♛CAPÍTULO 41♛
Mal consegui dormir a noite de tanta saudade que estava sentindo da minha casa. Sim, agora chamo o palácio de minha casa, achei que nunca conseguiria achar aquele lugar um lar, mas passou a ser, ou Christopher se tornou o meu lar conforme o tempo passava.
Eu ganhei uma comitiva, e nem sabia que isso era possível, mas muitos funcionários estavam me acompanhando nessa viagem, tudo para que eu ficasse bem e para que eu fizesse tudo certo.
A viagem foi até que divertida, gostei de conhecer coisas novas, mas ainda assim, queria voltar o mais rápido possível para Aregan, passei a viagem inteira pensando em como seria se Christopher estivesse comigo, ainda mais quando eu terminava todos os meus compromissos e ficava sozinha no quarto do hotel, sem ter muito o que fazer. Tudo seria melhor se ele estivesse comigo, disso eu não tinha dúvidas.
Estava até mesmo ansiosa para ver o rei novamente, sentia borboletas gigantes voando no meu estomago quando o avião posou.
— Vamos aguardar um pouco. — Mary, minha secretária pessoal informou, ela quem seria responsável pelos meus compromissos como princesa, e futuramente como rainha.
Afirmei com a cabeça e ajeitei a minha roupa, alisando o vestido escolhido para a minha volta. Já haviam me informado que a impressa estaria presente para minha volta, e isso não me deixava confortável. A impressa me perseguiu em peso durante a minha estádia em Nova Zelândia, e eu odiava tudo aquilo. Nunca fui muito fã de receber atenção, e desde que comecei a namorar Christopher, senti como se toda a atenção do mundo estivesse virando apenas para mim. E apenas piorava com o passar do tempo.
A porta da aeronave abriu e fui surpreendia com os 1.90 do meu noivo vindo na minha direção com pressa. Christopher mal esperou eu me levantar e logo me abraçou apertado, como quem estivesse anos sem me ver.
Ele me beijou, ignorando completamente todos em nossa volta, e mesmo que eu sentisse vergonha disso, não pude não retribuir, sentia falta dele, até senti saudades do cheiro de Christopher.
— Que bom ver você, baixinha. — Disse segurando meu rosto.
— Agora estamos juntinhos. — Sorrio para ele.
— Você não vai ficar longe de mim pelas próximas 24 horas.
Ele piscou, e pude notar malicia no seu tom de voz. Jeremy nos olhava impaciente.
— Que ótimo ver os pombinhos apaixonados, mas temos umas coisas a serem feitas. — Ele caminhou na nossa direção, segurando seu iPad, como de costume. — A impressa está afoita lá embaixo, já sabe como responder as perguntas? — Pergunta diretamente para mim.
— Não tenho a mínima ideia, mas acho que consigo dar um jeito.
— Dar um jeito não é o ideal, mas podemos lidar com isso por enquanto. Pelas normas, o Christopher desce primeiro e depois você, e por favor, sorria para todos.
Assenti com a cabeça, sei exatamente o que fazer sem precisar de suas ordens. Eu precisava ser a menina mais perfeita na frente da impressa.
Christopher estava ansioso para irmos embora, mas eu precisei ajeitar um pouco o meu cabelo e a maquiagem, que estava bem fraca, só retoquei o batom e passei pó aonde a minha pele brilhava por conta da oleosidade.
O rei foi ovacionado quando apareceu novamente na porta do avião, e Jeremy me deu o aval para segui-lo. Acenei para todos os que estavam a nossa espera, e a multidão em peso se abaixou em uma breve reverência. Os repórteres selecionados a dedo para nos entrevistar se aproximaram, mas ignoraram Christopher e apontaram o microfone na minha direção.
— Vossa Alteza Real, uma palavrinha. — A mulher sorridente demonstrava uma felicidade genuína em estar falando comigo, então devolvi o sorriso simpático. — Como se sente após sua primeira viagem oficial?
— Estonteante! Muito feliz por ter conseguido fazer a viagem, já que estava bastante apreensiva antes de ir. — Respondi, o outro repórter tomou o lugar da mulher.
— Vossa Alteza Real, o que pretende fazer agora que está de volta a Aregan?
— No momento, vou matar a saudade da minha casa, família, do meu noivo. — Sorri na direção de Christopher, que me olhava atentamente com os olhos brilhando em minha direção. — E irei aguardar o próximo compromisso.
— Vossa Majestade Real, presumo que o senhor esteja satisfeito com o desempenho da Princesa. — Agora o homem apontou o microfone na direção de Christopher.
— Eu sempre soube que ela seria perfeita em seus compromissos, não poderíamos ter princesa melhor que Isobel. — O rei segurou a minha mão, e sorriu para mim.
Jeremy se aproximou, afastando os jornalistas, falando que o nosso tempo acabou, então Arthur se aproximou com Lawrence, nos encaminhando até o carro que estava a nossa espera. A multidão continuou gritando o meu nome e eu acenei para todos antes de entrar no automóvel, feliz por estar em privacidade, feliz por finalmente estar voltando para casa.
Me joguei no sofá do palácio assim que entrei. O rei se aproximou e tirou os sapatos de salto dos meus pés e se sentou ao meu lado colocando minhas pernas sobre suas coxas. Nunca havia reparado no cheiro da nossa casa, até ficar uns dias longe, senti falta de cada detalhe, até da movimentação dos funcionários na parte da manhã, enquanto limpavam e arrumavam tudo.
— Vai ser sempre assim quando eu precisar viajar? — Perguntei a Christopher.
— Assim como, meu amor?
— Vou morrer de saudades até do cheiro da nossa casa?
Ele sorriu com o meu questionamento, acho que nunca falei "nossa casa" na frente dele.
— Sim, pior que sim. Mas agora, vamos para o nosso quarto, pois uma certa princesa precisa de um carinho especial do rei.
A minha chegada foi melhor do que eu poderia imaginar, Christopher preparou a banheira para mim com bastante espuma e sais de banho, ainda fizemos amor na água e conseguimos matar a saudade um do outro. Depois tomamos o café da manhã juntos em nosso quarto e ele passou um tempo fazendo massagem nos meus pés enquanto eu tagarelava sobre tudo que tinha acontecido na minha viagem até Nova Zelândia.
— Fiquei muito orgulhoso de você, sabia que você seria perfeita. — O rei depositou um beijo no meu pé, eu nem tinha me vestido, ainda usava o roupão.
— Por um momento eu achei que não fosse conseguir, estava muito nervosa com tudo.
— Você tem que acreditar mais em você baixinha, porque é dona de um potencial incrível, mas ainda não tem conhecimento disso.
Beijei meu noivo, pois ele parecia saber quais eram as palavras certas a serem ditas, sabia que todas elas eram faladas com a maior sinceridade.
Almoçamos juntos na sala de cinema, vendo um filme e depois ficamos aninhados no sofá, sem prestar atenção no que se passava na grande tela, porque estávamos ocupados demais trocando beijos e caricias. Era disso que eu mais sentia falta quando estava longe, meu corpo precisava sentir o cheiro de Christopher e precisava ser aconchegado por ele. Ansiei muito por esse momento em cada segundo que passei fora de Aregan.
Não queria sair desse país para outra viagem nem tão cedo, porque eu sei que nasci para respirar o ar da ilha em que nasci.
— Isobel, eu preciso te falar uma coisa. —— Christopher falou sério.
— Pode falar.
— A sua prima foi lá no meu...
— A minha o quê? — Senti até uma dor no pescoço quando me virei na direção do meu noivo com rapidez.
— Raquel foi no gabinete, ameaçando fazer um escândalo caso eu não aceitasse falar com ela.
— Como é que é? E o que ela queria?
— Vou falar, eu só estou te falando isso, porque prometi que seria sempre sincero com você, e irei cumprir com a minha palavra, baixinha.
— Então fala logo, você está enrolando!
— Enfim, ela veio se oferecer para ser a minha amante...
Nem esperei Christopher finalizar a frase, já fui logo me levantando do sofá e saindo da sala de cinema, indo até o nosso quarto. Dessa vez Raquel desceu em um nível baixo demais até para ela, eu jamais imaginei que minha prima teria a cara de pau de fazer isso.
Peguei a primeira roupa que vi na minha frente e a vesti com pressa, então meu noivo apareceu afobado no nosso quarto.
— Aonde você vai? — Ele tentou me impedir de sair do quarto, mas passei por baixo do braço dele.
— Vou tirar essa história a limpo.
Andei depressa pelo nosso apartamento e chamei um dos seguranças que estava na porta para me acompanhar até a casa dos meus tios, onde Raquel ainda morava.
— Espera, Isobel, eu já resolvi essa situação. — Christopher segurou em meu braço.
— Não vou esperar, já cansei disso, já cansei de Raquel me inferiorizar, eu vou, e você não vai e não pode me impedir.
Christopher estava vindo atrás de mim, mas não permiti que ele me seguisse até a casa da vaca da minha prima, ela não teria o gostinho de tê-lo lá, do jeito que é maluca, acharia que ter o meu noivo em sua casa seria um prêmio.
O caminho até a casa dos meus tios foi demorado, estava tendo muito trânsito e toda essa demora só me fez sentir mais raiva. Quando o carro estacionou em frente a casa dele, rapidamente saí do veículo e toquei a campainha, aguardando que me atendesse.
A esposa do meu tio foi pega de surpresa quando me viu.
— Olá, tia, Raquel está? — Deixaria para ser educada outra hora.
— Sim, queri...
Não deixei que ela me respondesse, entrei pelo portão a ignorando. Conhecia aquela casa, então imaginei que Raquel estivesse enfiada no seu quarto, com as mais diversas fotos do meu noivo coladas em suas paredes.
Encontrei a vaca deitada na sua cama, pintando as unhas. Entrei sem ser notada, e não consegui segurar a minha raiva. Minhas mãos prenderam em seu cabelo, puxei ela com força, que a fez cair da cadeira, gritando em surpresa.
— Meu Deus, o que é isso? — Ela gritou, mas eu dei um soco em seu rosto.
— Sua vagabunda! — Gritei também.
Minha tia veio correndo no quarto, tentando me tirar de cima dela, mas estava implacável. Puxei Raquel pelos cabelos, a arrastando pelo chão do seu quarto, dando tapas e socos aonde eu alcançava.
— Isobel, pelo amor de Deus! — Minha tia gritou, e na mesma hora os seguranças que estavam me acompanhando vieram para perto de mim.
— Ela merece, foi importunar o meu noivo, como uma cobra peçonhenta! — Joguei Raquel no chão com força e dei um chute em suas costas. — A vadia da sua filha foi até o gabinete do Christopher se oferecer para ele! — Gritei para minha tia. Meu tio apareceu no quarto, esbaforido e confuso.
— Ouvi os gritos na rua, por Deus, o que está acontecendo?
— Ela foi se oferecer para o meu noivo! — Gritei de novo, e dei mais um chuto na loira sebosa que estava no chão chorando. Seu nariz sangrava. — Eu estou cansada disso! Cansada!
O telefone de um dos seguranças tocou e o observei se afastar atendendo, ouvi o nome de Christopher e sabia que era ele quem ligava.
— Mas o que aconteceu? — A mãe de Raquel foi ajudar a filha que chorava no chão. Eu ri com raiva.
— Ela foi no gabinete, ameaçando armar um barraco, caso Christopher não a atendesse, e ainda se ofereceu para ele, pedindo para ser amante. Eu estou cansada disso, ela me trata como se eu fosse insuficiente para o meu noivo. Raquel merece cada tapa que levou.
— Raquel, isso é verdade? — Meu tio perguntou, olhando decepcionado para a sua filha. A nojenta ficou calada. Eu me virei para ela apontando o dedo na cara dela.
— Você nunca mais vai se aproximar de Christopher, ou de mim, acho que estamos entendidas!
Não esperei uma resposta de ninguém, e dei as costas, me sentindo aliviada por cada tapa e soco que dei naquela piranha. Ainda não estava de alma lavada, porque Raquel merecia muito mais. Já deixei de ser a menininha boba que abaixava a cabeça para ela.
Quando cheguei no palácio, encontrei Christopher sentado no sofá da sala, esperando por mim. Eu me aproximei e o abracei.
— Você deu uma surra em Raquel. — Falou.
— Ela mereceu. — Me defendi. — Merecia muito mais, mas eu me controlei.
— Não devemos resolver as nossas coisas assim, Isobel. — O rei alisou o meu cabelo e beijou a minha cabeça.
— São muitos anos de frustração, Christopher. — Ergui a cabeça para olhá-lo. — Você nunca precisou crescer com alguém te colocando para baixo, porque sempre foi o príncipe mais lindo e perfeito desse mundo, né? As pessoas reverenciavam um peido que você dava, comigo não foi assim!
— Ei, ei, calma! — Ele pediu, segurando minhas mãos. Eu respirei fundo, porque estava muito nervosa. Então me levantei e fui até a cozinha, precisava preparar um chá para mim.
Mas fui surpreendia com Edith aparecendo na cozinha, sendo acompanhada por mais cinco pessoas desconhecidas. Estava me servindo com o chá e fiquei parada, sem saber o que fazer e sem entender o que estava acontecendo.
— Minha nora querida! — Edith se aproximou, me abraçando bem apertado. — Essa é a princesa Isobel, a futura rainha desse país.
As pessoas que a acompanhava se curvaram na minha frente.
— Mas o que está acontecendo? — Perguntei, me sentindo bastante confusa, sem me importar em estar sendo mal educada, não se deve invadir a casa das pessoas assim, ainda mais sem avisar, isso já era algo que já estava me estressando há um tempo.
— Isobel, está é Amanda, minha organizadora de eventos de confiança. — Minha sogra apontou para a mulher alta atrás dela. A mulher me reverenciou e abriu um grande sorriso simpático. Mas é claro que ela está feliz, já que minha sogra decidiu por si só começar a organização do meu casamento sem ao menos me consultar.
Olhei para Christopher, demonstrando toda a minha frustação sobre essa situação. Ele sabia que eu queria estar a par de cada detalhe do nosso casamento.
— Mamãe, acredito que agora não seja o momento ideal, poderia ter nos avisado com antecedência a vinda de vocês aqui. — Christopher intercedeu, mas Edith parecia não querer dar muita bola para o próprio filho.
— E esperar vocês resolverem? Parece que os dois estão querendo adiar o casamento!
A antiga rainha de Aregan se sentou na mesa da cozinha, convidando os seus acompanhantes a fazer o mesmo. Christopher e eu nos entreolhamos, nada felizes com essa invasão, ainda mais eu, que não estava em um bom momento para aturar isso.
Amanda se apresentou formalmente, dizendo que trabalhava há muitos anos na área de organização de eventos, e que era a maior de Aregan, não duvidei, porque era ela quem trabalhava em todos os eventos da família real.
Nos entregaram um fichário com as informações do que já estava sendo planejado para o meu casamento, sem o meu consentimento. Olhei tudo com atenção e passava muito longe do que eu queria. Eu obviamente não planejei nada, mas tinha uma noção do que eu esperava para o dia.
— Eu não conheço ninguém dessa lista de convidados, queria que fosse algo mais íntimo. — Falei, olhando os mais de 600 nomes na lista que não parecia ter fim.
— O rei não pode ter um casamento íntimo, afinal, ele é o rei. — Amanda sorriu para mim.
— Infelizmente não funciona assim, Isobel. — Edith reforçou a ideia. Me segurei para não revirar os olhos.
Tirei a folha com os convidados do fichário, iria pesquisar cada um dos nomes que estavam ali.
— Bom, esse bolo aqui foi o que eu escolhi, e o nosso confeiteiro — Amanda apontou para o homem já mais velho que estava sentado conosco. — Ele é incrível. Essas flores vermelhas são...
— Cafonas. — Cortei o que a mulher dizia, a deixando totalmente constrangida. — Amanda, querida, eu sei o quão competente você é no seu trabalho, mas já adianto que não irei organizar meu casamento com você, porque eu odiei tudo que está aqui.
Todo mundo que estava na minha frente ficou pálido, ninguém esperava que eu fosse tão direta com o que teria para falar.
— Nada do que está nesse fichário tem a ver comigo, ou com o Christopher, preferia que me comunicassem antes de planejar qualquer coisa, afinal, eu quem vou me casar, então todas as decisões serão tomadas por mim, e a primeira decisão é de que não quero trabalhar com você. Então, se me der licença, eu estava ocupada antes da chegada de vocês. Aliás, vou ficar com a lista de convidados, obrigada!
Não esperei por uma resposta, e logo me levantei saindo da cozinha indo até o meu quarto no segundo andar. Me sentei na cama, me sentindo um pouco tonta. Não demorou muito para Christopher aparecer. Ele se ajoelhou na minha frente e colocou a mão na minha testa.
— Você está bem, meu amor? — Perguntou. Eu neguei com a cabeça.
Meu coração estava acelerado. Depois de tudo que aconteceu na minha vida, eu percebi que odiava quando as pessoas tomassem a decisão por mim, e jurei a mim mesma que jamais deixaria isso acontecer de novo. Comecei a chorar, sem saber a razão, mas precisava colocar esse sentimento para fora, ou eu iria ficar sufocada.
Preciso começar a me impor, ou todo mundo vai querer tomar conta da minha vida e das minhas decisões por mim. Não posso deixar isso acontecer.
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