09. PRESOS
Surtando em diferentes tipos de frame, era assim que os quatros se sentiam dentro daquele elevador. Era como se não pudesse fazer sentido o quão na merda eles estavam, principalmente Harrington que a cada dois minutos voltava para os botões mesmo sabendo que não iria fazer nenhum tipo de diferença.
— Sua dor de cabeça passou? — perguntou ele a Layla, se sentando ao seu lado no chão.
Havia poucas coisas que Barnes gostava no mundo, mas saber que podia provocar o certo tipo de preocupação que estava tendo agora vindo de Steve, a fez gostar disso. Tanto, que até esqueceu que talvez a razão por estarem presos ali fosse a desgraça eminente que carregava nas veias.
— Um pouco. — foi sincera, pois ainda sentia pequenas dores em suas têmporas.
Steve balançou a cabeça em concordância, soltando um suspiro frustrado. Estava se sentindo sem saída, como se estivesse nos últimos minutos de vida. Era horrível a sensação de não ter esperança.
Layla apoiou a cabeça em seu ombro, o pegando desprevenido e totalmente de surpresa.
— Sinto que estou nas minhas últimas horas de vida. — disse o que se passava na cabeça do garoto — Então, acho que eu devo admitir que te acho muito atraente. Tipo, assim, um pouco. Sei lá, você... é... sei lá.
Steve olhou para a garota, cruzando olhares com ela. Sabia que Layla ainda estava drogada, deve ser por isso que não soube o que falar.
— Tipo assim, se tivesse só nós dois na terra e tivessem que repovoar a terra. Eu não me importaria que fosse com você...
Steve Harrington estava sem fala. Suas bochechas estamparam as covinhas de prontidão, como se tivessem sido feitas para aquilo. Ele queria muito saber o que falar, mas não sabia. Layla Barnes havia sido a primeira garota que o deixara sem palavras.
Dustin estava novamente em cima do elevador tentando falar com alguém no rádio, Steve se esquivou de Layla e suas falas constrangedoras e subiu lá em cima com o amigo.
— Ei, maneira um pouco com isso aí, tá bom? Vai acabar com a bateria. — pediu Steve, se apoiando na borda.
— O shopping acabou de abrir.
— E daí?
— E daí que alguém pode tá no alcance. — Dustin respondera como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Steve revirou os olhos.
— E você acha que Petey, o segurança, vai descer de rapel aqui embaixo e salvar a pátria? — ironizou, se erguendo ali para cima.
— Cara, por quê tá tão rabugento depois de passar a noite toda com a Layla? — Dustin indagou, sussurrando a última parte.
— Shhh... tá maluco? Dá pra parar com essa sua ideia esquisita?
— Esquisita? Cara, ela tava deitada no seu ombro. — gesticulou Dustin.
Harrington se levantou, olhando para cima.
— É, apoiando a cabeça por causa das drogas que ela tomou. — respondera como se fosse óbvio.
— E como explica os olhares?
Dustin cruzou os braços frente ao peito, encarando o amigo.
— Que olhares? — Steve imitou o ato da criança.
— Se tivesse escuro lá dentro, a gente seria capaz de enxergar perfeitamente por conta dos brilhos dos seus olhos toda vez que olha para ela.
— Shhh... para de falar tão alto, merda. — Steve se virou de costas, desafivelando o cinto — Você tá viajando.
Dustin suspirou.
— Você passou o verão todo querendo sair com alguém e agora que a garota perfeita tá bem na sua frente, você se faz de cego.
— Eu juro por Deus, que se você continuar com essa assunto eu vou te empurrar daqui de cima. — Steve ameaçou, tirando seu membro para fora, começando a fazer xixi — E outra, o Hargrove parece obcecado por ela. Não quero problema pro meu lado.
— Mira pro outro lado!!
A voz de Layla soou abafada lá de dentro, Steve fez o que ela pedira.
— E você não acha que tem uma razão para ele ser obcecado? — Dustin colocara lenha na fogueira — Eu sei que eles são meio irmãos, mas...
— Não é sanguíneo!
Steve balançou a cabeça do pau rapidamente para o secar, voltando a guardá-lo devidamente dentro do short e afivelando o cinto direito.
— É, mas o Hargrove é um babaca. Se tivesse que apostar, eu apostaria todas minhas fichas em você. — ponderou Dustin.
— Obrigado, apesar de eu não estar competindo com nada. — ironizou Harrington.
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— É muita desgraça para só quatro pessoas.
Murmurou Robin impaciente, Layla balançou a cabeça em concordância.
— Se eu soubesse que a gente ia ficar presos aqui, teria trazido pelo menos uma garrafinha de água. Ou sei lá, um pão. — suspirou Barnes.
— Nossa, nunca quis tanto comer um pão como agora. — concordou Robin.
— Não, é? Pão parece uma boa.
Layla fantasiou a ideia de comer tal alimento.
— Se a gente sair vivas, vamos comer um pão. — silibou Robin.
— Sim, vários pães.
Layla e Robin soltou gargalhadas, olhando uma para a outra. Porém, dois segundos depois Robin ouviu um barulho vindo do outro lado.
— Temos companhia. — enfiou a cabeça pelo buraco do teto, avisando os meninos.
Ela foi a primeira que passou, deixando Layla para ser a última. Dustin foi quem puxara Robin para cima, porém na vez de ser a Layla —, Steve se agachou rapidamente ao lado do buraco estendendo a mão para a garota lá embaixo.
— Vem logo. — pediu.
Barnes revirou os olhos, pulando nas pontinhas dos pés.
— Eu só tenho 1,56 de altura, Harrington. Paciência.
Tentou pular novamente, conseguindo dessa vez com que Steve agarrasse sua mão. Ele não era lá tão forte, mas era o suficiente para a conseguir puxar com apenas um dos braços. Layla passou pelo buraco, tombando em cima do mais velho — vendo Dustin pela lateral, fechar o buraco do teto.
Dava para ouvir perfeitamente os passos dos russos lá embaixo, Steve era quem estava concentrado nas pequenas frestas que dava para os ver lá embaixo. No instante em que os russos começaram a sair de dentro do elevador, já com as cargas no carrinho, Steve saltou para dentro com o tubo com líquido verde em mãos. E apoiou o objeto onde a porta iria se fechar, impedindo tal ato.
— Vai, vai, vai.
Dustin foi quem passou primeiro, se espremendo ali no espaço. Depois fora Robin, fazendo o mesmo movimento, Layla que deslizou rapidamente pelo chão.
— Anda, Steve. — apressou o garoto.
Se aquele elevador fechasse e Harrington ficasse do outro lado, seria o caos.
Mas, Steve fora rápido. Ele deitou sobre o chão e se empurrou para o outro lado, sendo puxado para cima pelas mãos quentes de Layla.
Um segundo depois o objeto se quebrou e o líquido verde saiu para fora, mostrando que aquilo era tóxico para um caralho.
— Aí, eu não acredito nisso gente. — praguejou Dustin.
Os três mais velhos olharam na direção pedida pelo garoto, encontrando um corredor extenso pela frente. A merda havia acabado de começar, literalmente, ali dentro do subterrâneo e lá fora com as outras crianças.
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