♛EPÍLOGO♛
Christopher e eu observávamos os quadros em silêncio, fazendo cara de que entendia a explosão de cores nas telas, como se fossemos especialistas em pinturas, mas na realidade estamos apenas fingindo para que os fotógrafos tirem nossas fotos.
Aregan estava sendo agraciada com uma exposição de artes do pintor Jackson Pollok, então recebemos o convite para prestigiar seus quadros. Eu não entendo absolutamente nada de arte, mas os quadros em questão parecem que foram pintados por crianças do primário.
— Ele só jogou as cores na tela, e booooom! — Sussurrei para o meu marido. Christopher segurou uma risada e manteve as mãos no bolso de sua calça.
— Uma explosão de cores. — Comentou de volta.
Nós dois nos olhamos, queríamos rir, mas caminhamos para outro quadro, onde ficaríamos olhando por alguns minutos.
Estava silencioso dentro da galeria, sentia o suor gelado acumulando na minha testa e mãos conforme o tempo passava. Eu não me sentia bem há uns dias, mas escolhi não comunicar a ninguém, porém a sensação de mal estar é muito mais forte agora.
— Christopher. — Peguei em sua mão. — Eu não estou me sentindo muito bem.
Meu marido olhou em volta, e me puxou pela galeria. Algumas pessoas iriam nós seguir, mas ele faz sinal para que nos deixassem sozinhos.
— O que você sente? — Perguntou, enquanto vamos até as escadas de emergência.
Parei no meio do caminho, sentindo a minha cabeça girar. Christopher me segurou e caminhou comigo até as escadas.
— Isobel, meu amor, você está bem?
Christopher me colocou sentada em um degrau e se ajoelhou na minha frente, segurando meu rosto.
— Você está gelada. — Comentou, verificando a minha temperatura.
Pegou seu celular no bolso, e ligou para alguém. Rapidamente a porta abriu e Arthur apareceu com uma garrafa de água.
— Ela está bem? — Nosso segurança perguntou.
— Eu quero vomitar! — Exclamei agoniada, sentindo a queimação subindo pela minha garganta. Arthur rapidamente colocou uma lata de lixo na minha frente, não consegui segurar por muito tempo.
Christopher segurou meu cabelo, e ficou alisando as minhas costas.
— Você passou mal de manhã, Isobel.
Meu, querido e amado, esposo lembrou. Eu não tive tempo de responder, porque estava muito ocupada colocando todo meu almoço para fora do meu estômago.
— Foi o KFC de ontem. — Comentei, lembrando que pedimos fastfood para jantar no gabinete, ficamos até tarde revendo alguns documentos e eu senti muita vontade de comer frango frito.
Sem forças para continuar, porque até mesmo as cores dos quadros estavam me deixando tonta e enjoada, pedi para irmos embora. Nos despedimos brevemente de todos, e voltamos para casa em silêncio. Christopher me olhava de rabo de olho, como se estivesse me acusando com o olhar, não disse nada, estava cansada demais para debater sobre alguma coisa.
Fiquei um tempo embaixo da ducha morna, quando terminei meu banho, vesti um pijama, tomei alguns comprimidos para enjoo e me deitei. O remédio era daqueles que davam sono, e não tardei a dormir, nem mesmo notei se meu marido se deitou ao meu lado.
Na manhã seguinte, quando acordei, me sentia um pouco enjoada ainda, mas dava para seguir em frente. Christopher estava no closet, se vestindo para mais um dia. Me sentei na cama, coloquei os pés no chão, mas uma vertigem louca me atingiu quando me levantei, fazendo com que eu me sentasse novamente.
— Isso não é normal, Isobel. — Christopher voltou para o quarto, ajeitando a abotoadura do seu paletó. Ele estava lindo de morrer, obviamente.
— É só um mal estar, Christopher, irá passar.
— Um mês, Isobel, não sabia que mal estar de um mês existia. — Resmungou. Christopher mexeu em sua pasta e tirou dela uma sacola de papel, a colocou em meu colo, e quando abri para ver o que tinha dentro, vi que nela haviam três testes de gravidez.
— Christopher...
— Não venha com nenhuma desculpa, Isobel. Você tem que fazer, e ponto final.
— Ei, eu sou sua esposa, você não pode falar assim comigo. — Reclamei, jogando o saco para o lado.
— Ah, mas eu posso sim, ainda mais quando você é teimosa para um caralho. Porra, Isobel, já estamos no dia trinta, sua menstrua...
— Não termina de falar. — O interrompi.
— Faça a porcaria dos testes, Isobel. Você não é nenhuma criança, então pare com essa teimosia toda. — Pediu, me olhando sério demais.
— É impossível! — Exclamei.
Sim, é impossível eu estar grávida, porque troquei meu implante há pouco tempo, se não engravidei com o antigo, não seria agora que eu iria engravidar. Acreditando nessa linha de raciocínio, fiz um esforço para me levantar da cama, ignorei a tonteira e fui marchando até o banheiro em passos firmes. Com certeza que estou com labirintite, procurei todos os sintomas na internet, e todos bateram com o que venho sentindo.
Christopher me seguiu, trazendo consigo o saco com os testes.
— Dizem que é mais certeiro com a urina da manhã. — Me empurrou a sacola.
— Ok, quando você comprou isso? — Questionei.
— Ontem, você dormiu, e eu comprei. Agora sem mais questionamentos, Isobel, faça os testes e pronto.
Revirei os olhos e peguei a sacola de sua mão. Um frio se passou pela minha barriga e na minha mente veio um "já pensou?", mas não. Não acredito que isso possa estar acontecendo comigo, não agora. Meus planos era para daqui a dez anos, e ainda pensava muito sobre barriga de aluguel e afins, porque não consigo me enxergar grávida, ou amamentando uma criança.
Tais pensamentos me fez tremer um pouco, e Christopher notou o exato momento em que minha pele empalideceu. O olhei, engolindo a seco, e lhe entreguei uma caixinha do teste para que ele pudesse abrir. Rapidamente lemos as instruções, precisava fazer xixi num copinho, mas era difícil tendo meu marido como plateia, justificando que já havia me visto urinando um milhão de vezes. O filho da mãe até mesmo se ofereceu para segurar a droga do copinho.
Fazer xixi sobre pressão era muito ruim, e com muito custo, consegui encher até a marca indicada no copinho. Christopher colocou todos os testes no copinho, enquanto isso eu tentei abstrair, lavando as mãos e escovando os dentes.
Olhei para meu marido, ele estava pálido.
— Isobel... — Sussurrou, então olhei para o resultado.
Os três...
Grávida 3+
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