♛CAPÍTULO 19♛
Minha têmpora já pulsava freneticamente enquanto o ministro da segurança não parava de falar comigo sobre os reajustes que ele irá fazer com a polícia. Ok, é importante, mas eu já dei todo o aval necessário para ele comprar novas viaturas e armamentos, o cara está praticamente me alugando para falar coisas repetidas, e o meu horário de almoço já passou.
Alguém bate na porta da sala de conferências, e Rosa aparece. Eu enviei uma mensagem há alguns minutos, pedindo para ela me salvar desse cara.
— Vossa Majestade, o senhor possuí uma coletiva de impressa, e seu almoço já esfriou.
— Oh, Rosa, sinto muito, irei em breve. — Digo, e pisco para ela em agradecimento.
Depois que a porta se fecha, o ministro me olha, visivelmente constrangido, enquanto guarda alguns papéis em sua pasta.
— O vejo em breve? — Pergunta.
Espero que não, penso, mas sorrio simpático para o homem em pé na minha frente.
— É claro.
Respiro aliviado quando entro na minha sala. Me livro do paletó, e me sento. Rosa providenciou um hambúrguer com batata frita para mim, e uma belíssima garrafa de coca. Meu celular vibrou, e eu sorri para o aparelho, esperando ser uma mensagem da minha belíssima namorada, mas meu sorriso murchou, quando vi que era a minha mãe.
Isobel foi passar o dia em uma boutique com a minha mãe e suas amigas. Elas estão felizes por comprarem um vestido para o baile do meu pai. Abri a mensagem, e vi uma foto da minha baixinha com um vestido roxo, enquanto se olhava no espelho distraída.
Um sorriso bobo se espalhou pelos meus lábios. Eu gosto de Isobel, e isso tem ficado cada vez mais nítido. Essa última semana foi foda, eu cheguei cansado em casa todas as noites, e mal conseguia ter tempo para ela. Tentei engolir todo o estresse do gabinete, apenas para aproveitar o resto da minha noite, mas o cansaço quase vence sempre.
Mando uma terceira mensagem para Isobel. Obviamente eu não iria ficar mandando mensagens sem ser respondido, mas eu esqueci completamente dessa regra, ela não se aplica quando Isobel está envolvida.
Eu imprimi a foto que tirei de Isobel quando a pedi em namoro, coloquei em um belo porta-retratos, é uma bela imagem para se admirar, e foi uma noite incrível. Eu me sinto tão péssimo, porque eu nunca me importei com os sentimentos de Isobel antes, e isso obviamente atrapalhou o nosso relacionamento quando ela chegou. Achava que seria fácil, jogaria meu charme e poucas palavras, e no final estaria com a baixinha na minha cama. Eu soube que não iria ser fácil desde quando ela me olhou espantada dentro do carro. Tão acuada, pequena, eu senti cada parte minha tremer quando a vi, mas tentei manter a pose. E agora eu sou um babaca apaixonado por ela.
Escovei meus dentes, e arrumei meu paletó novamente, Rosa já estava me esperando, e tirou um amassado invisível da minha camisa, alisando com as mãos, acho que essa é uma maneira silenciosa dela de me passar segurança, e no fundo funciona um pouco. Jeremy, o meu assessor aparece, já com seu tablet na mão, organizando as coisas.
— Bom vê-lo, Christopher. Sabemos qual será o foco das perguntas, certo?
— Isobel. — Respondo. Eu tenho evitado essas coletivas desde que ela chegou, e agora não posso mais adiar todos os meus deveres como tenho feito ultimamente.
— E quando o alecrim dourado vai aparecer para dar o ar da graça?
Faço uma cara feia para Jeremy, o ruim de ser íntimo de alguns funcionários meus é essa parte. Jeremy me ignora totalmente e vai em direção ao elevador. Ele vai me passando algumas instruções, que era para eu responder algumas perguntas sobre Isobel porque é sobre ela que todos estão ansiosos para saber.
A mesa já estava arrumada, com os diversos microfones apontados para mim, assim como as câmeras. Eu aceno para todos, e vejo todos os presentes se curvarem. Eu nunca vou me sentir confortável com isso, mas é algo que todos do mundo já estão acostumados a fazer. Me sento, e os cumprimento dizendo boa tarde.
— Sei que todos estão eufóricos, cheios de perguntas a serem feitas, mas vamos conduzir essa coletiva em partes, ok? — Já me posiciono. — Vou começar a falar sobre os meus novos projetos.
Começo a falar sobre as creches, e depois sobre o complexo de arenas. Todos ficam eufóricos com a novidade, e eu sou altamente elogiado com a minha iniciativa. Respondo várias perguntas sobre o assunto, e depois falamos sobre o resort, que vem atraindo bastante turistas.
— Vossa majestade, estamos todos ansiosos sobre saber mais um pouco sobre a sua namorada. — Uma repórter loira se levanta. Assinto com a cabeça, e ela abre um sorriso. — O senhor fez uma viagem romântica ao lado dela, podemos acreditar que o relacionamento é mesmo para valer?
A minha expressão foi engraçada, e todos da sala riram, porque essa foi uma pergunta bem tosca.
— Bem, achava que isso era óbvio.
— Vossa majestade, podemos saber mais sobre a sua namorada? — Outro repórter pergunta.
— Ela é uma pessoa incrível. — Tento ser o mais vago possível em minhas respostas.
— E quando vai haver alguma aparição público dos dois juntos?
— Sei que todos estão eufóricos com essa novidade, e acreditem, eu também. Só que Isobel não esperava receber toda essa atenção, ela é a minha namorada, mas ainda sim continua sendo uma pessoa simples e com a vida privada. Infelizmente, Isobel vem recebendo comentários terríveis em sua rede social, que a deixam desconfortável, e que me deixam desconfortável também. Ela não se sente confortável ainda para se expor em público ao meu lado, e assim será enquanto todos esses comentários negativos continuarem. E eu respeito muito qualquer decisão de Isobel, apenas quero vê-la feliz.
Todos sorriram, e até mesmo me aplaudiram. Olhei para Jeremy, que fez positivo com o polegar para mim. Ele quase arrancou os cabelos quando soube de Isobel, brigou comigo, dizendo que era para eu avisá-lo antes de assumir qualquer relacionamento. Eu até o entendo, já que Jeremy teve que resolver muitas das bagunças que eu já arrumei, então o meu relacionamento com Isobel chegou em uma hora boa para ele, já que conseguiria refazer a minha imagem pública.
— Então podemos esperar que a senhorita Manteufell se torne a nossa futura rainha?
Não esperava uma pergunta tão direta assim. Fiquei em silêncio, pensando no que responder. Jeremy iria intervir, mas sinalizei que estava tudo bem.
— Vejo dentro dela a nobreza de uma rainha, e todas as qualidades necessárias para assumir o cargo. Isobel tem tudo que eu sempre imaginei que a minha rainha teria, e em partes, ela já é a rainha da minha vida. Vamos encerrar por aqui, tenham uma excelente tarde.
Me levantei da cadeira rapidamente e sai da visão de todos os repórteres, respirando fundo. Uma gota de suor estava escorrendo pela minha testa. Nunca me senti nervoso em fazer isso, coletivas de impressa já é algo normal para mim, mas quando se trata de Isobel, acaba se tornando o meu ponto fraco.
— Mandou bem, cara. — Jeremy me oferece um lenço, esse cara me conhece. Seco a minha testa. — Ela deve ser especial para você.
— Ela é. Caralho, eu estou nervoso para uma porra, puta que pariu. Isobel vai arrancar as minhas bolas.
— Seria um favor para a minha vida.
Olho feio para Jeremy, que não se abate com a minha cara, apenas ri e me dá as costas. Isobel vai ficar mortificada quando souber que eu falei sobre ela tão abertamente, por mais vago que eu tenha sido.
Volto para a minha sala, e bebo um pouco de água, e olho novamente meu celular. Nenhuma resposta dela ainda. Pareço um adolescente ansioso. Há que ponto da minha vida eu cheguei...
Toda a loja estava parada ver a coletiva de impressa. A coletiva tão esperada, porque Christopher não falava publicamente há meses. O som da TV estava alto, e o meu nome saia da boca do rei repetidas vezes. Ele estava sendo ambíguo em todas as respostas, mas mesmo assim, o assunto era sobre mim.
