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Capítulo 2 - Topaz?

"Insista, persista e nunca desista".

Na manhã seguinte, Cheryl entrou em seu carro, estacionado do lado de fora do seu prédio no SoHo. Os pesadelos sempre a deixavam triste e tensa, pensando em porque diabos tinha aceitado um emprego para dar aulas em uma prisão.

Quando começara a dar essas aulas, havia pouco mais de um mês, os pesadelos foram voltando e os conflitos com sua mãe aumentaram. O relacionamento delas sempre teve altos e baixos, mas, quando Cheryl ligou para contar que ia trabalhar em Arthur Kill, a discussão que se seguiu foi a mais terrível que já tiveram. Penélope Blossom era uma mulher complicada e teimosa e jamais entenderia a necessidade de Cheryl aceitar aquele emprego.

A latina compreendia as preocupações da mãe e de alguns amigos. Apesar de não haver assassinos entre os que estavam lá, os crimes cometidos por eles eram bastante preocupantes: vandalismo, roubo de carro, uso e posse de drogas. Contudo, tinha certeza de que era isso que queria fazer. Porque, lá no fundo, uma promessa feita ao pai ecoava em sua alma. Uma promessa que tinha estado lá desde que seu pai morreu. Estava lá no dia em que ela terminara o ensino médio e no dia da formatura da faculdade de Literatura Inglesa. Dar aulas era o que Cheryl queria fazer desde criança, e ela havia amado cada segundo.

Ela tivera a sorte de viajar para Londres e para a China, lecionando em escolas particulares que a fizeram se apaixonar ainda mais pela profissão. Fez amigos, vivenciou outras culturas e construiu relacionamentos enriquecedores que nunca acabariam. Apesar disso, no fundo ela sabia que trabalhar em escolas que lhe pagavam 50 mil por ano não significava cumprir a promessa que tinha feito.

Crianças talentosas e empenhadas não eram exatamente aquelas que ela deveria ajudar.

- Nós temos que retribuir, Cheryl. - dissera seu pai na noite em que morreu.

Ela havia considerado trabalhar em uma escola no centro histórico da cidade, mas essa opção também não aliviara o sentimento de dever. Trabalhar em um presídio, sim. Precisava ficar perto de seus temores, perto de homens e mulheres que não se importavam muito em burlar a lei, em virar a vida das outras pessoas de cabeça para baixo sem nunca considerar as consequências. Precisava se aproximar para entender o que tornava uma pessoa capaz de tal comportamento. Ela odiava o próprio medo, odiava a raiz dele e sabia que tinha que encará-lo, mesmo estando apavorada.

Sua terapeuta tinha ficado bastante preocupada com a decisão e perguntava constantemente se Cheryl estava feliz com a escolha, se achava que aquilo era mesmo o certo a fazer e porquê. Chegara a usar as preocupações de sua mãe para tentar dissuadi-la. Mas aquela era uma escolha de Cheryl e de mais ninguém. E uma vez que a decisão foi tomada, não havia volta. O que quer que acontecesse, o que quer que sua mãe dissesse, ela arcaria com as consequências, pois sabia o que aquilo significaria para seu pai.

O prédio da Arthur Kill, em Staten Island, parecia ter saído diretamente de um episódio da série Prison Break. Guardas com cães enormes e raivosos patrulhavam torres de observação altas protegidas por cruéis cercas de arame farpado.

Cheryl foi até aos portões do estacionamento e esperou pelo policial que estava de serviço. Depois de pegar a identidade dela, ele desapareceu na sala de controle e logo retornou, direcionando-a para o edifício sombrio onde ela trabalhava. Após estacionar, Cheryl deu uma olhada para a esquerda e viu um grupo grande de detentos jogando basquete atrás de uma cerca enorme de metal. Com os macacões verdes amarrados na cintura, seus peitos cobertos de suor brilhavam sob o sol quente do verão. A caminhada do carro até o edifício parecia de quilômetros, ainda mais ao som dos assobios e as cantadas que vinham da quadra de basquete.

Ela apressou o passo e agarrou a maçaneta da porta gigantesca como se fosse uma tábua de salvação. Lá dentro, foi recepcionada por um risinho baixo. Cheryl ergueu os olhos e viu Anthony Ward, o narcisista diretor da penitenciária.

Ward tinha seus 30 e tantos anos e um rosto redondo e jovial. Os cabelos estavam penteados com tanto gel que devia estar sufocando os fios. Ele fitou Cheryl com seus olhos cinza-escuros e um sorriso rápido que revelou uma covinha funda em sua bochecha esquerda.

- Srta. Blossom. - disse ele, estendendo a mão.

Ela o ignorou e tentou se recompor passando a mão pela saia grafite na altura dos joelhos.

- Sr. Ward.

Retirando a mão com um aceno de rosto envergonhado, ele ficou ereto, na tentativa de parecer mais alto. Cheryl percebeu que Ward fazia isso com frequência, principalmente perto dos detentos. Não funcionava. O pobre homem tinha nascido atarracado.

- Então - começou ele - Como está? Se adaptando bem?

Cheryl sorriu.

- Sim. Acho que sim.

As aulas dela tinham sido bem tranquilas até então. E seus alunos haviam parado de usar palavrões como se fossem vírgulas ao falar com ela.

Ward ajustou a gravata.

- Ótimo. Bem, não se esqueça de que vou assistir à sua aula esta manhã. E, se precisar de alguma coisa, é só vir falar comigo.

- Farei isso. Obrigada.

A latina passou por ele, ignorando a maneira como os olhos do homem se fixaram em seus seios. As tendências lascivas e a inabilidade de Ward de enxergar os detentos como qualquer outra coisa que não lixo a irritava. Como resultado, ela o evitava o máximo que podia.

Quando Cheryl entrou na sala de aula, ficou agradecida pela brisa gelada do ar condicionado. O restante do presídio parecia uma sauna. Prendendo os cabelos num coque, ela se virou quando sua assistente, Josie, entrou, parecendo ansiosa e bufando por entre os lábios manchados de vermelho-cereja.

- Jesus, está quente como o inferno hoje - reclamou Josie, puxando e soltando a camiseta em uma tentativa inútil de se refrescar.

Josie tinha sido sua salvadora desde o começo. Especializada em dar assistência aos detentos com dificuldades de aprendizado, ela ajudara Cheryl a conhecer seus alunos rapidamente em especial Riley, um grandalhão de personalidade excêntrica que sofria de uma dislexia terrível. Não que isso o tivesse impedido de se formar em Administração pela Universidade de Nova York.

Riley era um de seus alunos preferidos. Preso por vender peças de automóveis roubados, sua estatura de 1,90 metro e os ombros largos botariam Atlas no chinelo. Ele era engraçado e flertava descaradamente com as duas jovens. Ao contrário de Ward, contudo, Riley era charmoso e proferia cada palavra com certa ironia. Era difícil não se encantar com as insinuações implacáveis, porém inofensivas, que vinham do dono daqueles alegres olhos cor de mel e rosto barbudo angelical.

Havia outros quatro alunos na sala, todos se mostravam muito empenhados e tentavam se manter na linha. Cheryl tinha bastante orgulho de como havia conseguido discipliná-los. O progresso deles era fantástico.

Dois minutos depois das nove, a voz estrondosa de Riley quebrou o silêncio e Cheryl sorriu quando se virou para ele, acompanhado por um guarda e seguido dos outros alunos.

- Srta. B! - gritou ele, erguendo a mão para a latina bater na dele - Como foi seu fim de semana?

- Foi ótimo, Riley. Obrigada. E o seu?

- Ah, você sabe - ele deu de ombros - Causando confusão aqui e ali, fazendo os cabelos do Ward caírem mais a cada dia.

Cheryl reprimiu o riso enquanto Ward entrava na sala com os outros alunos: Sam, Archie, Samuel, Ariana e Corey. Archie sorriu meigamente por debaixo dos cabelos ruivos desgrenhados, enquanto Corey a, Ariana e Samuel ergueram o queixo como forma de cumprimento. Sam correu até sua carteira e se sentou sem lhe fazer nenhum gesto. No começo, isso deixava Cheryl chateada, mas agora ela aceitava aquilo como parte da rotina que eles tinham construído. Uma rotina que, como Josie havia explicado, era de extrema importância para as pessoas da Arthur Kill.

Para muitos deles, uma programação era tudo o que tinham para se manter sãos. Ignorando Ward no fundo da sala, Cheryl deu início à aula, revisando a anterior e pedindo aos seus alunos que descrevessem seus lugares favoritos usando metáforas e personificações. Eles começaram a escrever em silêncio.

- Muito bem - disse ela, chamando a atenção da classe de volta para si - Quem é o corajoso que vai ler a redação em voz al...

A porta da sala foi aberta com tanta força que esmurrou a parede. Um guarda irritado, ofegante, olhou para Ward, que se levantou na hora.

- Desculpe interromper, senhor - arfou o guarda - Mas temos uma situação na sala seis.

- Quem? - ralhou Ward, atravessando a sala furioso.

- Topaz, senhor - os olhos de Ward se estreitaram e sua boca se comprimiu em uma linha fina.

Quando a porta bateu atrás dele e do guarda, Cheryl deu uma olhada em torno da sala.

- Topaz? - perguntou ela.

Josie riu alto, imediatamente eliminando a tensão que Ward sempre deixava em seu rastro.

- Topaz. Caramba. Essa menina não muda nem fodendo - falou Josie rindo cada vez mais alto, deixando uma Cheryl confusa.

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