Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Entre a dor e a esperança


O SOL ESTAVA FORTE NO PARQUE ENQUANTO EU CORRIA. Já se passaram quinze anos desde o fim do meu relacionamento com Guilherme, mas a dor da separação ainda era palpável. Eu me sentia culpada pelo fim do nosso casamento. Seus olhos intensos e sorriso enigmático continuavam a me assombrar.

Estava ofegante, cansada pela corrida, havia acabado de beber um pouco de água quando meu celular tocou, era Lais, minha chefe.

— Marina! — Ela exclamou assim que atendi o telefone. — Você pode falar agora?

— Claro, sem problemas. — Respondi, ofegante.

Lais parecia hesitar antes de continuar. — Muitas pessoas estão gripadas... e precisamos de ajuda. Você poderia vir, mesmo não sendo seu dia de trabalho?

Percebi a urgência em sua voz e, sabendo que a vida dos pacientes estava em jogo, não pude recusar.

— Estou indo, Lais — disse, me preparando mentalmente para o que me esperava na instituição.

Depois de desligar o telefone, corri para casa, peguei minha bolsa e me troquei rapidamente. Chamei um carro enquanto a adrenalina tomava conta de mim. Já no carro, minha mente estava focada no trabalho que me aguardava.

O taxista estacionou o veículo e eu paguei a corrida, agradecendo apressadamente antes de sair.

Ao me aproximar da entrada do hospital, senti uma pontada no coração. Guilherme estava lá, conversando animadamente com uma jovem loira na recepção. Ela se parecia estranhamente comigo, o que me fez lembrar de Sophia, minha filha que havia sido sequestrada. Uma enxurrada de memórias invadiu minha mente, trazendo uma mistura de emoções - tristeza pela perda de Sophia, raiva pelo sequestro e ciúmes ao ver Guilherme com a jovem loira. Mas eu sabia que não era hora de me deixar levar pelas emoções.

Assim que entrei no hospital, deparei-me com um cenário caótico. Bianca, com as mãos trêmulas, me entregou um prontuário.

— Mari, que alívio que você chegou! — Exclamou Bianca. Ela parecia exausta. — Está uma bagunça aqui. Tem muita gente gripada.

Sem hesitar, coloquei meu jaleco e comecei a trabalhar. Atendi os pacientes, prescrevi medicamentos e organizei as internações. Apesar da adrenalina, a lembrança de Guilherme continuava a me perturbar.

Horas se passaram desde que cheguei ao hospital. A atmosfera estava tensa e eu me sentia exausta. Foi quando, de repente, um movimento no canto do meu olho chamou minha atenção. Era Guilherme, se aproximando de mim.

— Marina — sua voz saiu baixa e hesitante. — Você parece distante. Fiz algo errado?

Meu coração acelerou. Eu queria contar a ele o que havia acontecido, mas a cena da "traição", aquele beijo que vi Guilherme dar em outra mulher, ainda estava fresca em minha mente. Mas agora não era o momento.

— Não é o momento, Gui — respondi, cruzando os braços, tentando manter a compostura.

Ele pareceu decepcionado, mas não insistiu. Antes que pudéssemos continuar a conversa, uma mulher frágil surgiu da multidão, cambaleando como se estivesse prestes a desmaiar. Sem hesitar, corri em sua direção, deixando Guilherme para trás.

— Olá, sou a doutora Marina. Como você está se sentindo? — Perguntei, tentando transmitir calma em minha voz.

A mulher tentou responder, mas suas palavras se perderam em um suspiro. Seus olhos, cheios de lágrimas, buscaram os meus em busca de conforto. De repente, ela tropeçou e caiu no chão frio da instituição. O impacto ecoou pelo corredor e um silêncio pesado se instalou, todos os presentes observando a cena com expressões preocupadas.

Me aproximei rapidamente da mulher. Ajoelhei-me ao seu lado, verificando seus sinais vitais enquanto pedia ajuda.

— Precisamos de uma maca aqui, pessoal! — Gritei, minha voz ecoando pelas paredes brancas.

As pessoas se afastaram, cochichando. Palavras como "sem-teto" e "sem recursos" revelavam a dura realidade da paciente. Minutos se passaram. A mulher foi levada para um quarto, onde aguardava os resultados dos exames. Todos estávamos ansiosos para descobrir sua identidade e o que a trouxe à instituição. Cada minuto que passava parecia esticar o silêncio, a tensão no ar.

— E aí, alguma novidade? — Ele perguntou, se aproximando de mim, com expectativa em seus olhos. Ele parecia grudado em mim, tentando ler meus pensamentos.

Olhei para ele e depois para a porta fechada do quarto da paciente. Suspirei, balançando a cabeça. — Nada por enquanto. — Disse, com a voz um pouco baixa.

No meio da nossa conversa, Júlia entrou na sala com uma bolsa de grife.

— Essa bolsa estava com a paciente quando ela chegou — Falou Júlia. — Geralmente o nome do dono fica gravado na bolsa.

Uma esperança surgiu em mim. Peguei a bolsa e comecei a procurar por alguma identificação. E então, encontrei o que procurava.

— Aqui está escrito Victoria Montgomery — anunciei.

— Essa é a família mais rica de São Paulo, os maiores investidores da instituição, certo?

Exatamente. — Confirmei, sentindo o peso da revelação.

Júlia, apontando para os papéis em sua mão, quebrou o silêncio:

Além da bolsa, temos outra descoberta importante. Os exames da paciente mostraram que ela tem a Doença de Wegener.

A revelação do diagnóstico aumentou a tensão. Eu sabia que precisava agir. Respirei fundo e saí da sala em busca de Laís.

Após alguns minutos, cheguei ao escritório de Laís. Bati na porta e entrei, encontrando Laís sentada atrás de sua mesa, cercada por papéis.

— Laís, temos uma novidade sobre a paciente desconhecida — falei.

— E então? — Perguntou ela, levantando os olhos, interessada.

— Encontramos uma bolsa Louis Vuitton com ela. O nome da dona está gravado dentro — expliquei. Laís franziu a testa, curiosa.

— De quem é essa bolsa?

— É da Victoria Montgomery — revelei.

— Montgomery? A família que financia a instituição? — Ela questionou, com a voz baixa e hesitante.

— Exatamente.

Laís ficou em silêncio, processando a informação. A surpresa e a confusão eram evidentes em seu rosto.

— Mas... ela é de uma família tão rica... Como ela pode ter acabado assim? — Murmurou, mais para si mesma do que para mim.

— Estamos tentando entender tudo, Laís — respondi, mantendo a calma. Mas o mais importante agora é garantir que ela receba o melhor atendimento possível.

Ela pareceu entender minhas palavras e assentiu.

— Você está certa — concordou. — Providencie um quarto melhor para ela. Dinheiro não é um problema para a família dela.

— Certo, vou cuidar disso agora. Ela está estável no momento. Vou conversar com Vitória para entender melhor a situação e, depois, entrar em contato com os pais dela.

Após isso, saí do escritório e fui até o quarto dela. Meu foco era ajudá-la. Ao chegar, encontrei Vitória sentada na cama, parecendo abatida. Nossos olhares se encontraram.

— Oi, eu sou a Marina — disse, tentando parecer amigável. — Como você está se sentindo?

Ela olhou ao redor, parecendo confusa com algo.

— Por que estou aqui? — Questiona.

— Você chegou ao hospital um pouco confusa. Descobrimos que você tem um problema nos vasos sanguíneos, mas não se preocupe, estamos aqui para ajudar — expliquei.

Ela pareceu aliviada ao ouvir o resultado dos exames, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.

— Então, eu não estou louca? — Perguntou, com esperança em sua voz.

— Claro que não. Você foi atendida por um de nossos especialistas — respondi, tentando transmitir tranquilidade.

— O médico da minha família me diagnosticou com esquizofrenia há quase dois anos — ela disse.

— Deve ter sido difícil para você, mas quero que saiba que o diagnóstico estava errado — afirmei.

Ela me olhou desconfiada.

— Como você pode ter tanta certeza? — Perguntou.

— Bem, como médica, já vi muitos casos semelhantes — expliquei, tentando transmitir confiança. — Fizemos alguns exames em você.

— E qual foi a sua batalha? — Disse ela, me surpreendendo ao conseguir ler meus pensamentos.

Respirei fundo, escolhendo minhas palavras com cuidado.

— Quando eu era mais jovem, tive que tomar uma decisão difícil. Estava apaixonada, mas minha mãe não aprovava o nosso relacionamento. Acabei engravidando e ela me deu um ultimato: terminar o relacionamento e mudar para os Estados Unidos ou... — Deixei a frase inacabada, permitindo que ela entendesse o resto. Ela assentiu lentamente, um sorriso compreensivo surgindo em seu rosto.

— Parece que todos têm seus próprios desafios, não é? — Comentou.

— É verdade. A vida não é fácil para ninguém. Mas essas adversidades nos fortalecem, entende? Precisamos nos apoiar mutuamente.

Com isso, senti que nossa conexão se intensificou. Sabia que ela confiava em mim e que, juntas, poderíamos enfrentar qualquer desafio que surgisse. Amanhã, ela iria começar o tratamento. Por enquanto, deixei Vitória descansar, sabendo que ela não estava sozinha.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro