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♛CAPÍTULO 5♛

Eu já estava cansada das piadinhas sexuais fora de hora de Christopher. Minha vontade real era de bater nele toda vez que ele solta aquela risadinha presunçosa que só ele consegue dar. O problema desse idiota é achar que qualquer mulher desse mundo vai se jogar em cima dele, apenas por ele ser gostoso, bonito, por ter um corpo de tirar o nosso ar, e... E nada! Ele é idiota!

Bato a porta do meu quarto com mais força que o necessário e me jogo na minha cama. Por que meu coração está batendo dessa forma? E por que raios eu estou ofegante? Odeio esse gelo que eu sinto no estômago toda vez que eu falo com Christopher. Na verdade, odeio todas as sensações que ele me causa, desde o tremor nas pernas e a súbita falta de ar.

Fecho as cortinas com o controle e foco em acalmar a minha respiração. Hoje o dia com as minhas amigas foi bem produtivo. Conversamos bastante, elas me deram diversos conselhos, da qual metade eu não irei seguir, já que envolvem ceder aos encantos de Christopher e conselhos sexuais. Essa parte me fez ficar instantaneamente enjoada.

A noite foi um martírio, já que eu mal consegui dormir. Desde o momento em que eu me deitei na cama, fiquei virando de um lado para o outro, sem conseguir ao menos fechar os olhos. Tenho medo do que possa acontecer nesse churrasco, fico preocupada com o assédio que o Christopher possa vir a receber da minha família, ou se iremos ter que fingir ser o casal mais fofo e apaixonado que os outros já viram. E me preocupo com meus pais, pois eu ainda sinto uma certa amargura em meu peito por conta do que fizeram comigo.

Vejo meu pai diariamente, ele trabalhando sempre aqui, mas nunca saí de dentro do apartamento para falar com ele, ainda não me sinto pronta. Na verdade, não me sinto nem pronta para encarar toda a minha família amanhã, mas irei porque minha vó me ligou, dizendo que a minha presença e de Christopher era importante, e ainda fui chantageada duramente, porque ela se dizia já velha e que não saberia até quando estaria viva. Como eu poderia negar algo assim? Minha vó consegue sempre tocar na minha ferida.

Consegui dormir por volta das quatro horas da manhã, e quando deu dez horas eu já não conseguia mais ficar na cama. Decidi levantar logo, comecei a separar a minha roupa antes de ir tomar um banho. Achei que seria uma ótima oportunidade para vestir a minha saia amarela xadrez, já que eu nunca a usei. E para combinar com o look, um cropped branco de alças finas e decote quadrado. Eu tenho um allstar branco que vai super casar com as minhas escolhas.

Fui ao banheiro para tomar um longo banho, lavei meu cabelo, e enquanto o creme de hidratação agia na minha cabeça, eu sentei na grande banheira para depilar as minhas pernas.

De banho tomado, eu sequei meu cabelo, passei um creme hidratante e perfume. Acho que não vou precisar de muita maquiagem hoje, só um rímel e um gloss para não dizer que eu não usei nada.

Decidi vestir a roupa depois de tomar o café da manhã. Coloquei um vestidinho de usar em casa, e saí do meu quarto. Estranhei o fato de não encontrar nenhum dos seguranças dentro da casa, e nem mesmo a agitação dos funcionários que ficam aqui diariamente. Nem mesmo Janete deu as caras como de costume.

Fui para a cozinha, e lá tinha um café da manhã posto sobre o balcão. Não senti muita fome e peguei apenas um biscoito e uma xicara de café, só assim para me manter bem acordada. Troquei algumas mensagens com as minhas amigas, e elas sempre me aconselhando sobre como eu devo agir com Christopher. Ultimamente tudo na minha vida tem girado em torno dele, e eu já estou aborrecida de ouvir até mesmo o seu nome.

O silêncio de toda a casa está me incomodando bastante, e eu estou já estou entendida por estar sozinha. Aqui a solidão é difícil tem hora. Janete quase não conversa muito comigo, e só falamos amenidades, apesar de eu gostar muito dela. E tem o celular, mas não é a mesma coisa que o contato humano com as outras pessoas, e Christopher. Tem ele.

Não pensar em Christopher é sempre a melhor opção.

Lavei o pouco de louça que eu usei, e guardei o que sobrou do café da manhã. Não conheço bem as coisas daqui, mas tenho certeza que amanhã alguém irá colocar tudo no lugar certo.

Decidi que ir até a sala de cinema e ver alguma coisa iria ser o passatempo ideal até o horário de eu terminar de me arrumar. Talvez eu tenha começado cedo demais, mas não quero continuar sem fazer nada. Eu tenho me adaptado bem com os cômodos, o primeiro andar tem uma sala formal, uma sala de TV, uma academia, uma piscina coberta, um escritório e uma sala de jantar exorbitante, fora a cozinha e a sala de cinema, que é a minha parte favorita da casa. O segundo andar são quartos e banheiros gigantes, fora a biblioteca e uma sala que separa os corredores. Não sei para que tanta coisa, sendo que somente Christopher mora aqui, e agora eu...

Ainda não me acostumei com o fato de ter Christopher agora em minha vida, não consigo sequer pensar em ter intimidades com o rei, mesmo isso rondando a minha mente o tempo todo. Só a ideia de compartilhar o mesmo cômodo que ele pôr mais de uma hora me deixa aterrorizada, imagina dividir um quarto e dormir na mesma cama! Me sinto até tonta só de pensar.

Ok. Calma.

Respiro fundo e tento dispersar esses pensamentos. Então paro em frente a porta da sala de cinema, e a abro. Gelada como sempre, mas um ruído estranho me chama a atenção.

Eu solto um berro estridente demais ao ver Christopher meio deitado no sofá, e o movimento ritmado sob a manta — que eu uso sempre — me deixa estarrecida. Ele para, me olha confuso, sua pele está brilhando com uma fina camada de suor e sua respiração levemente ofegante. Não sou tão inocente para não saber exatamente o que ele estava fazendo aqui.

— Isobel. — Sua voz sai bem mais rouca que de costume, e ele nem se move. E eu estou estática no lugar, provavelmente de boca aberta.

Eu não conseguia respirar, pensar e nem me mover. Meu coração está tão acelerado, que chego a crer que ter um infarto aos 18 anos é algo totalmente possível. Christopher se movimenta debaixo da manta e sua expressão é indecifrável.

— Você está bem? — Pergunta sem se levantar.

Estou em choque.

Sem conseguir responder, eu movo meu corpo para fora da sala de cinema e vou até a cozinha. Pego a garrafa de água e encho um copo, que eu viro de uma vez, e repito o processo. Meu coração não se acalma, meus músculos não param de tremer, e minhas pernas estão gelatinosas, ao ponto de eu não ter a mínima ideia de como ainda estou conseguindo me sustentar em pé.

Me apoio no balcão, abaixo a cabeça e tento controlar a minha respiração, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca. Quase não adianta, porque o mísero gemido que eu ouvi, quando havia acabado de entrar na sala cinema, voltou em minha mente, trazendo sensações inimagináveis. Fora a imagem. Christopher de olhos fechados, cabeça jogada para trás e os lábios levemente entreabertos. Sem notar eu estava esfregando uma coxa na outra, por que diabos eu estou fazendo isso?

— Ei, você está bem?

A mão de Christopher toca em meu ombro, e eu dou um salto, voltando totalmente a realidade. Olho para a mão dele, que está mais quente que de costume.

— Não toca em mim, sério. — Peço, mas minha voz falha totalmente.

— Eu não estou tocando. — Ele ergue as mãos e um sorrisinho idiota surge em sua boca. — Não mais.

Em que momento meu corpo vai parar de tremer?

Eu me afastei mais ainda de Christopher, mantendo uma distância que eu considero segura entre nós dois.

— Isobel, o que aconteceu...

— Não, não, não! — O cortei. — Não precisa explicar, de verdade. Eu só preciso ficar sozinha.

Sai correndo da cozinha, e corri pela escada até chegar em meu quarto. Um bolo se formou no meu estômago, e uma sensação quente e molhada em minha calcinha também. O que está acontecendo? Meu pai amado.

Me sentei na cama, peguei meu celular, e ainda estava tremendo, já que a imagem de Christopher não saia de jeito nenhum da minha cabeça. Por que isso está acontecendo comigo? Por que eu tive que ver o que vi, e por que eu achei a cena excitante demais? São os livros. Essa é a resposta. Ficar lendo livros eróticos não tem feito bem a minha cabeça, não quando estou vivendo sob o mesmo teto que um homem que é como os personagens descritos nos livros.

Fiquei deitada por um tempo, tentando por minha mente no lugar. Então meu celular começou a tocar, e eu dei um pulo da cama ao ver que era a minha avó telefonando.

Minha querida, já estamos todos aqui, que horas vocês chegam? O rei vem, não é?

— Vovó, então...

— Sem essa de então, Izzie! Use seu poder feminino para trazer esse homem aqui.

— Vou ver o que faço, está ok? Em breve chegarei.

Nos despedimos e eu achei que seria melhor vestir logo a roupa que eu separei mais cedo. Escovei os dentes, passei o rímel e o gloss. Respirei fundo, coloquei meu celular em uma bolsa carteira branca que eu tenho, e uso sempre para onde vou. Tenho que saber se Christopher não desistiu de ir. Espero que ele realmente tenha desistido.

Vou até seu quarto, e bato na porta antes de entrar, e espero até que ela seja aberta. Não quero correr mais nenhum risco de ver algo que eu não quero ver.

Christopher estava todo vestido formalmente. Quem vai para um churrasco usando um paletó?

— Isso não está certo. — Aponto para a roupa dele. — Estamos indo para um churrasco no quintal dos fundos da minha avó.

— Eu nunca fui em um churrasco no fundo de um quintal.

Reviro meus olhos e entro em seu quarto, seguindo até o closet. Como é tudo separado, eu encontro facilmente uma camisa polo vermelha da Gucci. Essa deve servir, parece simples, mas pelo tecido eu sei que custou mais que a minha casa inteira.

Entreguei a camisa para Christopher, e fui até os sapatos, ver se ele tem algum tênis que combine com a camisa. Me agachei para olhar os tênis com mais detalhe, e o reflexo no espelho deixou a minha boca seca. Christopher estava distraído tirando o paletó, e abrindo os botões de sua camisa social branca.

Christopher me olha pelo espelho, como se soubesse que toda a minha atenção estava focada nele. O ato de passar a língua sobre os lábios secos não passou despercebido pelo rei. Eu estava literalmente com a boca seca. Sacudi a cabeça e voltei meu foco no que eu vim aqui fazer. Peguei um tênis preto que estava na ultima prateleira e entreguei a ele.

Virei para o espelho, retoquei meu gloss, e fingi ajeitar meu cabelo enquanto ele colocava a camisa. Sair desse closet é a melhor opção para mim. Foi o que eu fiz. Sai do quarto de Christopher, porque o cheiro de seu perfume já estava começando a me entorpecer.

Fiquei o esperando no corredor, mexi no meu celular apenas para buscar distração e logo Christopher saiu do quarto. Estava lindo de morrer, e eu me senti um ser unicelular ao lado dele. Precisava estragar um pouquinho o tanto de elegância que ele tem. Portanto, me aproximei, e puxei a camisa que estava por dentro da calça.

Notei o meu erro quando olhei para cima e vi que estava mais próxima de Christopher do que eu deveria. Ele olhava para baixo com uma sobrancelha erguida, e eu quase fiquei presa em seu olhar. Foi só sentir sua respiração tão próxima da minha, que eu corri para descer a escada. Mais uma vez a tremedeira me assolou.

Não esperei por Christopher para sair do apartamento, eu preciso de um pouco de ar fresco. As Ranges Rovers pararam na nossa frente, e eu logo me apressei para entrar na primeira que me apareceu. Por sorte era de Christopher. Não conhecia os quatros seguranças que estavam indo no carro atrás de nós dois. Queria perguntar porque iria somente dois carros e não três, porque quando fomos ao restaurante usamos três carros iguais.

"Você deveria tirar uma foto do Christopher dirigindo para postar nos story's". Li e reli a mensagem de Loren, e eu não tenho certeza se devo fazer isso, e nem se eu quero tirar uma foto de Christopher, porque para fazer isso, eu teria que ter seu consentimento, e na verdade, eu nem estou muito a fim de falar com ele agora, não depois do que eu vi.

Pelo visto, Christopher já sabia o endereço da minha avó, e eu fiquei feliz, porque isso fez com que não conversássemos durante a viagem. Ele ficou na dele, e eu na minha, apenas mexendo no celular e ouvindo a musica que tocava baixo. O carro parou em frente a casa da minha avó, e quando eu fui descer, ouvi o som das portas travando no momento em que coloquei a mão na maçaneta.

— Precisamos conversar antes de entrar lá, Isobel.

— Por quê? — Cruzei os braços e me virei para ele.

— Porque você está me olhando como se eu comesse filhotes de pandas no café da manhã. — Eu bufei, e ele continuou a me olhar. — É sério, eu não quero que você fique me tratando assim em um lugar onde eu não conheço ninguém, Isobel. Será inevitável me sentir desconfortável desse jeito.

— Eu não queria ter visto aquilo. — É tudo que eu digo.

— E sei, você ficou enlouquecida quando viu que eu estava...

— Não termina essa frase. — O corto.

— Me masturbando. — Concluiu. — Sejamos sinceros um com o outro, Isobel. Você já não é mais nenhuma criança, e eu como homem, que governa um país, preciso de um momento de relaxamento, e nós dois não...

— Ai, pelo amor de Deus, deixa eu sair, não quero ouvir.

— Nós dois não temos intimidade alguma, eu quero respeitar você, e não irei atrás de outra mulher para ter sexo, então eu realmente estava precisando.

Coloquei a mão no rosto, estava me sentindo toda quente de vergonha. Como ele tem a pachorra de falar isso para mim de maneira tão banal? É como se eu fosse culpada por ele não ir ficar com outras mulheres, sendo que eu nem mesmo o proibi de algo. Mas só de pensar em Christopher com outra mulher, enquanto eu estou sozinha no palácio, me deu um nó no estômago.

— Meu Deus, isso é nojento.

— Na verdade, eu sou bem limpinho e posso te mostrar.

— Christopher, deixa eu sair da droga desse carro. — Falo em um tom de voz mais alto.

— Não até você me dizer que entendeu, e que vai agir normalmente comigo, como se fosse a minha namorada.

— Eu entendi. — Falei, porque já estou me sentindo sufocada aqui dentro.

— Agora podemos ir.

O som da porta destravando foi a coisa mais linda que eu já ouvi em toda a minha vida. Eu sai do carro, e quase senti vontade de beijar o chão. Respirei fundo e ajeitei a minha postura para entrar, então fui impedida com Christopher segurando a minha mão.

Olhei para a mão dele com uma expressão de nojo e me soltei de seu toque.

— Qual mão você usou? — A pergunta saiu de uma forma tão natural, que eu mesma me espantei com o que havia perguntado.

— Na verdade, eu uso as duas.

Olhei horrorizada para Christopher, e ele me ignorou totalmente, e logo pegou na minha mão novamente, me puxando para perto do portão. O som alto de Elvis Presley já dava para ouvir do lado de fora. Toquei a campainha, e tentei me manter normal. O portão abriu, e meu tio Carlos ficou pálido ao ver que Christopher estava ao meu lado, segurando a minha mão.

— Rei... Perdão, quer dizer: Vossa majestade. — Ele se abaixou para reverenciar Christopher, mas esse apenas o impediu e apertou a sua mão em um cumprimento forte e formal.

— Não precisa de me tratar dessa maneira, senhor. — Christopher falou, bem respeitoso. Nem parecia o homem que falava de masturbação, intimidade e relaxamento há poucos minutos atrás.

— Perdão, eu sou Carlos Manteufell, tio de Isobel. — Meu tio se recompôs de seu susto.

— Prazer em conhecê-lo, senhor Manteufell.

— Apenas Carlos, rei.

— Apenas Christopher, Carlos.

Meu tio me deu um abraço bem apertado quando se lembrou da minha presença. Confesso que estava sentindo um pouco de saudades da minha família, já fazia tempo em que não nos encontrávamos.

Andamos pelo corredor lateral da casa da minha avó para ter acesso ao quintal nos fundos. Toda a atenção foi dada a nós dois quando notaram que estávamos entrando. O rei de mãos dadas com uma garota de 18 anos. Engoli a seco, porque nem eu mesmo me acostumei com essa ideia. Não soube como agir, apenas puxei Christopher para perto da minha avó, que sorria toda boba com a nossa presença. Eu a abracei com força, e na mesma hora eu quis chorar, mas me controlei.

— Minha menina! — Segura em meu rosto e beija minhas bochechas com carinho. — Estava louca para vê-la.

Nos abraçamos mais um pouco, e logo sua atenção voltou para Christopher. O abraçou, como se já o conhecesse a anos. E eu fiquei apenas observando a interação dos dois. Meu "namorado" tirou do seu bolso uma caixinha, e eu juro que não tinha ideia de que ele havia trago um presente para ela. Fiquei tão constrangida com tudo, que mal conseguia olhar direito para ele.

— Ah, meu querido, não precisava. — Minha avó abre a caixinha e se depara com um par de brincos, provavelmente um quartzo rosa.

— Faço questão, senhora Adelaide.

— Senhora coisa nenhuma, somente Adelaide, meu filho. E olha só, vou ficar te tratando como rei não, porque agora você é meu neto também. — Minha querida vozinha e o seu jeito espalhafatoso de ser.

— Fico feliz com isso, Adelaide. — Christopher pisca para ela, e minha vó da uma leve ruborizada. Até uma senhora de idade, viúva, mãe de 3 filhos homens, ele consegue afetar.

Os outros membros da família se aproximaram, tímidos, mas Christopher tratou de cumprimentar todos eles, pedindo que não o tratassem como rei, que ali ele era apenas meu namorado. Nos sentamos em uma mesa, ele bem ao meu lado, com o braço em volta da minha cadeira, me puxando para ficar colada nele. Me senti desconfortável, obviamente e não conseguia parar de beber refrigerante. E Christopher bebia uma cerveja direto do gargalo, e eu achando que o rei bebia somente vinhos importados.

— Sua família é legal. — Ele diz.

— Obrigada.

Meus pais nos olhavam de longe, e eu apenas engoli seco. A mágoa ainda está instalada em meu peito, e por mais que eu ame meus pais mais que tudo, não sei quando serei capaz de perdoá-los. Mas não demorou muito para que viessem se sentar conosco. Tentei sorrir, mas o sorriso não saia, e quando saiu, não foi nada sincero. Abracei os dois, minha mãe me apertou bastante e pude ouvi-la me pedindo desculpas bem baixinho.

Muito diferente de mim, minha avó gosta de reunir seus três filhos e seus sete netos em seu aniversário, não chama ninguém de fora, somente a família. Ela comemora com os amigos do baile de salão depois, em um baile mensal, que é dedicado aos aniversariantes do mês.

Amo esse clima com a minha família, mas tudo vai por água abaixo quando Raquel chega. Sinto até um calafrio tomar conta de mim, porque ela sempre foi obcecada pelo Christopher. Vivia indo em eventos onde a família real comparecia, apenas para ter a sorte de vê-lo, em seu quarto há pôsteres dele espalhados em uma parede inteira. Quando minha avó anunciou que iria fazer a sua festa de aniversário, todos me perguntaram no grupo se eu iria comparecer, mas eu não respondi, nem mesmo visualizava as mensagens que mandavam direcionadas a mim. Na verdade, é o que eu tenho feito desde que fui morar no palácio.

Enfim, Raquel é a minha única prima mulher, é sete anos mais velha, e antigamente eu tinha a péssima mania de me espelhar nela. Raquel é alta, magérrima, tem cabelos loiros e silicone, vivia me criticando, falava que eu era baixinha demais, peituda demais e bunduda demais. Eu me sentia gorda por causa disso, cheguei a fazer dietas exorbitantes e a ficar 24 horas apenas bebendo água, porque na minha cabeça doentia, isso me faria emagrecer. O sonho dela é ser modelo, já desfilou algumas vezes e atualmente ganha a vida tirando fotos usando roupas de lojas locais, mas nunca desistiu de chegar ao patamar de Victoria Secret's. E ela realmente parece uma top model de renome mundial, e no fundo, isso me preocupa, porque Christopher sempre era visto com mulheres desse nível.

O primo que eu mais tenho afinidade, é o Kayan, ele é professor de dança e me ajudou muito quando eu me interessei por balé quando criança. Quando eu tinha tempo, sempre ia até seu estúdio para aprender a coreografia de uma nova música que estava fazendo sucesso. Eu sempre danço às vezes, até porque é a única coisa que eu faço para me exercitar. Fico sempre vendo vídeos no YouTube para aprender coisas novas.

Kayan chegou com seu esposo, abraçou a minha avó e veio correndo falar comigo, me puxando para um forte abraço.

— Você está maravilhosa! — Ele se afastou, com as mãos em minha cintura e olhou a minha roupa. — De matar, linda!

Apresentei Christopher ao Kayan e ao seu marido, que ficaram chocados ao ver o rei na casa de nossa avó. Até eu estou chocada com essa situação. Voltei a me sentar, e Kayan foi falar com o resto da família.

Levantei um pouco para pegar um pratinho com carne, farofa e molho vinagrete. De quebra ainda peguei mais refrigerante para mim. Quando eu estava voltando para a mesa, meu pior pesadelo aconteceu. Raquel chegou, usando um vestido curtíssimo e apertadíssimo, que tem a estampa da bandeira de Aregan. Só pode ser palhaçada. Maquiagem totalmente carregada para o dia e um salto altíssimo. Revirei meus olhos.

Christopher estava distraído abrindo a cerveja que meu pai lhe entregou, e não parecia notar que Raquel estava aqui, mas a víbora peçonhenta notou a presença dele, e abriu um sorrisinho quando o viu. Veio caminhando na nossa direção, como quem estivesse desfilando na passarela da fashion week. Reparei na leve ajustada em seu decote, expondo mais ainda o recém silicone que ela havia colocado.

— Izzie, que bom vê-la, lindinha. — Se aproximou com um sorriso falso, mas seus olhos não saiam de cima do Christopher. Beijou a minha bochecha e ficou esperando alguma coisa.

— Esse é meu namorado, não precisa de apresentação. — Aponto para Christopher, que só então se levanta e aperta a mão dela.

— É um prazer imenso conhecê-lo, vossa majestade, sou sua humilde súdita. — Se abaixa para reverenciá-lo, e a cena é a mais patética que eu já vi.

— Não tem necessidade disso, senhorita. Sou apenas o namorado de Isobel agora. — Ele sorri para mim, e eu controlo a minha vontade de bufar.

— Eu praticamente não acreditei quando vi a foto no Instagram. — Ela ri de modo forçado, e encosta no braço de Christopher, como se já tivesse intimidade com ele. — Isobel não tem cara de quem namora um homem de 30 anos, é tão pequenininha, parece uma criança, não mulher.

Meu queixo foi ao chão quando ela disse isso. Christopher sorriu, parecia um pouco incomodado, e eu estava com raiva, obviamente. Fechei a cara na hora.

— Isobel é linda. — É tudo que ele diz.

— Tem carinha de bebê. — Raquel insiste.

— Melhor do que parecer cinco anos mais velha. — Respondo, olhando-a de cima abaixo. — Renovou o botox esse mês, Raquel? Notei que aquele pé de galinha sumiu aqui. — Apontei para onde ficava a ruga embaixo de seu olho, e o sorrisinho falso dela sumiu na hora. — Pelo menos eu ainda tenho uma carinha de bebê, não vou precisar de plásticas nem tão cedo, tudo aqui é natural.

