Capítulo 36
Nossos corpos entrelaçados
Sob a luz roxa
Estamos fazendo amor, apagados
Estamos tão bonitos esta noite
E o domingo está amanhecendo
Sinto a vergonha chegando
Você não pertence a mim
Você vai contar pra ela?
(Are U gonna tell her? - Tove Lo, ZAAC)
*Anastasia Byers*
Algumas semanas haviam se passado, e o final do ano estava cada vez mais perto, consequentemente, o concurso de bandas do começo do próximo ano também se aproximava, deixando eu e meus amigos cada vez mais afobados. Já tínhamos, pelo menos, cinco músicas prontas e muito bem ensaiadas, ainda decidiríamos qual iríamos tocar, mas caso ocorresse algum imprevisto, teríamos mais quatro. Nossos ensaios eram cada vez mais leves conforme as músicas novas iam tomando forma, nos deixando confiantes apesar de estarmos ansiosos. Por isso eu sempre agradeceria a forma que estávamos tão conectados na música.
Porém, mesmo com momentos ótimos, a tensão entre eu e Billy aumentou como nunca. O que antes eu tinha a total indiferença e falta de olhares de Hargrove, agora em todo o momento que estávamos no mesmo recinto, eu via e sentia seu olhar intenso sobre mim. Aquilo me deixava quase exposta para ele, porém, de uma forma que eu jamais reclamaria, muito pelo contrário, fazia com que eu quisesse devora-lo por inteiro.
Mesmo assim, durante essas semanas, nada continuava acontecendo entre nós além dos olhares quentes e incisivos, inclusive, durante esse meio tempo, Aurora já havia visitado meu quarto e eu o dela algumas vezes, a primeira sendo depois de um show da banda numa terça feira, como ela disse que iria. Dormi em todas as aulas no dia seguinte por conta da noite agitada, mas não me arrependeria. O problema era que ela começava a demonstrar um certo apego, e eu já estava tentando recuar de forma discreta.
Por falar em Aurora, hoje ela chamou eu e meus amigos para curtir o final de tarde do sábado no bar/karaokê onde ela trabalha. Era dia de folga dela e ela queria se divertir ao extremo antes de voltar a trabalhar no dia seguinte, e como ela tinha se aproximado mais de mim, também tinha feito amizade com meus amigos, por isso o convite para todos. No final, iríamos eu, meu irmão, Nancy, Eddie, Genevieve e Robin. Steve não pode ir por precisar trabalhar, e o resto da banda tinha seus compromissos igualmente.
— Queria ir junto. — Will, que já estava um tanto crescido, pediu.
— Eu tentei, mas mamãe disse que não. — respondi, terminando de passar a maquiagem nos olhos. — Você tá crescendo rápido, daqui um tempinho já vai sair com a gente, eu prometo. — Deixei um beijo no seu rosto, que já estava quase da altura do meu, de tanto que aquele garotinha havia crescido.
— Vamos, Jayna, Nancy está esperando. — Jonathan pediu, passando na frente do meu quarto e deixando um carinho nos cabelos de nosso irmão mais novo antes de caminhar até a saída.
Peguei uma bolsa, me despedi de Will e de Joyce e logo já estava no carro de Jonathan, pronta para ligar o rádio. Buscamos Nancy, e rapidamente já havíamos chegado no bar. Aurora, Gen e Eddie nos esperavam na entrada, conversando de forma animada.
— Munson te roubou de mim, você nunca mais foi se arrumar comigo em casa. — disse enquanto abraçava Genevieve, com uma voz dramática.
— Você a teve por anos, acho que pode ser minha vez. — Eddie rebateu, enquanto me cumprimentava também com um abraço em seguida.
— Vai deixar que ele faça isso, Genevieve? — A encarei com uma das sobrancelhas erguidas. Brooks riu alto.
— Eu sou sua primeiro, Nas, não se preocupe.
Olhei para Eddie na hora e lancei um sorriso travesso e uma piscadela, enquanto ele fazia uma careta indignada, olhando diversas vezes entre eu e sua namorada. Gen riu mais ainda enquanto abraçava o Munson triste e dramático que se fez presente. Sorri achando graça, mas logo desviei minha atenção para cumprimentar Aurora. A ruiva me abraçou apertado e me deu alguns beijos na bochecha de forma doce demais, precisei forçar um sorriso, não queria magoá-la, mas talvez eu tivesse que cortar todo aquele apego.
Ela tentou me dar a mão quando entramos, mas consegui desviar com a desculpa de que precisava conversar com Genevieve. Grudei no braço de minha amiga e conversei com ela até chegarmos em uma mesa grande e vazia. Por sorte, Brooks já me conhecia bem o suficiente para saber porque fiz aquilo, então apenas seguiu meu raciocínio e criou um assunto aleatório, mas que pareceu importante.
Nos acomodamos nas cadeiras, e até então eu não havia olhado ao redor do bar, e achei estranho a careta tensa e um pouco surpresa de Eddie, que havia se sentado na minha frente. Franzi as sobrancelhas, já que ele olhava diretamente para mim, como se tentasse me avisar sobre algo. A conexão que eu tinha com Genevieve, por Deus eu também tinha com Eddie, já que foi preciso apenas um único olhar dele para outra direção que eu já havia entendido o que fazer.
Virei minha cabeça, procurando por alguma coisa que me faria compreender o olhar e a expressão de Eddie, e não demorou para que eu encontrasse. Na verdade era bem difícil não notar a presença impactante e intensa de Billy Hargrove, principalmente quando ele me olhava de cima a baixo com a maior ferocidade que podia existir. Meu corpo estremeceu, meu coração palpitou, meu peito ferveu. Por um segundo, como sempre acontecia, meu corpo inteiro entrou em combustão interna.
Só então percebi que ele estava com os amigos do basquete, mas pelo menos sem a namorada irritante e as amigas piores ainda. Não sei como tive forças para desviar o olhar daquele garoto, mas consegui voltar a encarar Eddie, que me olhava com uma das sobrancelhas erguidas. Dei de ombros, fingindo mais uma vez não me importar, mas Eddie soltou uma risada debochada, mostrando que já havia entendido que eu me importava sim, e muito.
— Se Anastasia cantar hoje, vai ser um belíssimo show, com certeza. — Eddie disse, sarcástico, arrancando alguns olhares curiosos dos nossos amigos.
— Você quer dizer quando, não é, Munson? — Jonathan completou, e vi que ele olhou para a direção onde Billy estava.
Revirei os olhos, mas abri um sorriso divertido, sem conseguir negar nem por um segundo, afinal, eles estavam certos, eu sempre dei tudo de mim quando Billy me via cantar.
— Eu já posso ir agora, se quiserem.
Jonathan e Eddie riram em resposta, enquanto os outros nos olhavam com uma leve confusão no olhar, até que finalmente viram o motivo de todo o alvoroço. Óbvio que Aurora ainda continuava confusa, mas ela nem sequer perguntou o motivo, já que logo um garçom chegou para anotar nossos pedidos.
A energia do bar era animada, e logo já estava completamente lotado, não sobrando lugar nem nas mesas para todo mundo. O palco nunca estava vazio e eu achava engraçado ver cada um que subia ali se divertindo enquanto cantavam ou de forma desafinada, ou até mesmo afinada, mas de qualquer jeito fazendo graça.
Por sorte eu estava de costas para a mesa de Billy, porque se eu tivesse uma visão privilegiada daquele garoto durante a noite toda, não sei se me aguentaria na mesa, já que a animação consumia cada vez mais meu corpo, e eu nem ao menos havia colocado um gole de álcool na boca. Porém, eu sabia que quando eu subisse naquele palco, a única pessoa para quem eu olharia seria ele, era sempre assim, eu já não tentava negar o quanto aquele garoto mexia comigo.
— Acho que já tá na hora da Byers subir no palco. — Robin comentou e deu de ombros enquanto tomava um gole de seu drink.
Olhei para o palco, e vi uma menina cantando para uma pequena plateia que se formou ali, talvez amigos dela. Logo sua pequena apresentação havia acabado, e um dos funcionários subiu e começou a conversar com todo mundo. Talvez, pelo lugar estar cheio, eles colocavam alguém para animar a plateia entre uma apresentação e outra, como se fosse um show de verdade.
— Olha só como a noite está pegando fogo aqui. — Ele disse e a multidão, incluindo eu e meus amigos, reagiu com palmas e gritos. — Por favor, aos que tem interesse de cantar, só conversarem com nosso dj bem ali no canto do palco. Brilhem e se divirtam.
Bati palma mais uma vez, com um sorriso no rosto. Robin insistiu para que eu fosse cantar, e logo Jonathan e o resto apoiaram o pedido dela e me incentivaram junto. Não precisaram de muito, claro, qualquer oportunidade de cantar que eu tinha eu aproveitava, até mesmo quando não havia oportunidade nenhuma.
Pedi Love Ain't No Stranger da Whitesnake para o dj, mas tive que esperar mais duas pessoas que estavam na minha frente. Voltei a mesa enquanto isso, e aproveitei as apresentações que viriam antes da minha. Não demorou para que eu finalmente subisse no palco, após o mesmo funcionário com o microfone me anunciar, como ele estava fazendo com todos os outros.
— Who knows where the cold wind blows... — comecei, carregando a rouquidão em minha voz, já que o vocalista tinha um timbre mais profundo.
A música começava devagar, lenta e tranquila, e como esperado, a primeira pessoa para quem olhei desde a primeira nota foi Billy Hargrove. Ele já me olhava, de cima a baixo, faminto e intenso, quase me expondo com o olhar, mas eu adorava aquela sensação. Meu autocontrole iria pelos ares se eu continuasse olhando, mas eu não conseguia desviar. Eu amava a forma como ele me olhava em cima de um palco... Na verdade, a forma que ele me olhava em qualquer situação.
— Oh, love ain't no stranger...
Quando a guitarra se fez presente, bati os cabelos no ritmo da música enquanto dançava movendo os quadris de forma provocativa, como sempre fazia. Consegui desviar a atenção de Billy por um momento quando meus amigos se aproximaram do palco para interagir comigo, e por consequência, o resto das pessoas também se aproximou, erguendo as mãos e cantando junto.
Ao final da música, um coro de palmas e gritos se fez presente, juntamente com a maioria pedindo para que eu cantasse mais uma. Olhei para Eddie, com a próxima música que eu gostaria de cantar na cabeça, porém queria muito que ele fosse a segunda voz, já que nossas vozes juntas se encaixavam perfeitamente. Eddie não era muito de cantar, apesar de ter o talento excelente para isso.
Consegui convencer Eddie a me acompanhar após insistir umas duas vezes, e após Genevieve insistir por mim. Ele subiu no palco, pedi a música para o dj e logo o dedilhado de Dust In The Wind de Kansas soava no ambiente, deixando a vibração do lugar e das pessoas um pouco mais calma. Era minha música favorita, jamais me cansaria de cantar e ouvir.
Mais palmas se fizeram presente quando acabamos, e logo puxei meu melhor amigo para um abraço. Agradecemos, e logo voltamos a nossa mesa, recebendo elogios e sorrisos dos nossos amigos. Aurora tentou ficar mais grudada em mim ainda, já estava começando a me deixar desconfortável, então disse que precisava ir ao banheiro. Ela tentou ir junto, mas inventei qualquer desculpa idiota para que eu fosse sozinha. Genevieve e Jonathan pareceram entender minha tentativa de escapar, e logo me ajudaram puxando Aurora para uma conversa animada.
Os banheiros se encontravam em um corredor iluminado por luzes roxas, um tanto escuro, deixando o lugar mais sensual do que nunca. Mesmo com a quantidade grande de pessoas presentes no bar, aquele corredor não estava cheio, deixando os banheiros também vazios. Ao fundo, ao lado da porta do banheiro feminino, tinha uma placa de led também na cor roxa escrito "Confie em mim, me ame, me foda". Abri um sorriso de canto, e me vi encarando aquela placa por alguns segundos a mais do que o normal. Com certeza os adultos odiariam esse bar, por isso só estava sempre cheio de adolescentes.
Senti a presença de mais alguém se aproximar, então involuntariamente me virei para ver quem poderia ser. Óbvio que seria ele, tudo estava propício demais para que ficássemos sozinhos no corredor dos banheiros de um bar lotado. Billy me olhava de cima a baixo, se aproximando lentamente até chegar perto o suficiente para que eu sentisse o calor que emanava de seu corpo. Não me afastei dessa vez, na verdade devolvi seu olhar faminto na mesma intensidade. O tanto que eu queria senti-lo de novo estava me consumindo.
Billy olhou para cima de mim em algum momento, mais especificamente para a placa de led atrás de mim. Ele abriu o mesmo sorriso que eu há segundos antes, logo voltando a cravar seu olhar no meu. Uma parte da minha consciência gritava para que eu me afastasse, afinal, ele não era meu, era de outra garota, mas meu coração, meu instinto e meu desejo falavam o contrário, e no momento, estavam ganhando disparadamente.
— Que surpresa te ver aqui. — Ele disse, cínico, fixando o olhar em meus seios, marcados pela regata branca e justa que eu usava por baixo da jaqueta de couro.
Como eu não usava sutiã, meu corpo logo escancarou a forma como apenas a voz daquele garoto mexia com todos os meus sentidos. Billy sorriu mais abertamente enquanto lambia e mordia o lábio inferior, faminto, sedento. Suspirei profundamente, parte propositalmente, e parte para tentar me controlar, e logo vi o maxilar de Billy tensionar e ele voltar a encarar meus olhos.
— Você sempre tá presente quando eu canto, não é mesmo? — comentei, sarcástica, e me aproximei mais um pouco, finalmente colando meu corpo necessitado no dele.
Billy não precisou responder, já que eu ergui uma das mãos lentamente e segurei na gola da camisa vermelha que ele usava, com os botões de cima abertos, deixando seu peitoral a mostra. De forma delicada, porém provocativa, puxei o tecido e caminhei até chegar na porta do banheiro feminino. Não precisei de muita força, Billy me seguiu facilmente, e foi o responsável por trancar a porta.
Toda a delicadeza que tive segundos antes deixou o ambiente no momento em que Billy me empurrou em uma das paredes, sem me machucar, apenas me deixando mais alucinada e entorpecida ainda. Ele colou seu corpo no meu e agarrou minha cintura por baixo da blusa regata. Sua respiração e a minha já estavam pesadas, e eu sentia seu peito subir e descer em contato com o meu, apenas por estar tão próximo. Ele demorou para fazer mais alguma coisa, já que ficou longos segundos me analisando mais ainda.
Ele olhou minha boca primeiro, depois encostou o nariz no meu de forma leve, para então se afastar minimamente e mais uma vez olhar meus olhos. Ele suspirou, pesado, o azul de suas orbes estava escuro, e brilhavam como estrelas, era lindo, majestoso e quente. Passei as mãos por toda extensão dos seus braços até chegar em sua nuca, onde deixei uma leve carícia nos cabelos loiros. O tempo parecia ter parado, e eu podia ficar ali por horas, apenas olhando a beleza e intensidade da figura de Billy, sem ele nem precisar me tocar como sabia fazer com maestria. Eu nunca havia sentido isso em toda minha vida e pude finalmente perceber que sim, eu estava apaixonada por Billy Hargrove.
— Não olhe pra mim assim. — Ele disse, em um sussurro, me deixando trêmula.
— Digo o mesmo. — respondi já ofegante.
Com isso, Billy finalmente acabou com qualquer espaço que existia entre nós, colando seus lábios nos meus de forma necessitada e ávida. Sua língua explorava a minha na mais perfeita sincronia e ele tinha o delicioso gosto de menta na boca. Talvez ele não tivesse bebido hoje, ou nem sequer fumado, já que eu não sentia o cheiro forte de tabaco nele.
Billy apertou ainda mais minha cintura, senti uma leve dor e talvez ficasse roxo, mas não estava me importando, aquilo só me deixou mais desesperada para tê-lo de novo. Arranhei suas costas por baixo da camisa um pouco mais forte, enquanto seu beijo me entorpecia por completo, e me deixava mais ainda a mercê dele. Hargrove, como se tentasse nos aproximar ainda mais, se é que era possível, me pegou facilmente no colo, ainda me apoiando na parede e me segurando pela bunda.
Ele apertou ali mais forte ainda, e dessa vez não consegui controlar um gemido profundo, ainda com minha boca colada na sua. Billy mordiscou meu lábio inferior, só então descendo até meu pescoço. Enrosquei meus dedos mais ainda nos cabelos da nuca dele enquanto sentia seus beijos e chupões molhados caminharem do meu pescoço até meu peito. De forma habilidosa, ele subiu minha regata até que tivesse fácil acesso aos meus seios, mais especificamente o direito, onde ele sempre amou brincar com o piercing que havia ali.
Apertei minhas pernas em seu quadril, sem controlar os grunhidos satisfatórios que queriam sair da minha garganta, o que eu percebia que só o deixavam mais animado, já que seu ritmo em meus seios aumentava, juntamente com a força e intensidade dos chupões, com certeza deixariam marca, mas de novo, eu não dava a mínima.
Apertei seu quadril com as pernas mais uma vez, e já pude sentir seu desejo gritando por baixo de suas calças, e quando estava prestes a pedir para que ele entrasse em mim, minha consciência me alertou mais uma vez, o nome de Amber esperneava em minha mente, e a culpa me consumia mais e mais a cada aperto e beijo que ele deixava no meu corpo. Porém, meu próprio desejo era tanto, que eu não conseguia mais parar.
Até ouvir uma batida fervorosa na porta.
— Porra, tem mais gente querendo usar o banheiro.
Era uma garota gritando do lado de fora. Foi o suficiente para que eu empurrasse Billy, após pedir para que ele me colocasse no chão. Minha respiração estava acelerada enquanto eu arrumava minha roupa e tentava manter a postura que eu já tinha perdido há muitos beijos atrás. O calor consumia meu corpo e o meio de minhas pernas reclamou por eu ter parado.
Billy me olhava com as sobrancelhas franzidas, a respiração igualmente ofegante e os olhos azuis ainda escuros e brilhantes. Ele tentou se aproximar de novo, mas eu ergui uma das mãos, o que o fez parar.
— Tem mais gente querendo usar o banheiro. — Eu disse, e tentei passar por ele para abrir a porta.
Billy me segurou pelo braço de forma firme, mas sem jamais me machucar. Seus olhos procuravam nos meus alguma resposta para aquela atitude repentina.
— Esse não é o motivo. — Ele disse. Engoli em seco.
— Você tem uma namorada. — respondi, seca, sentindo as lágrimas queimarem em minha garganta perante a dor que aquela frase me causou. — Não devíamos ter feito isso.
Soltei meu braço, e não consegui mais olhar em seus olhos, porque se eu olhasse, não manteria aquela minha postura, e devoraria aquele garoto naquele banheiro, ignorando o barulho da fila que se formava do lado de fora. Que inclusive, quando saí junta de Billy, formou um coro de reclamações e exclamações provocativas. De cabeça baixa, não olhei para nenhum rosto, até infelizmente ver o de Aurora no começo do corredor, me encarando de cima a baixo, com o olhar decepcionado e um tanto triste.
Não estava com cabeça para lidar com isso agora, então apenas suspirei e desviei o olhar, caminhando de volta para a mesa sem dizer uma palavra sequer a ela, e sem olhar para trás para tentar achar Billy. Quando cheguei, a mesa inteira me encarou com curiosidade, mais pelo tempo que demorei do que qualquer outra coisa, afinal, eu escondia muito bem o que eu sentia, desde pequena era assim, e as lágrimas que surgiram nos últimos segundos, eu já havia conseguido exterminar, sem derramar uma delas sequer.
Porém, ao contrário de mim, Aurora não escondia absolutamente nada, por isso chegou na mesa com o ódio claro estampado nas feições do rosto, com o olhar diretamente no meu. Ela apenas pegou a bolsa e a jaqueta e se afastou, sem dizer uma palavra para nenhum dos outros. Olhei a ruiva se afastar sem esboçar reações mais uma vez.
— Tudo bem, que porra aconteceu? — Eddie perguntou, ele nunca tinha vergonha de perguntar na frente de todo mundo.
Como ele estava na minha frente, vi quando Billy passou ao fundo, me encarando fixamente. Sustentei seu olhar por curtos segundos, mas foi o suficiente para que todos também percebessem a passagem de Hargrove, e principalmente seu olhar intenso em mim. Sorri cínica, e peguei o copo de Robin ao meu lado, torcendo para que fosse algo alcoólico, respirei fundo quando senti minha garganta queimar.
— Caralho, Anastasia... — Foi tudo o que Eddie disse, sendo, como sempre, o primeiro a entender o que havia acontecido.
—————————————————
OI AMIGXS!!!
me perdoem a demora, tive a temida semana de provas na faculdade, além disso comecei a trabalhar até mais tarde então ficou difícil para que eu achasse tempo pra escrever, mas consegui terminar mais um capítulo e trazer aqui pra vocês.
já aviso, os próximos vão ser quentes demais (no bom e no mal sentido 🤡)
espero muito que estejam gostando, não desistam de mim mesmo com a demora, eu sempre volto aqui, prometo!!
não esqueçam da estrelinha e de comentarem bastante, me ajuda muito na divulgação e a saber o que estão achando!!
Bjin procêis💙
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