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Capítulo Vinte e oito - Aline

Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Aline e Marcos deram inicio a picante amizade colorida. No meio tempo, Aline e os colegas se reuniram para fazer m trabalho da faculdade, que teve a breve participação de Eric.

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)



3 de Maio de 2014.

Estar em uma balada é como se sentir em uma bolha rodeada por uma matriz ofuscante de cores. A música pulsa à volta e é basicamente tudo que se consegue ouvir na pista de dança. O mundo lá fora e as maneiras pouco importam. Apesar de ser apaixonada pelo balé, poder me mover livre e despreocupadamente também faz meu peito explodir. Como em muitos finais de semana, Cris me chamou para sair. E aqui estamos.

Moons é uma das festas mais sinistras que conheço. Não costuma ser um lugar exatamente seguro, tem pessoas punks e possivelmente drogas nas bebidas, mas conhecemos os garçons e o pessoal há tanto tempo que não temos com o que nos importar muito. Só é importante uma coisa a se lembrar: se um atendente sorrir e te oferecer "água", a melhor coisa é contorná-lo e ir atrás de uma pepsi.

- Por que toda essa preocupação com essa tal de "água"? - Cris eleva sua voz para ser ouvida acima das batidas eletrônicas.

Coloco uma das mãos em concha ao redor da boca. Pretendendo falar um pouco mais alto.

- Porque não é água, porra!

Solta uma gargalhada que consigo notar mais pela sacudida de ombros do que pelo som de sua voz.

- Pode parecer água... - continuo. - Não tem cheiro nem gosto. E a próxima coisa que você percebe é acordar em uma banheira de gelo sem uns três órgãos!

Dessa vez o bartender atrás de nós, Morcego, também ri.

- Ela tem razão, gata.

Tem o cabelo colorido em tons de verde variado, com mechas pontudas para cima. Cristina ergue uma sobrancelha interrogativa em sua direção.

- Ah... - Morcego parece entender a pergunta silenciosa. Joga a flanela que estava usando para limpar um dos copos por cima do ombro e se inclina sobre o mármore preto do balcão. - Experiência própria. - ergue as mãos quando minha amiga faz uma cara assustada. - Mas calma, não acordei em uma banheira e ainda tenho todas as partes do corpo intactas.

Não posso evitar um sorriso afiado.

- Menos o seu fígado. - aponto as bebidas com a cabeça.

Ele pisca para nós.

- Tem razão. – sorri.

E então se afasta para atender outros clientes com tatuagens e roupas de couro. Eu mesma uso uma. As botas de salto sobem até meu joelho e revelam minhas coxas de uma maneira provocante. Tenho uma jaqueta preta sobre os ombros que cobre parcialmente minhas curvas no vestido apertado. Aposto que logo me livrarei dela. Nesse calor, ninguém merece suar que nem um porco.

- Vem! - impaciente, mas animada, puxo Cris pelo braço e a levo até o meio, onde corpos pulam e se contorcem, controlados pelas batidas do DJ.

Ela finge olhar em volta com insegurança, mas sei que adora sair para dançar comigo. Logo estamos com os braços para o alto e fazendo nossos cabelos voarem, rebeldes. Passo meus braços por seus ombros e ficamos ali, curtindo. Nos perdendo na música que na maioria das vezes não tem letra nenhuma, mas não é como se alguém se importasse com esse detalhe. Todos só querem ficar loucos.

Uma das partes mais interessantes de estar aqui é a maneira como alcançamos esse lugar. Muitos andares acima, uma balada mais leve está rolando. Mas se você falar com a pessoa certa, ela abre uma espécie de porta com uma escadaria que parece levar para o centro da terra.

Durante a descida, sempre me divirto com os desenhos e frases esquisitas na parede. E à medida que nos aproximamos do patamar inferior, a luminosidade se transforma em uma variedade de tons de vermelho e mudam de acordo com a vibração do som. Sinceramente, às vezes parece que estamos descendo para o inferno, e esse pensamento sempre me faz rir.

Porém, quando saímos do corredor estreito de escadarias, um enorme salão se estende até onde nossa vista consegue alcançar. Horizontal, e verticalmente. Apesar de ter uma galera um pouco alternativa, adoro esse lugar.

Pena que aparentemente sair para se divertir é pedir demais. Uma mão desconhecida aperta minha bunda. No primeiro instante penso ser Cris, mas pela força e o cheiro forte alcoólico que me faz prender a respiração, não êxito em me voltar com uma cotovelada.

