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Capítulo Quarenta e um - Aline

Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Durante o concurso 'Garota do bairro', Dolores passa mal e sofre um acidente.

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)



19 de Julho de 2014.

- A baixa de vitaminas dela é extrema. - o médico diz.- Está com uma anemia perigosamente avançada. Como as coisas chegaram a esse ponto?

Verônica solta um gemido trêmulo, o rosto enterrado nas mãos. Ela não parou de chorar desde que chegamos, e as coisas têm piorado agora que o médico apareceu para fazer perguntas. Achei que ela se acalmaria, mas não foi o que aconteceu.

- Me desculpe. - ela soluça, repetindo logo em seguida. - Me desculpe.

Cerro o maxilar. Minha vontade também é de desabar em lágrimas, meu emocional está em frangalhos depois de ver Dolores despencando daquele palco. E todo o sangue no chão...

O médico se volta para mim, assumindo uma atitude extremamente profissional ao ver que Verônica não se encontra em condições.

- Ela tem comido nos últimos dias?

Mordo o lábio.

- Não. - respondo com sinceridade. A palavra sai com dificuldade.

- Ela costuma vomitar depois de uma possível refeição? Ou toma algum remédio para emagrecer? - o homem anota tudo em uma prancheta.

Quando Verônica escuta suas palavras, o choro aumenta.

- Vomita. - declaro. - A peguei fazendo isso e encontrei dezenas de laxantes em seu quarto.

- Você perdeu a cabeça?! - Verônica se põe de pé abruptamente. Os olhos brilham, delirante. - Porque não me falou nada?! Por que...? - se interrompe.

Estou prestes a dizer que tentei chamar sua atenção para todo o problema, mas vendo seu estado, não posso fazer acusações contra a pobre mulher.

- É melhor discutirmos lá fora. - o médico mira Verônica. - Sei que é a mãe, mas podemos te passar as informações depois que se acalmar.

- De jeito nenhum. - Verônica nega com firmeza. As lágrimas fazem sua pele escura brilhar. - Não voltarei a me exaltar.

O médico ergue uma sobrancelha, como se duvidasse da declaração. Porém parece aceitar.

- Esses são sinais claros de um grave distúrbio alimentar.

Mordo o lábio com mais força, abrindo um pequeno corte. A dor me ajuda a manter o controle. Eu estava certa o tempo inteiro. Lembro de Dolores vomitando e de nossa discussão. Meu estômago se contrai dolorosamente.

- Tem mais. - murmuro. - Um dia entrei em seu quarto e vi muitas embalagens de chocolates. Umas vinte. Foi quando a peguei vomitando. Achei estranho porque ela estava sem comer por muito tempo.

Consigo ouvir Verônica respirar fundo.

- É um dos fatores que caracteriza a bulimia. - explica. Dolores come quantidades absurdas de uma vez para vomitar tudo logo em seguida.

- Isso é horrível. - Verônica choraminga. - Ela vai morrer, doutor! – esbraveja.

- De fato, é uma situação lastimável. Mas ninguém morrerá. Dolores já está sendo tratada e só precisa repor as vitaminas e nutrientes. Ela ficará em observação por entorno de dois dias e vamos planejar uma dieta rigorosa para que o sistema imunológico volte ao normal. Pode demorar um pouco, mas com persistência, funcionará.

Aceno com a cabeça, sentindo as pernas bambas.

- No momento estamos fazendo exames para saber se o estômago se encontra muito danificado, mas a paciente já deve ser liberada para o quarto. - ele completa.

- Obrigada, doutor. - consigo dizer.

- Mas... ela precisará de tratamento psicológico? - Verônica pergunta.

O médico hesita.

- Irei disponibilizar um dos psicólogos do hospital para atendê-la. O plano de saúde cobrirá essa parte. - ele põe a prancheta em baixo do braço e guarda a caneta em seu jaleco. - É necessário que Dolores seja observada com muita atenção. Se a bulimia não for controlada, então sim, um tratamento psicológico será de grande importância.

Verônica acena. Os ombros da mulher estão baixos e posso afirmar que nunca a vi tão abatida.

Uma enfermeira entreabre a porta da sala de espera.

- Terminamos com ela, doutor. - noticia.

- Obrigado. - o médico se volta para nós. - Vocês já podem vê-la. Enquanto isso analisarei os resultados do exame. Com sua licença. - ele inclina a cabeça, em um comprimento de despedida e sai da sala.

Seguimos as instruções da enfermeira para chegar até o quarto. O episódio me lembra muito dos acontecimentos com Olivia, o tempo que passei nesse hospital. Estou odiando cada vez mais esse lugar.

Verônica precisa de apoio para não cambalear enquanto andamos. Sinto-me péssima por seu estado físico e psicológico.

Chegamos ao quarto e Dolores aparenta estar tão triste que meu coração doí. Mais do que estava doendo antes. A garota tem um curativo na cabeça, onde recebeu a pancada ao cair, e seus braços revelam arranhões avermelhados. Deixo que Verônica se aproxime primeiro. A mulher se acomoda na cama.

- Por que estava fazendo essas loucuras, querida? – a mãe pergunta gentilmente. Os dedos trêmulos afastam mechas de cabelo da têmpora da filha. O gesto é delicado e carinhoso. - Por que está se adoecendo desse jeito?

Os olhos de Dolores se enchem de lágrimas. A garota funga.

- Eu queria ser magra. - diz, a voz fraca. - Modelos só fazem sucesso se forem magras. Se meu corpo ficasse perfeito...

- O seu corpo é perfeito. - Verônica interrompe. Segura o rosto da filha entre as mãos. - Você é o que há de mais perfeito em minha vida.

Dolores a olha, encabulada. Sinto meus olhos arderem pelas lágrimas que surgem. A cena me emociona profundamente. Posso sentir a sinceridade e amor incondicional em cada palavra.

- Desculpa, mãe. - Dolores fala com a voz embargada. Verônica sorri e aceita a filha nos braços quando essa se desfaz em lágrimas.

O rosto da garota está escondido no peito da mãe, mas posso ver os ombros tremendo pelo choro.

- Com licença? - uma voz feminina chama minha atenção.

Viro-me para a porta para encontrar uma mulher baixa e loira. Ela usa óculos e tem os cabelos presos em um rabo de cavalo.

- Sou a psicóloga. - declara amigavelmente. - Vim bater um papinho com Dolores.

A garota afasta o rosto vermelho da mãe e Verônica mira a psicóloga, satisfeita. Aperta a mão da filha uma última vez antes de levantar.

- Vamos deixar que conversem então. - diz, me levando consigo para fora do cômodo.

A porta se fecha, e encaro o corredor branco. Suspiro, um pouco mais aliviada.

- Eu devia ter te escutado. - ouço a mulher fungar. Está lacrimejando de novo. - Que tipo de mãe sou eu? – sua feição cheia de dor e pesar.

- Está tudo bem agora. – aproximo com a intenção de acalmá-la.

- Sabe, eu agradeço a Deus todos os dias por você ser tão boa com a minha filha. - a declaração me surpreende e não faço esforço para conter a própria emoção que sinto. A mulher me fita com um sorriso choroso. - É a irmã mais velha de que ela sempre precisou.

Aprochego mais, envolvendo-a em meus braços. O gesto nunca passou por minha cabeça antes, mas agora parece ser o mais certo a se fazer. O mais natural. Um conforto que há muito não sentia toma conta de meu peito, o que faz com que as lágrimas rolem com mais ímpeto.

É como quando minha mãe me abraçava. Sinto o mesmo carinho materno vindo dali. Como nunca pude perceber antes?

- Eu tenho que me desculpar. - digo, me afastando ligeiramente. Sei que meu nariz está vermelho pelo choro.

- Como assim, querida?

- Tenho agido de forma imatura ao tentar manter distância. - assumo. - Como se você fosse uma intrusa em minha casa ou algo assim...

- Eu entendo, Aline. Você sente falta de sua mãe, e então eu apareci...

- Não. - a interrompo. - Isso pode explicar meus atos, mas não os justifica. Você não é minha mãe... - a voz se embarga ao citar a mulher que me gerou. - Mas é uma boa pessoa. Uma boa mãe.

Sinto-me tão mais leve após por tudo para fora. Verônica me puxa para mais um abraço. Fazendo carinho em meu cabelo até que eu me acalme, assim como fez com sua filha.

O telefone toca, mas ela não atende. Continua a me abraçar como se isso fosse o mais importante. A música para, mas volta a ressoar logo depois.

- Será que é meu pai? – indago.

- Pode ser... - ela tira o aparelho da bolsa, a voz está calma, macia. Logo um sorriso sereno curva os lábios. - Ele ainda não sabe o que aconteceu. Melhor avisar.

Observo a mulher se afastar, levando o celular até o ouvido.



Mais tarde, me sentindo completamente esgotada, então vou a casa de Cris. Um pouco de distração cairá bem.

- Não acredito que isso aconteceu com Dolores! – a garota de cabelo azul exclama quando já estamos em seu quarto. O tio aparentemente saiu.

- Nem eu. Ela estava linda na passarela, toda feliz. E então despencou. Achei que fosse ter um infarto ou algo assim. A queda foi muito alta.

- Imagino..., e ela se machucou?

- Alguns arranhões. Bateu a cabeça e o quadril, estão bem roxos. - suspiro, cansada. No hospital tivera que me controlar por Verônica, mas agora me sinto à beira das lágrimas, apesar de tudo estar bem. - E você não vai acreditar na conversa que tive com Verônica.

- Conversaram sobre o que?- Cris levanta da cama, caminhando até sua cômoda, onde o celular está carregando.

- Sobre nos odiarmos.

Ela me encara, incrédula.

- O que? Sério?

- Não. - respondo com um sorriso. Cris revira os olhos e desbloqueia a tela do celular. - Bem, mas foi quase isso. Talvez tenhamos finalmente nos entendido.

- Caramba, nunca imaginei que isso pudesse acontecer. - ela começa, o tom brincalhão. Mas algo no celular a faz se interromper. Ela simplesmente encara a tela. Vejo seu rosto se tornar cada vez mais pálido.

- O que? - pergunto. - O que foi?

Ela não me responde. Apenas me encara com pesar. Levanto, segurando seu braço com cuidado.

- Quer que eu busque água pra você?

- Não. - sua voz sai trêmula.- Acho que a gente tem que ver isso. Esse vídeo.

- Que vídeo?

- É da festa. Estão compartilhando no Whatsapp. Não sei, me senti péssima agora. Com um mal pressentimento.

Ela dá play. O vídeo começa com uma confusão de vozes. Risadas, música. Mas então uma porta bate, e boa parte do ruído é abafado. Porém o burburinho do quarto é grande, tem alguns garotos ali dentro. Tento contá-los, mas a câmera só mostra parte de suas pernas.

- Não estou entendendo... - comento.

É quando quem está filmando mira a cama. Vejo uma garota. Os cabelos ruivos.

- Só pode ser brincadeira. - Cris sussurra, a mão tremendo. - Eles não podem ter filmado tudo...

Afasto, meu estômago se revirando. Não pode ser o que estou pensando. Mas lá estava Olivia. Naquele quarto, naquela cama. Os garotos riem. Acho que vou vomitar.

- Não vou assistir essa merda. - minha voz ecoa, mas é como se outra pessoa estivesse no comando.

Cris demora a responder, pausando o vídeo e abaixa o celular.

- Também não quero, mas é a pista perfeita, Line.

Aceno negativamente. Minutos de um silêncio pesado me sufocam enquanto Cris junta coragem para reiniciar a gravação.

Ouço risos e palavrões, a música da festa abafada, ao fundo.

- Joga essa vadia aí - uma voz grossa gargalha.

- Putinha gostosa. – outra voz.

Viro-me para encontrar Cris encarando a tela do celular com a mão sobre a boca. Seu rosto está mais pálido que a parede, os olhos arregalados. Um grito agudo irrompe na gravação, me fazendo segurar o parapeito de sua janela com força. O olhar trêmulo da minha amiga encontra o meu por cima do celular, e sei do que se trata.

- Consegue identificá-los? – indago.

- Ainda não, focaram basicamente da cintura para baixo.

O choro de Olivia enche o alto falante. Mais palavrões, mais xingamentos. Pancadas são ouvidas, como se estivesse batendo a cabeça dela contra a parede. Os gritos param por um instante, minguando para um choro baixo em meio às risadas. Mas retorna com tudo quando rasgam as roupas dela. O som é alto e claro. O colchão range e Olivia grita ainda mais, provavelmente sendo posicionada...

Como se não pudesse suportar, Cris abaixa o volume, mas não tira os olhos da tela.

Em determinado momento ela lança um olhar confuso, passa o dedo no aparelho e permanece parada, observando.

- Ei... – muda o foco da atenção, os olhos brilhando, marejados. - Qual fantasia Eric usava na festa?

- Por quê? - não consigo entender a pergunta, mas puxo na mente as imagens da festa. - Aquele robô dourado do Star Wars, C3PO.

Em resposta, ela estende o celular para mim. Olho hesitante, sua mão trêmula paira entre nós. Demoro um instante até pegar o objeto.

O vídeo está pausado. Vejo um grupo de garotos com as calças abaixadas no canto esquerdo, e no fundo da filmagem, encostado contra a parede, uma pessoa usa as calças de um robô dourado. Um sabre de luz pende de sua cintura. O garoto parece assistir à cena. Imóvel.

Troco olhares surpresos com minha amiga, não há como negar que se trata de um conhecido.

Eric.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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