— Emily, você sabia? — Perguntei, minha voz quase se perdendo em meio à angústia.

Ela hesitou, mas acenou com a cabeça.

— Eu desconfiava — admitiu. — Você sempre chegava aqui tensa, evitava falar da sua vida pessoal e sempre usava roupas que escondiam o seu corpo... sou médica, Marina. Por que nunca me contou nada? — A dor era evidente em sua voz.

— Eu... eu tinha vergonha, Emily. Vergonha de admitir que estava sendo abusada pelo meu próprio namorado, sem coragem de pedir ajuda — confessei, soluçando.

Emily me ofereceu um lenço, um gesto simples, mas gentil.

— Marina, por favor, não chore. Você não tem culpa de nada. Ele é um monstro. Ele precisa ser detido — disse ela.

Enxuguei as lágrimas e respirei fundo.

— É por isso que estou aqui, Emily — disse. — Tenho um plano para fugir dele e preciso da sua ajuda.

Ela arregalou os olhos.

— Um plano? Você pode me contar mais sobre isso? — Perguntou, curiosa.

De minha bolsa, retirei um papel e entreguei para ela. Era uma passagem para o Brasil, que consegui comprar sem que Leon desconfiasse de nada.

— Vou embora para o Brasil, Emily. Preciso recomeçar minha vida longe dele — declarei, decidida.

Emily olhou para o papel e depois para mim.

— Mari, você realmente tem certeza de que quer fazer isso? — Ela questiona ainda mais preocupada..

— Sim, tenho certeza. Cansei de ser submissa ao Leon — respondi.

Emily me abraçou novamente.

— Vou sentir saudades, Marina, porém, entendo a sua decisão e apoio você. Você é uma mulher forte e corajosa. Você vai ser feliz, tenho certeza — disse ela, emocionada.

Ela se afastou de mim e me entregou a carta de demissão. Assinei-a rapidamente e a guardei em minha bolsa. Despedi-me de Emily, sabendo que provavelmente não a veria mais. Ela prometeu manter meu segredo e me ajudar de qualquer maneira que pudesse. Eu sabia poder confiar nela.

Quando saí da sala de Emily, encontrei Gerard no corredor. Ele era um médico atraente e simpático, com cabelos castanhos sempre bem arrumados e um sorriso acolhedor que sempre aquecia meu dia. Sua gentileza e elogios sempre me faziam sentir valorizada.

— Tudo bem com você? — Gerard perguntou, a preocupação evidente em seus olhos azuis profundos.

Engoli em seco, sem conseguir falar. Seu olhar inquisitivo me deixou nervosa e, pela primeira vez, me vi encantada pela profundidade de seus olhos, que lembravam o oceano em um dia tranquilo.

De repente, Leon apareceu no corredor. Ele havia acabado de sair de uma cirurgia, e seu jaleco estava manchado de sangue. Seu cabelo escuro estava bagunçado e, apesar do cansaço em seus olhos castanhos, havia um brilho de raiva neles.

Ele me agarrou pelo braço, me fazendo gritar pelo susto. A dor se espalhou pelo meu corpo. Tentei me soltar, mas ele era mais forte. O pânico tomou conta de mim.

A realidade era aterradora: eu era vítima de Leon, um médico cruel. Ele me maltratava, humilhava e ameaçava. A tensão era constante e o medo, sufocante. Eu não sabia se conseguiria escapar dele ou se ele me destruiria.

***

Nota para quem está passando por situações difíceis:

Antes de concluir este capítulo, quero dedicar um momento a todos aqueles que possam estar enfrentando desafios semelhantes aos descritos nesta história. Se você é uma vítima de violência ou abuso, saiba que não está sozinho(a) nesta jornada.

É crucial lembrar que a violência e o abuso não têm justificativa e não são de forma alguma culpa da vítima. Existe ajuda disponível para você. Se você estiver em perigo iminente ou precisar conversar com alguém que possa oferecer apoio, por favor, procure ajuda imediatamente.

Independentemente de onde você esteja, há organizações e pessoas prontas para auxiliar. No Brasil, você pode entrar em contato com o Disque 180 - Central de Atendimento à Mulher, que oferece suporte e orientação em casos de violência contra a mulher. Além disso, outras opções incluem a Polícia Militar (190) e a Polícia Civil, bem como abrigos e casas de apoio.

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