Na manhã seguinte despertei com o sol irradiando pela janela, e queimando levemente a minha pele.

Olhei para o lado, e encarei a face adormecida de Alan, e por incrível que pareça senti  um instante de ternura.

Depois de um tempo questionando os
meus próprios sentimentos,agora eu posso dizer que eu o amo, e quero ele pra vida toda. Durante esses dias ele tem se mostrado, uma pessoa maravilhosa, uma companheiro perfeito. E de pensar que
antes, ele era um cara rústico e arrogante, que eu tive medo de me aproximar.

Quem iria imaginar que nós dois,  aconteceria um dia. Duas pessoas tão improváveis.

Dei um leve beijo em seu rosto. E ele sorriu sutilmente, depois fui  no quarto de Maria e fiz o mesmo.

Como todas as manhãs.

Em seguida desci para cozinha, para  preparar o café, e senti um aperto ao  olhar para a caminha de Ted vazia. Lamento muito o fato dele não estar mais aqui, para poder compartilhar esse momento incrível com a gente.

Eu não quis contar para Alan, mas encontrei um pequeno frasco vazio na calçada de casa. E deduzi que talvez poderia ser algum tipo de veneno pelo formato e embalagem desconhecida.

E fiquei pensando comigo, talvez alguém utilizou esse veneno para matar Ted.

Mas quem seria capaz de envenenar um pobre animal, depois colocar seu corpo no meio da rua para simular um atropelamento, quem seria tão cruel e calculista.

E o suposto veneno não foi colocado na refeição de Ted, visto que a mesma estava intacta, alguém deve ter jogado algo para ele comer.

Ted ainda estava se adaptando a nova ração, então qualquer outra coisa que não fosse ela, seria uma tentação para ele.

Mas quem faria isso ?

Creio que algum vizinho maldoso.

Ou talvez seja só mais uma das minhas paranóias. Eu sou a culpada, e só estou procurando alguém pra culpar além de mim.

Mas eu não quero pensar nisso agora, e sim em coisas boas, como o café que irei preparar. Não um café comum, mas com um toque extra de amor. Pois nesse momento estou me sentindo a pessoa mais feliz do mundo.

Meu corpo inteiro foi tomado por uma sensação incrível de bem estar. Um prazer instantâneo que me dominou por dentro, fazendo o sorriso escapar o tempo todo dos meus lábios.

Será que agora vai?

Enquanto eu preparava o café, senti uma mão firme deslizar pelo meu quadril. Dessa vez eu tinha certeza de que era de Alan.

____ Bom dia meu amor - Ele sussurrou no meu ouvido com uma voz atraente, fazendo os pelos da minha nuca arrepiarem.

Girei o corpo, apoiando o sobre a pia, ficando de frente pra ele , depois encarei seus olhos marcantes, e  corri os braços em volta da sua cintura.

____ Bom dia anjo, você dormiu bem? - Retribui com uma voz sedutora e sonolenta ao mesmo tempo.

____ Como um passarinho.

Mordi os lábios o deixando intrigado.

Ele sorriu, depois me pressionou com força contra a pia. E apertou o seu corpo quente sobre o meu.

____ Ai - Resmunguei.

Sua pegada era firme e forte. E
ele estava usando apenas uma calça pijama o que deixava ainda mais sexy. E confesso que a noite prazerosa que tivemos, deixou além das marcas, um gostinho de quero mais.

Desci a mão até o seu bumbum e o apertei, fazendo ele sorrir malicioso.

Em seguida ele colou seus lábios nos meus, e eu enrosquei minhas mãos em seu cabelo para conter a onda de calor que acometia violentamente o meu corpo.

____ Eca!

Olhamos para baixo ao mesmo tempo,e nos deparamos com a ingenuidade de Maria.

Nos afastamos rapidamente, e Alan e eu rimos da sua expressão fofa e inocente, em seguida a cobrimos de beijos também.

Peguei ela no colo e segui para o quarto, para arruma-la e prepara-la para tomar o café.

Assim que eu terminei de passar a escova em seus lindos cabelos. Ela se pendurou feliz da vida no meu pescoço  e depositou um beijo suave em minha buchecha.

____ Mamãe, posso brincar com a Alícia na casa dela? - Ele pediu juntando as mãos, como se estivesse rezando.

____ Claro que pode, mas não precisa desse apelo - Ri do seu exagero.

____ Brigado mamãe.

_____ Mas toma café na casa da tia Olivia tá? - Gritei ao vê-la sair correndo empolgada.

Ela saiu tão apressada que nem deve ter ouvido o que eu disse.

Fiquei parada por alguns instantes, tomada por uma sensação agradável.

Finalmente eu encontrei a paz que eu tanto procurava.

Depois disso segui para a cozinha radiante , para enfim tomar café com Alan. Eu estava quase pedindo ele em casamento, por ter passado a manteiga no pão pra mim. Quando a campainha tocou nos interrompendo.

____ Ela deve ter esquecido alguma coisa - Deduzi olhando animada para Alan, pensando ser Maria.

____ Deve ser aquela boneca em cima do sofá, eu vou pegar - Ele completou, se levantando da cadeira.

____ Não, deixa que eu pego, termina aí o seu café eu já volto.

Quando passei por ele senti sua mão apalpar minha bunda.

_____ Não demore querida, precisamos terminar o que começamos - Ele provocou com os olhos em chamas.

Sorri timidamente para ele, depois assenti engolindo a seco. Enquanto ele me devorava com os olhos.

Segui ofegante para a sala.

Por um instante tive receio de pegar naquela boneca, porque era mesma que Eva havia trazido para Maria, só de olhar para ela me dava calafrios.

Mas não posso deixar uma simples boneca estragar o meu dia.

Nada pode estragar esse dia maravilhoso. Nada, nem ninguém.

Respirei fundo e apanhei a boneca de cima do sofá, avançando em direção a porta.

A campainha tocou outra vez, me assustando completamente.

____ Calma, já estou indo filha - Falei  sorridente com a insistência.

Mas quando abri a porta, o sorriso desapareceu completamente do meu rosto, e meu corpo inteiro começou a  tremer instantâneamente, fazendo a boneca cair subitamente no chão.

___ Amor quem é? Alan gritou da cozinha.

Permaneci imóvel e sem reação nenhuma, não tinha espaço para as lágrimas e nem para nenhum
outro tipo de emoção, parecia que meu corpo tinha sido congelado, e eu só sentisse a dor aguda e paralisante das partes totalmente rígidas.

Engoli a seco, ao olhar para aquele par de olhos azuis penetrantes

____ Cristian?