Cap.1
Eu estava andando de um lado para o outro no cassino, meu cabelo escorrendo pelo meu corpo até minha cintura, em formas onduladas que balançavam enquanto eu andava. Estou usando um vestido desconfortável que ficava na altura de quase um palmo do meu joelho e ainda tinha as costas abertas, deixando pouco de minha pele tapada, já que ainda contava com um profundo decote.
Eu estava servindo champanhe para todos os convidados do dia, na área VIP do cassino onde trabalho na parte da noite. Isso significa que sirvo empresários milionários, políticos, celebridades e outras pessoas cuja ocupação era secreta. Minha amiga, Pandora, está dançando sensualmente no pole dance na frente daqueles homens que estavam ali para verem mulheres bonitas e negociarem. Assim como o chefe me mandou no meu primeiro dia aqui, eu não ouço o que eles falam, e se pego algo em algum momento, finjo que não entendi e procuro esquecer. É para o meu bem ele disse.
Quando passo por ela dou um tapa na sua bunda e ela se inclina mais para mim sorrindo. Ela é linda, sua pele é branca, de maneira que dá para ver os desenhos que suas artérias fazem no seu corpo, seu cabelo é ondulado, um pouco menos que o meu e mais curto e é loiro escuro. Seus seios são pequenos mas seus bicos rosados estão erguidos como se fossem as estrelas principais do show que ela está dando. Sua bunda redonda está emoldurada por uma calcinha de renda azul claro onde eu coloco uma gorjeta, logo os homens se animam e fazem o mesmo, deixando minha amiga vestida praticamente de dinheiro.
Os homens a amam, com esses olhos grandes e boca desenhada ela é a cara da inocência e da perversão. Se algum deles pagar o suficiente talvez até a leve para casa. Infelizmente não é o mesmo comigo, quando decidi trabalhar aqui conversei com minha mãe, não gosto de esconder nada dela, naquele dia choramos juntas, eu por amá-la acima de tudo e ela por me ver fazendo todo o sacrifício necessário para pagar seus tratamentos.
Ela entendeu o porquê de eu trabalhar ali, é esse salário que paga sua quimioterapia, enquanto o outro serviço é para as contas de casa. Mas me fez prometer que eu não me deitaria com nenhum homem daqui se não fosse por amor, e não serve o que sinto por ela. Eu preciso estar apaixonada, e isso eu nunca estive. Estou sempre ocupada demais cuidando de minha mãe.
Permaneço servindo esses homens até o horário do meu expediente acabar, mas antes de sair o gerente da área VIP me chama.
— Sei que já está na sua hora, mas um dos clientes presentes hoje está disposto a pagar um valor generoso para ficar com você.
— Senhor, você sabe que isso é algo que não faço. — Me apresso a dizer. Além de ser uma escolha minha está na nossa cláusula de contrato empregatício, foi uma exigência inegociável que fiz.
— Não é para isso, ele me garantiu que quer apenas a sua presença. — Ainda me sinto insegura enquanto meu gerente está impaciente. Vendo minha hesitação ele complementa. — Vou pedir para um dos seguranças ficarem na porta, qualquer coisa é só gritar que ele entra e te tira de lá.
— Okay, eu topo.
Ele faz um sinal com a mão chamando um dos seguranças mais confiáveis do local e o pede para me escoltar até o quarto VIP 3.
Paro na porta do quarto respirando fundo e colocando um sorriso sensual no rosto antes de entrar. O homem que me espera está usando um terno preto e com as pernas cruzadas, um tanto quanto esparramado no sofá de couro no qual está sentado. Sua pele é pálida e seu cabelo é preto, seus lábios que estão soprando a fumaça do cigarro que está entre seus dedos são avermelhados e sua barba está por fazer. Ele me encara de volta, deixando que seus olhos pousem demoradamente em cada parte exposta do meu corpo, fazendo cm que eu esqueça de sorrir aos poucos, perdida no seu encanto.
Lentamente um sorriso torto surge em seu rosto cheio de ângulos marcados e com uma mandíbula que me dá vontade de lambe-lo. Apesar de virgem não sou uma santa completa, antes de minha mãe ficar doente eu tinha um outro tipo de vida, com menos responsabilidades, mais normal.
