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IX - A VISÃO DORME

Onde não há visão

O povo perece

"Como se luta contra a escuridão?" Foi o que consegui me perguntar quando vi a criatura começar a vir com toda a velocidade em minha direção. A figura, feita de sombras densas e pulsantes, avançava como um predador pronto para atacar. Seu movimento era fluido e aterrador, como se a própria escuridão estivesse se moldando ao seu redor, distorcendo o ar e sugando a luz. Meu corpo congelou por um instante, o medo tomando conta. Mas então, Ian agiu com uma precisão e uma rapidez que me deixaram impressionada. Ele segurou com força uma das adagas, ela tinha uma lâmina que brilhava escarlate, refletindo a pouca luz que restava ao nosso redor. Sem hesitar, ele lançou a adaga com força e habilidade diretamente contra a criatura.

Eu esperava que a arma passasse direto pela sombra, como se cortasse através do ar. Mas, para minha surpresa, a adaga se cravou no emaranhado de escuridão. O impacto fez a criatura hesitar, seu avanço parou abruptamente enquanto um som agudo, quase um grito, ecoava do seu corpo etéreo.

A adaga não apenas ficou presa na criatura; ela parecia brilhar com mais intensidade, irradiando uma luz vermelha que contrastava com a escuridão ao seu redor. A sombra se contorceu, como se estivesse sentindo dor. A escuridão ao seu redor começou a se dissipar, revelando um núcleo mais sólido dentro da forma nebulosa. Era como se a adaga estivesse drenando a força da criatura, expondo suas vulnerabilidades. A figura, antes imponente e ameaçadora, agora se debatia, tentando se livrar da adaga. Seus movimentos eram erráticos, e a escuridão que a compunha parecia estar sendo sugada para dentro da lâmina brilhante. A atmosfera ao nosso redor mudou; o ar ficou mais leve, e a temperatura começou a subir novamente, como se a presença maligna estivesse sendo purgada.

Ian deu mais um passo à frente, seus olhos fixos na criatura, completamente calmo. Ele estendeu a mão em direção à adaga, que parecia responder ao seu comando, brilhando ainda mais intensamente.

A criatura emitiu outro som agonizante, e eu pude ver sua forma se desfazendo lentamente, pedaços de escuridão caindo como cinzas no chão. Com um último esforço, ela tentou se afastar, mas a luz da adaga era implacável. Finalmente, a sombra se dissipou completamente, deixando apenas a adaga cravada no ar vazio antes de cair no chão com um som metálico. O meu coração estava acelerado, algo dentro de mim me dizia que a situação toda estava muito errada. Ele guardou a adaga e se aproximou, estava visivelmente irritado com a minha teimosia.

- De todas as pessoas, eu nunca imaginaria que logo você faria algo assim. - Ele se abaixou guardando as adas e acompanhei seus movimentos olhando para as armas. - As armas são sagradas, todas as que temos possuem sangue do nosso mestre e possuem poder.

- Então, é assim que se luta contra a escuridão...

- Sim, - disse Ian, seus olhos brilhando com determinação. - Mas a batalha contra a escuridão não é apenas física. É mental e espiritual. Imagine dez desses vindo contra você, eles só possuem um ponto fraco, precisa mirar onde deveria haver um coração, se você não for rápida o bastante e eles acessarem a sua alma... já era, nervosinha. Tive sorte, ele estava tão focado em você que não notou a minha presença.

Respirei fundo, tentando absorver suas palavras.

- Me desculpa, mas era como se me chamasse, eu precisei ir atrás. - Eu não conseguia entender meus atos, nem o porquê de meus olhos terem visto a sombra tão claramente, ou o fato de que ela ignorara totalmente a presença de Ian para vir para cima de mim.

- Tudo bem, você não tem tanto treino quanto eu, tive uma vida toda para aprender. - Ian realmente parecia já ter deixado o acontecido no passado. - Vamos, precisamos descansar, pois tivemos uma noite e tanto.

Andamos juntos, lado a lado, e quanto mais nos afastamos e eu tentava entender como fazer o brilho dos meus olhos se apagar, nada tirava a sensação de mim de que estávamos sendo vigiados.

A noite era densa, passei boa parte do tempo sentada em frente a casa de Ian olhando para a minha ao lado, imaginando se minha mãe estaria cozinhando ou se meus pais já estariam dormindo, provavelmente não, não costumávamos dormir cedo, muitas vezes nós assistíamos algum filme até que meu pai começasse a roncar. Ri sozinha, estariam mesmo melhores sem mim?

Quando resolvi entrar na sala, Ian possuía uma pilha de livros no chão.

- Eu nunca cheguei a agradecê-lo formalmente. - Comentei sentando de frente para ele.

Ian bebia café calmamente enquanto analisava o livro em sua coxa, sentar no chão com ele fazendo enquanto o trabalho era feito fazia o ambiente se tornar confortável. Eu poderia me acostumar com isso.

- Pelo quê? - Ele apoiou a xícara no chão, fechou o livro e me encarou, a total atenção repentina me deixou quase sem ar. Ian ainda parecia misterioso como no dia em que o conheci, mas agora também era acolhedor.

- Por tudo, por ter se importado comigo mesmo sem me conhecer, tá certo que de algum modo me conhecia, mas você foi... bom.

- Eu sei que pode parecer estranho, mas ninguém nunca me disse que sou bom.

- Não consigo pensar em outra palavra, afinal, você meio que salva vidas.

- Meio? - Ele levou a mão ao coração. - Assim você me ofende, nervosinha.

- Você entendeu, você salva vidas. - Sorri por saber que ele brincava. - Eu só sou realmente grata.

- Eu sei que costumo ser um pouco irônico demais as vezes, mas, posso dizer com sinceridade que sou grato a você também. Eu precisava de você.

Tudo ao meu redor parecia sumir, como se somente Ian estivesse no local, de forma que quando ele se aproximou de mim pude sentir o perfume masculino. Eu já havia tentado beijá-lo antes, e havia ficado imensamente envergonhada por tal ato, portanto, não me mexi ao perceber que ele inclinava seu corpo perante o meu, não queria esperar algo que poderia não vir. E não veio. Não em meus lábios. Ian depositou um beijo em minha bochecha, no canto da minha boca para ser mais exata, mantive os olhos bem abertos, encarando os seus, sentindo a sensação de sua boca com minha pele, meu coração acelerado. Ele, então, ainda com o rosto a centímetros do meu, disse.

- Não precisa me agradecer tanto, afinal, eu também preciso de você.

Ele com certeza sabia o que causava em mim, eu tinha certeza disso pela forma como ele me olhava, com o seu sorriso galanteador no rosto, mas não me senti irritada, na verdade, tinha uma sensação de privilégio. Ele queria que eu gostasse dele, e eu certamente gostava.

🦊

Os meus olhos foram vendados, de acordo com Estela, eu precisava aprender a usar meus outros sentidos além dos olhos para sentir e saber quando o perigo estava próximo. A escuridão completa era desorientadora, mas também misteriosamente calmante, forçando-me a confiar em algo além da visão.

- Concentre-se, Ária, - A voz de Estela ecoou pelo ambiente de treino. Ela se movia em silêncio ao meu redor, suas pisadas leves mal audíveis no chão acolchoado. - sinta o ambiente ao seu redor. Use seus ouvidos, seu tato, até seu olfato. O perigo se anuncia de muitas formas.

Eu tentava me concentrar, bloqueando a frustração crescente. Estela era implacável em seus métodos, e eu sabia que suas intenções eram boas, mas a dificuldade do exercício era evidente. Ouvi um leve farfalhar de tecido e logo senti o deslocamento de ar de um soco vindo em minha direção. Instintivamente, tentei me esquivar, mas a falta de visão me fez mover tarde demais. O golpe de Estela, leve, acertou meu ombro.

- Mais rápido, Ária! Confie em seus instintos. - Disse ela, sem parar.

Respirei fundo, tentando acalmar minha mente. O som suave de sua respiração era um guia, o ritmo de seus passos uma música silenciosa. Comecei a me focar nesses detalhes, sentindo a vibração no ar, tentando antecipar seus movimentos. De repente, um sussurro de movimento à minha esquerda. Girei meu corpo, levantando o braço para bloquear. Consegui interceptar o golpe, sentindo a pressão do impacto. Um pequeno triunfo, mas significativo.

- Agora, de novo

O exercício continuou. Cada soco, cada tentativa de desviar ou bloquear, era uma lição. A escuridão forçava meus outros sentidos a trabalharem em conjunto. O som dos pés de Estela deslizando no chão, o ligeiro deslocamento de ar antes de um golpe, o cheiro do suor que começava a se acumular no ambiente - tudo se tornava pistas valiosas. Sentia a tensão nos músculos, a antecipação de cada movimento. Comecei a perceber padrões nos ataques de Estela, a pequena pausa antes de um soco, a mudança de peso nos seus pés antes de um chute. E com cada nova percepção, minha confiança crescia. Estela intensificou o ritmo, seus ataques vinham mais rápidos e mais fortes. Mas eu estava aprendendo a reagir, a confiar em meus sentidos. Um chute alto que bloqueei com o antebraço, um soco que esquivei abaixando meu corpo. Cada defesa era uma vitória, cada sucesso me ensinava a confiar mais em mim mesma.

- Muito bem, Ária. Você está progredindo.

Ela retirou a venda dos meus olhos, e a luz voltou, ofuscando-me por um momento. Pisquei, ajustando-me à claridade, e vi o sorriso satisfeito de Estela.

- O treinamento com os olhos vendados é crucial. No campo, você não pode depender apenas da visão. Precisa estar pronta para qualquer coisa.

Assenti, respirando fundo e sentindo o suor escorrer pela minha pele. Estela sentou no tatame e eu sentei ao seu lado, sentia que ela me responderia mais coisas do que Ian, então decidi arriscar.

- Posso perguntar uma coisa?

- O que houve? - Ele olhou para mim com interesse.

- Quem é o mestre que vocês sempre mencionam?

- O mestre é... uma figura misteriosa, mesmo para nós, só o conselho já teve real encontro com ele. Ele é o guardião das histórias, aquele que mantém o equilíbrio entre o destino e a liberdade. Nossa missão é garantir que o fluxo da vida continue conforme planejado, evitando que grandes desvios ocorram. Ele nos guia, mas também nos dá liberdade para agir conforme achamos necessário. Nós o chamamos de Kahav, pois ele é a nossa estrela, aquele que nos guia.

- Mas por quê? Por que manter tudo isso em segredo? Por que não deixar as pessoas saberem?

- Porque o conhecimento pode ser uma arma de dois gumes, - Ela explicou, a voz firme. - se todos soubessem sobre o destino e a capacidade de mudá-lo, o caos poderia se instaurar. Nossa tarefa é sutil, mas crucial.

Eu assenti, absorvendo suas palavras. Havia tanto que eu ainda não entendia...

- Kahav não é o único deus no mundo, Helene. Há muito tempo, desde a fundação do mundo, muitos deuses existiam, todos eles brigavam entre si para ter o controle do mundo, até que Kahav decidiu pôr um fim nisso, pois ele acreditava que os humanos devem apenas viver em paz, sem que hajam interferências. Bom, havia um deles que pensava diferente, aqui não o nomeamos, Nosso mestre decidiu lutar contra ele e naquele dia houve uma grande divisão, dois exércitos e Kahav perdeu, por amar tanto os homens foi mandado a morar conosco na terra. Exilado dos deuses, por fim, ele decidiu que nos ajudaria como pudesse e andou por todo o mundo, recolhendo o sangue das pessoas a fim de que pudesse saber o que precisavam. Sempre que há um sangue novo, um livro novo aparece e nós descobrimos o que fazer, nossas bibliotecas estão espalhadas pelo mundo todo. - Estela ficou de frente para mim. - Todos os seres humanos nascem com talentos e dons que nem imaginam, mas existem alguns que são escolhidos porque o sangue é diferente, então Kahav nos procura antes que o outro o ache e nos tornamos os vulpes, o seu exército. Nós temos pouco tempo para agir e precisamos aproveitar, pois faz muito tempo que o outro não tem agido, por isso você é nosso presente.

Eu não queria ter a responsabilidade, mas se ela me foi dada é porque eu era capaz de realizá-la.

- Então precisamos continuar treinando. - Afirmei levantando.

- Nunca pensei que diria isso, mas estou começando a gostar de você. - Estela ficou de pé. - Hoje eu tenho algo diferente a fazer.

- Mais diferente do que a venda?

- Sim, eu trouxe... - Ela andou até a bolsa que estava no chão e retirou um objeto. - um espelho. - Franzi a testa sem entender o motivo e ela explicou. - Você precisa entender como ativar a visão, no nosso treino você disse que foi a concentração, então a sua tarefa é encarar esse espelho, se concentrar o maior tempo que puder e vamos ver o que acontece.

Tentei fazer o que Estela pediu e peguei o espelho nas mãos, olhei para meu próprio reflexo, mas por alguns minutos nada aconteceu, fiquei frustrada e larguei o espelho, mas minha treinadora insistiu para que eu tentasse novamente. Determinada a ter sucesso, respirei fundo e retornei ao espelho. Encarei meu reflexo, concentrando-me intensamente, como se tentasse penetrar através da superfície do vidro e alcançar algo mais profundo. Por um momento, nada aconteceu. A frustração ameaçou me consumir, mas eu me forcei a permanecer calma. Então, lentamente, comecei a sentir uma sensação estranha se formando dentro de mim, como se uma energia sutil estivesse se acumulando em torno do meu corpo.

De repente, uma imagem nítida surgiu diante dos meus olhos. Não era o meu reflexo no espelho, mas sim algo mais. Vi flashes de cores vibrantes, padrões em movimento e figuras que pareciam dançar em torno de mim, era como se eu estivesse vendo além do véu da realidade, explorando um reino de possibilidades além da compreensão humana. Estela observava atentamente ao meu lado, seu rosto uma máscara de expectativa e curiosidade. Ela não disse nada, apenas me encorajou com um gesto sutil, um aceno de cabeça que parecia dizer: "Continue''

E eu continuei. Cada vez mais detalhes se tornam claros, cada cor mais vibrante, cada forma mais definida. É como se eu estivesse testemunhando um mundo totalmente novo, um mundo que sempre esteve lá, mas que eu nunca tive os olhos para ver. Eu fiquei completamente focada em mim mesma, mas ao ver que meus olhos não mudaram de cor fiquei mais uma vez frustrada, fechei os olhos e larguei o espelho no chão, quando retornei a abri-los tive uma grande surpresa: estava sozinha sentada em uma completa escuridão. Não saberia dizer onde estou, então fiquei em pé. A experiência de abrir os olhos e se encontrar em uma escuridão total é inicialmente perturbadora, mas logo me vi envolvida por uma sensação de curiosidade e maravilha.

Diante de mim, uma imagem começou a se formar lentamente. Eu conhecia a pessoa que estava em minha frente, conheceria em qualquer lugar, era Ian e ele estava no chão, segurava com força a barriga, a mão parecia pressionar a área e havia sangue, muito sangue. Eu senti a imagem tremeluzir e forcei meus olhos a continuarem vendo, queria entender onde ele estava, mas só conseguia entender que era em um beco, seu rosto transpassava dor, Ian olhava para um lugar específico, onde silhuetas começavam a surgir, não havia nitidez, mas percebi que eram pessoas, indo com andar confiante em direção a ele. A imagem começou a sumir aos poucos e logo eu me vi de frente para Estela que estampava um sorriso no rosto.

- Você estava usando, não estava?

- Sim, e acho que estamos em perigo.

Contei o que eu havia visto, tentei usar a visão novamente mas não entendi, por que não funcionava? eu tinha certeza de que agora tinha entendido como usar.

- Só podem ser os Neshers. Eu vou informar o conselho.

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Kahav - Estrela, luz

Neshers - Águias

2.645 palavras


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