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Parte Final: Capítulo Sessenta e um - Aline

Anteriormente em 'Desde agora e para sempre': Após uma chocante revelação, a amizade entre Eric, Aline e Cris estremeceu, e depois de muitas reflexões, conversas e vídeos alterados, o asiático decidiu ajudar com as informações que sabia, e graças a isso e toda a investigação de Aline, os culpados pelo estupro foram presos. Nesse meio tempo Dolores retornou do hospital para continuar sua recuperação em casa.

Obs: O capitulo a seguir tem um salto temporal de 1 mês em relação ao anterior de Aline.

Boa leitura :D

(Capitulo novo toda quarta feira)



22 de agosto de 2014.

Batuco os dedos nervosamente na mesa, esperando até que a reunião comece. Vários funcionários do jornal estão espalhados pela mesa oval esperando o Diretor Cardoso. Parecem animados, diferente de mim, rindo e trocando palavras em voz baixa. Tento me convencer de que não se trata de algo grave, mas a última vez que fora convocada pelo diretor, a situação não se mostrou exatamente favorável ou confortável, apesar de manter o emprego. A tensão no ar era palpável naquela noite, onde só restamos nós dois na empresa.

Khaliu se inclina, está sentado à minha direita:

- Por que parece tão nervosa? - indaga. Respondo com um dar de ombros, sem querer entrar no assunto. - Quando te avisaram da reunião o motivo não foi citado?

- Não. - expiro. - Do que se trata?

Um sorriso animado se abre no rosto do garoto. Imediatamente boa parte do nervosismo vai embora, já que sorrisos da parte dele costumam ser bem raros. Ele abre a boca para responder, mas Cardoso adentra o cômodo no mesmo instante. O burburinho diminui com sua presença. O homem de cabelos parcialmente prateados não parece notar. Mantém os olhos fixos nos papéis que segura.

- Sem mais delongas... - declara. - Vamos começar os preparativos para a edição de aniversário do jornal.

- Ah. - sussurro brevemente. Khaliu continua sorrindo para mim, como se estivesse orgulhoso da nossa presença ali.

- Distribuirei as pautas. - Cardoso fala, se dirigindo aos repórteres e estagiários ali reunidos.

Quando começa a distribuir os papéis, Khaliu volta a chamar minha atenção.

- Todo ano tem uma festa para comemorar o aniversário do jornal. - explica, animado. Percebo que a empolgação não é restrita a ele, pois muitos se mostram tão felizes quanto. - Muitas pessoas importantes do meio comparecem, e críticos. Se sua matéria for boa o suficiente para ganhar um elogio de um crítico, você pode ganhar um aumento ou até uma promoção. - ergo as sobrancelhas, impressionada. - Virar diretor, por exemplo.

- Uau! - exclamo. - Mas é simples assim? O quão complicado pode ser escrever uma matéria? Fazemos isso todos os dias.

- Sim. - Khaliu concorda. - Mas não é tão fácil como parece. Sempre tem um azarado que fica com uma matéria de merda, e tem que trabalhar três vezes mais que qualquer um. Muitos já foram demitidos nos anos anteriores por causa de matérias ruins.

Arqueio as sobrancelhas, surpresa e ao mesmo tempo temerosa.

- Pois é. - Khaliu solta uma risada maliciosa. - Além de ser quase impossível deixar a matéria boa, a pessoa ainda vai pra um lugar horrível, num péssimo hotel. Com sorte não serei eu esse ano.

Me pergunto silenciosamente se Khaliu recebeu essa tal matéria em um passado próximo, pois demonstra saber bastante do assunto. De qualquer forma, relanceio para o Diretor, sentindo honrada por fazer parte desse grupo. Isso demonstra que meus esforços na empresa são reconhecidos. Só tenho que torcer para não ser a azarada da vez.

Cardoso continua com a distribuição de pautas enquanto as pessoas comemoram respeitosamente as matérias que conseguiram.

- Khaliu. - Cardoso aproxima, lançando um olhar demorado e divertido antes de entregar o papel. Os lábios do garoto se entreabrem ligeiramente à medida que olhos rápidos passam pelos parágrafos, conferindo a matéria.

- E então? - pergunto, ansiosa. Por sua expressão, não posso dizer se teve sorte.

- O desenvolvimento de uma possível vacina. - ele ainda encara o papel, parece confuso. - Epidemia de Ebola. Os primeiros casos reportados do novo surto foram na floresta de Guiné, em março de 2014. - Khaliu murmura, pensando em voz alta.

- Parece complicado.