O sujeito cambaleia para os braços de um dos amigos, tampando o nariz.

- Ow, calma princesa.

- Calma o caralho. – respondo, sentindo a raiva crescer.

A verdade é que sempre que acontece algo parecido, sinto medo. Medo e nojo. Não entendo como os homens podem achar que algo assim funcione.

- Vai se foder, seu neonazi de merda. - a voz de Cris ecoa raivosa, por cima da música.

E de fato, os caras tem a cabeça raspada, usam suspensórios e coturnos com cadarços brancos. Péssimo sinal.

Seu olhar superior mesclado com uma espécie de risinho me enoja cada vez mais. Geralmente esse pessoal anda armado por aí; canivetes, canos, qualquer merda para machucar os outros.

Os amigos, apesar de terem o segurado para que não caísse, agora tiram sarro dele. Percebo que o rosto do garoto está adquirindo um tom avermelhado, e eu simplesmente não me importo. Quero voar para cima dele.

Quando remexe o ombro e uma suástica malfeita contrasta com sua pele branca, é quase o que faço.

- As duas sapatas não querem se beijar pra gente? - a voz asquerosa pronuncia as palavras com desprezo. Seus amigos parecem achar graça.

- É. - um deles concorda. - Chupem os peitinhos uma da outra.

Cris dá um passo ameaçador à frente.

- Se continuar com essa merda vou te quebrar no meio e te fazer chupar o próprio pau. - o punk com a suástica a vista toma as rédeas da situação e se põe a frente dos amigos, para rebater. Mas Cris é mais rápida. - Quer dizer, se algum de vocês tiver um.

- O que?! - ele rosna.

- Um que seja maior que um grão de arroz, pelo menos. - ela olha maldosamente para as calças do outro e aponta. - Parece que não é o caso por aqui.

Os dois amigos tentam segurar o riso, mas como são tremendos filhos da puta, falham miseravelmente e não parecem se importar em zoar o parceiro, o qual fica cada vez mais bravo. Sinto a fúria crescer em seu interior perturbado. É incrível como esses babacas se ofendem com qualquer coisa que remeta ao que guardam no meio das pernas.

Ele cerra os punhos, mas não me intimido, pretendo acabar com isso chutando-o nas bolas antes que o maldito dê o primeiro soco.

Porém o súbito impacto foi mais rápido que eu. Uma garrafa desce diretamente em seu crânio. Está cheia, e o impacto é forte o suficiente para quebrar o vidro e encharcar o homem de sangue e vodka.

Cris e eu olhamos estupefatas para Morcego. Ele dá de ombros.

- Bem, é meu bar, faço o que quiser. - lança um olhar despreocupado para os outros dois, que já se afastam rapidamente, largando o amigo à própria sorte para ser pisoteado pela multidão dançante.

- Escroto de merda - murmuro.

Ainda estou indignada, mas quando relanceio para minha amiga, ela ri maldosamente do nazista baiano.

É realmente ridículo.

- Se Eric estivesse aqui... - diz. - Teria se cagado.

- Ele nunca aparece. - Morcego fala por cima do ombro ao se afastar, como se o corpo caído sequer existisse.

Tenho que concordar:

- Não é por falta de convite.

Cris passa a mão pelos cabelos coloridos. Penso notar um lampejo de decepção em seus olhos, mas ela logo se volta para o bar.

- Verdade. Só nos resta encher a cara.

- Essa é a sua ideia de resolução?

Passamos por cima do homem desmaiado.

- Com certeza. - ela pisca.



As pilhas de matérias já começavam e me irritar. Eram dezenas e meus dedos se encontravam cheios de arranhões graças às bordas pontiagudas do papel.

Suspiro.

Tudo bem, agora tenho só mais duas pilhas. Uma com as reportagens a serem descartadas ou arquivadas, e outra com as possíveis escolhas do dia. Deixo cada em uma extremidade da mesa e empurro a cadeira de rodinhas para trás. Meus joelhos estalam quando levanto.

- Tudo pronto? - Khaliu indaga.

- Sim, senhor. - pisco para ele e me afasto contente, pronta para o almoço.

No corredor, quase esbarro com Marcos. Ele leva uma pilha de arquivos amarelos nos dois braços e um crachá na boca. Desvia habilmente antes que qualquer colisão aconteça.

Quando me viro para encará-lo, o vejo andando de costas por uns instantes, com um sorriso malicioso, mas logo se vira e continua seu percurso.

Mordo o lábio com força. Tudo que queria era puxá-lo para um canto e desfrutar de seus beijos, mas sei que não é o momento, então afasto tais pensamentos libidinosos e sigo andando, aliviada por terminar meus afazeres a tempo.

Após um revigorante intervalo, pude relaxar e esticar as penas. Porém, meia hora depois, quando estou de volta ao escritório, noto uma agitação pouco comum eletrizar o ar. As pessoas andam de um lado para o outro e a maioria de amonto ao redor da minha mesa.

Franzo o cenho, me aproximando vagarosamente na esperança de ouvir algo que explique a situação. Fico parada a poucos metros do aglomerado de funcionários, e quando finalmente entendo, não posso acreditar.

- O que?! Vocês só podem estar brincando. - exclamo, chamando toda a atenção para mim.

Estou a ponto de arrancar os cabelos. Todo meu trabalho, meu perfeito trabalho, jogado por água abaixo. A equipe de editores me encara, incrédula, no fim do expediente da manhã.

- As matérias já foram publicadas. - uma mulher mais velha se pronuncia. Nunca a vi antes.

- Não podem, são as mesmas de ontem. – falo, apreensiva.

- Exatamente, meu amor. Agora está começando a entender a magnitude do problema.

- Viramos motivo de chacota pelos outros jornais. - o homem de blusa azul eleva a voz, jogando as mãos para o alto.

Minha cabeça "gira" freneticamente. Primeiro, as matérias serão arquivadas por já, em boa parte, terem sido publicadas no dia anterior, um fato mais do que importante o qual não prestei atenção. Segundo, as etiquetas de identificação das pilhas estavam pregadas precariamente nas bordas da minha mesa, esquecidas. É obvio que se confundiriam na hora de coletar as reportagens.

O burburinho entre os funcionários se torna uma confusão cada vez maior.

- Santo cristo. - desabo na cadeira. - Mas... ninguém checou antes que fosse publicado?

- Esse não é o meu trabalho. - a mesma mulher de antes exclama.

A encaro, perplexa. De certa forma está certa, mas ainda assim...

- Bem, assumo que foi um erro de todos. - uma voz forte ecoa. As pessoas ficam repentinamente quietas e imóveis. O silêncio contrasta com o ambiente agitado de instantes atrás.

O senhor Cardoso caminha lentamente em seu terno de perfeito caimento até se aproximar de nós.

- Já está feito. - continua, dispensando o grupo com um aceno de cabeça.

É o suficiente para que todos se levantem, murmurando comprimentos ou desculpas.

Cardoso se volta para mim. Sua irritação se torna notável pela firmeza da postura e a mandíbula cerrada. Engulo em seco.

- Quanto a você, Aline, espero que possa compensar trabalhando até o começo da noite.

Abro a boca para protestar, falar que tenho aulas na faculdade, mas a parte mais sensata de meu cérebro faz com que me contenha. Sei que meu emprego pende na balança.

- Sim, senhor.

Com um olhar sobre o ombro, começa a se afastar.

- Ótimo. Venha ao meu escritório antes de ir embora.



O dourado do pôr do Sol é parcialmente escondido pelas nuvens cinzentas que cobrem boa parte do céu. A luminosidade que escapa atravessa os vitrais e colore de amarelo as seções dos gabinetes, enquanto termino de digitar e alinho - agora com muito mais atenção - os arquivos restantes.

Algo de que não tinha conhecimento é que Marcos passa algumas tardes por semana aqui, depois do meu expediente. O garoto observa da porta do elevador, fez questão de esperar até o último minuto, por apoio moral, acho. Porque era claro que não íamos nos pegar.

As portas se abrem e ele se despede com uma piscadela. Fico agradecida pelo gesto amigável, mas a sombra do que está por vir paira sobre mim.

Avisara a Cris por mensagem sobre o desastre de mais cedo, explicando o motivo de não ir à faculdade hoje. Com sorte não perderei nada de importante das aulas.

Organizo as papeladas e guardo meus materiais para começar a lenta caminhada até o escritório do senhor Cardoso. Está bem mais escuro e as únicas fonte de luz vêm do escritório dele e de uma ou outra luminária que ajuda a não deixar o gabinete na penumbra.

Ele nem me dá a chance de bater. Assim que me aproximo, a porta se abre e lá está o diretor a espera. Parece mais calmo, mas definitivamente não em seu melhor estado de espírito. Já que provavelmente serei demitida, não faço questão de me dirigir imediatamente para a cadeira em frente a mesa. O cumprimento com a cabeça e adentro a sala.

Algumas molduras do lado esquerdo chamam a atenção. Vou até elas e encontro fotos em preto e branco - com uma tonalidade marrom causada pelo tempo - de um senhor e um garotinho. Ao lado, uma espécie de mini comércio ostenta poucas máquinas de escrever e alguns funcionários amontoados no espaço pequeno. De resto, diplomas e prêmios constituem o resto da decoração.

- Foi assim que começou. Nessa pequena casinha. - a voz do homem flutua diretamente atrás de mim.

Ele havia se aproximado, sem fazer questão de fechar a porta já que éramos os únicos restantes ali. Ainda sim o ambiente parecia abafado por sua presença.

Dou um passo para o lado e aponto para foto com o garoto:

- E quem são esses?

- Meu avô e meu pai. - um brilho distante lampeja em seu olhar. - Nasci muito tempo depois, como pode imaginar. – um sorriso afetuoso corta seus lábios. - Mas a empresa começara bem antes.

- Quando?

- 1940.

Fico espantada pela data e volto a atenção para os dois familiares retratados na parede.

- Sabe o que isso significa? - a pergunta deixa sua voz dura, como a de um líder.

Odeio o fato de me sentir como uma criança, sem saber as respostas corretas.

- Não.

- Que essa empresa prosperou, cresceu. - agora ele passa a caminhar pela sala. - Anos de trabalho e esforço. Investimentos arriscados, lances inteligentes. Nasci e fui criado em meio de todas essas responsabilidades. - Cardoso se apoia na mesa e de repente aparenta ser bem mais velho do que realmente é. - E cabe a mim garantir que tudo continue nos trilhos.

O encaro, sentindo um calafrio. A mensagem que o pequeno discurso transmite é clara. Demissão.

- Venha até aqui. - manda.

Obedeço e ele indica a cadeira. Ao me aconchegar tenho que erguer a cabeça para poder encarar sua figura, que paira sobre mim com uma clara superioridade. Preparo-me para o pior.

Mas ele olha para mim, e começa a rir.

- Senhor? - pergunto, um pouco nervosa com a mudança de humor repentina.

- As mesma notícias por dois dias seguidos, hein? Precisa ver como a internet está frenética, fazendo esses "memes" e piadas. As pessoas são rápidas.

Primeiramente fico confusa, mas logo meu cérebro junta as coisas. Tento escolher com cuidado as próximas palavras.

- Não é querendo me defender, sei que errei feio, mas parece que o incidente chamou alguma atenção para a empresa. - me remexo no assento. - E nem de toda ruim.

- De fato. - continua a soltar risos. - Aquele bando de imbecis. Refiro-me ao resto da equipe, claro que a culpa não foi inteiramente sua.

Uma onda de alívio preenche meu peito. A conversa não está indo tão mal quanto havia imaginado.

- Me responda mais uma coisa: do que um jornal precisa?

- De atenção.

Cardoso se inclina em minha direção e toma um de meus cachos entre os longos dedos. Olhando mais atentamente, muitas mulheres devem cair de amores por esse homem entrando na meia-idade. Com mechas grisalhas, mas ainda em forma.

- Exato. - murmura.

Prendo a respiração. Está muito perto. A colônia amadeirada toma conta do ar ao nosso redor.

- Depois de refletir por umas boas horas, cheguei a uma decisão. Ter você por perto será bem mais interessante do que havia imaginado.

Com um movimento sutil, ele desce o toque pela curva de meu queixo. Não consigo identificar o que está acontecendo, então permaneço completamente imóvel.

Ele se afasta para alcançar seu Blazer. O joga por cima do ombro como um daqueles modelos de comercial. A diferença é que o movimento é natural e fluído.

- Não está demitida Aline, se é isso que te aflige. - solta outra risada ao se dirigir para a porta. - As medidas que temos que tomar nesses tempos modernos me surpreende.

Assinto.

- Está dispensada. Te vejo amanhã.

Saio do cômodo, ainda tentando processar o que acontecera. Pelo visto tive sorte, e uma das grandes. Pego meus pertences e sigo para o elevador.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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