Me referi aos meus seios e cintura fina, já que até lipoaspiração para modelar seu corpo Raquel fez. Não que eu ache intervenções cirúrgicas ruins, mas jamais irei deixar que ela fique me rebaixando, apenas por se achar mais bonita que eu.

Sem falar mais nada, Raquel saiu, carregando consigo uma cara de merda. Primeiro round fui eu quem ganhei. Sério mesmo que ela veio com a pura intensão de me diminuir perante ao Christopher? Isso é ridículo!

Volto a me sentar, e finalmente começo a comer. Trouxe um garfo para Christopher, e ele elogia bastante a comida. Minha avó sempre faz questão de cozinhar em seus aniversários, por mais que a gente tente fazer algo para ela.

Meu pai chamou Christopher para ficar na churrasqueira com ele, e os outros homens da família. Fiquei até um pouco aliviada em ficar sozinha, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia tirar os olhos do rei, que parece ter se adaptado rapidamente com os meus familiares, ou talvez ele já tenha facilidade em fazer isso.

Comendo e bebendo meu refrigerante sozinha, me veio na mente o que aconteceu hoje mais cedo, e a vergonha de ter presenciado Christopher em um momento íntimo me assolou novamente. Olhei em volta e parecia que todos sabiam o que havia acontecido, ou o que eles pensam que já fizemos. Minha família deve achar que na estou transando com ele, porque moramos juntos. Sinto um estranho enjoo, porque metade do planeta deve estar imaginando isso de mim agora. Nunca me senti tão exposta antes. Normalmente a namorada de Christopher iria para a cama com ele, já que todos sabem como ele tinha uma vida sexualmente ativa antes de mim.

— Apaixonada, minha filha? — Olho para o lado, e minha avó está sentada na cadeira que antes estava sendo ocupada por Christopher.

— O quê? Não, não mesmo. — Respondo.

— Olha tanto para Christopher, eu entendo, ele é um homenzarrão mesmo. — Diz rindo.

— Nem notei que olhava para ele, acho que já me acostumei a estar perto dele. — Minto.

— Não mesmo, é nítido que não. Querida, eu entendo que a notícia te pegou de surpresa, não é todo dia que alguém sabe que irá se tornar uma rainha, mas ele gosta de você.

— Gosta nada, vovó.

— Ao menos ele tem carinho por você. — Rebate. — O amor a gente conquista, minha filha, pode parecer coisa de gente velha, mas passamos amar aqueles com quem convivemos. Eu não gostava do seu avô quando nos casamos.

— Jura? Vocês pareciam tão apaixonados quando ele ainda era vivo.

— E éramos, Isobel, mas eu me casei em uma situação parecida. Era normal que os casamentos fossem arranjados anos atrás, e assim como Jordani, meu pai vivia uma situação difícil financeiramente, então eu me casei contra a minha vontade com o chefe do meu pai. Seu bisavô trabalhava em uma lavoura, era difícil, e com 5 filhos para criar, isso lá na Europa.

— Eu imagino.

— Vim para Aregan assim que me casei, mas não suportava olhar na cara do seu avô, mas casei, com o tempo eu vi que não iria ganhar nada odiando meu marido, só ia ficar mais amargurada ainda, então dei uma chance e olha o que eu tenho hoje. — Apontou os três filhos. — Você pode ter muito mais, minha querida.

— Christopher tem 30 anos, é experiente e sempre era visto com mulheres totalmente diferentes de mim. Me sinto uma garotinha perto dele, vó. Raquel chegou aqui com a intenção de dar em cima dele, e olha só para ela, é com esse tipo de mulher que Christopher costumava sair.

— Não dê ouvidos a Raquel, nem as outras mulheres. Do que adiantou elas se deitarem com ele, sendo que Christopher sempre soube que o destino dele era você? Christopher estava esperando por você, todos esses anos de espera, agora ele tem a futura rainha ao lado dele, uma jovem educada, linda e de bom coração.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e a minha avó me abraçou. Eu me permiti ficar em seu aconchego até a minha emoção passar. Meu coração dói tanto com tudo isso, o medo é o que mais me incomoda, é uma sensação avassaladora, porque parece que eu não tenho mais poder nenhum para fazer as minhas próprias escolhas, tudo na minha vida já estava decidido antes mesmo de eu nascer, fui criada e moldada para ser a esposa de Christopher, e sinto que não tenho mais liberdade para viver.

Pedi licença a minha vó e fui até o banheiro para poder jogar um pouco de água gelada em meu rosto. Não quero ficar triste hoje, é um dia especial para mim, e não quero estragá-lo.

A música que tocava antes mudou, e eu sabia que isso era obra de Kayan. Todo ano ele faz isso, muda as músicas antigas e começa a colocar o povo inteiro para dançar. Estava tocando a música que mais amávamos dançar juntos quando nos encontrávamos. Kayan começou a me puxar para o centro do quintal e eu estava nervosa, porque Christopher estava me olhando curioso. Mas não resisti a batida de End Of Time da Beyoncé e me entreguei a coreografia que eu já conhecia de cima abaixo.

Nós dois dançando foi a sensação e o suficiente para animar todo mundo. Inclusive a minha avó estava dançando com Kayan, e pedindo a ele para ensinar os passos de dança a ela. Eu estava esbaforida e fui pegar uma garrafa de água no isopor.

— Não sabia que você dançava.

Por um segundo eu havia esquecido que Christopher estava aqui.

— Todo mundo dança. — Respondo.

Bebo toda a água e vou para perto da minha avó, que estava rebolando do jeito dela. Raquel nunca foi de dançar com a gente nas festas, pois dizia que era horrível fazer isso, mas hoje ela decidiu dançar. E por que será? Começou a tocar Work da Rihanna, e foi a minha hora. Kayan já me olhou, porque ele sabe o quanto eu amo essa música. Comecei lentamente apenas movendo meu quadril, na parte do refrão eu me soltei totalmente. Levei as mãos a um joelho e rebolei de um lado apenas mexendo mais a perna, e então com as duas mãos apoiadas nos joelhos, eu rebolei lentamente, indo até o chão e subindo abrindo e fechando as pernas, como Rihanna normalmente faz. Subi rebolando sem os apoios das minhas mãos, e Kayan me aplaudiu.

Olhei para o lado e Christopher estava me encarando, sorriu de lado e levou a garrafa da cerveja até sua boca, bebendo um pouco. Voltei a dançar perto da minha vó, rebolei nela e levei um tapa na bunda.

— Prima, vai rebolar a bunda para o rei. — Kayan se aproximou e segurou na minha cintura. Estava de costas para ele e ainda rebolando no ritmo da música. — Ele quase babou vendo você assim.

Eu sorri, sem graça e parei de dançar e peguei meu celular para ver se tinha algo de interessante, mas absolutamente nada. O grupo com minhas amigas estava sem nenhuma mensagem nova. Minha família toda reunida, eu já estava constrangida pelo show que eu dei na frente de Christopher por causa da Raquel.

Sentei perto de onde minha mãe conversava com as suas cunhadas. Fiquei quieta, apenas ouvindo elas conversando e de longe vi meus tios irem ficar com Christopher.

— Como vocês se conheceram, Izzie? — Olho para a tia Sônia, ela é esposa do tio Carlos e mãe do Kayan, eu a amo demais.

— Então, eu fui passar o dia no palácio com o meu pai, eu estava o acompanhando apenas e Christopher apareceu. — Comecei a inventar uma fanfic, só assim para convencer a todas que estão ouvindo. E parecem bem interessadas na história. — Nós ficamos conversando, eu nem vi o tempo passar, foi como se já nos conhecêssemos há anos.

— Mas e a diferença de idade? — Marluce perguntou, ela é esposa do tio Antony e mãe de Raquel e do meu primo Fernando.

— Não há muita diferença, começamos a nos conhecer por mensagens e eu já tinha interesse nele. — Continuo a mentir. — Quem não tem, não é mesmo? — Brinco.

— É verdade. — Todas dizem juntas.

— Então nos encontrávamos, mas era bem amigável, porque eu tinha apenas 17 anos, mas quando foi se aproximando do meu aniversário de 18 anos, nós não tínhamos mais como esconder as coisas, e o interesse mútuo entre nós dois, e foi o que houve.

— E por que você não compartilhou com a gente o relacionamento de vocês?

— Preferi esperar até que estivesse bem consolidado. — Respondo, e olho para Christopher, ele me olha também. — Nós estamos morando juntos, achei que seria a hora perfeita para contar.

Me olharam chocadas, mas pareciam ter acredito no que eu inventei, agora eu só preciso conversar com Christopher para que ele possa contar a mesma história a todos. Pedi licença e fui na direção do rei, sorri para todos que estavam apreciando sua companhia e falei que o roubaria um pouco. Christopher me seguiu para dentro da casa da minha avó, e entramos no quarto de visitas. É apertado, tem só uma cama de solteiro, onde Christopher tratou de sentar logo, e uma cômoda de madeira.

— As coisas ficaram bem quentes depois de ver você dançando, mas não imaginei que você faria isso, Isobel. — Ele sorriu sacana para mim e eu revirei os olhos. — Então você quer dar um pegas aqui? — Apontou para a cama.

— Você é muito engraçado. — Forcei uma risada. — Eu contei uma história para as mulheres, e queria que você confirmasse se alguém perguntar a você.

— Tudo bem.

Contei toda a história para Christopher, mas eu me perdi na minha própria linha de raciocínio, porque notei que eu estava prestando muita atenção nas coxas grossas de Christopher e todo aquele caminho entre as suas pernas. Sacudi minha cabeça, para tentar não pensar em como o rei pode ser extremamente atraente, mesmo estando apenas sentado.

— Está bem? — Pergunta.

Respiro fundo, mas antes que eu pudesse responder, Christopher levanta e se aproxima de mim, o que não é difícil, porque o espaço do quarto é bem reduzido. Engulo em seco e dou um passo para trás, mas eu encosto na cômoda.

— Christopher...

Levantei a mão para apoiar em seu peito, porque a sua aproximação é bem perigosa. O ar fica rarefeito e o ambiente parece diminuir mais ainda quando Christopher fica poucos centímetros próximo de mim. Tento quebrar o contato visual, mas é impossível. Um sinal de alerta fica piscando em minha cabeça, mas estou em um transe do qual eu não consigo sair.

— Então eu tenho que dizer que você foi passar o dia no palácio com seu pai, e que eu me interessei por você? — Christopher diz com a voz levemente mais rouca.

— Sim. Isso.

Umedeço meus lábios e Christopher acompanha o caminho da minha língua. Suas mãos vão de encontro a minha cintura e eu tento empurrá-lo, mas não tenho forças. Então tenho a genial ideia de ficar de costas para Christopher, mas eu me arrependo totalmente quando meu corpo minúsculo é espremido contra a cômoda pelo corpo de Christopher.

— E o que mais? — Christopher sussurra em meu ouvido, e cada pelo do meu corpo se arrepia.

— Para... Por favor... — Peço, mas bem no fundo eu queria que ele continuasse, apenas para saber como é isso.

— Parar com o quê?

Dessa vez ele beija meu pescoço, meu ombro, e eu solto um suspiro bem alto, sentindo que a cada mísero toque faz meu corpo se entregar mais ainda. Christopher puxa meu cabelo para o lado, deixando minha pele ainda mais exposta.

— Termina de contar.

Christopher me vira para ficar de frente para ele, ainda prende meu corpo com o seu e eu me sinto pequena ao lado dele. Eu tentei dizer alguma coisa, mas nada saía da minha boca, é como se eu estivesse ficando enfeitiçada por Christopher, e por mais que eu repele qualquer tipo de sentimento assim por ele, chega a ser impossível não me atrair fisicamente.

