Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capitulo Vinte e cinco - Marcos

Anteriormente em 'Meu presente, Seu futuro, Nosso passado': Durante um trabalho como fotógrafo, Marcos encontrou sua amiga de faculdade, quais revelaçoes ela tem sobre o Marcos do passado?

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)



27 de setembro de 2032.

- Com tanta coisa para comer pela cidade e você escolhe jujuba? – falo ao sair da pequena loja de conveniência.

- Não tem jujuba na Austrália. – Heloísa abre o pacote afoita, levando uma à boca e após um momento de silêncio, geme. – My god, como senti falta disso.

Desconsidero sua reação exagerada.

- Na verdade tem algo chamado jujuba lá, mas é uma fruta estranha.

Estendo a palma e ela despeja algumas gomas.

- Quer ir para onde? – indico a moto.

- Vamos ficar por aqui mesmo, o mar está tão bonito.

Ela tem razão, nessa noite de céu estrelado, o mar ganha certa luminosidade, também advinda da iluminação pública.

Ao avistar um parquinho infantil, Heloísa insiste que nos acomodemos ao balanço. Mesmo achando patético a acompanho, afinal não é todo dia que posso desfrutar de sua presença.

- E como são as coisas na Austrália? – demonstro curiosidade, mastigando o doce.

- Corridas, pelo menos a minha vida é. – responde. – Em Melbourne, onde moro, é como estar no "olho de um furacão", uma Nova York no meio do oceano Indico, bem mais agitado que São Paulo.

Arqueio a boca, impressionado, e como mais um doce.

Heloísa sempre foi uma fotógrafa com uma mente brilhante e um olho cirúrgico. Era a primeira da nossa classe e estava muito a frente dos outros em relação à técnica, aprendendo tudo rápido. Como se tivesse nascido para aquilo. Enquanto eu batia cabeça para aprender como desfocar o fundo das imagens ela já estava fazendo fotos em dupla exposição. No último ano, um dos nossos professores conseguiu um estágio para ela na Austrália. Nos primeiros meses depois da partida ainda conversávamos, mas perdemos contato quando meu antigo celular foi roubado na orla, vinte anos atrás.

- E por aqui, trabalhando bastante?

Rio por impulso, mas por dentro a melancolia domina.

- Nada. O que aconteceu hoje foi quase um milagre.

- Jura? – coloca outra goma na boca.

- Sim. As pessoas aqui não valorizam tanto arte, principalmente fotografia. Também não há muitas oportunidades. – exponho. – Se não arranjar um trabalho fixo em um jornal ou revista de prestigio, colherá migalhas sendo freelancer.

- What a pity..., desculpa, o cérebro buga às vezes. – sorri. – Mas é uma situação de merda de qualquer jeito.

Detenho-me a um aceno de cabeça.

- Ainda trabalha no mesmo lugar onde foi fazer estágio?

- Não, esse é meu terceiro emprego. Agora faço parte da equipe de fotógrafos da revista Life Style. – explana. – É uma revista de variedades, tem uma área destinada a homens e outra a mulheres.

- Deve ganhar uma grana alta.

- O bastante para ficar confortável, e levando em conta que só tenho que preocupar comigo mesma, dá para viver bem.

- Filha da puta sortuda. – uma centelha de inveja me atinge.

- Apesar de tudo, sinto falta daqui, do jeito convidativo das pessoas, do mar... – reflete, comendo mais um doce. – Lá tem uns rios sujos e uma baía, mas nada como isso, infinito, deslumbrante. – mira a água adiante. – Sinto falta até desse calor desgraçado. E claro, de falar palavrão.

- Como assim? – franzo o cenho.

- Dizer 'fuck' pra tudo é bem chato. Brasileiros são mais criativos para palavrão, tem caralho, porra, buceta, e meu favorito: Alessandra, sua puta!

Gargalho da piada interna relacionada a uma antiga colega. Ficamos ali por minutos, rindo e aproveitando a companhia um do outro. Chega a um ponto que o rosto e abdômen doem tanto que inclino sobre os joelhos, passando mal, mas mesmo assim não consigo impedir o júbilo que transborda do âmago e insiste em sair.

- Fique na Austrália, acredite, é bem melhor lá. – respiro fundo, tentando acalmar. – Me surpreende não termos sido roubados ainda. – olho ao redor, certificando que não há ninguém suspeito próximo.

Ela ri.

- Não se preocupe, você consegue espantar qualquer ladrão com essa sua cara feia.

- Olha quem fala. E você com esse cabelo que parece que jogaram um gato e deixaram que fizesse a festa?

Os ânimos se acalmam aos poucos. Estendo a mão e recebo mais três gomas.

- Lembra que todo mundo achava que a gente se pegava escondido? – como um doce.

Heloísa suspira, indignada:

- Nem sei quantas vezes tive que responder, mas foi tipo umas mil, jesus christ, como aquele povo era intrometido.

- Comigo era a mesma coisa, os caras da turma deviam ter algum tesão reprimido por você, porque me azucrinavam praticamente todo santo dia sobre porquê não te pegava.

- Provavelmente há idiotas até hoje que pensam que somos um casal. – bufa. – Até porque um homem e uma mulher só podem ser amigos se houver sexo envolvido.

- E eu teria que abaixar muito meu nível para querer transar com você.

- Até parece, sou muita areia pro seu caminhãozinho, bebê.

Rio, debochado.

- A gente nunca transou porque eu não quis, você já insistiu bastante. – fala, cheia de si.

- Vale mentir agora?

- Foi numa festa, no seu apartamento, estava podre de bêbado, perdi a conta de quantos xavecos baratos disse, e as vezes que tentou me arrastar pro quarto.

Abro a boca para rebater, mas provavelmente ela tem razão, mesmo assim não me dou por vencido:

- Até parece que faria isso. – rio para disfarçar minha incerteza. – E se tentasse, tenho certeza que cairia rapidinho.

Heloísa para a ação de colocar uma goma na boca e me olha de cima a baixo, depois gargalha, zombeteira.

- Me poupe Marcos, já vi o que tem dentro dessa calça mais vezes do que gostaria, e precisa de vários centímetros aí pra se tornar algo interessante. – usa todo o poder de ataque. – E sei que fica broxa quando bebe.

O sorriso desaparece da face quase instantaneamente, e tento disfarçar o ego ferido mostrando o dedo do meio.

Ela se diverte, esmagando e descartando a embalagem vazia de jujuba e em seguida ocupa a boca com um cigarro.

- Quer? – oferece o maço branco.

- Não, valeu.

- Ah, é mesmo, esqueci que prefere outro tipo de cigarro.

Lanço um sorriso de canto de boca.

- Continua sendo um Zé droguinha?

O comentário me arranca um riso.

- Diminui bastante, essas coisas não fazem bem para a cabeça a longo prazo. – expresso de forma sensata. – Pelo menos não vou morrer com os pulmões pretos.

A mulher ignora o comentário, tentando acender o tabaco.

- Pior maconheiro que você só aquele seu amigo insuportável. – diz, de repente.

Busco na mente, tentando entender a quem se refere.

- Nick?

- E tem outro? – sopra fumaça.

Sorrio.

- É, ele não mudou tanto nas últimas décadas.

- Ainda é amigo daquele traste? – sua voz sai carregada de desprezo.

- Porque esse ódio todo? – me divirto.

- Ele é um cuzão, peguei ranço desde uma festa em que não saiu do meu pé, praticamente implorando para transar. Muito chato. – dá ênfase a última frase. – E se acha sem ser porra nenhuma.

- Não sabia que tinham essa treta toda. – não levo sua fala muito a sério.

- Vamos parar de falar de coisa ruim, não quero ter azia.

Obedeço e permanecemos em silêncio, observando o mar. As correntes do balanço rangem conforme tento concertar a posição, a corda na cintura está começando a incomodar.

- Mas então..., e os namoradinhos? – o final da fala é seguido por breves risos.

- Todos mortos, graças a deus. – brinca.

- Não acredito que não arranjou ninguém depois de todo esse tempo.

- Estou livre, leve e solta na pista, querido. – parece satisfeita, tragando o cigarro.

- Então está "passando o rodo" na Austrália.

- Rodo não. Rolo compressor. – ri da própria piada, e faço o mesmo. – Isso a Austrália sabe fazer bem: homem. Tem uns grandes, parrudos e de olho claro que são o meu "número". E quando tiram a cueca, meu bem, é cada rôla gigantesca que chega salivar. – limpa o canto da boca de forma encenada.

- Sem detalhes, por favor. – imploro, fazendo careta.

Reage com escárnio. E sei que faz de propósito porque tem consciência que não gosto de ouvir esse tipo de coisa.

- E você, rei das pepecas, quantas já pegou essa semana?

Só consigo rir:

- Estou namorando.

A surpresa é nítida no rosto.

- Para de mentir.

- É sério.

- Você. Namorando. Acredito muito.

- Porque não? – tento entender.

Lança um olhar como se fosse algo óbvio.

- Te conheço Marcos. Você ficava com uma mulher diferente todo dia. – expõe. – Você, Ricardo e Breno são os maiores Zé buceta que conheci na vida. Transaram com todas as meninas da turma, e um bocado de outros cursos, parecia rodizio de pizza aquela porra.

Não seguro a gargalhada.

- Era tão desesperado que transou até com Alessandra, aquela puta! – o furor aumenta e meu abdômen começa a doer novamente. – Pobre Clarice que decidiu namorar você. Mal sabia da quantidade de chifre que possuía.

Perco a graça instantaneamente. Quem me conhece sabe que o nome dessa mulher não deve ser citado em hipótese alguma. Mas não fico bravo com Heloísa, pois não tem ideia do que aconteceu depois da sua partida.

- Você também não era nenhuma santa. – tento resgatar o humor e a leveza da situação. – Lembro bem quando transou com três caras, na mesma noite, ao mesmo tempo.

Faz uma careta exagerada.

- Como ousa fazer tamanha calúnia contra minha pessoa? – leva a mão ao peito, dramática. – Foram só dois, porque um broxou.

Irrompemos em gargalhadas.

- Mas esse seu namoro é sério mesmo? – indaga.

- Já falei que é.

Ela ainda não parece acreditar, mas dou de ombros.

- E não vai acreditar. – instigo.

- Está com câncer terminal e vai deixar toda sua herança para mim?

- Não... – dessa vez acho que ela foi um pouco longe demais. – Tenho um filho.

Ela traga o cigarro, inexpressiva.

- Sem sermão dessa vez?

- Nunca soube usar camisinha Marcos, mais cedo ou mais tarde isso aconteceria. A surpresa é de só ter um.

- Claro que sempre me cuidei! Até por isso só tenho um.

- Se cuidava tanto que vivia entupindo as garotas de pílula do dia seguinte. Se a policia vasculhasse seu quarto na época, pensariam que era traficante.

Envergonho das minhas ações no passado, não sei como conseguia ser tão imaturo e inconsequente.

- Quem é a louca que topou ter um filho com você? – assume tom de escárnio.

- O nome dela é Aline, fomos casados por um tempo.

A surpresa retorna à face:

- Casados?! Sério?! – sua voz atinge um tom agudo.

Confirmo com um aceno de cabeça.

- Que maconha estragada fumou para decidir casar com alguém?

- O amor faz isso com a gente. – falo de forma descontraída.

- Não, cocaína faz isso com a gente.

Rio brevemente.

- Mas disse que está namorando, então você e essa Aline não estão mais juntos.

- Nos separamos há cinco anos.

Encara com um olhar julgador.

- Fez merda, não foi?

Penso em agir de forma evasiva, como sempre, mas prefiro ser sincero.

- Mais ou menos. – abro um sorriso descarado.

- E a criança? Tem quantos anos?

- Cinco. Quer ver algumas fotos?

Mostra indiferença. Heloísa nunca gostou de crianças. Para ela são somente versões mais irritantes e chorosas dos adultos.

Saco o celular e exibo imagens.

- My god, ele é igualzinho a você..., tadinha dessa criança.

- Vai se foder.

Ela ri, provocativa.

- Mas chega, esse papo de criança já está me dando coceira. – traga o cigarro, depois joga na areia e apaga com a sola do sapato. – Vamos dar um mergulho? – se põe de pé.

Lanço um olhar confuso.

- Acho que já percebeu que não estamos com roupa de banho.

- Vamos pelados, como antigamente.

A encaro como se dissesse: ficou louca, mulher?

- O que? Está com medo de mostrar esse pau pequeno?

- Isso é ridículo, até para você. – digo. – E não somos mais adolescentes.

- Foda-se. Tem que ser adolescente para poder ficar pelado?

Rio, ainda não acreditando que sua proposta é genuína.

- Vamos, pau pequeno.

- Não.

- Pau pequeno.

A ignoro, o que só faz continuar repetindo:

- Pau pequeno. P-a-u pe-que-no. Small dick.

- Voltamos à quinta série agora? – começo a chatear.

Ela aproxima e inclina até minha orelha direita.

- Pau pequeno. – sussurra.

- Vai se foder. – sussurro de volta.

De repente ela começa a fazer movimentos sexuais e a cantar:

- Ele tem um pau pequeno, meu deus, é muito pequeno, podia ser algo obsceno, mas é só um pau pequeno...

- Está bem, eu vou! – exalto a voz, tentando fazê-la calar a boca.

- Que bom que sabe tomar decisões sábias, amiguinho. – sorri com falsidade.

Mostro o dedo do meio em resposta, sustentando uma carranca.

Deixamos os sapatos no balanço e seguimos até o limite onde a areia se torna úmida. O coração palpita, não acredito que estou fazendo isso. Olho para os lados constantemente, a praia vazia, mas e os comerciantes? E os pedestres? Com certeza alguém nos verá.

- Desiste Helô, se alguém nos ver estaremos fodidos. – tento colocar algum juízo em sua cabeça.

- Regra número um: se correr rápido ninguém verá. – mostra um sorriso de canto de boca.

Ela tira a blusa, e sei que tenho que começar logo. Miro a imensidão escura, depois a mulher, e contrariado, deixo o paletó cair na areia e começo a trabalhar nos botões.

Heloísa termina antes de mim e sai acelerada. Quando percebo já está mergulhando. Fico mais nervoso a cada segundo, e tento não olhar para trás ou para os lados.

Livro-me da cueca e corro o mais rápido que meu corpo acima do peso permite. A adrenalina pulsando nas veias. Sinto como o adolescente de outrora, e por um segundo, antes de alcançar a água, acho aquilo divertido.

Mergulho, sentindo o frescor da água tocar a pele, não está tão gelada por causa da temperatura elevada do ambiente. Dou algumas braçadas, alcançando a mulher.

- Esse é o Marcos que eu conheço! – quase grita, animada.

Tento manter a pose mal humorada, mas acabo rindo.

- Corrida? – propõe.

- Claro.

- Até aquela boia. – aponta.

Tomamos as posições, um ao lado do outro, e com um sinal de mão começamos a nadar.

Já vestidos, rumamos até alexia. Afasto o cabelo do rosto com a mão, enquanto Heloísa torce o seu, retirando o excesso de água. Sinto-me mais feliz, mais leve.

- Vem para a Austrália comigo. – fala de repente. – Consigo uma passagem a mais com meu chefe.

A proposta é tentadora.

- Não posso. – concluo. – Tenho minha vida aqui, todos que conheço, minha namorada, meu filho.

- Pode visita-los no natal, a empresa sempre dá um mês de férias.

- Por mais que aqui seja uma merda, ainda é minha cidade, minha casa.

Revira os olhos,desdenhosa. Encaixamos os capacetes e dou partida.



Gostou do capitulo? Compartilha com os amigos, colegas, familia, e quem mais goste desse tipo de história =D

Obrigado por ler. Próxima quarta tem capitulo novo. Beijos e abraços <3

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro