foi quando o brilho do olhar lúdico se esvaiu

arrastando consigo toda centelha de vida,

todos os resquícios de significância

foi naquele dia que mergulhamos em ânsia

alheios às mudanças a nós submetidas,

trancafiados em nossos dias vazios

ah, nos perdemos dentro de nossas próprias razões

arrastamo-nos nesta árida imensidão cinzenta

onde os grânulos são negros feito as mistificações

a esmo condenados a nadar nestes oceanos de cinzas

o sol, repousou para depois da lua

deixando os dias escuros como o céu poluído da metrópole

a lua, foi brincriar para depois dos astros

fazer visita às irmãs que viviam em júpiter

ah, a vida perdera o sentido, perdera seus porquês

agora vaga por aí, trocando ideias na esquina

da constelação de áries com a já finada morte

que por detrás do capuz obscuro suspirava em sussurros:

— no final, querida vida, pouco importa...