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Capítulo 19 - Diga que você me quer

"Meu lugar favorito é dentro do seu abraço".

🌻Brunna Gonçalves🌻

Na tarde seguinte, a casa estava cheia. Garçons serviam aperitivos e champanhe enquanto eu observava minha mãe entre as pessoas. Ela tinha um sorriso firme e um comportamento tranquilo.

Larissa, Patrícia e Kássia foram recebidas com um furacão de beijos e abraços vindos de Mia e da minha avó Mercedes. Enquanto as via trocar gracejos, fiquei impressionada com quanto Kássia estava parecida com minha mãe. Tinha percebido isso durante meu jantar de aniversário, mas agora, vendo as duas mulheres se abraçarem e conversarem aos sussurros, parecia que, em algum momento do caminho, elas tinham se tornado amigas.

- Como você está? - perguntei, dando um beijo no rosto de Patrícia.

- Bem - respondeu - E você? Alguma novidade?

- Nada interessante.

Deslizei o pé pelo chão, meu rosto ficando quente com a avaliação minuciosa que minha amiga estava fazendo.

- Algo que você queira compartilhar? - quis saber ela, inclinando a cabeça para o lado.

- Neste momento, não - respondi com firmeza, mas dando um pequeno sorriso, tentando ao máximo fazer minha resposta não parecer defensiva.

Não sabia se tinha funcionado. Queria tanto contar para Patrícia, e para todos eles na verdade, assim como contei para Kássia sobre meu beijo com Oliveira. Mas algo que fazia-me sentir calafrios me impedia. Minha avó era a única pessoa a quem confiei plenamente meus reais sentimentos por Ludmilla. O papo confidencial e tranquilo que tive com Mercedes na noite anterior, depois que Mia e Harrison foram dormir, havia sido completamente diferente das conversas com minha mãe e com Kássia. Tinha sido fácil, franco e repleto de risadas.

Minha avó ainda me atualizou sobre as últimas fofocas do clube de bridge, inclusive um senhor bonitão, Roger, que era seu novo parceiro de golfe.

- Ele é curto e grosso - revelou minha avó, rindo - Do jeito que eu gosto.

Encolhida no sofá com um chá de camomila, me deixei viajar no tom de voz suave e nas suas palavras gentis. Adorava como Mercedes sabia o que dizer para me fazer sorrir, e o entusiasmo que a velha senhora emitia tinha começado a afastar a ansiedade sombria que habitava em mim desde que a viagem começara. Fiquei rindo e meu sorriso era totalmente genuíno enquanto minha avó detalhava sua implicância para com a nova participante de sua turma de salsa. "Uma biscate, minha querida" tinha sido sua descrição sem papas na língua.

- Então - disse ela - O que há de novo com você? Senti saudades.

Suspirei, puxando um fio solto da minha calça de moletom.

- Também senti, avó - confessei - Estou... Estou bem. Ocupada.

Ela deu um leve suspiro.

- Brunna, sei quando minha única neta não está sendo ela mesma.

Ri sem nenhuma alegria e enrolei o braço livre em torno de mim mesma.

- É complicado.

- Que aspectos da vida não são? - questionou com gentileza - Querida, eu te amo muito e quero ajudar, se puder.

- Obrigada.

- Sei das preocupações de sua mãe, Brunna. É a função dela.

- Eu sei - concordei com um suspiro exasperado - Mas ela se preocupa demais. Sou adulta, abuela. Posso tomar minhas próprias decisões. Posso cuidar de mim mesma.

- Não tenho dúvidas, minha querida. Você sempre foi tão forte. Tão parecida com seu pai.

- E teimosa como minha mãe? - perguntei de maneira sarcástica.

Minha avó riu.

- Com certeza - ela ficou em silêncio por um instante - Sei que seu trabalho preocupa muito sua mãe, mas tenho muito orgulho de você. Espero que saiba que pode conversar comigo sobre qualquer coisa. Tenha absoluta confiança em mim, meu anjo.

Fechei os olhos e repousei a cabeça no sofá, ciente da sinceridade das suas palavras.

- Eu... Eu estou... - bati a mão na testa em uma tentativa de amenizar a palpitação persistente atrás dos meus olhos - Deus, não sei nem por onde começar.

- Comece do começo - encorajou.

E foi o que fiz. Mercedes ficou animada ao ouvir sobre Arthur Kill e as aulas particulares com Ludmilla. E ficou surpresa, quando falei sobre meu beijo com a mulher que estava lentamente roubando meu coração. Mas, sendo uma romântica incorrigível, minha avó prometeu que estaria do meu lado em todos os passos do caminho, chegando até mesmo a convidar Ludmilla para ir a Chicago no Dia de Ação de Graças.

- Quero conhecer a mulher que trouxe esse sorriso de volta ao seu rosto - falou, emocionada. Não sabia ao certo se eu e Ludmilla já estávamos no estágio de conhecer a família uma da outra, mas prometi pensar no assunto. Não conseguia expressar quanto o apoio e a confiança de minha avó significavam para mim. Palavras simplesmente não pareciam suficientes - Só me prometa que vai tentar conversar com sua mãe, Brunna - pediu - Você não precisa contar tudo, apenas tente.

- Prometo.

Mas, ao tocar no assunto de meu trabalho aquela manhã, fui recebida com bufadas e dedos tamborilantes. Mia me interrompia constantemente com comentários críticos e venenosos. Seu tom de voz era no mínimo condescendente e desdenhoso, e a minha paciência começou a se esgotar. Algo estava prestes a explodir dentro de mim. Estava farta daquele papinho "ah, é tão perigoso". Só queria, uma vez na vida, ser tratada como adulta. Queria compreensão, não julgamento.

À medida que a festa se desenrolava, a conversa tranquila e educada começou a ficar séria entre Patrícia, Kássia e Mia, enquanto eu permanecia no canto da sala, sorrindo gentilmente para aqueles que se aproximavam e diziam palavras tão respeitosas acerca do meu pai.

A distância inexplicável entre mim e Kássia, juntamente com os olhares exasperados de minha mãe, faziam meu coração doer.

- ... fora do presídio com aquela marginal, Oliveira.

Mia cuspiu o nome de Ludmilla como se fosse um palavrão, chegando aos meus ouvidos e me fazendo afastar do meu posto seguro perto da parede e me meter na conversa.

- Mãe, ela não é... - comecei uma explicação, mas parei quando três pares de olhos desaprovadores pairaram sobre mim. O peso em meu estômago aumentou e fiquei tentando entender porquê. Mesmo estando rodeada de minha família e dos meus amigos, me sentia tão sozinha. A voz de Oliveira era tudo o que queria ouvir. Precisava conversar com ela e me reconfortar em sua sinceridade extrema, precisava da garantia de que os riscos que estava disposta a correr com ela valeriam a pena - Deixe para lá - murmurei antes de pedir licença e correr escada acima até ao banheiro, com Leo me seguindo logo atrás.

Deixando o cachorro no corredor, fechei a porta e apoiei a testa nela. Deus! Estava me sentindo sufocada. Eu queria meu pai. Queria ver o rosto dele, ouvir sua voz calma e paciente e sentir seu cheiro quente e intenso de cerejas. Ele saberia o que dizer para consertar tudo. Ele sempre sabia. Ou então me apertaria contra seu peito com tanta força que eu esqueceria porque estava tão chateada.

As lágrimas ameaçaram cair, mas aquela não era a hora. Peguei o celular e digitei uma mensagem rápida para Oliveira. Os meus polegares voavam na tela.

Eu: Está ocupada? Quer conversar?

A batida na porta do banheiro coincidiu com o momento em que pressionei o botão de "enviar". Abrindo a porta lentamente, me surpreendi ao ver Kássia parada do outro lado.

- Oi.

- Oi - respondeu - Você está bem?

Chega de balela. Cartas na mesa.

- Não.

Os seus olhos fitaram o chão.

- Não achei mesmo que estivesse.

Ergui os ombros inquisitivamente.

- O que está acontecendo, Kássia? - perguntei - Sinto que estou por fora de alguma coisa. Você acabou me apoiando naquela noite. Ficou lá sentada comigo enquanto eu abria meu coração em relação a Oliveira e agora... Sei lá.

- É... difícil de explicar.

- O que é difícil? Achei que você estivesse do meu lado. Isso tudo é por causa de Wynonna? - sua cabeça se ergueu de supetão. Fechei os olhos de arrependimento - Lamento se dei a entender qualquer coisa a ela, mas só quase nos beijamos aquela única vez e fui clara quanto a levarmos as coisas devagar, isso se levássemos. Estou tão confusa com relação a tudo. Eu não...

O rosto de Kássia foi tomado por uma expressão incrédula.

- Você... está dormindo com Oliveira?

Meu temperamento esquentou.

- Não que isso seja da sua conta, mas não, não estou.

- Isso está saindo de controle, Brunna. Você nem sequer a conhece - continuou, tornando-se incisiva - Ela contou a você sobre todas as vezes que foi presa, contou os motivos?

- Como é que...

- Sua mãe tem razão. Você está se colocando em risco, seu trabalho, sua...

- Você não a conhece. Ela é diferente.

- Ah, Brunna, por favor - cruzou os braços - Esse é o tesão falando, nada mais.

- Não fale comigo como se eu fosse criança, Kássia- censurei, me aproximando dela - Já basta a minha mãe. Não preciso ouvir isso da minha amiga.

- Estou falando com você como uma criança porque você está agindo como tal, e porque a amo e quero o melhor para você. E também porque fiquei de boca fechada por tempo demais. Ela é sua aluna e uma criminosa, Brunna. Você está colocando a sua carreira em risco por uma paixonite estúpida que não vai dar em nada.

- E o que é que você sabe sobre essa história toda?

A minha voz soou bem mais alta do que pretendia.

- Sei um bocado mais que você - revelou.

- Então por que não me esclarece, hein?

- Está tudo bem aqui? - a voz preocupada de Patrícia veio do topo das escadas.

- Não - respondi sincera. Patty olhou nervosa para a noiva, que olhou de volta para ela balançando a cabeça de leve. As minhas mãos pararam firmemente no quadril enquanto olhava para ambas - Parece que estou um pouco por fora aqui. Alguém vai me contar o que está acontecendo?

Kássia pegou a mão de Patrícia . Seus olhos eram determinados, porém cautelosos, quando ela respirou fundo e disse:

- Ela é uma das donas da empresa WCS, dos Marvilas.

Vi os olhos de Patrícia fitarem o chão.

- Quem é uma das donas da empresa WCS? - perguntei, impaciente.

Quando Kássia abriu a boca para responder, meu celular começou a cantar em minha mão. Fiz uma careta e olhei para a tela. Ludmilla . Kássia se esticou para tocar na tela do celular com o dedo.

- Ela é uma das donas da empresa WCS.

Lentamente apertei o botão de "recusar" enquanto as palavras dela zumbiam em minha cabeça, meu cérebro tentando conferir o sentido delas, colocando em uma ordem que conseguisse entender. Ludmilla era uma das donas da empresa WCS, Kássia já a conhecia muito antes. Mas isso significava...

- Meu Deus.

Perdi o equilíbrio e me agarrei à porta.

Wynonna.

Patrícia tentou me segurar, mas empurrei o seu braço para longe. Kássia pareceu imediatamente arrependida.

- Eu queria lhe contar, mas...

- Você a conhecia - sussurrei. A minha cabeça martelava com uma emoção tão pesada que quase me fazia cair de joelhos - Você a conhecia e nunca me falou. Quando lhe contei sobre o beijo com Oliveira...

Patrícia engasgou.

- Você a beijou?

- Sim - respondeu Kássia com firmeza - Eu a conhecia.

Bati a mão na porta do banheiro. Tudo começava a se encaixar: a distância entre mim e Kássia , seus olhares pesados juntamente com os de Wynonna quando contei onde trabalhava e sobre a condicional de Oliveira. A falta de sinceridade delas berrava dentro de mim.

- Você podia ter me contado em qualquer momento, qualquer uma de vocês podia - disse, enfurecida - E Wynonna! Mas todas vocês escolheram não contar porque, como todas as outras pessoas na minha vida, vocês me tratam como uma criança que não sabe nada da vida.

- Eu achei que você fosse superar isso - protestou Marvila - Pensei que fosse passar para outra antes de se envolver demais. Todos nós pensamos que se você desse uma chance a Wynonna...

- Espere. "Nós"?

- Wynonna me contou que Oliveira já teve alguns problemas sérios. Ela não é flor que se cheire e é sua aluna, Brunna . Você entende as consequências disso? Você beijou sua aluna!

- É. Beijei. Duas vezes - explodi - E gostei muito!

- Brunna Coelho!

Todas nos viramos ao ouvirmos a voz de minha mãe. Ela estava parada com uma expressão de nojo direcionado em minha direção.

- Você... Você beijou aquela... aquela mulher? - perguntou ela, seu tom de voz perigosamente baixo.

Sem ar e tentando entorpecer a vergonha do que estava prestes a fazer, empurrei Patrícia e Kássia do caminho e segui em direção ao meu quarto. Meu cérebro estava me deixando quase histérica. Nós? Todas elas sabiam, todas tentaram me manter longe de Oliveira. A nova amizade formada entre minha mãe e Kássia, a persistência de Wynonna. Tudo fazia sentido agora. Me senti enjoada.

- Preciso sair daqui - murmurei, entrando como um furacão dentro do quarto e pegando minha mala, enfiando nela os artigos de higiene e as roupas do dia anterior.

Colocando-a no ombro, me virei, quase derrubando minha mãe, que estava parada na porta.

- Aonde você vai?

Mia olhou para a mala e para minha mão, que a segurava com muita força.

- Desculpe, mas preciso... Preciso sair daqui, mãe - respondi, evitando o seu olhar que me faria sentir pequena e miserável ao mesmo tempo - Desculpe.

- D-desculpar? - gaguejou - Você não vai a lugar algum. Você vai ficar aí e me explicar que diabos está acontecendo!

Mas eu sabia que não podia, não iria explicar. Estava rodeada de pessoas que se recusavam a entender, pessoas que mentiram para mim e me tratavam como uma estúpida. Havia muito para processar, muitas perguntas sem respostas. Eu precisava ficar sozinha.

- Não posso, mãe. Tenho que ir... Só por esta noite.

Aquilo era mentira. Soube assim que as palavras saíram de minha boca. Meu plano era entrar no carro e não parar até que a gasolina acabasse.

- Não vou permitir, Brunna Coelho. Você vai largar essa mala, se recompor e pedir desculpas a Kássia e Patrícia . Como ousa se comportar dessa maneira?

Dei uma risada sarcástica.

- Pedir desculpas? Eu? Não tenho nada por que me desculpar!

- Chega! Pelo que ouvi hoje à noite, há muitas coisas pelas quais você precisa se desculpar - seus olhos se arregalaram, descrentes - Meu Deus, Brunna, o que você estava pensando? Ela é perigosa.

Coloquei as mãos na cabeça.

- Meu Deus!

- Ela é exatamente como aquelas criaturas que mataram seu pai: cruéis, sem coração. É com alguém assim que você quer ficar? Você entende quanto está me machucando? Quanto você estaria machucando seu pai se ele estivesse aqui?

Fiquei sem ar, olhando desesperançosa para minha mãe. Meus olhos começaram a arder em lágrimas furiosas.

- Lamento ter decepcionado você - passei por minha mãe, segurando os soluços - Preciso sair daqui.

Mia segurou meu braço.

- Você não vai embora. Você está aqui por seu pai!

Aquilo foi a gota d'água.

- Sei por que estou aqui, mãe - gritei - Eu estava lá na noite em que aquelas criaturas o mataram, lembra?

O choque do tapa no lado esquerdo do meu rosto ardeu muito mais do que o tapa em si. Minha mãe nunca tinha me batido antes, mas, lá no fundo, por baixo de toda a raiva confusa que estava consumindo minha alma, sabia que tinha merecido. Percebi o ofego de Mia, mas não fiquei para ouvir o que ela precisava dizer. Libertei o braço dos seus dedos, saí do quarto como um furacão, passando por Kássia e Patrícia e desci as escadas correndo. Larissa estava lá embaixo, completamente perplexa.

- O que está acontecendo?

Ela me seguiu até à saleta dos casacos.

- Me empresta o seu carro? - gaguejei, pegando meu casaco.

Eu podia ouvir as vozes de minha mãe e de Patrícia ficando mais altas enquanto elas desciam as escadas. Larissa balançou a cabeça.

- É alugado. Não posso - ela fez um carinho no meu braço - Fique e vamos resolver isso.

Uma mão pequena e pálida apareceu em meu braço, segurando um chaveiro com as chaves de um carro.

- Pegue o meu, querida - disse minha avó. Virei-me para ela, surpresa - Vai ser uma desculpa para você voltar.

- Avó - choraminguei, pegando as chaves - Lamento muito, muito mesmo. Não posso expli... Oh, Deus. Eu só... Eu preciso...

- Eu sei - interrompeu com um pequeno sorriso de compreensão e colocou a mão no meu rosto. Ela acariciou minha bochecha com o polegar - Vá. Eu cuido de sua mãe.

Sussurrei um "obrigada" e, com a mala na mão, corri para fora, em direção ao Jaguar XJ, destrancando-o ao me aproximar. Joguei a mala dentro, coloquei a chave na ignição e pisei fundo enquanto acelerava pelo caminho de entrada, me distanciando dos meus amigos e da minha família. Tentei ao máximo ignorar o alívio intenso que me consumiu à medida que os quilômetros passavam e torci para que a culpa tomasse seu lugar.

Nunca tomou.

🍃Ludmilla Oliveira🍃

Estava tendo uma semana horrível. E, como era uma babaca, tinha tornado a semana de todo o mundo uma porcaria também. Sabia que andava de pavio curto com os caras do trabalho e minhas sessões de aconselhamento e visitas domiciliares haviam sido repletas de grunhidos nada cooperativos e sacudidas de ombros.

A única coisa boa daquela semana tinha sido minha aula com Niall. Eu enchera de porrada todos os equipamentos em que consegui encostar e, apesar daquilo ter feito me sentir melhor, ainda estava nervosa pra caralho. Aquilo estava começando a me deixar louca. Por isso tinha decidido ficar em casa em um sábado à noite enquanto Zack e os amigos dele iam para a balada. Realmente não estava no clima para os problemas de Zack. O rosto do idiota ainda estava um caos completo, mas ele estava determinado a sair, encher a cara e foder qualquer coisa que respirasse em vez de lidar com a própria dor. De novo.

Acendi outro cigarro e comecei a dedilhar os acordes iniciais de "Strangers", de Halsey, em uma tentativa de relaxar. Dei mais uma olhada para o celular. Não. Nenhuma notícia ainda.

A razão pela qual estava uma pilha de nervos era simples. Pêssegos. Aquela mulher iria me causar um ataque cardíaco bem antes de qualquer maço de Marlboro ou bebida alcoólica. Lidar com o fato dela estar longe por uma semana era uma coisa. Ela me ignorando, depois de termos trocado mensagens três dias antes, era outra.

Por nada no mundo conseguia entender aquilo. A última notícia que tive dela era uma mensagem perguntando se podia conversar. Tinha gostado do fato de ela ter mandado mensagem e gostava ainda mais de ela querer conversar. Para falar a verdade, nunca tinha tido um relacionamento com uma mulher que englobasse conversas ao telefone. Mas estava mais que entusiasmada para conversar com Pêssegos.

Empurrei o celular silencioso pelo couro. Não ia ligar para ela de novo. As outras quatro vezes que tinha tentado ligar caíram na caixa postal e minhas sete mensagens não tinham sido respondidas. Passei a mão pela nuca, a fim de aliviar a queimação que estava me afligindo há dias e continuei dedilhando e cantarolando.

A batida na porta do meu apartamento foi tão inesperada quanto inconveniente. Se Zack achava que podia aparecer e me arrastar para a balada, ele teria uma bela surpresa.

- Vai se foder - murmurei, soltando as cinzas do cigarro no cinzeiro cheio.

Mas as batidas retornaram e, dessa vez, não cessaram. Jogando o violão no sofá, atravessei o apartamento descalça como um furacão até à porta. Girando a maçaneta, ainda murmurando palavrões, abri a porta com tudo, pronta para socar qualquer desgraçado que estivesse perturbando minha desoladora festa de uma pessoa só. Segurando a porta antes que ela batesse na parede, a expressão feroz em meu rosto afundou como uma pedra na água.

- P-Pêssegos? - ela estava parada ali, parecendo levemente bêbada, de jeans preto justo e um moletom vermelho. Pela primeira vez, ela estava usando chinelos. Seu cabelo estava preso em um rabo bagunçado e os olhos estavam vermelhos e borrados de rímel, como se ela tivesse passado dias chorando, ou pela maneira como ela estava balançando, bebendo - O que você está fazendo aqui?

Ela se apoiou no caixilho da porta e esboçou um sorriso, mas foi forçado e desapareceu rapidamente. Os seus olhos estavam vazios, sem seu brilho usual.

- Vim ver você - respondeu com uma cutucada brincalhona no meu nariz. Franzi a testa - Posso entrar?

- Hum, sim, sim, claro - respondi.

Observei-a entrar como um animal tímido e fechei a porta. Mantendo a mão na maçaneta, fechei os olhos por um instante, tentando me recompor. Respirei fundo, me virei e a encontrei olhando diretamente para mim de uma maneira que fazia meu coração disparar.

- Pêssegos - comecei - Como você sabia onde...

As minhas palavras foram engolidas pela boca de Brunna quando ela a pressionou contra meus lábios. Ela me atacou com tanta força que minhas costas bateram com tudo na porta atrás. Minhas mãos estavam repentinamente por toda a parte de seu corpo: seu cabelo, seu rosto, seu peito e ah... sua maravilhosa bunda.

Ela era deliciosa. Tão deliciosa, pressionada contra mim, ávida por mim, me querendo. Fiquei imaginado se ela estaria molhada e gemi quando a sua língua veio ao encontro da minha. Brunna grunhiu alto em resposta e pressionou os quadris contra os meus, implorando por mim. Eu queria possuí-la, com força, ali mesmo, espremidas contra a porta, mas tudo aquilo parecia simplesmente... errado?

Ela me beijava com um desespero que não era sexy. Era carente e cheio de pânico. As minhas mãos, que apertavam sua cintura, subiram até seu rosto, e me afastei. Brunna ofegou no meu rosto, com os olhos fechados e os lábios ainda fazendo um biquinho delicioso.

- Pêssegos - chamei antes de engolir em seco - Droga. Só... espere um segundo.

- Não - respondeu, seus olhos queimando nos meus - Eu quero você. Quero você agora - ela lambeu meu pescoço - Dentro de mim, me fodendo, me possuindo

- Caraaaalho - gemi, girando os quadris contra ela, pressionando minha ereção na barriga macia de Pêssegos.

- Isso! - ela prendeu meu lábio inferior entre os dentes - Sei que você está com tesão, Oliveira. Diga que você me quer. Diga que você me quer e que você quer isso tanto quanto eu.

- Querer? - rosnei, incrédula. Abaixei-me, agarrando a parte posterior das suas coxas, e a ergui do chão para que as suas pernas se enrolassem em minha cintura, o calor dela pressionado perfeitamente contra meu umbigo - Pêssegos, eu não quero você assim...

Pressionei o rosto contra o seu pescoço, inspirando o aroma de seu cabelo de pêssegos, e mordi sua pele, fazendo-a ofegar. Chupei o lóbulo de sua orelha.

- Meu Deus Oliveira- ergui o rosto e posicionei o nariz ao lado do seu - Eu preciso disso, porra.

Nossos lábios se encontraram de novo, apaixonados e primitivos. Nunca tinha vivenciado nada parecido. Era arrebatador, inebriante. Aquilo tomou o meu corpo, pronto para entrar em erupção como um vulcão: pronto para entrar em erupção dentro dela. As suas mãos agarraram minha nuca enquanto atravessávamos a sala de estar, tropeçando no sofá. Apoiei-me no sofá por um segundo enquanto minhas mãos subiam e passavam por debaixo do moletom dela, sua pele macia nas minhas mãos.

Voltando a me mover com um grunhido, enquanto Pêssegos levava sua boca até meu maxilar e começava a mordiscar do jeito mais sexy e sensual possível, fui para o quarto, querendo por tudo o que era mais sagrado que a cama fosse nos encontrar na metade do caminho. Estava mais excitada do que já tinha estado em toda a minha vida quando meus joelhos bateram na lateral da cama. Gonçalves afastou os lábios dos meus e puxou meus ombros com força, derrubando-me e fazendo-me cair na cama, em cima dela. A sensação das pernas de Brunna enroladas na minha cintura enquanto a prendia na cama era incrível.

Inclinei o pescoço dela para trás e comecei a beijar, lamber e morder de seu pescoço até sua clavícula e até ao pescoço de volta. Fiquei repentinamente frenética com a necessidade de consumi-la: cada parte dela. Não havia palavras para descrever o gosto de Brunna. Nenhuma fantasia minha tinha sequer se aproximado. "Perfeição" parecia insanamente adequado. Grunhi, pressionando os quadris contra o seu corpo de novo, faminta por qualquer atrito e observando-a, surpresa, enquanto ela curvava as costas de prazer. Tinha que penetrá-la, precisava possuí-la, tinha que senti-la em torno de mim.

Ergui o tronco e analisei o seu rosto em busca de qualquer sinal de hesitação. Se encontrasse algum, ficaria devastada, mas precisava saber se ela tinha certeza. Podia sentir o cheiro doce de Amaretto em sua respiração, o que significava que ela não estava tão sóbria quanto gostaria, mas a maneira como respondia ao meu toque sugeria que estava tão pronta quanto eu.

Nossos olhos se conectaram e um lampejo de algo de cortar o coração atravessou o castanho das suas íris. Afastei-me, preocupada.

- Pêssegos - murmurei, mas os dedos de Brunna pressionaram meus lábios com força.

- Não - sussurrou - Não pense. Por favor. Preciso que você não pense e só fique comigo.

Ela puxou meu rosto de volta para o seu e me sufocou com beijos demorados que me deixaram em chamas. Eu tentei ouvir meu instinto, tentei ouvir a parte sensível de meu cérebro, mas sua boca e suas mãos me distraíam demais. Engolindo minha consciência em um único e longo gole, peguei no zíper do seu moletom e o abri em um movimento fluido.

Deus. Sem sutiã.

Lambi os lábios e só fiquei olhando. Ela era maravilhosa, seus mamilos enrijecidos ansiavam por meus lábios e pela minha boca.

- Você é... Deus, você é perfeita.

Antes que ela pudesse responder, minha boca envolveu seu seio direito, onde esvaziei as bochechas e chupei o mais forte que consegui. Frutas doces. Os seios dela eram tão perfeitamente preenchidos em minhas mãos. Com um gemido gutural, as pernas de Pêssegos se apertaram ainda mais em torno de mim e suas unhas arranharam o tecido de minha camiseta. Ela ofegou e choramingou entre meus cabelos.

- Preciso sentir você - grunhiu, puxando a bainha da minha camiseta - Por favor, me deixe sentir você contra mim.

Sem hesitar um segundo, soltei o seu mamilo, agarrei a gola da minha camiseta e a arranquei. A esmaguei de volta no colchão, grunhindo com a sensação da pele desnuda dela contra a minha. Agarrei suas mãos e as puxei para cima da sua cabeça, prendendo-as no colchão. Nossas línguas se encontraram de novo em pleno ar, contorcendo-se e dançando em meio a gemidos suaves e confissões silenciosas de sensações grandiosas e assustadoras demais para serem ditas em voz alta. Pêssegos entrelaçou seus dedos nos meus e ergueu a cabeça da cama, buscando urgentemente o que eu estava mais que disposta a lhe dar. Queria dar a ela tudo, qualquer coisa. Porra, já tinha dado. Sabia, em meu coração, que eu era dela.

- Diga - murmurou ofegante contra meu rosto quando comecei a lamber seu maxilar - Diga que você me quer. Eu preciso... Eu preciso ouvir. Preciso ouvir.

Rosnei no seu peito.

- Eu quero você - os meus dentes rasparam em seu pescoço - Sempre quis. Minha vida toda.

- De novo - grunhiu, sua voz trêmula - Me diga que isto é certo. Me diga que nós estamos certas.

Perplexa com as palavras de Brunna, olhei para cima. O que vi sugou cada grama de ar que havia dentro de mim. Os seus olhos estavam fechados, apertados, seu rosto era quase uma careta de dor e um pequeno brilho podia ser visto no canto interno de seu olho direito. Ela estava chorando.

- Pêssegos - sussurrei, erguendo o tronco, apavorada de ter feito algo errado, algo que ela não queria - O que aconteceu? Eu... Eu fui bruta demais?

Droga, pela primeira vez tinha tentado ser carinhosa. Ela balançou a cabeça de um lado para o outro, mantendo os olhos fechados.

- Você jamais me machucaria - murmurou - Não é, Oliveira? Eu sei que você nunca me machucaria nem mentiria para mim. Certo?

- Nunca - respondi, minha garganta se fechando de medo e confusão - Por favor, olhe para mim - ela permaneceu em silêncio, mantendo os olhos fechados, mas a lágrima solitária que escorria por seu rosto falava muito - Por favor, Brunna Coelho - implorei com uma voz que nem eu mesma reconheci - Por favor, fale, você está me assustando.

Os seus olhos, então, se abriram. O fogo que havia neles era tão forte que por um momento fiquei sem palavras.

- Do que você me chamou?

Fiquei olhando para ela, perplexa. Dei de ombros.

- Chamei você de Brunna Coelho - disse em um tom calmo - Porquê?

- Você nunca me chama assim - retrucou venenosamente.

- Eu sei, eu só... Simplesmente saiu.

- Saia de cima de mim.

Hesitei.

- O quê?

- Saia. De. Cima. De. Mim!

Ela se desvencilhou das minhas mãos e me empurrou com tanta força que caí de costas, quicando no colchão.

- Mas que porra aconteceu?

Ela não respondeu. Em vez disso, pegou o moletom, as mãos tremendo e o rosto retorcido de raiva. Eu a observei, desamparada.

- Pêssegos! - gritou ela, colocando o moletom - Você sempre, sempre, sempre me chama de Pêssegos!

- Eu sei, mas...

- Só minha mãe me chama de Brunna Coelho! Minha mãe. Por que hoje, hein? Por que você me chamou de Brunna Coelho hoje?

Ela nem sequer olhava para mim enquanto se atrapalhava para fechar o zíper. Ela parecia perto de perder o controle.

- Não sei - berrei de volta. Esfreguei as mãos no rosto, frustrada - Será que você pode respirar por um segundo? Que porra está acontecendo?

Os seus olhos se voltaram para mim, enormes e ferozes.

- O que está acontecendo? Vou dizer o que está acontecendo. Vim aqui para uma transa boa e forte, que eu achava ser algo certo, e tudo o que consigo é essa porcaria dessa sua boca. É isso que está acontecendo, Oliveira.

Mesmo que as suas palavras machucassem, a fúria dentro de mim pesava mais que qualquer outra coisa. Saí voando da cama, chegando antes dela à porta do quarto, bloqueando a passagem com cada centímetro de meu corpo.

- Saia da minha frente! - exigiu ela, indo para a direita e tentando passar por debaixo do meu braço. Ela era forte, mas não ia ceder.

- Não até que você me conte qual é o seu problema - rosnei, sabendo que, se gritasse, as paredes iriam desmoronar.

- Você é o meu problema.

Ela me empurrou de novo. Permaneci firme e, pela primeira vez desde que tínhamos entrado no quarto, vi um relance de luz brilhar nos seus olhos. Eu a tinha surpreendido.

- Converse comigo.

Ela foi para a esquerda e me empurrou.

- Não!

- Abra a boca e fale, porra!

- Não!

Analisei o rosto de Brunna, vendo apenas lágrimas, raiva e uma tristeza profunda.

- Por quê? Por que você está no meu apartamento, parecendo um caco, depois de ter me ignorado por dois dias? - a força dos braços dela desapareceu e seus dedos começaram a se agarrar à minha pele. Aquilo doía, mas eu estava determinada - Por que está aqui, querendo que eu coma você, hein? Isso é um jogo? Sou algum tipo de piada doentia de reabilitação para você?

Gonçalves se endireitou e me fitou.

- Uma piada - repetiu - Meu Deus, Oliveira. Você pensa que acho alguma coisa engraçada nessa situação?

- Como é que vou saber? - perguntei secamente - Você não me diz nada - bati a mão na porta, frustrada - Sou ignorada ou ouço meias-verdades e mensagens confusas - ela inspirou fundo e se afastou de mim, puxando as mangas por cima das mãos. A sua expressão era desolada e sofrida - Que diabos aconteceu com você esta semana?

Tudo em que conseguia pensar era que alguém a tinha machucado e, se isso fosse verdade, o desgraçado ou a desgraçada iria pagar pelo que tinha feito.

Brunna começou a andar de um lado para o outro, resmungando palavras truncadas. Ignorando o comportamento atípico que estava presenciando, dei um passo hesitante na direção dela, me afastando lentamente da porta. Assim que ela percebeu meu movimento, tentou uma fuga louca em direção à liberdade. Movi-me para pará-la e, em sua pressa para se livrar de mim, ela escorregou no chão de madeira e caiu em cheio nos meus braços.

- Pêssegos, por favor - implorei quando nós duas caímos desajeitadas, uma por cima do outra, no chão.

Ela ainda estava lutando contra mim, exigindo que a soltasse, mas não cederia.

- Não posso - soluçou - Você... Você precisa me deixar ir.

As suas mãos empurravam meu peito desnudo, apenas coberto por um sutiã preto. Sua força foi diminuindo à medida que os soluços a dominavam.

- Não vou deixar você ir. Não ligo a mínima para o que fizer.

Segurei seus pulsos, para que parassem de se agitar, e olhei fundo em seus olhos banhados de lágrimas.

- Não posso. Não posso ficar aqui. Todo o mundo odeia... Estou sofrendo, eu... Oliveira.

Aninhei a sua cabeça sob meu queixo e acareciei seu cabelo em uma tentativa de acalmá-la.

- Shhh. Estou aqui. Estou aqui. Não vou deixar você. Nunca vou deixar você.

Os pequenos ombros dela tremeram e, quando afrouxei os dedos que envolviam seus pulsos, ela jogou os braços em torno do meu pescoço e me abraçou com toda a força. E aquilo era bom. Queria que ela me abraçasse. Queria acalmar a dor que Brunna estava sentindo e, então, encontrar o culpado e fazê-lo pagar caro.

- Quero meu pai - choramingou no meu pescoço, deixando minha pele molhada de lágrimas.

Congelei, minhas mãos ficando imóveis no seu corpo.

- O quê?

- Meu pai. Eu sinto tanta, tanta falta dele.

- Eu sei - fechei os olhos e dei um beijo carinhoso na sua cabeça - Eu sei, meu bem.

- Eu lamento. Eu lamento muito - repetiu ela, cada palavra pontuada por um soluço leve.

Continuei acariciando seu cabelo, dando beijos suaves em sua cabeça.

- O que você lamenta?

- Eu... Eu não podia ajudá-lo. Não podia pará-los. O que eles fizeram com ele. Eu não podia pará-los - os seus braços apertaram meu pescoço ainda mais - Ela me disse para correr. Eu não devia ter corrido.

O meu coração quase explodiu. Ela se lembrava? Ela sabia que eu a tinha afastado de lá, que a tinha salvado?

- Hoje - sussurrou - Faz dezasseis anos hoje e eu sinto muito, sinto demais a falta dele Lud.

Por fora, estava imóvel. Por dentro, meu cérebro movia a mil quilômetros por segundo. Já fazia dezasseis anos desde que nos tínhamos se encontrado pela primeira vez, sob circunstâncias tão violentas e pavorosas.

- Foi hoje?

Os dedos de Brunna pressionaram minha nuca e seu nariz deslizou por meu maxilar. Fechei os olhos. Puta merda. Abracei ela mais forte, enterrando o rosto no espaço entre o seu pescoço e o seu ombro. Pêssegos era tão perfeita nos meus braços, tão macia e delicada.

Imagens e sons daquela noite horripilante surgiram por trás de minhas pálpebras e dentro da minha cabeça: seus gritos, seu choro, o tiro, a cor de seu vestido e a palidez de sua pele.

- Eu senti tanto a sua falta - choramingou - Senti tanto a sua falta esta semana, Lud. Não consegui parar de pensar em você - ela deu um beijo em meu ombro - Estava com toda a família à minha volta e tudo o que eu queria era você.

Os meus olhos se abriram com o som das suas palavras e a sensação dos seus lábios em minha pele.

- Shhh, você está aqui agora - respondi - Vou cuidar de você.

Após um instante de silêncio, enfiei o braço livre por debaixo dos seus joelhos e a pressionei contra mim, em segurança. Depois de algumas tentativas, sobre pernas oscilantes, consegui me levantar, carregando-a nos meus braços. Caminhei lentamente até à cama, meu nariz pressionado contra a bochecha molhada dela, enquanto sussurrava palavras reconfortantes.

- Estou aqui. Está tudo bem. Se segure em mim.

Sem deixar nenhuma parte dela escapar, a deitei na cama e a abracei forte. E, assim como tinha acontecido dezesseis anos antes, à porta de um edifício abandonado no Bronx, eu abraçava minha Pêssegos com toda a força enquanto ela chorava pelo pai que tinha sido tirado dela tão cruelmente.

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