— Vejo dentro dela a nobreza de uma rainha, e todas as qualidades necessárias para assumir o cargo. Isobel tem tudo que eu sempre imaginei que a minha rainha teria, e em partes, ela já é a rainha da minha vida. Vamos encerrar por aqui, tenham uma excelente tarde.
Não esperava que uma resposta fosse mexer tanto comigo, ao ponto de eu sentir vontade de chorar. Ele foi tão doce, tão respeitoso sobre o que eu sinto, falou sobre o assédio que eu venho sofrendo, e deixou bem claro que tudo irá ocorrer no tempo em que eu achar necessário. Eu enxuguei a lágrima que escapou do meu olho, e tentei esconder meu rosto das minhas amigas e Edith, mas acho que ambas já sacaram o que estava acontecendo.
— Ele é um fofo. — A vendedora que nos atendeu falou, suspirando olhando a TV. — Minha filha mais velha sempre foi louca pelo Christopher.
Ignorei o comentário, e entreguei o cartão a balconista. Já havíamos escolhido tudo, e eu senti o meu humor totalmente azedo, porque eu odeio isso, e ainda fiz exames de sangue e ultrassonografia mais cedo. Por sorte, meus exames ficarão prontos em dois dias. Essa é a parte boa de ser a namorada do rei, ninguém quer nos decepcionar.
Saímos da boutique, e Edith falou que seria ótimo tomarmos um café na rua entes de voltarmos ao palácio. Pedi as minhas amigas para passar o resto do dia comigo, já que eu ando me sentindo bem sozinha. Na minha casa, eu ficava o dia todo com a minha mãe, obviamente, eu tenho a Janete, e posso ficar com a mãe de Christopher sempre, pois ela adora a minha companhia, mas nossos assuntos ainda não batem totalmente.
Nos acomodamos em uma mesa mais reservada, mas mesmo assim muitos olhares ficaram sobre nós, eu me sinto altamente desconfortável, e na TV ainda passava a reprise da coletiva de Christopher.
Eu peguei meu celular e li as mensagens de Christopher que eu ignorei durante o dia, já que não gosto de ficar mexendo no celular quando tenho companhia. Mandei uma foto do meu capuccino de chocolate para ele, e guardei meu celular na bolsa, tentando focar no assunto da conversa das meninas.
Edith age naturalmente, como se a atenção não a incomodasse, eu até entendo, porque ela já lida com isso há muitos anos.
— Você nunca se incomodou com essa perseguição das pessoas? — Pergunto a mãe de Christopher.
— No começo sim, as pessoas estavam focadas em mim bem antes de você nascer, sabe? Todos queriam saber que era a loira que estava saindo com o príncipe. — Ela ri, visivelmente saudosa com seu passado. — Mas era mais fácil, nem todos tinham celulares para tirar fotos e gravar a hora em que quisesse, e a internet também não era o meio de comunicação mais acessível na época. Hoje em dia é tudo instantâneo, basta um clique e pronto.
— Eu estou incomodada. — Confesso.
— Isobel sempre foi muito reservada. — Ingrid diz.
— Mas você pode continuar sendo, as pessoas sabem o que você está fazendo aqui, mas não sabem sobre o que estamos conversando, ou sobre como vivemos dentro de nossas casas. No final, os outros só irão ficar sabendo aquilo que você quer que elas saibam.
Levei essas palavras para o meu coração, porque no fundo é uma verdade. Eu não tenho um grande circulo de amizade, não sou de me abrir nem mesmo com meus familiares, então não tem muitas coisas sobre mim para saberem. E espero que Christopher não me exponha tanto, como ele já expôs as mulheres com quem já se deitou.
Terminamos o nosso café, e tudo que eu mais queria era ir embora logo. Talvez eu nunca me acostume com essa atenção toda. Quando chegamos ao palácio, Edith disse que iria passar o tempo com seu marido, minhas amigas e eu fomos até o apartamento de Christopher.
— Ainda não sei lidar com o fato de estar na casa do rei. — Loren comenta, enquanto se joga no sofá da primeira sala.
— Que agora é a casa da nossa amiga, que será a futura rainha do nosso país. — Jessy completa.
— Por Deus, nem me lembrem disso. — Suspiro bem alto, totalmente frustrada com a minha situação. — Eu nunca quis ser o centro das atenções, nem na escola.
— E agora vai ocupar o maior cargo feminino de Aregan.
Janete surge quando menos esperamos para nos trazer suco de abacaxi. Ela nos serviu e falou que qualquer coisa era só pedirmos. Minhas amigas sorriram mais ainda com essa atitude dela, porque para elas, isso aqui é o paraíso, mas perde a graça quando você passa a maior parte do seu dia sem ter o que fazer, e no final, acaba aparecendo um cárcere privado.
— Você tem um notebook, né, Izzie? — Loren pergunta, após dar um gole em seu suco.
Afirmo com a cabeça, e ela fala para irmos todas ao meu quarto. Trancamos a porta quando chegamos, elas se jogaram na cama, e eu fui pegar meu notebook, que ficava em cima da escrivaninha. Me acomodei na cama com elas, ficando no meio, e liguei meu laptop. Loren se encarregou de abrir o navegador e ir direto na aba anônima.
— Você não vai fazer isso! — Solto um berro, quando vi que ela digitou xvideos.com na barra de pesquisas do navegador.
— Vamos fazer isso sim. — Ela me impede de tirar a pesquisa e aperta o enter no teclado. Fico horrorizada com o que aparece na tela, porque nenhum conteúdo de um site pornô é interessante para mim.
— Tem um ator pornô que é sósia do Christopher. — Ingrid comenta. Imediatamente, Loren vai na barra de pesquisa do site e procura pelo nome do rei.
— Puta merda! — Jessy murmura ao ver o título de um vídeo. "Rei Christopher fodendo a ninfeta da sua namorada".
— Como eles fizeram isso? — Pergunto indignada, vendo que a atriz do filme tem as minhas características.
— A indústria pornográfica é rápida, e eles não perderiam essa oportunidade. — Loren responde, como se isso não fosse nada, e clica no vídeo.
Houve um silêncio crucial entre nós quatro, só dava para ouvir a música sem graça que tocava no início do vídeo. A câmera filmava o quarto, e do nada começou uma agitação, a menina, que no caso parecia eu, estava entrando e se jogando na cama, com um vestido curto rosa. O ator chega poucos segundos depois, e ele é realmente parecido com Christopher. O cara estava usando um terno barato e desalinhado. A primeira coisa que fez foi dar um tapão na bunda da atriz, que gemeu como um gato escandaloso.
Então começou aquela coisa horrível de vídeos pornôs. Ele puxando o cabelo dela, e dando um tapa forte no rosto da atriz.
— Christopher jamais faria isso comigo. — Protesto, totalmente chocada com a agressividade do ator. — Olha o tamanho dela, e ele está batendo nela!
— É do seu tamanho. — Jessy responde. — E o cara parece o pé grande, como o rei.
— Isso é horrível! — Reclamo.
Ele botou a atriz de quatro na cama, e continuava a dar tapas na menina, deixando a bunda dela toda vermelha. Isso me lembrou de quando discutimos no gabinete do rei. Ele estava estressado, eu tinha o levado ao seu limite, mas o tapa que eu ganhei foi inofensivo e nem fez cócegas, só em um lugar onde não era para fazer... Mas não me machucou, e Christopher não tinha a intenção de me machucar também, até porque se ele quisesse, conseguiria fazer isso facilmente, já que sua mão é enorme, e ele saberia bater para doer.
— O que você está pensando? — Ingrid pergunta.
— O Christopher já deu um tapa na minha bunda.
E pela primeira vez em três minutos o vídeo foi pausado. As três me olharam como se eu tivesse acabado de confessar um homicídio.
— Nós não sabíamos disso. — Loren diz, e me olha como quem esperava alguma explicação.
— Era para ser um esporro, eu tinha feito merda atrás de merda, vocês sabem. E ele me deu um tapa, no gabinete dele. É sério, ele me colocou na mesa e me bateu. E foi incrível. Merda! Eu gostei muito.
Três pares de olhos me olhavam arregalados. Elas me imploraram para contar detalhes.
— Foi estranho, mas acho que foi a primeira vez que eu vi o que é ser pega com vontade por ele. O Christopher prendeu meus braços para trás, e eu não conseguia sair, por mais que eu ficasse me debatendo. Aí o gabinete dele é igual a sala do Christian Grey, sabe? Tem aquela janelona panorâmica, e ele me colocou debruçada na mesa, e me deu um tapa.
— Isso foi muito erótico. — Loren comenta.
Sim, realmente foi, só Deus sabe as coisas indecentes que eu sonhei depois desse dia. Aproveitei e contei sobre o dia do Viagra, elas riram muito, mas também brigaram comigo, falando que essas coisas não devem serem feitas, e que eu sou insuportável. Eu até que concordo com elas, mas a cara que Christopher fez foi impagável. Eu não teria feito nada diferente.
Quando terminei de contar tudo, voltaram a dar play no vídeo. Chegou o momento mais horrível de todos, o que elas falaram que era especialmente para eu ver e aprender. O ator abriu o zíper da calça e colocou o pênis para fora. Era muito estranho.
— Pinto tricolor. — Loren fez todas nós rirem.
— Por Deus, isso é nojento. — Reclamo.
Ele empurrava aquilo na garganta da atriz, a ponto de fazê-la ficar com os olhos cheios de lágrimas e fazendo ânsia de vômito.
— Chega! — Eu fecho meu notebook, mas os gemidos ainda estavam tocando. Quando eu abri para tirar o vídeo, o som de alguém batendo na minha porta me fez gritar de susto.
Nós quatro nos olhamos. A voz de Christopher me chamando me fez pular da cama, correndo. Eu fiz um sinal para as meninas tirarem o vídeo, e as três se embolaram. Abri a porta, e me espremi no minúsculo vão para sair do meu quarto. O rei estava com uma sobrancelha erguida, me analisando. Eu sabia que a minha aparência estava similar à de quem acabou de cometer um crime, pois estava com o rosto corado e ofegante.
— Que barulho era esse? — Pergunta, me analisando de cima abaixo. Eu abri a boca, e fiquei sem saber o que responder. Obviamente o Christopher deve saber bem o som de duas pessoas transando, ainda mais de homem recebendo um oral.
— As meninas estão aqui. — Respondo, o que parecia ser pior, porque as sobrancelhas dele se juntaram e ele sorriu daquele jeito torto e safado.
— Entendi... — Diz, ainda desconfiado. Eu estava quase derretendo de nervoso, o ar condicionado do palácio está sempre fresco, mas posso afirmar com convicção que o suor estava escorrendo pela minha testa. — Eu vou tomar banho, e vocês podem continuar fazendo, sabe-se lá o que.
Ele beija a minha testa e vai até o quarto dele, que é de frente para o meu. Eu volto para as minhas amigas quando a porta de seu quarto se fecha.
— Ele ouviu! — Eu quase grito, mas me seguro. — Sério, o que eu vou falar para o Christopher?
Meu cotoco — que as pessoas geralmente chamam de unha — já estava sendo ruído entre os meus dentes.
— Você fala que estava vendo um vídeo pornô do sósia dele. — Jessy diz, entre risadas. Joguei uma almofada nela. Isso é um pesadelo, meu Deus!
Respirei fundo, e tentei acalmar o meu coração. O que Christopher deve estar pensando de mim agora, e por que ele chegou cedo hoje? Eu jurava que ele iria demorar, e fui pega justamente nesse momento com as minhas melhores amigas.
— Você vai ser uma péssima esposa, Isobel, é sério. — Loren me adverte. — Olha só, nós estamos com você desde manhã, o cara acabou de chegar de um trabalho, e vocês nem se beijaram.
— Como sabem? — Questiono.
— Estávamos ouvindo atrás da porta, dã. — Responde. — Enfim, amiga, você deveria ir no quarto dele, e beijar o seu namorado.
— Vai lá, ficaremos bem aqui na sua cama hiper grande e macia. — Ingrid aponta a porta, e eu sacudo a cabeça em concordância.
Saio do meu quarto e entro no de Christopher sem bater a porta. O terno dele estava jogado no chão, e eu catei as peças, enquanto adentrava no cômodo. O rei nem fez questão de acender as luzes, a iluminação provinha do banheiro, a porta estava aberta. Dobrei sua roupa com cuidado, e a coloquei sobre o recamier, provavelmente irão lavá-las, mas eu precisava fazer isso, porque a bagunça me incomoda.
Paro em frente a porta do banheiro, me apoiando no batente e tenho a visão de Christopher totalmente pelado dentro do box de vidro. Precisei de meio segundo para me recompor. O rei me olhou de canto de olho e entrou direto na água.
— Precisa de alguma coisa, baixinha? — Pergunta, sem olhar diretamente para mim.
Eu preciso ficar calma, já vi a coisa dele duas vezes, não é mesmo? Respiro, e olho para a região do cabelo de Christopher, onde eu julgo ser um local ok para eu ficar olhando.
— Eu só vim ver se você está bem. — Digo, minha concentração falha no momento em que ele começa a ensaboar as partes de baixo, e meu olhar desce na direção do pênis dele.
Meu Deus. Precisei dar as costas, e me sentar na cama, bem longe da porta do banheiro. Ouvi Christopher dizendo que estava bem, e não respondi mais nada. Senti meu pulso acelerado. Respirei fundo algumas vezes, a fim de controlar a minha respiração, o que não ajudava muito, porque a cada inspirada eu pensava em Christopher totalmente pelado. Se controla, Isobel!
O barulho do chuveiro cessa, e eu viro a cabeça automaticamente para a porta. Christopher saiu de lá, com uma toalha enrolada na cintura e todo molhado. Eu não sabia o que falar, porque eu nem conseguia pensar direito. Ele se divertiu com a minha confusão e riu de mim.
— Você pode ir ficar com as suas amigas, eu estou bem. — Diz, parado na minha frente.
— Eu sei, é que passei o dia todo com elas, e vim ver você.
Fico de pé, estava tão nervosa com a gotinha de água que pingou do cabelo dele e foi parar no seu peito, escorrendo até a toalha. Sim, eu reparei os detalhes minuciosos. Juntei minhas mãos em frente a minha barriga, porque a minha vontade era de tocá-lo, e lambê-lo, mas achei mais prudente ficar de longe.
— Meus exames hoje ocorreram bem. — Puxo assunto. — Escolhi um vestido também, ele foi para os ajustes.
— Hmm, isso é bom, você gostou? — Pergunta.
— Sim, eu gostei bastante dele.
Christopher tira a toalha de sua cintura e começa a se secar, totalmente sem vergonha. Ele caminhou pelado para o closet, me dando uma visão magnifica da bunda dele. Senhor, que bunda. Ele é mais bonito que o ator pornô.
— Eu vi um filme pornô. — Falo, quase que sem querer. Na verdade, totalmente sem querer mesmo. Eu estou muito nervosa.
Christopher volta, ainda pelado do closet, com uma cueca na mão. Ele parece bem surpreso com a minha revelação. Acho que eu teria um AVC se não falasse nada para ele.
— Eu vi, com as minhas amigas, foi o que você ouviu quando chegou. — Me explico, ainda o olhando colocar a cueca. — O ator era um sósia seu...
— O quê? — Ele parece incrédulo, e começa a rir.
— E a menina do filme era parecida comigo, eu estou horrorizada.
— Ela tinha a sua altura? — Ele pergunta.
— Ela era bem pequena, comparando com o tamanho dele.
— E ele meteu tudo?
— Christopher! Que tipo de pergunta é essa? — Eu queria bater nele por me perguntar uma coisa dessas.
— Eu só queria saber.
Ele sai rindo e volta para o closet. Por que eu tenho a boca grande? Eu poderia simplesmente esconder isso de Christopher, mas eu me senti uma criminosa vendo pornô, ainda mais depois dele quase flagrar a gente vendo o vídeo. Obviamente Christopher achou estranho o jeito que eu o atendi na porta, e o som que devia estar saindo do meu quarto, já que nenhuma de nós se preocupou em deixar o volume do notebook baixo.
Olho nervosa pela janela, pensando se devo continuar aqui, ou sair do quarto dele, mas ao mesmo tempo eu queria ficar com ele a noite toda, todavia, eu também tinha que dar atenção para as minhas amigas.
Quando eu menos espero, grandes mãos me puxam pela cintura e todo meu corpo é erguido e jogado na cama rapidamente, como se eu pesasse igual uma pena. Christopher subiu em mim, e automaticamente eu abri as pernas para ele se encaixar. Nos encaixamos perfeitamente, e isso me assusta.
— Por que você estava vendo o filme pornô? — Pergunta, enquanto alisa o nariz em meu pescoço. A sua respiração quente fazia a minha pele arrepiar.
Me lembro da minha conversa com as meninas na hamburgueria quando eu falei que queria aprender a fazer mais coisas pelo Christopher, provavelmente foi por isso que elas colocaram um vídeo pornô, uma pena que a escolha tenha sido péssima.
— Porque eu queria descobrir algumas coisas... — Respondo, deixando a minha vergonha um pouco de lado. Um brilho passou pelo olhar de Christopher.
— E que coisas? — Pergunta, parecendo genuinamente interessado no assunto.
— Não vou falar. — Respondo.
Christopher murmura e morde meu pescoço, eu solto um gritinho seguido de um gemido, por conta da sucessão de beijos que eu ganhei, subindo do meu pescoço até os meus lábios. A língua de Christopher invade a minha boca sem cerimônias, e eu o correspondo soltando um suspiro, porque eu queria muito estar assim com ele.
Chupo a língua do rei, e um gemido rouco foge dele. Sua respiração sempre fica tão acelerada, e ele suspirava fortemente enquanto apertava com mais pressão alguma parte do meu corpo.
— Baixinha... — Ele sussurra carinhosamente o meu apelido e beija a minha testa.
Odiava ser chamada de baixinha, mas amo quando Christopher me chama assim, porque soa tão certo por causa do tamanho dele comparado ao meu.
— Minhas amigas estão aqui. — Preciso lembrar mais a mim que a ele.
Sem dizer mais alguma coisa, Christopher me da um selinho e se levanta. Ele está bem excitado, eu sorrio sem graça.
— Desculpa, eu não sabia que você iria chegar cedo.
— Suas amigas não me incomodam. Eu gosto de saber que você tem companhia aqui.
Dou mais um selinho nele, e volto para o meu quarto. As meninas estão deitadas na minha cama, as três mexendo no celular, me joguei ao lado delas.
— Fez o que tinha que fazer? — Jessy pergunta.
— O que eu tinha que fazer?
Loren responde fazendo sinais de que está chupando um pênis. Eu jogo um travesseiro na cara dela.
— Eu jamais iria fazer isso! — Reclamo. — Não com vocês aqui... — Falo a última parte mais baixo.
Ingrid ergueu uma sobrancelha.
— Nós vamos embora, então.
— Ah, vocês podem ficar. — Falo.
— Nós vamos ir. — Loren se levanta da cama.
Saímos do meu quarto e demos de cara com Christopher descendo a escada. Ele falou com as meninas e perguntou se elas curtiam comida japonesa. Não precisou nem de insistir muito para elas ficarem, nós amamos comida japonesa, e tivemos intoxicação alimentar depois de comprar cada peça por 1 dólar, deveríamos saber que não era de uma procedência muito boa, mas queríamos comer, e foi o que deu.
Christopher pediu em um dos restaurantes mais caros, e não demorou muito para a comida chegar. Arthur tinha ido jantar com sua mãe, e Lawrence nos acompanhou. Lembrei que havia comentado com Christopher sobre o interesse de Ingrid no nosso segurança, e a minha amiga ficou nervosa com a presença do moreno com a gente.
O jantar foi tranquilo, e Lawrence se ofereceu para levar as meninas em casa. Notei o olhar significativo que Christopher deu para Ingrid, indicando ao seu amigo para tentar algo com ela. E o segurança pareceu entender e piscou para o meu namorado enquanto saia para buscar o carro. Me despedi das meninas, e fiquei abraçada ao rei esperando o Lawrence chegar.
— Finalmente sozinhos. — Digo para quebrar o clima que ficou pesado do nada.
Christopher bate no espaço vazio do sofá, bem ao lado dele. Eu vou lá e me sento. Tiro meu celular do bolso da minha bermuda e o coloco na mesa de centro. Estava bem nervosa, e fiquei com as minhas mãos sobre o colo, porque não sabia o que fazer.
A atmosfera em volta da gente já ficou estranha o suficiente para deixar a minha respiração um pouco descompensada. Christopher pegou a minha mão e beijou os nós dos meus dedos.
Eu me virei para dar um beijo na bochecha de Christopher, mas o danado virou o rosto na hora e acabou me beijando na boca, sem que eu pudesse correr, e na verdade, eu não correria também, mas fiquei bastante surpresa.
— Por que não vamos ver um filme? — Pergunto a ele.
Christopher apenas concordou e fomos para a sala de cinema. Colocamos um filme de ação qualquer, e passamos mais tempo conversando, ele me disse que iria passar a trazer mais trabalho para casa, porque estava passando muito tempo fora do palácio. Eu concordei com a ideia, porque vai ser bom ficar um tempo a mais ao lado dele.
Quando o filme chegou quase na metade, nos deitamos de conchinha no sofá, eu de costas para ele com a cabeça apoiada em seu braço. Christopher ficou alisando a minha cintura, e dava beijos em meu pescoço. Só isso foi o suficiente para me deixar em estado de alerta, com a excitação já querendo chegar em meu corpo. O rei sabe exatamente onde e como me tocar.
As pontas de seus dedos deslizavam na minha barriga, causando-me arrepios fortes. Christopher soube que eu estava excitada, e segurou em meu seio, arrancando um gemido sôfrego de mim. Descobri que essa é uma parte muito sensível do meu corpo, principalmente se Christopher me tocar. Meus mamilos já estavam arrepiados, e ele ainda os alisava por cima da camisa.
Christopher estava totalmente excitado, e me puxou para ficar de frente para ele, não tardando em atacar a minha boca. Sua língua era bem constante na busca pela minha, suas mãos deslizavam pelo meu corpo, apertando nos pontos certos.
Isso é bom, muito bom. Eu fiquei passando a maior parte do meu tempo pensando em Christopher, e imaginando o que mais ele faria comigo. Por muitas noites eu sonhei com a gente transando, e em como seria a minha primeira vez, e é uma tortura acordar excitada e com vontade de invadir o quarto dele durante a madrugada. Porém, ao mesmo tempo em que eu tenho todas essas vontades, eu sinto medo.
— Hm, Isobel... — Ele murmura contra o meu pescoço, enquanto aperta a minha bunda com força. — Eu não estou mais aguentando...
Seria o momento ideal para pararmos, mas ele voltou a me beijar, dessa vez vagarosamente, sugando meus lábios inferiores e mordendo em seguida, arrancando um longo suspiro de mim.
— Christopher... — O chamo, empurrando um pouco o seu peito.
Ele me olha, seus olhos bem nublados, e repletos de desejo. Não consigo focar em muita coisa quando Christopher esta dessa forma, ainda mais sentindo a sua excitação contra a minha coxa.
— Não para de me beijar... — Pede, com a voz bem rouca e beijando meu pescoço. Eu quase fico fraca.
Ia responder alguma coisa, mas o meu celular começou a vibrar muito. Ele estava no sofá, em cima da minha cabeça. Iria ignorar, mas até Christopher olhou preocupado para o meu aparelho, que não parava um segundo.
— Deve ser importante. — Penso alto, e me desvencilho dos braços do rei.
Desbloqueio meu celular com a minha digital e abro o aplicativo de mensagens. É o grupo que eu tenho com as meninas. A primeira mensagem era de Ingrid, e bem clara: "EU FIQUEI COM O LAWRENCE GOSTOSÃO!". As mensagens seguidas era o surto coletivo de Jessy e Loren, e eu também entrei para surtar com elas.
— O Lawrence ficou com a Ingrid, eu não acredito! — Comunico a Christopher, mas sem olhar para ele, digitei uma mensagem em Caps Lock para as minhas amigas.
— Eu falei para ele investir na menina. — Christopher se joga no sofá, soltando um suspiro de frustração.
Eu senti algo queimar na boca do meu estômago, porque sinto raiva de mim mesma por não conseguir dar a Christopher o que ele tanto quer. Deixei meu celular de lado e me virei para olhar o rei.
— Acho que vou me deitar, estou um pouco cansada.
Fugir da situação não é o melhor, ainda mais quando você sente muita vontade de fazer algo, mas sentir vontade não significa que eu estou pronta.
Christopher pegou na minha mão, e acariciou meus dedos com o seu polegar.
— Tudo bem, eu acho que vou também.
Sorri sem graça, e esperei Christopher desligar a tela para sairmos. O clima estava estranho e por minha culpa, eu senti uma vontade absurda de chorar, mas eu me segurei até que estivesse sozinha no meu quarto. Tranquei a porta e encostei a minha testa na madeira escura, deixando a insegurança tomar conta de mim.
Eu ainda preciso de mais tempo.
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