- E é. - responde. - Mas isso é bom. Se eu conseguir desenvolvê-lo vai ser com certeza um tema de destaque!

Alegro por ele. Deixo-me relaxar na cadeira enquanto os outros funcionários comentam seus temas. Escuto sobre a manipulação genética, trazendo os alimentos transgênicos. Sobre a questão da Palestina e intolerância religiosa. Cotas raciais e desenvolvimentos tecnológicos que podem mudar o Brasil. Tráfico humano nas regiões pobres da Bahia. Fico espantada com a diversidade e complexidade dos assuntos, e o nervosismo volta a se instalar em meu estômago.

Por fim, todos, menos eu e outro garoto com o qual nunca falei, têm suas pautas. Estes são dispensados, seguindo para os gabinetes, talvez para já começar com o projeto. Até Khaliu se levanta.

Permaneço em silêncio, sem saber como prosseguir. O garoto, por sua vez, não.

- E eu, Diretor? - pergunta de forma simplória, um toque de impaciência na voz.

Penso se sabe que provavelmente tiraremos a sorte para ver quem fica com a pior matéria. Pois não ouvi nada ruim vindo dos outros profissionais.

Cardoso não responde de imediato, o que gera um silêncio pesado.

- Venham até aqui. - manda, sem tirar os olhos dos papéis. Sinto um calafrio no estômago, porém obedeço. - Decidi fazer diferente este ano.

O garoto e eu trocamos olhares. Percebo um ar indiferente, de competição.

- Não costumo chamar tantos estagiários para a edição de aniversário, porém Khaliu já se provou capaz no ano passado. – o Diretor continua, separando dois papéis. - Sobraram essas duas matérias. Uma é bem ruim, para não usar palavras indelicadas. - dá um riso debochado. - E a outra nem tanto.

- Quem ficar com a matéria ruim permanecerá em Salvador? - tento, já começando a me preocupar.

Cardoso solta outra risada de escárnio.

- Mas é claro que não. É um dos motivos para ninguém querer ficar com ela.

Me calo. Mordendo o lábio inferior.

- Porém, como vi potencial nos dois, tive outra ideia. A proposta é que façam a matéria do tema que preferirem, pela cidade, tendo que estar pronta na semana que vem. - ele aponta para mim, e então para o garoto. - Quero ver se valem o investimento. Entenderam?

- Sim senhor. - o garoto responde de imediato. Eu apenas afirmo com a cabeça. Cardoso observa como se enxergasse o bajulador à sua frente, um sorriso discreto brincando em seus lábios. Esse diretor me dá calafrios. Cruzo os braços, evitando estremecer.

- O melhor ficará com a pauta local. - o mais velho declara, já se virando e nos dispensando. - E o outro se fud... não se dará muito bem. - corrige.

Nos retiramos da sala de reunião, porém ao chegar na porta, o garoto dá um passo abrupto para o lado, fazendo com que eu esbarre no batente da porta. O encaro, encabulada.

- Se fosse você desistia agora. Não há possibilidade de eu perder para uma mulher.

Seguro o braço dolorido, observando o babaca se afastar. Têm um jeito de falar daquelas pessoas que se acham descoladas e inteligentes demais para qualquer um. Não duvido que ainda teremos mais algumas interações nada agradáveis ao longo da semana, ficarei esperta com suas tentativas de me desestabilizar.

- Ei.

- AH! - dou um salto para trás graças à voz que surge de supetão, ao meu lado. Tampo a boca interrompendo o grito.

O namorado de Khaliu ri, maldosamente.

- Qual o seu problema? - meu coração ainda bate acelerado.

- Você. – fala em tom de deboche.

- Cala a boca, Eustácio - solto.

- É o que?

- O daquele desenho: Coragem, o cão covarde. Você é a cara dele.

Ouço Khaliu segurando uma gargalhada e me aproximo do grupo. O namorado segue atrás de mim pisando firme.

- Não pareço a porcaria daquele velho rabugento!

- Ah... - Marcelo, o diagramador, comenta. Faz parte do grupo com Martha e Letícia. - Acho que parece sim, cara. - ri.

- Vai se fuder Marcelo.

O homem dá de ombros em resposta, e o restante do grupo acha graça. Chegamos aparentemente no momento em que discutiam as pautas.

- Marcelo está tirando sarro da gente. - Letícia declara.

- Claro que está.- o namorado de Khaliu ri maldosamente. - Vocês participaram dessa reunião e acham que se darão super bem com as matérias. No mínimo uns três serão demitidos.

- O que?! - exclamo.

Khaliu dá uma cotovelada amigável no homem, que passa o braço discretamente por sua cintura.

- Mentira dele. - fala. - Só está tentando nos assustar. Ele e esse velhote. – indica o diagramador.

O namorado solta uma gargalhada.

- Só porque estou aqui há mais tempo não faz de mim um funcionário idoso. - Marcelo reclama, a voz branda. - Talvez um funcionário experiente.

- Em outras palavras, velhote. - comento, o provocando de propósito. O clima divertido afasta o nervosismo que antes sentira na reunião.

Continuamos a conversa durante o intervalo que se segue. O garoto - meu concorrente - não retorna ao escritório pelo resto do expediente.



A música clássica preenche meus ouvidos e coração. Movo-me com precisão e firmeza, transmitindo a sequência de passos para minhas pernas e braços. A cabeça se movimentando de acordo com a direção do passo executado.

Meu grupo com quatro pessoas termina de cruzar a sala e o professor bate palmas, gritando para que o próximo comece. Nos retiramos rapidamente do caminho, respirando pesadamente. Vou em direção à garrafa e bebo água rapidamente.

- Sofia! - a voz profunda ecoa pelo grande ambiente. - Estique o joelho! Arrume o andeor! Parece um pato dançando!

Ninguém se incomoda com a reprimenda. Elas acontecem com muita frequência. Apenas observamos. Até que a música para bruscamente.

- Chega, saia daí. - a garota se apressa para uma das extremidades da sala. O professor passa os olhos por todos, até se deter em mim. - Aline, mostre-nos como faz.

Demoro um instante para processar a informação. Deposito a garrafa no chão de madeira e aperto o passo, me preparando para a sequência. Todos os olhares se voltam a mim, mas a mente aos poucos flutua para outro lugar.

A música começa, assim como meus movimentos. Os mesmo que antes fizera com perfeição. O professor sempre chamava Olivia como exemplo, era uma das melhores da turma. Nem me comparo à sua graça.

- Está fora do ritmo! - escuto e tento retomar o tempo certo.

As aulas se mostram sem tanta vida e animação com a garota afastada. Não é a mesma coisa. Pertencíamos a mesma classe há meses, agora provavelmente nunca dançaríamos juntas novamente.

- Está confundindo a sequência! Erga o cotovelo! - o professor aproxima, já irritado. Mordo o lábio, tentando oferecer o meu máximo. - Sem morder a boca, Aline. Pelo amor de Mikhail Baryshnikov, sorria!

Como ele consegue pronunciar o nome desse bailarino? Ninguém sabe.

Interrompo a dança, ofegante. Olivia não voltará tão cedo. Provavelmente só para uma visita daqui alguns anos. Talvez o balé nunca será o mesmo. O buraco que agora ela representa em minha vida continuará a existir.

- Saia. - ele ordena. Caminho até encostar em uma das barras, ainda sentindo desnorteada pela enxurrada de emoções que me atingiram durante a dança. - O que está acontecendo com vocês? Gabriel! - ele grita o nome.

O aluno novato toma meu lugar.

- Agora vamos mudar a sequência. Quero que encaixe um cabriole double e um revoltage no meio dos passos ensaiados.

Todos prendem a respiração ruidosamente. O professor simplesmente escolhera dois dos passos mais complicados. Gabriel, por sua vez, simplesmente assente. As tranças balançam no rabo de cavalo improvisado quando ele se posiciona, o maxilar definido dando ao perfil um toque intimidador. Como pode ser tão bonito?

O encaro, esperando vê-lo tropeçar ou se atrapalhar com os saltos. Porém me engano terrivelmente. O garoto pula com uma força surpreendente, impossivelmente alto, abrindo e fechando as pernas rapidamente antes de encostar no chão. E logo emenda o movimento com um salto duplo, girando no ar e caindo de joelhos.

A turma solta exclamações, sem acreditar. Ele é realmente bom. Não, excelente.

O garoto levanta rapidamente e recebe um aceno positivo de cabeça do professor, que não se mostra muito impressionado. Mas é claro que no fundo está. Gabriel caminha e se posiciona ao meu lado, tomando o último lugar da fila. Sorri de lado.

- Como fui?

Solto uma risada debochada.

- Ah... - falo em tom descontraído. - Poderia ter sido melhor.

Ele gargalha amigavelmente. O som é caloroso.

Os alunos voltam à sequência original. Só consigo pensar no quanto queria que a ruiva estivesse aqui para ver isso e compartilhar risadas com seu príncipe encantado.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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