— Sente-se. — Sua voz grossa trás um arrepio em minha espinha e eu o obedeço imediatamente, me sentando ao seu lado, não tão próxima a ele. — Mais perto.
Acho que me movi apenas milímetros do que estava antes o que o faz soltar uma risada anasalada. Ele pousou o cigarro em sua boca deixando suas duas mãos livres e as usou para segurar minha cintura e me puxar para si, deixando nossos corpos colados.
— Eu não mordo gracinha. — Ele voltou a segurar o cigarro e a fumá-lo. — Só se você pedir, o que seu gerente deixou claro que você não vai fazer.
— Me sinto desconfortável. — Apesar de ser um homem bonito eu não o conheço e toda essa proximidade, apesar de excitante, também me deixa nauseada.
— Eu não ligo, estou pagando para você ficar perto de mim. — Ele dá mais um trago e solta a fumaça um tanto quanto perto do meu rosto, não sei se foi de propósito ou não, mas ele poderia ter se virado para o outro lado. — Sua mãe está doente né?
— Como você sabe? — Meu coração dá uma leve paralisada e o medo sobe pela minha espinha.
— Eu sei de muitas coisas. — Ele sorri para mim, aquele sorriso que me tirou o fôlego antes e que tem o mesmo efeito agora. — Eu paguei 10 mil para você ficar aqui comigo, conversando apenas. Se você for mais boazinha eu posso fazer isso uma vez na semana e você vai poder largar aquele emprego de merda na parte da manhã, assim você vai ter mais tempo para ficar com sua mãe, para viver.
— Como posso acreditar em você? — A proposta era tentadora mas a mesma coisa de antes martelava em minha cabeça, eu não o conheço.
— Não pode, não ainda. — Durante mais uma tragada ele se levantou. — Mas se eu começar a fazer isso sempre talvez você possa. Apenas pense nisso, é apenas uma proposta inicial e eu só quero companhia. Sem sexo, sem beijos. Não posso prometer não te trazer para perto de mim se você quiser se manter afastada, mas o resto eu posso.
— Vamos ver.
— É. — Ele apaga o cigarro no cinzeiro que tem em cima da mesa de centro do ambiente e vai até a porta do cômodo. — Vamos ver.
Ele me deixa ali sentada depois de me fazer uma proposta irrecusável. Não vou me preocupar em quebrar minha promessa, mas ganharei mais dinheiro do que estava. Isso seria muito útil. Me levanto e saio do quarto liberando o segurança para voltar ao seu posto. Vou até uma sala só minha e de Pandora, já que nessa área VIP apenas nós duas trabalhamos, troco a roupa do trabalho por uma calça jeans e uma blusa de manga comprida preta, coloco um casaco por cima e pego minha bolsa para ir para casa.
Ao sair do cassino um motorista já me espera, cortesia do local. Saímos da área mais rica da cidade e vamos em direção ao subúrbio onde moro com minha mãe em uma pequena casa com dois quartos. Saio do carro e abro o portão de ferro acenando para o motorista, entro e fecho o portão dando uma olhada na rua, como tenho costume. Como sempre está vazia.
Entro em casa e vou até o quarto de minha mãe. Ela está na cama encolhida embaixo das cobertas, ando até ela e lhe dou um beijo na testa. Saio dali tentando fazer o mínimo barulho possível.
Vou direto para o banheiro onde tomo um banho e coloco um pijama quentinho para me ajudar a passar a noite fria que está hoje. Pouco depois de deitar a cabeça no travesseiro adormeço, pronta para dormir apenas 4 horas antes de ter que acordar.
Olá amorzinhos. tudo bem?
Esse foi o primeiro capítulo de Destinada à escuridão!!!! Estou super animada e cheia de ideias, principalmente para esse personagem super misterioso que apareceu na vida da Katherine.
Também não vejo a hora de falar mais da Pandora para vocês, já estou apaixonada por ela.
No próximo capítulo veremos mais sobre como é o dia a dia dela na parte da manhã. Espero que gostem <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro