Momentos passageiros, memórias eternas
Hoje é o dia que vivi para viver, o dia em que finalmente poderei escolher alguém para passar o resto da minha vida. E tudo bem, eu sei que a maioria das pessoas têm medo disso, mas eu não. E por quê?
Eu passei anos da minha vida idealizando o homem perfeito e não vou me casar a menos que seja com uma pessoa dessa forma. Vamos à lista:
1- Cavalheiro;
2- De boa família;
3- Engraçado;
4- Romântico;
5- Tem que saber tocar violino;
6- Precisa saber andar à cavalo.
Nem são tantas exigências assim, isso é apenas o básico, não? Sei que irei encontrar diversas pessoas assim nesta festa. Afinal, meu pai fará questão de me apresentar todos eles.
Me casar claramente será um ponto positivo, assim irei me livrar das ordens impostas pelos meus pais e das grades desse castelo. E eu sei que pareço uma princesinha indefesa e totalmente mandada pelos pais, mas o que vocês não sabem é que:
1- Eu sei lutar como ninguém;
2- Conseguiria matar facilmente dois homens com um mesmo tiro;
3- Posso ser um pouco maluca.
Decido parar de pensar e começar e me arrumar, porque se eu me atrasar terei problemas com os superiores. Rio dos meus pensamentos e entro no grande balde que tem no meu quarto, sentindo a água quente relaxar meus músculos.
Eu amo a sensação de estar sozinha com minhas ideias enquanto tomo um bom banho e fico cheirosa. Preparei a roupa que ia usar ainda de manhã para não correr o risco de me atrasar mesmo.
O vestido era dourado, escolha da minha mãe que queria que eu estivesse visível e bela para que os jovens me olhassem e gostassem do que observavam. Nesse exato momento me sinto como uma mercadoria barata em alguma vitrine.
Saio do banho e me seco lentamente, em seguida passo um creme na perna, fico com um cheiro doce.
Olho novamente para o vestido e o coloco em meu corpo. As rendas tinham um brilho e balançavam suavemente quando eu andava.
Chamo Jane e Lorraine para arrumarem meu cabelo, pois estava um ninho de passarinho.
— Andando de cavalo novamente, não é mesmo? — Jane diz enquanto penteia meus fios loiros rebeldes.
— Precisei resolver um assunto.
— De madrugada? — Lorraine arqueia a sobrancelha.
— Sim, era muito importante.
Ninguém nunca pode saber o que eu faço uma vez a cada mês, no dia que eu saio dos portões na calada da noite e vou até a cidade vizinha.
— Vamos tentar acreditar que é verdade. — Reclama Jane e faz um coque com tranças no meu cabelo. — Está pronta.
— Pegue. — Lorraine me oferece o pequeno espelho que estava em sua mão e eu me olho, adorando o que vejo.
— Muito obrigada. — Agradeço e dou um sorriso empolgado.
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