— Então... — Tento dizer, mas antes que eu tenha a capacidade de completar a frase, Christopher se abaixa e sela nossos lábios. Eu tomo um susto, e me afasto, porém, ele puxa meu corpo contra o seu e esmaga a minha boca com a sua.

Fico sem saber o que fazer, mas ainda presa nesse mar de sensações que eu estou conhecendo agora. Senti sua língua invadir a minha boca, é quente e macia, e eu não tinha a mínima ideia do que fazer com ela. Christopher pareceu notar e sugou a minha língua. Essa é a coisa mais estranha que já aconteceu em toda minha vida, mas apesar de ser estranho, e provavelmente nojento, eu achei bom. Meu Deus, muito bom.

Sua língua voltou a adentrar em minha boca, e de forma automática, eu movi a minha de encontro a dele e senti o gosto da cerveja que ele estava bebendo. Minhas mãos foram até seu ombro, e eu fiquei nas pontas dos pés. Christopher me puxou e nossos corpos ficaram mais colados ainda. Ele apertava a minha cintura, me puxando mais ainda contra ele, como se fosse possível ter mais contato que já estávamos tendo.

As mãos de Christopher desceram até a minha bunda, e ele deu uma boa apertada lá. Eu achei que iria odiar isso quando alguém fizesse, mas minhas pernas amoleceram e uma umidade começou a se formar na minha calcinha. Sempre li sobre isso nos livros, e não sabia como sentir a excitação poderia ser tão bom e ruim a mesmo tempo.

Christopher levou sua mão até a minha nuca e puxou meu cabelo, fazendo a minha cabeça ir para o lado, ele mordeu meu pescoço e beijou depois. Um gemido escapou da minha boca e sua outra mão apertou novamente a minha bunda. Algo já estava entre nós dois, e eu não teria a mínima coragem de ver, mas conseguia o sentir bem duro em minha barriga. Isso me fez estremecer mais ainda.

Uma eletricidade percorre pelo meu corpo, e eu não consigo parar. Vou me acostumando com a sensação da língua de Christopher, com a sensação de suas mãos me apalpando e de seus lábios pressionando os meus. Isso é bom, e odeio admitir isso. Em um impulso ágil de Christopher, eu sou colocada sobre a cômoda, ele abre as minhas pernas e se encaixa no meio delas. Beija todo meu pescoço, mas logo volta a dar atenção a minha boca. Desse jeito nossa altura ficou quase igual, e sua pelve estava colada na minha, apenas os tecidos de nossas roupas impedia um contato mais íntimo nosso.

Christopher estava bem excitado, e parecia fazer questão de mostrar isso para mim, já que ficava pressionando sua ereção contra a parte do meu corpo que estava mais sensível. Eu estava só com uma calcinha, e minha saia já havia levantado nessa altura do campeonato. Ele apertava as laterais de minhas coxas, seus dedos brincavam com o elástico da minha calcinha, e eu me sentia louca, e possuída por Christopher. Me senti ofegante demais, e parei um pouco para respirar, mas não havia trégua, porque ele atacava a pele sensível do meu pescoço.

Me vi gemendo seu nome, inconscientemente implorando por algo ainda desconhecido por mim. A agonia assolava a parte central das minhas coxas, me deixando pulsante e quente demais.

— O que você quer?

Não sou capaz de responder a sua pergunta, porque nem eu sei o que quero, e na verdade não quero nada, apenas sair desse transe, que é capaz de me levar para caminhos insólitos.

A porta se abre em um rompante, pegando Christopher e eu de surpresa, em um momento impróprio demais. Chocada eu olho para intruso no quarto e vejo meu pai, mais pálido que o Gasparzinho. Todo meu sangue sai do meu corpo no momento. Os olhos do meu pai vão até onde as mãos de Christopher estão, bem no elástico da minha calcinha, e em segundos eu o vejo engolindo em seco.

— Não quis incomodar, só vim avisar que vão cantar parabéns.

Então meu pai saí, batendo a porta. Eu nem sei o que pensar. Estava tendo o meu primeiro beijo, com o rei, no quarto de hóspedes da minha vó, tendo o momento mais promíscuo que toda Aregan já presenciou e meu pai surge do nada, me pegando com a boca na botija.

A minha reação, talvez a menos apropriada, é de levar a minha mão até a cara de Christopher. O tapa ecoa pelo quarto e ele leva sua mão até o local afetado, e agora vermelho. Eu o empurro e desço da cômoda, ajeitando a minha saia, e tentando ajeitar a minha dignidade, que jamais vai ser a mesma depois disso.

— Por que você me bateu, eu posso saber? — Pergunta furioso.

— Não seja tolo, Christopher. — Esbravejo.

— Você me deu um tapa por algo que você também estava fazendo? Há dois segundos atrás você estava toda derretida gemendo meu nome, Isobel!

— Vamos sair logo daqui! — Eu quase grito, mas me controlo.

— Eu não posso sair com o pau duro na frente da sua família!

Inevitavelmente olho para baixo, e me arrependo. Sua calça está quase explodindo. Esfrego meu rosto em desespero, e fico de costas para Christopher, me apoio na cômoda, porque ainda me sinto fraca, quase incapaz de ficar em pé. Todos meus membros estão gelatinosos e a tremedeira ainda está me irritando. Puxo o ar com força e decido esperar em silêncio, assim como Christopher.

Ele sai primeiro do quarto, e eu o sigo. Olho nervosa para sua calça e vejo que todo volume de antes havia diminuído, e eu fiquei levemente aliviada. Voltamos para o quintal, e eu nem tinha ideia de como ainda estava conseguindo andar. Ainda sinto toda a carne do meu corpo tremendo, e meu coração totalmente acelerado. A sensação do toque de Christopher ficou marcada em minha pele, que ainda está queimando inteiramente.

Vejo que meu pai está cochichando com a minha mãe, e os dois me olham quando notam a minha presença. Meu rosto todo queima de vergonha. Que situação deplorável meu pai teve que presenciar, ele nunca mais vai me ver da mesma maneira, e eu nem sei com que cara eu irei falar com ele novamente.

— Vocês demoraram. — Minha vó resmungou.

— Desculpa, eu quis mostrar a sua casa ao Christopher. — Uso uma desculpa esfarrapada e as sobrancelhas de minha vó se erguem.

— O quarto de hóspedes é muito acolhedor, dona Adelaide. — Minha cabeça vira bruscamente para Christopher. Ele está com um sorrisinho endemoniado nos lábios, e isso me deixa possessa de raiva. Como é possível?

Vou até o isopor que estava recheado de bebidas, e pego um refrigerante, mas eu nem conseguia abrir a garrafa, então o ilustríssimo rei a abriu e encheu dois copos. Bebemos em silêncio.

Todos os presentes cantaram parabéns, e logo já estávamos sentados, e nos deliciando com o bolo e as outras sobremesas que minha avó havia preparado, pudim e mousse de morango. Eu estava comendo meu pedaço generoso de bolo, então Raquel sentou na nossa mesa, Kayan viu de longe e veio também, pois ele sabe que nós duas não nos damos bem.

— Esse bolo está maravilhoso! — Raquel dizia, enquanto gemia exageradamente.

— Dá para notar. — Christopher comenta, mas ainda distraído com o seu pedaço, que também estava enorme, porque a minha vó caprichou na hora de nos servir.

Eu perco meu apetite e fico comendo pequenas colheradas, apenas para fazer hora. Queria mesmo era ir embora e me isolar no quarto, seria melhor ainda se fosse para a minha casa e não para o palácio.

— Então, como está o relacionamento de vocês? Nos contem. — Kayan pergunta, talvez ele queira render assunto para Raquel desistir de dar em cima de Christopher.

— Bom. — Christopher começa, ele joga o seu braço sobre meus ombros, e me puxa para ficar colada nele. Eu só queria me afastar. — Estamos nos dando bem, se adaptando com a rotina de morar juntos. — Ele só mentiu quando se referiu a nós darmos bem.

— É tudo muito novo. — Tento sorrir.

— Eu imagino, ainda mais para você, não é, Isobel? Sempre foi a garotinha intocada. — Raquel é uma vaca. — Nunca namorou antes, foi bem rapidinha você.

— O que você quer insinuar com isso, Raquel? — Me exalto.

— Nada não. — Ela finge que dá de ombros. E eu quero é dar na cara dela.

— Sou um homem bem ocupado, como vocês devem imaginar, eu pedi a Isobel para ir morar comigo, porque queria aproveitar a minha namorada quando eu chegasse em casa.

— Início de namoro é sempre muito bom. — Kayan comenta. — Morar juntos é a melhor parte.

— Eu faria sexo todos os dias. — Raquel diz. Eu olho para ela incrédula.

— Você não tem vergonha não? — Eu fico de pé e me inclino sobre ela. — Vem querer dar uma de sonsa para cima de mim não, sua ridícula!

— Ué, a pigmeu ficou boladinha? Alguma coisa que eu falei não te agradou, priminha?

A fúria tomou conta do meu corpo, e quando eu dei por mim já estava com as mãos no cabelo de Raquel, e puxando com força. Ela gritava e tentava se soltar de mim, mas não conseguia. Christopher me agarrou pela cintura e tentou me tirar de cima de Raquel, mas não conseguiu fazer de primeira, e quando ele teve sucesso, todo o mega-hair loiro veio na minha mão.

— Mas o que foi isso? — Ouço uma voz feminina gritando, mas eu não consigo identificar quem é.

— Essa galinha não está respeitando o meu namorado! — Eu grito.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo, sua anã?

Minha visão fica turva de raiva, e eu me aproximo dela, e dou um tapa em Christopher quando ele tenta me segurar.

— Quem eu sou? A futura rainha desse país, sua vadia de merda. — Digo, com o rosto quase colado no dela.

Vou caminhando para fora, sem me despedir de ninguém e sem esperar por Christopher, apenas o ouço correndo atrás de mim. Por hoje já deu! Saio da casa da minha avó, e os seguranças de Christopher estavam nos aguardando em seu carro estacionado na calçada.

Parece que o rei sabe a raiva que eu estou agora, então não diz nada, apenas destrava o carro e me deixa entrar. Coloco o cinto de segurança e me inclino para ficar com a cabeça encostada na janela. É tanta coisa que vem acontecendo na minha vida em uma merda de semana, que eu apenas precisava de um motivo para explodir, e minha raiva de Raquel só fez com que as coisas piorassem.

E ainda dei meu primeiro beijo hoje, isso me deixa enjoada e nervosa demais.

— Para o carro, sério, agora.

Christopher freia o carro bruscamente, e foi só o tempo de eu tirar o cinto, abrir a porta e inclinar meu tronco para fora. Vomito tudo que comi durante o dia. Isso é meu sistema nervoso atacando, e se continuar dessa maneira, eu vou acabar indo parar no hospital, e essa possibilidade me assusta.

Os seguranças do carro vieram ao meu auxílio, mas Christopher sai do seu lugar e vem ficar ao meu lado, segurando o meu cabelo. Coloco tudo que eu tinha em meu estômago para fora e Christopher me entrega um lenço, que eu não tenho a mínima ideia de onde tirou. Limpo a minha boca e agradeço a todos, me sinto envergonhada demais pelo vexame que eu dei.

— Se sente melhor? — Christopher pergunta. Eu apenas confirmo com a cabeça e volto a me sentar normal no banco do carro, já colocando o cinto de segurança.

Christopher me oferece uma bala de menta, que estava guardada no porta luvas, e eu aceito. Voltamos a estrada, e eu me sinto esgotada, tanto fisicamente e psicologicamente. Desligo meu telefone, porque meus pais estão ligando preocupados, e eu não quero falar com ninguém agora, só quero me deitar e descansar um pouco. E é o que eu faço, assim que chegamos eu vou direto para o quarto, tomo um banho e me deito encolhida na cama. Choro para tirar toda essa angústia do meu peito, e rezo para que essa situação se resolva de uma vez por todas. 

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