Capítulo 22 - Obrigada
"Eu não sabia o que era gostar de alguém até você aparecer na minha vida e mudar tudo de uma vez, para sempre".
🐍▫️Antoinette▫️🐍
Não sabia ao certo quanto tempo tinha andado de moto pela cidade. As únicas coisas que sabia era que estava completamente encharcada e que havia uma garrafa de Jack Daniel's com três quartos de uísque em minha mão. Levei Kala de volta à garagem e estacionei, acionando o descanso lateral para que parasse em pé. Debrucei nela, passando a mão pelo banco de couro onde Cheryl tinha se sentado atrás de mim, em torno do meu corpo. Minha mão tremia, então tomei um bom gole de uísque, soltando um som agudo e prolongado com a queimação. O único conforto que encontrava no calor da bebida era saber que ainda era capaz de sentir alguma coisa. Bufei em desdém e dei mais um gole. Mentirosa. Porcaria de uma mentirosa.
Com os pés pesando como chumbo e o corpo vazio, peguei as escadas, subindo os seis andares até meu apartamento. Não ligava para quanto tempo aquilo iria levar ou para o fato de que teria sido mais fácil pegar o elevador. Tudo o que importava era conseguir chegar até minha cama com meu Jack Daniel's e rezar para dormir por dias a fio. Abri a porta da escada com o ombro, cambaleando um pouco, e congelei com a visão que tive.
Sentada, enrolada como uma bola na porta de meu apartamento, totalmente encharcada e tremendo, estava Pêssegos. Soltei o corpo contra a parede. Um alívio que quase fez-me desfalecer desceu por minhas costas como água quente. Apesar do rímel que cobria metade de seu rosto e do cabelo pingando por todos os lados, ela nunca tinha estado tão linda.
Ficamos olhando uma para a outra por uma eternidade, palavras flutuando entre nós, palavras grandes demais para um corredor tão pequeno como aquele onde nos encontrávamos. Com uma força que não sabia que tinha, afastei-me da parede e comecei a me aproximar dela, lenta e cautelosamente, como se estivesse indo em direção a um animal selvagem. Estava a poucos centímetros quando ela se levantou e largou o peso do corpo, molhado e pesado, contra a porta do meu apartamento. Cheryl parecia tão cansada quanto eu. Com os olhos fixos nos dela e sem dizer uma palavra, peguei as chaves no bolso e a enfiei na fechadura para destrancar a porta. Não tinha certeza, mas acho que a ouvi inspirar fundo quando me aproximei. Mas não ligava. Queria que ela fizesse aquilo. Queria qualquer coisa que ela estivesse disposta a me dar. Se eu era a porcaria de uma mentirosa, então seria a porcaria de uma mentirosa dela.
Pêssegos entrou meio hesitante no apartamento. Larguei a garrafa de uísque no balcão ao lado das xícaras de café que ainda estavam ali desde aquela manhã, quando tudo eram flores e arco-íris, e virei-me para ela, tirando a jaqueta. Cheryl estava ensopada e tremendo de frio.
– Merda – murmurei – Você precisa de uma toalha.
Fiz menção de sair dali, de ir ao banheiro, mas Pêssegos me impediu colocando as mãos com firmeza em minha cintura e pressionando a testa com força no meu peito. Meu corpo tremeu violentamente com aquele contato. Não podia me mexer. Não sabia o que fazer. Na última vez em que tentei tocá-la, ela havia gritado e fugido. Não poderia suportar aquela situação de novo. Então, fiquei ali sem me mexer, vendo seus ombros sendo sacudidos por soluços. Queria acariciar suas costas ou tocar cuidadosamente em seu cabelo... Mas, porra, eu não ousaria.
– Me desculpe – sussurrou. Suas mãos apertaram as laterais do meu corpo com força, a água de minha camiseta escorrendo por seus dedos. Minha garganta se fechou. Gradualmente, fui sentindo suas mãos deslizarem por meu peito, até meu pescoço enquanto ela erguia a cabeça, conectando nossos olhos – Me desculpe mesmo – seus pequenos dedos tocaram minha pele, sua respiração batendo furiosamente em minha clavícula, deixando-me louca de desejo – Me... Oh, Deus, Topaz. Me desculpe – tentei me livrar do nó enorme e emocionado que bloqueava minha garganta enquanto Cheryl continuava sussurrando pedidos de desculpas. A cada palavra dela, mais um pedaço da muralha que tinha construído em torno de mim caía sobre meus pés – Não preciso de uma toalha. Preciso de você – seu corpo tremeu junto ao meu – Preciso tanto de você Toni.
Fechando os olhos, deixei que minha cabeça desabasse sobre a dela.
– Pêssegos, você me tem – agarrei fortemente a parte inferior de sua blusa – Sempre teve.
Ela mordeu o lábio, enquanto passava a mão carinhosamente pela bochecha na qual havia me batido.
– Assim como você me tem.
Ficando na ponta dos pés, Cheryl pressionou os lábios quentes debaixo do meu olho, murmurando mais uma vez palavras de desculpas, implorando por meu perdão e falando o quanto eu significava para ela. Seus lábios perfeitos beijavam lenta e carinhosamente todo o meu rosto: minhas sobrancelhas, meus olhos, minha bochecha, e o canto de minha boca.
Congelei quando sua língua raspou sensualmente no meu lábio inferior. Minhas mãos automaticamente seguraram sua cintura para que conseguisse manter-me de pé sobre os joelhos oscilantes. Eu a queria tanto. Deus, será que um dia Pêssegos saberia o quanto sou louca por ela? Abaixei-me, desesperada por seu toque, e nossos lábios se encontraram no beijo mais suave, mais lento e mais sensual do mundo. Abri a boca para receber a dela, o ar saindo de meu corpo em ofegos e grunhidos trêmulos quando minha língua encontrou a sua novamente. Fechei os lábios e a chupei com volúpia enquanto minhas mãos subiam por debaixo de sua blusa. Meus dedos deslizavam com facilidade na pele molhada, e o beijo ficou mais intenso, com grunhidos emitidos por nós duas. Engoli cada suspiro que ela deu, apossando-me de cada um deles, e a puxei para mais perto, querendo que Cheryl sentisse como estava dura e o quanto ansiava por estar dentro dela.
Suas mãos encontraram a bainha de minha camiseta, tentando puxá-la. Sorri de lado e me afastei para que Pêssegos pudesse finalmente retirá-la. Sua boca foi instantaneamente para meus seios descobertos, livres de qualquer sutiã, lambendo, beijando, mordiscando e deixando-me completamente excitada.
Perfeitos. Os lábios dela eram perfeitos.
– Me desculpe – murmurou, seus lábios ainda na minha pele.
Fiquei de repente desesperada por sentir ainda mais o gosto de sua boca, e espremi seus lábios com os meus mais uma vez, forçando a língua para dentro. Cheryl gemeu alto, abraçando-me apertado mas afastei-me para retirar sua blusa, lamentando os poucos segundos em que nossos lábios não estavam pressionados um contra o outro. Quando a peça caiu, senti-me terrivelmente dolorida de tesão ao ver seus seios apertados no sutiã azul-claro, que tratei de arrancar de seu corpo, gemendo audivelmente ao ver os mamilos que tinha conhecido tão bem na noite anterior. Eles estavam rijos da excitação, e reagiram instantaneamente ao sentir meus dedos.
– Ai, Deus – murmurou extasiada. Continuei a acariciar seus seios, fazendo cada vez mais pressão e vendo sua cabeça cair para trás de maneira prazerosa.
– Gosta disso?
Beijei novamente seus lábios deliciosamente carnudos e Pêssegos segurou meus ombros em resposta. Suas unhas afundavam-se lentamente em minha pele, fazendo-me gemer alto de prazer. Excitada, agarrei os seios firmes dela, massageando vigorosamente a pele macia enquanto seus mamilos se enrijeciam cada vez mais sob minhas palmas.
– Sim – respondeu quase sem fôlego – Por favor. Por favor. Me desculpe. Me desculpe mesmo.
– Pare Cheryl. Você está aqui agora. Só você e eu.
Segurei seu rosto, acariciando a pele molhada, e a beijei carinhosamente. Suas mãos seguraram meus braços com firmeza. Tentei controlar meu desejo, porra, tentei ao máximo, mas o fogo entre nós começou a crescer, e a paixão visível estava deixando nossos corpos em chamas.
Com um rosnado repleto de luxúria, me abaixei e a peguei no colo, sorrindo quando suas pernas e seus braços enrolaram-se firmemente em meu corpo. Instintivamente, segurei sua bunda e grunhi quando seu seio nu deslizou sobre o meu, a água da chuva funcionando como um lubrificante natural. Sem tropeçar dessa vez, a carreguei pelo apartamento até minha cama e a deitei, esparramando-me protetoramente em cima de Cheryl. Deixei que minhas mãos deslizassem por sua pele, subindo pelas laterais de seu corpo, passando pelos seios, pelo pescoço e pela barriga, enquanto ambas ofegávamos e gemíamos em meio aos lábios grudados.
Incapaz de continuar resistindo, minha boca eventualmente seguiu o mesmo caminho de minhas mãos, faminta e ávida por mais de seu corpo. Chupei cada pedacinho daquele paraiso particular que era Cheryl, rosnando ferozmente quando senti a mulher em baixo de mim agarrando fortemente minha bunda e aumentando assim o atrito entre nossos sexos.
– Mais – choramingou nos meus cabelos – Por favor, Topaz. Mais.
– O que você quiser.
Rapidamente minha mão desceu até ao botão de sua calça jeans, abrindo o zíper. Esperei, repentinamente nervosa, querendo me certificar de que Pêssegos estava bem, de que isso era o que realmente queria. Levantei o rosto e olhei para seus olhos, ansiosa.
Diga que você quer isto. Diga que você quer isto tanto quanto eu.
Com um carinho suave senti sua mão em minha bochecha.
– Não pare – sussurrou com os olhos grudados nos meus.
Cheryl ergueu o quadril e comecei a puxar sua calça de maneira lenta. Deixei as articulações de meus dedos deslizarem pelas coxas e panturrilhas dela e ri quando cheguei aos tornozelos e percebi que ela ainda estava de botas.
– Desculpe – gargalhou gostosamente. Apenas aquele som aqueceu meu coração inteiro. Ele era tão puro, tão dela.
– Não tem problema – respondi, beijando seu tornozelo enquanto removia as botas e as meias.
Finalmente livre de quaisquer obstáculos, arranquei sua calça e ajoelhei na beirada da cama, admirando-a. Cheryl era de tirar o fôlego. Feminina. Sexy. Maravilhosa. A pele branca parecia tão macia quanto sabia que era sob as pontas de meus dedos. Gemi baixinho, incapaz de me mover, feliz de simplesmente olhar para ela.
– Topaz – sussurrou, preocupada, abaixando a cabeça – Se você não quiser fazer isso, eu vou entender que depois do que eu disse, e fiz, eu...
Engoli suas palavras com minha boca faminta.
– Eu quero – ofeguei, colando nossos corpos – Eu quero demais – minha mão deslizou por sua cintura, descendo até ao quadril e brinquei com a lateral de sua calcinha – Posso? Posso tocar você?
– Tudo o que eu quero são seus dedos em mim.
– Deus – enfiei a mão debaixo do algodão da calcinha e deslizei os dedos pelos lábios macios e sem pelos – Molhada – grunhi entre dentes, enquanto minha mão a masturbava de cima e para baixo.
Cheryl gemeu, largando-se na cama, puxando-me consigo.
– Para você.
Como se as palavras dela fossem chamas expostas, meus dedos escorregaram por seus grandes lábios em busca do clitóris. Quando rapidamente o encontrei com o polegar, ambas gememos alto com o contato. Meu indicador foi deslizando cada vez mais para baixo, escorregando facilmente na umidade sedosa da região. Fechando os olhos, mordisquei seu ombro, respirando pesadamente em sua pele. A ponta de meu dedo circundou sua entrada provocativamente, fazendo-a implorar por mais. Os movimentos desesperados do quadril de Cheryl, juntamente com nossos gemidos, me excitavam. Não podia e nem conseguia esperar mais. Penetrei-a com um dedo. Quente. Molhado. Transcendente. Pêssegos gritou quando comecei a mover-me de maneira lenta e torturante para dentro e fora de sua boceta. Com a língua circundei seu mamilo, fazendo-a grunhir, agarrando meus ombros.
– Mais.
Penetrei mais um dedo nela e imediatamente aumentei a velocidade. Cheryl gritou, suas mãos agarrando-me com força. Os barulhos molhados que preenchiam o quarto enquanto movia os dedos dentro dela e me deleitava gulosamente em seu corpo, era a sinfonia mais sexy que já tinha ouvido. Meu polegar encontrou seu clitóris novamente, o massageando e apertando. Não consegui resistir mais e comecei a penetrá-la com três dedos. A última coisa que queria era machucá-la, mas, porra, queria tanto estar dentro dela de uma vez que não conseguia parar. Mantive os olhos no seu rosto enquanto bombeava gentilmente e cuidadosamente meus dedos dentro de seu sexo.
As costas de Cheryl arquearam-se e um gemido longo e rouco saiu de sua boca. Céus, ela era magnífica agitando-se e debatendo-se. Meus braços se contraíram e passei estocar mais forte e mais rápido. Queria o orgasmo dela. Queria ouvi-la gritar. Saborear seu gosto e cheirá-lo. Queria possuí-la.
– Topaz. – tentou segurar-me – Oh, eu vou...
– É isso mesmo, Pêssegos – arfei, lambendo seu pescoço, sentindo o gosto forte e salgado de suor – Se entregue – mordisquei o lóbulo da sua orelha – Você é tão gostosa nos meus dedos – lambi seu maxilar – Blossom, o seu gosto é ótimo – chupei seu mamilo com força.
Desesperada para que ela finalmente gozasse, comecei a inserir os dedos com mais força, enqunto esfregava, fazia leves círculos e dava batidinhas em seu clitóris. Gemi deliciada, sentindo Cheryl apertando meus dedos com sua boceta, um claro sinal de que estava gozando enquanto seu corpo pulsava e se contorcia em baixo do meu.
– Caralho... – ofeguei e Blossom esmagou os lábios nos meus, choramingando em minha boca – Caramba.
Deixei que minha mão deslizasse e a provocasse enquanto ela gemia e sussurrava no meu ouvido. As palavras dela eram baixinhas e emaranhadas, mas o tremor do seu corpo dizia tudo o que precisava saber: Ela tinha gostado.
Diminuí a velocidade da mão e enchi o peito dela de beijos, subindo até seu maxilar. Podia sentir sua pulsação acelerar a cada toque de meus lábios.
– Você está bem?
Dei um último beijo delicado em sua boca entreaberta. Pêssegos riu e colocou a mão na garganta. Seus olhos se fecharam, mas podia ver que eles se moviam debaixo das pálpebras. Ela expirou fundo e seus lábios se curvaram em um sorriso elegante.
– Topaz, seus dedos são brilhantes.
Sorri, tirando a mão da calcinha e balançando os dedos à sua frente. A pele de meus dedos brilhava sob a luz e, tinha que admitir, aquilo era a coisa mais sexy que já tinha visto. Bom, isso foi até Cheryl colocar meus dedos na boca e os chupar sensualmente. Meu quadril se mexeu por conta própria ao mesmo tempo que gemi obscenamente alto.
– Oh, Deus! – sua boca contornou cada resquício de seu gozo. Desabei na cama, desesperada pelo clímax. Pêssegos tirou meus dedos da boca com um estalo bem alto e se moveu para beijar-me, segurando meu rosto entre suas mãos. Conseguia sentir perfeitamente seu gosto em minha língua – Que diabos você está fazendo comigo? – grunhi excitada.
Cheryl afastou a boca da minha e começou a beijar meu rosto.
– Quero fazer você se sentir bem – sussurrou – Eu quero você há tanto tempo, Topaz. – abracei-a com força enquanto meus toques e beijos começaram a mudar de suaves e ansiosos para desesperados e frenéticos e seus breves gemidos lentamente se transformando em soluços altos – Foi você – murmurou entre lambidas e mordidas em meu ombro – Meu Deus, Topaz, foi você.
– Shhh. Cher, está tudo bem. Está tudo bem.
– Você me salvou – Cheryl chorava na minha pele – Eu sabia que você era real. Eu sabia. Todo mundo disse que eu tinha imaginado aquilo, que você não era real – ela contornou meu lábio inferior com o dedo – Mas você é.
Os meus ossos se dissolveram com as palavras dela. Pêssegos havia entendido. Aonde quer que ela tenha ido, o que quer que ela tenha feito depois de ter fugido de mim, tinha percebido que aquilo que eu disse era verdade. Eu a tinha salvado.
Cuidadosamente, senti suas pernas enrolarem minha cintura, prendendo-me enquanto chorava em meu ombro.
– Desculpe ter batido em você – falou, enchendo minha bochecha de beijos – Me perdoa, por favor?
Ela continuou a tocar-me enquanto as palavras de agradecimento e compreensão rolavam de sua boca. Não a interrompi. Precisava ouvi-la dizer tudo o que tinha para dizer. Precisava daquele momento.
Cheryl empurrou meus ombros e girou nossos corpos, montando sobre mim. Mantive os olhos fechados, com as mãos em seu quadril, e permiti que meus outros sentidos me dominassem, focando-me em cada parte dela: o calor entre suas pernas, o som de sua respiração, o poder de seu toque e o aroma de seu perfume.
– Você me abraçou – as mãos dela exploravam minha barriga – Me lembro do seu cheiro – ela enfiou o nariz na curva do meu pescoço e inspirou fundo – Era você. Você sussurrou no meu ouvido, me dizendo que eu estava a salvo. Agora eu sei. Sei por que sua voz me faz sentir tão protegida.
Pêssegos encostou a testa na minha e roçou nossos lábios. Meus olhos começaram a arder sob as pálpebras. As fechei, sentindo suas mãos deslizarem por minha pele, subindo pelas laterais até meu pescoço e descendo de volta.
– Cheryl. – sussurrei – Continue me tocando. Toque em todo o meu corpo – minhas mãos subiram, acariciando sua pele – Céus, não pare.
Ela balançou a cabeça, seu cabelo caindo por meu rosto.
– Nunca.
Nossos lábios se encontraram de novo, delicadamente, mas em uma paixão avassaladora.
– Seus braços – murmurou contra meu pescoço – Parece que os conheço tão bem – senti as unhas dela deixando arranhões por meus antebraços até às minhas mãos, onde entrelaçou os nossos dedos – Fortes e protetores – deu um beijo em cada um dos meus cotovelos – Eu nasci para os seus braços, Toni. – sussurrou no meu ouvido – Senti falta deles. Senti falta de você. Senti sua falta a vida toda.
Aninhei-me em seu pescoço, lambendo a delicada coluna até seu maxilar.
– Eu também senti sua falta. Minha Pêssegos – ela sorriu contra o meu rosto – Sempre.
Expirei alto e ansiosamente quando suas mãos desceram aos poucos por meu corpo, contornando os detalhes de meus seios e minha barriga. Quando finalmente chegou aos botões da minha calça, senti a mão de Cheryl segurar meu pau por cima do jeans e alisou todo o meu comprimento, forte e lentamente. Meu quadril se ergueu, ávido, para ir ao encontro do toque incrível de sua mão. Aquilo era insanamente erótico, Pêssegos esfregando meu pau da maneira que estava fazendo. Conseguia imaginar a mão dela na minha pele, me masturbando e fazendo-me suplicar. Puta merda, como iria suplicar. Eu suplicaria qualquer coisa para ela.
Sua mão mantia o mesmo movimento: para cima e para baixo, pegando e esfregando meu pênis fortemente enquanto salpicava beijos nos meus seios e os chupava com volúpia, desejo, tesão. Eu podia ver tudo em seus lindos olhos. A maneira como me olhava ao intensificar cada vez mais a masturbação estava deixando-me fora de mim.
Rapidamente senti meu abdômen começar a ficar tenso.
– Você vai me fazer gozar se... se continuar fazendo isso.
Ela sorriu, segurando meu pau com mais força.
– E isso é ruim?
Peguei seu rosto e puxei sua boca até à minha, quente e faminta.
– Prefiro muito mais estar dentro de você quando isso acontecer.
– Céus, sim.
Ela moveu aquela bunda deliciosa para cima das minhas coxas. Com os olhos bem abertos e excitados, Cheryl olhou para minha braguilha e começou a abrir cada botão, de maneira lenta e cuidadosa. Agarrando os lençóis aguardei que suas mãos me tocassem, esperando ansiosamente pela maciez de sua palma em minha pele. Aquilo seria bom demais.
Girei os quadris impaciente com a demora. Foi então que a olhei e o que vi ateou fogo em cada nervo de meu corpo. Ela estava boquiaberta com meu pau, que explodia por trás da braguilha aberta, e, Cristo, ela parecia faminta por ele, como se quisesse devorá-lo e eu queria que ela o devorasse, que o dominasse, intensamente e desesperadamente. Mas tinha que ter certeza.
Sentei-me, pegando Cheryl de surpresa, e a envolvi em meus braços.
– Não precisamos fazer isso – murmurei, esfregando o nariz no dela em um gesto que esperava que fosse reconfortante – Eu quero você. Sempre quis. Mas quero que seja certo. Quero que seja perfeito.
A expressão em seu rosto suavizou.
– Nós fomos feitas para ficarmos juntas. Você não sente isso?
– Pêssegos – falei, incrédula, beijando seu ombro – Eu senti no momento em que você me reencontrou.
– Então não tenha medo – insistiu, segurando meu rosto com as mãos – Simplesmente fique comigo.
Grunhi, beijando seus lábios e me perdendo nela. Cada maldita parte de mim se perdendo no beijo. Deitei, trazendo-a comigo com as mãos em seus cabelos, segurando-a o mais perto que conseguia. Ela se derreteu, curvando-se sobre meu corpo em um encaixe perfeito.
Lentamente e com a boca ainda fixa na dela, me virei, cobrindo-a novamente, enrolando-me nela dos pés à cabeça. Soltando seus lábios com um movimento rápido da boca e um beijo carinhoso em seu queixo, me ergui sobre as mãos e movi-me de modo a ficar na beirada da cama. Mantendo os olhos nos dela, tirei os coturnos e as meias. Minhas mãos estavam no cós da calça jeans quando vi seus dedos segurando sua calcinha. Sem pronunciar nenhuma palavra, tiramos as nossas próprias peças de roupa e nos vimos nuas pela primeira vez.
Meu olhar desceu por seu corpo enquanto os olhos dela faziam o mesmo comigo. Ela era perfeita, cada contorno, cada curva. Nunca nenhuma mulher seria mais linda que Cheryl Blossom. Respirei trêmula, vendo que Pêssegos estava igualmente cativada e encantada por mim.
– Você é muito sexy – soltou, sorrindo maliciosa.
Gargalhei, amenizando a tensão nervosa, antes de me ajoelhar na cama entre suas pernas, desejando conseguir manter a compostura. Estava tão dura que doía e pulsava a cada respiro. Nunca tinha ficado tão louca assim por alguém. Queria ela toda de uma vez só. Cada parte sua. Queria fazê-la minha. Marcá-la. Gozar dentro dela. Queria fodê-la, lambê-la. Queria que ela ofegasse, gemesse, gozasse alto. Queria Cheryl rápido, forte, suave e gentil. Queria-a de todas as formas possíveis.
Passei as duas mãos trêmulas por meus cabelos, apavorada que elas a agarrassem com força demais. Tinha medo de machucar Pêssegos, medo de que ela se arrepende-se a qualquer instante.
Soltei as mãos ao lado do corpo, impotente, e prendi a respiração.
– Cher, eu...
Em um movimento rápido que fez-me flutuar, Cheryl pegou minha mão e a levou até seus lábios. Deu pequenos beijinhos nas pontas dos dedos e nas articulações, acariciando e inspirando o aroma de meu pulso antes de colocá-la no seu rosto. Nossos olhos se encontraram e cada grama de ar que estava segurando saiu do meu corpo apressadamente, deixando meu coração palpitando e os joelhos tão fracos que, se estivesse em pé, com certeza teria caído. Mas eu estava caída... caída de quatro por ela.
– Você e eu.
Concordei com a cabeça.
– Você e eu – repeti com o coração disparado.
Meu polegar acariciou sua bochecha. Observei-a deitar-se novamente e me ajoelhei entre suas coxas. Segurando o tornozelo dela com a mão, o ergui até minha boca e dei vários beijos suaves em torno dele, seguindo para baixo, para o pé, onde minha língua deslizou pela parte interna. A próxima parada foi a panturrilha, em seguida a curva atrás do joelho. Ela riu quando minha língua apareceu para experimentá-la ali, mas grunhiu quando minhas mãos escorregaram por sua pele, deixando um rastro de arrepios. Demorando o tempo que queria, engatinhei para cima dela, beijando cada parte de pele que encontrava pelo caminho. Mas como suas coxas eram torneadas e viçosas, acabei passando um tempo extra beijando-as e mordiscando-as enquanto colocava o nariz na prega de sua virilha. Cheirei, mas não me permiti prová-la. Queria guardar aquela iguaria em um momento mais tarde.
Cheryl gemeu, segurando-me, quando cheguei em sua barriga e deslizei a língua por seu umbigo. Senti ela se erguer em baixo de mim e tentou puxar meu rosto em direção à sua boca.
– Topaz. – grunhiu quando resisti às suas mãos impacientes – Pare de provocar.
Ri no seio direito dela e apertei o esquerdo. Fui até sua boca e rocei a língua em seus lábios. Suas mãos agarraram a minha bunda, beliscando a pele com as unhas.
– Puta merda. Isso é bom – murmurei no seu pescoço.
Ela fez de novo, erguendo as pernas até minha cintura e repousou os calcanhares na minha lombar. Gemi, jogando a cabeça para trás quando a cabeça de meu pau roçou na umidade dela. O calor de Cheryl era extraordinário. Minhas mãos seguraram o seu rosto e passei os lábios nos dela, lenta e veneravelmente. Caramba, mal podia esperar para estar dentro dela.
Foi então que lembrei. Eu não tinha camisinhas. Porra. Porra. Porra. Coloquei o rosto em seu ombro com uma batida pesada e gritei alto enquanto meu pau parou, pesado e duro, na sua coxa.
– Topaz? – perguntou nervosa ao ver minha reação.
Suas mãos acariciaram carinhosamente minhas costas. Bati a mão no colchão, pronta para me jogar debaixo de um ônibus, ou de um táxi, ou dos dois mesmo e ergui a cabeça, evitando o seu olhar. Fumeguei de raiva em silêncio, olhando fixamente para o travesseiro acima da cabeça dela.
– Eu... Merda, não tenho nenhuma camisinha – e por que teria? Fiquei presa na maior parte do tempo nos últimos dois anos – Cheryl? – perguntei, confusa. Ela parecia nervosa e estava com certeza ficando vermelha – O que foi?
– Bom, eu... – ela limpou a garganta e começou a fazer pequenos círculos no meu ombro com a ponta do dedo – Eu estou protegida, digo, você sabe e estou limpa.
– Protegida? – repeti.
– Sim. E você tem feito os seus check-ups, certo? – perguntou, ao que concordei com a cabeça como uma retardada muda – Então, nós sabemos que você está limpa também. E eu confio em você. Isto é, se você confia em mim?
Cheryl estava adoravelmente irrequieta quando terminou a frase e seus olhos estavam em todos os lugares, menos no meu rosto. Ergui seu queixo e a beijei.
– Eu estou limpa – disse, os olhos fixos nos olhos dela – E confio, sim, em você – dei um beijo nos dois lados de seu rosto – Confio minha vida – acrescentei baixinho – Mas só vou fazer isso se você tiver certeza.
Ela pareceu dar um suspiro de alívio e apertou os calcanhares na minha bunda mais uma vez, erguendo o quadril até ao meu.
– Tenho muita, muita certeza – gemi e retornei à minha posição original. A ponta de meu pau deslizou por seu sexo encharcado, fazendo-a choramingar na minha boca – Quero sentir cada centímetro seu.
Com um grunhido alto, coloquei os braços debaixo do seu corpo, agarrando seus ombros, esmagando-a contra mim. Precisava me agarrar a algo com medo de perder a cabeça quando a penetrasse.
– Está pronta para mim? – perguntei, acariciando seu rosto.
– Sempre estive pronta – respondeu, pressionando os lábios contra os meus.
– Caramba, você é linda – ofeguei quando nossas testas se encontraram.
Sabia que devia ter dito algo mais profundo, mas as palavras me faltavam. Mantendo os olhos nos seus, esperei. A mão de Cheryl segurou meu pênis, guiando-o na direção de seu calor. Quando ela o soltou e sorriu, empurrei lentamente a cabeça de meu pau, que deslizou facilmente para dentro dela. Ambas gememos com a sensação e ela ergueu os quadris em busca de maior contacto. Segurei seus ombros com força, abrindo a boca na dela, respirando e ofegando em uma respiração quente.
Cheryl se curvou quando incapaz de me controlar a penetrei com mais força, deslizando mais fundo, até meu quadril estar alinhado com o dela. Pêssegos gritou alto, apertou as coxas na minha cintura e colocou os braços em torno de meu pescoço.
– Topaz. – gemeu, beijando o meu pescoço quando joguei a cabeça para trás, em êxtase. Ela revirou os olhos – Você é... Isto é...
– Perfeito.
Sim, era perfeito, e não podia fazer mais nada além de me deliciar em tê-la toda enrolada em mim.
Observando seu rosto à medida que me contorcia e me contraía maravilhosamente, recuei o quadril aos pouquinhos antes de investir mais uma vez. Um gemido trêmulo escapou de meus lábios Voltei a recuar novamente, o corpo dela envolvendo e acariciando o meu. Aquilo era magnífico.
Deslizando a mão do ombro ao seu quadril, continuei com as investidas longas, deliberadas e pacientes enquanto minha boca começava a devorar a mulher em meus braços. Cheryl estava igualmente faminta. Ela chupava furiosamente meus lábios enquanto movia-me dentro dela, choramingando e empurrando os seios para cima, roçando os mamilos nos meus. Seu rosto mostrava o prazer que estava sentindo enquanto a penetrava fundo. Suas sobrancelhas se enrugaram sobre olhos sombrios, cheios de luxúria, e ela apertou os lábios. Podia ver pequenas gotinhas de suor no seu rosto, que brilhavam quando a luz do corredor as atingia.
Soltei um rugido, lambendo o seu pescoço até a orelha e dei outra investida. Cheryl mordeu o lábio antes de erguer os quadris, fazendo-me gemer. Nunca tinha sido tão vocal durante o sexo antes, mas caramba, nenhum sexo tinha sido tão bom assim. Sua cabeça despencou para trás e as mãos pequenas puxaram a minha cintura, cheias de urgência.
– Você é tão gostosa dentro de mim, Topaz.
– Puta merda – cobri a boca dela com a minha. Suas palavras safadas me enlouqueciam de uma maneira que me consumia por inteira.
– Você pode ir mais rápido?
Respondi com uma investida rápida que a fez ficar sem ar e erguer o corpo do colchão.
– Mas se eu for, não vou conseguir parar – ela deu uma olhada para baixo, observando meu pau entrando e saindo facilmente de sua boceta – Você é gostosa demais.
Tirei a mão de seu quadril e agarrei sua coxa, empurrando a perna dela mais para cima, de modo que a seu joelho estava perto de meu ombro. O ângulo deve ter sido bom, porque o grunhido que saiu de sua boca foi deslumbrante.
– Aqui? – perguntei entre ofegos profundos e altos – É bem aqui que você quer?
Penetrei-a com tanta intensidade que a peguei de surpresa, deslizando ainda mais fundo dentro de sua boceta. Meu quadril começou a mexer-se cada vez mais rápido enquanto ela gritava de puro prazer e êxtase.
– Não pare!
Estava certa de que nada naquele momento iria conseguiria fazer-me parar.
– Está gostoso?
A minha boca grudou no seu pescoço, onde comecei a chupar e a lamber.
– Sim. Sim.
Gemi e dei duas investidas, precisas e fortes, fazendo suas costas erguerem da cama. Ela me abraçou, suas unhas cravando grandes arranhões na pele de minhas costas. Queria que Pêssegos me marcasse. Queria mais que tudo sua marca em mim.
– Eu quero...
A sensação de Cheryl em torno de mim, seus ruídos e os cheiros eram demais. Estava começando a me perder e não sabia se deveria me sentir extasiada ou apavorada.
– Qualquer coisa – ela mordeu o lóbulo da minha orelha – Você pode ter qualquer coisa.
– Preciso mais forte – grunhi, colocando a mão no colchão, ao lado de sua cabeça – Quero você com mais força.
Cheryl passou os dedos por meus cabelos, puxando-os com força.
– Você quer me foder, Topaz?
Tudo o que consegui fazer foi gritar um palavrão como resposta. Queria mais. Girei o quadril e a penetrei com tudo. Blossom berrou e senti seu corpo começar a tremer, à medida que minhas investidas se tornaram firmes e precisas. Os meus olhos se fecharam por conta própria. Meu corpo não era mais meu. Pertencia a ela. Estava sugando o ar por entre os dentes, cada músculo de meu corpo berrando pelo clímax. Os lençóis estavam prestes a rasgar, tamanha a força com a qual os estava agarrando, e a cabeceira da cama começou a bater com força na parede.
– Por favor – ela segurou meu rosto e levou minha orelha até seus lábios macios – Eu quero que você me foda.
Ajoelhei-me de imediato, puxando ela comigo e esmagando o corpo dela no meu, espremendo seus seios entre os meus, segurando-a pelo quadril e pelo ombro, comecei a dar investidas profundas e poderosas, que a fizeram gritar. Cheryl me agarrou com as unhas enquanto minha boca mordia o quanto conseguia dela. Gritos de "caralho", "mais forte" e "Topaz" preenchiam o quarto, até que as paredes mal conseguiam contê-los. Simplesmente não conseguia parar de foder aquela mulher linda em meus braços. Eu não queria parar. Queria aquilo para sempre. Queria Pêssegos para sempre. Queria aquele momento se repetindo sem parar pelo resto de minha vida. O gosto dela, o cheiro dela, os gritinhos de prazer que ela estava ofegando em meu ouvido e os ruídos de nossos corpos se unindo.
Gemi em sua boca, sentindo meu estômago revirar, à medida que minhas bolas se contraíam de novo e de novo. Eu estava perto de gozar. Tentei falar para ela mas Cheryl simplesmente me abraçou e foi ao encontro de cada investida.
Enterrei o rosto no seu cabelo e grunhi em sincronia com o som delicioso dos nossos corpos batendo um no outro. Mas, repentinamente, o corpo dela mudou. Ela ficou rígida em meus braços. Os olhos dela se arregalaram de surpresa.
– Oh, Deus. É... É bem aí.
Cerrei os dentes, querendo que o orgasmo se contivesse. Era com aquilo que tinha sonhado: Pêssegos, em meus braços, gozando em mim. E não podia, de jeito nenhum, perder um segundo daquilo. Ela jogou a cabeça para trás e girou o quadril, buscando qualquer tipo de atrito. Meu polegar estava imediatamente nela, dando batidinhas, beliscando e esfregando seu clitóris. Ela estava tão molhada.
– Por favor – implorei mordendo o ombro dela – Por favor? O que eu posso fazer? – minhas investida começaram a ficar desleixadas e fora de ritmo – Puta merda, Cheryl, me diga.
Ela ergueu a cabeça. Seus olhos semiabertos, sombrios e repletos de paixão.
– Me beije.
E foi o que fiz. Com o nariz espremido no rosto dela, esmaguei sua boca, deslizando a língua para dentro e para fora, possuindo-a de todas as maneiras possíveis. Ela respondeu quase instantaneamente. Seus braços apertaram meu pescoço com mais avidez e suas pernas tremeram ao lado do meu corpo, enquanto suas coxas apertavam a minha cintura com uma força de quebrar os ossos.
– Isso. Isso – rosnei, tentando ao máximo manter o ritmo irregular.
A cabeça dela despencou para trás e a observei respirar fundo e gritar com todas as forças quando o orgasmo a atingiu.
– ANTOINETTE!!
O som de meu nome saindo aos berros de sua garganta, fez-me explodir dentro dela com tanta força que caí, aterrissando sobre Cheryl. Ondas de um alívio eufórico se espalharam por meu corpo, deixando-me sem ar, grunhindo e gritando por minha Pêssegos enquanto ela murmurava palavras incompreensíveis em meu pescoço e ombro, cobertos de suor.
Nunca algo tinha sido tão bom. Nada jamais se aproximaria daquilo. Nenhuma mulher jamais chegaria perto. Com uma sensação estranha de contentamento, enquanto experimentava o melhor orgasmo da minha vida, percebi que estava arruinada. Blossom tinha me arruinado. e não poderia estar mais feliz.
Estava voltando lentamente à Terra, sem saber ao certo se meus membros estavam todos no lugar e funcionando adequadamente. Percebi, contudo, que todo o peso de meu corpo estava pressionando Cheryl na cama, e isso era inaceitável. Comecei a sair de cima dela com os braços e os joelhos trêmulos, mas ela me segurou apertado, espremendo-me contra si.
– Ainda não – murmurou – Não saia de mim ainda. Fique só mais um pouquinho.
Estava sem energia para argumentar, então um simples "Tá bem" foi o que consegui dizer com a cara no travesseiro ao lado de sua cabeça, ao que Pêssegos riu, em um som alto e delicioso. As mãos e os dedos dela dançavam felizes por minhas costas. Lutei contra a vontade de cair no sono. Com um suspiro e um beijo rápido no seu ombro, afastei-me e saí de dentro dela. Sentido-me instantaneamente carente pela falta de contacto, apesar de ainda estar em cima de Cheryl.
– Caralho, mulher. Isso foi...
– Perfeito – terminou ela por mim.
Cheryl estava adorável com os cabelos bagunçados, o rosto levemente corado. Não resisti e dei um selinho prolongado em seu lábios.
– Sabe – falei, olhando para ela – Talvez Donne estivesse certo.
Traçei um caminho com o indicador de seu nariz até seus lábios maravilhosamente inchados. Cheryl tentou conter o sorriso, claramente se recordando da nossa aula no Central Park.
– Ah é? Com relação a quê?
Coloquei uma mecha de cabelo enrolado atrás de sua orelha e contornei seu lóbulo com o polegar.
– Com relação a estar com alguém – murmurei – Com relação ao sexo ser como o paraíso – Pêssegos fechou os olhos ao ouvir aquelas palavras – Falei demais?
Ela balançou a cabeça.
– Não – respondeu – Foi exatamente assim.
Lentamente, meu olhar desceu de sua testa até ao seu queixo, assimilando cada linha e cada contorno delicado de seu rosto perfeito.
Vi o sorriso de Cheryl aumentar.
– É indelicado ficar olhando – brincou.
Gargalhei por ela ter usado as mesmas palavras que utilizei mais cedo e esfreguei o nariz no dela.
– Não vou me desculpar – a observei atentamente por um instante, buscando por quaisquer sinais de arrependimento – Você está bem? – perguntei – Quero dizer, quanto ao que contei a você hoje. Quanto a quem eu sou.
– Estou mais que bem.
Puxei seus lábios até aos meus e os beijei. Fechei os olhos, suspirando em contentamento, nossas línguas se tocando de forma breve e carinhosa. Física e emocionalmente exausta, deitei sobre o seu corpo e repousei a orelha no peito úmido, sorrindo ao ouvir o coração dela bater atrás das costelas. Os dedos de Cheryl se moveram sem pressa dos meus ombros à minha cabeça. Estava quase dormindo quando a ouviu suspirar meu nome.
– Topaz?
– Sim?
As mãos dela ficaram imóveis.
– Obrigada.
Franzi a testa em confusão.
– Pelo quê? – Pêssegos não respondeu e nem se mexeu. Ergui cabeça e apoiei o queixo em seu peito – Meu bem, pelo que você está me agradecendo?
Uma lágrima solitária escorreu por sua têmpora.
– Por salvar minha vida.
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