Cap.3
Na hora da saída aquele homem estava na porta do meu trabalho me esperando, encostado em uma BMW preta e sorrindo para mim. Aquele mesmo sorriso que sempre tirava meu fôlego e que agora não havia feito diferente.
Ele abriu a porta do carro para mim, como um cavalheiro faria, mas duvido que ele seja um. Sentei e coloquei o sinto de segurança o esperando dar a volta e entrar no carro.
— Quando chegarmos, você não precisará servir ninguém além de mim. -— Ele dá a partida no carro e começa a dirigir pro cassino que não fica muito longe dali. — Eu conversei com seu chefe ontem quando saí da sala VIP. Combinamos que eu lhe darei os 10 mil diretamente, em mãos, uma vez na semana.
— Mas porquê só servir você? — Eu era a única pessoa que servia naquela área VIP.
— Por que eu paguei para isso, e paguei muito caro. — Ele olhou para mim sorrindo com seus olhos um tanto quanto esbugalhados, que lhe davam um ar de maluco, de perigoso.
— Então eu vou chegar, trocar de roupa ...
— Não, não precisa, não nos meus dias. — Ele fez um gesto em negativo com a mão reforçando mais ainda sua fala. — Nos dias que eu vier lhe buscarei na cafeteria, como agora, e também lhe levarei em casa depois. Você não precisa trocar de roupa. Apesar do seu corpo ser lindo com pouca roupa, tira um pouco de quem você é.
— E você sabe quem eu sou?
— Acredito que sim. — Ele estacionou o carro em frente ao cassino, logo apareceu um manobrista.
— Mas eu não sei quem você é. — Falei antes de minha porta abrir e eu sair agradecendo ao manobrista pela gentileza.
Aquele homem, lindo e ao mesmo tempo estranho passou o braço por sobre meu ombro e sorriu para mim.
— Melhor assim.
Ao entrarmos na área VIP que costumo trabalhar, mau pude cumprimentar Pandora dando-lhe apenas um sorriso apressado e recebendo um rosto confuso de volta. Ele me escoltou diretamente para a sala VIP 3, a mesma de antes.
Mas ao invés de um sofá com uma mesinha de centro havia agora uma cama de dossel preta. O sofá foi empurrado para um canto e mantiveram a mesinha na sua frente.
— Não sei se você está com sono mas pode dormir se quiser. Eu sentarei aqui no sofá e lerei um livro. — Ele se sentou e pegou O Morros dos Ventos Uivantes que estava na mesinha de centro e começou a ler.
Fiquei parada no meio da sala até me dar conta que eu poderia simplesmente descansar. Olhando para cama senti a tentação de uma noite bem dormida tomar conta de mim, ao mesmo tempo que o medo de cair no sono tendo ele na sala me deixou apavorada. Ele pareceu notar.
— Se eu quisesse fazer qualquer coisa com você teria feito naquele beco. — Ele abaixou o livro e suspirou profundamente, me encarando novamente. — Não vou te machucar nem fazer nada que você não queira Katherine.
— Óbvio que você sabe meu nome.
— Óbvio que eu sei.
— Se eu vou dormir com você estando no mesmo cômodo eu poderia pelo menos saber o seu também. — Não foi uma pergunta, apenas uma sugestão esperançosa de arrancar algo dele. Cheguei a conclusão de que vou dormir, mesmo não confiando tanto nele.
— Alex. — Ele voltou seus olhos para o livro. — Agora durma.
Não ousei falar mais nada. Deixei minha bolsa no sofá ao seu lado. Tirei o meu casaco e botei em cima dela. Me mantive de roupa por ainda não confiar tanto nele.
Fui para cama e me deitei permitindo que meu corpo relaxasse. O melhor a se fazer é realmente dormir. Não vai ser todo dia que poderei aproveitar esse descanso, que eu considero muito merecido. Não demorou muito para eu pegar no sono.
Acordei o que acredito com o despertador tocando me dizendo que um novo dia de trabalho começou, levantei assustada pensando em como eu não poderia nem deveria estar no cassino até essa hora.
Depois que o desespero inicial passou notei que eu estava em casa, na minha cama e vestida com meu pijama. Eu imagino como vim parar aqui, mas não sei como isso aconteceu.
Ao sair do meu quarto para procurar minha mãe começo a ouvir risos vindo da sala. A quanto tempo não ouço isso, o riso de minha mãe. Lágrimas correm pelo meu rosto rapidamente com a felicidade que enche meu peito.
Entro na sala e encontro ela sentada no sofá e ao lado dela está Alex. Que me olha desde que entrei no recinto.
— Filha, esse moço te trouxe agora a pouco dizendo que você caiu no sono no trabalho e que prefiram não te acordar. — Ela olhou para filha sorrindo e em seguida para Alex que sorria para ela também. Um sinal de alerta ecoou em sua mente. — Ele é muito bonzinho né, e seu chefe deve ser também.
— Sim, eles são mãe. — Seco as lágrimas rapidamente e vou até minha mãe dando um beijo em sua testa. Ela tá vestida com um lindo vestido rodado amarelo e florido hoje e o lenço em sua cabeça combina com ele. — Preciso me arrumar para trabalhar.
— Porquê não tira um dia de folga criança. Esse cavalheiro disse que você ganhou um aumento também. Você não conta mais as coisas para sua mãe né. — Alex havia me deixado em uma difícil situação. Deixando claro que eu não teria como fugir do acordo, que eu nunca tive nem chance de recusar. Mas entrar na minha casa e conhecer minha mãe é um pouco demais. Dois também podem jogar do mesmo jogo.
— Quer saber mãe, meu aumento foi tão bom que eu posso até me demitir desse emprego na parte da manhã. — Ela sorriu para mim. Sempre preocupada com o meu cansaço estremo e do quando estou me doando para ela.
— Isso é uma ótima notícia filha. — Ela levanta e me abraça, sem ver que atrás dela Alex nos olha com diversão.
Você pode ter ganhado essa, mas ninguém invade minha casa e usa minha mãe contra mim. Se prepara Alex.
Que Alex jogava sujo a gente já imaginava, mas que a Kath ia ficar tão irritada assim... Boa sorte para ele.
O que vocês acharam desse capítulo? Teorias para o que vai acontecer?
Próximo capítulo sexta feira amores!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro