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Capítulo Cinquenta - Marcos

Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Marcos decide visitar um amigo psicólogo para ajudá-lo a se livrar de vez das memórias de Aline, e o homem o pede contar como foi a última vez que os dois conversaram.

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)



Flashback

17 de novembro de 2027.

Ajeito a gravata no pescoço. Queria saber quem foi o gênio que inventou uma coleira masculina e disse que usá-la era algo chique.

O interior do fórum é imenso. As grandes vigas beges sustentam os arcos que formam o teto. Esporadicamente, pessoas saem e entram de salas, pensei que um local como esse era bem mais agitado.

A última vez que estive aqui foi para assinar os papéis do meu casamento e agora retorno para decidir um dos principais pontos após minha separação. A ironia da vida é algo realmente fabuloso.

- Pode parar de balançar essa perna? – Marreta repreende.

- Não consigo, é involuntário.

- Claro que consegue, é só parar de balançar a porra da perna. – fala um pouco mais exaltado, segurando o membro.

- Calma Marreta, por que essa raiva toda?

- Não disse que sua ex-mulher era pontual?

- E é. Deve ter acontecido algo no trabalho.

Ele bufa, impaciente.

Minutos depois, do final do corredor desponta Aline, seguida por seu cãozinho fiel, Eric. Logo noto suas madeixas mais curtas, na altura do pescoço e mais escuras. Quando mudou o cabelo?

O homem, que não mais porta seus óculos nos cumprimenta, enquanto Aline observa, sisuda. Há uma breve troca de olhares entre nós, mas ela logo desvia a atenção.

- Desculpem o atraso, o trânsito estava um inferno. – ele justifica.

Marreta o encara nada feliz.

- Devemos entrar, o juiz já deve estar nos esperando.

- Claro. – Eric tenta um sorriso amigável, mas o ignoro, seguindo meu advogado.

Passamos pela porta dupla e logo percebo que o juiz, na ponta da mesa retangular de madeira, compartilha do humor de Marreta. O senhor leva um copo à boca, mas logo o põe de lado ao notar nossa presença.

- Mais cinco minutos e teria meses de espera a sua frente Senhor Magalhães. – se direciona ao meu advogado com uma voz rouca, típica de fumante.

- Peço desculpas Vossa Excelência, sabe que não é do meu comportamento. – Marreta fala, ao sentar, direcionando um olhar sério para Eric.

- Perdão, Vossa Excelência. – o asiático se pronuncia.

- Vamos acabar logo com isso. – o senhor encarregado da audiência diz.

O juiz abre uma pasta amarela e tira alguns papéis:

- Situação de custódia, número 1476, em relação ao menor Theo Carvalho Bragança. – lê. – Pedido por Marcos Bragança Ferreira à Aline Carvalho Vieira, ambos responsáveis e progenitores do menor.

Tento acompanhar as palavras, mas o máximo que entendo são nossos nomes, chamando atenção para o fato da permanência do meu sobrenome em meio aos dela. Por que não mudou? Será um sinal? Talvez, no final das contas, ainda exista concerto para a tragédia a qual se tornou nosso relacionamento. Meus olhos cruzam os dela por cima da mesa e dói não poder esticar e sentir sua mão do outro lado.

- Ambas as partes entraram em um acordo?

- Sim, Vossa Excelência. – Marreta entrega um curto bloco de folhas ao senhor e depois à Eric, mantendo uma cópia para si. – Ambas as partes acordaram com uma guarda compartilhada, quatro dias com a mãe e três dias com o pai.

- Está de acordo Senhor Bragança? – o juiz pergunta.

- Sim.

- Está de acordo Senhorita Carvalho?

Ela hesita um pouco, pensativa:

- Não.

Franzo o cenho, confuso, o que ela está tentando fazer?

- Como assim 'não'? – Marreta se mostra indignado.

- Não quero acordo nenhum, Theo ficará comigo.

- Mas você já havia concordado... – o homem ao meu lado controla o tom de voz, mas percebo que está furioso.

- Você conversou com Eric, e não comigo. – mostra-se irredutível.

- Aline, eu falei com você. – o asiático diz.

- Mudei de ideia, não posso?

Marreta bufa, sei que odeia quando as coisas fogem do seu controle.

- Vocês tem que se decidir, tem um acordo ou não? – o senhor fala, impaciente.

A encaro como se perguntasse: porque está fazendo isso?

- Sim. – digo.

- Não. – ela rebate.

- Senhores, não tenho cara de palhaço e meu tempo é valioso.

- Dez minutos, Vossa Excelência, é tudo que peço. – Marreta se manifesta.

Eric parece nervoso com tudo que está acontecendo. O juiz suspira, nitidamente contrariado.

- Dez minutos, nada mais.

Seguimos para fora do cômodo.

- Que palhaçada é essa, Eric? – meu advogado esbraveja.

- Calma Sérgio, pensaremos em algo.

- Não, eles pensarão em algo. – vira para mim e Aline.

- Já tomei minha decisão. – ela diz.

- Não mesmo. Eric, arranje um lugar para eles conversarem, vou tomar um café. – se vira em direção à extremidade esquerda do corredor.

- Certo.

- Quem pensa que é para falar assim? – Aline esbraveja.

Marreta dá de ombros e segue. Estranho a forma como o advogado trata Eric, mesmo os dois não mais tendo ligação profissional.

- Vamos pessoal, temos pouco tempo. – o asiático fala.

- Não irei a lugar algum. – ela cruza os braços.

- Meu bem, pense em Theo, pense em como ele se sentirá se essa bagunça continuar.

Fico surpreso, sentindo vontade de avançar e lhe cobrir de socos, por chamá-la de 'meu bem' e por falar o nome do meu filho. Um mês de separação e ela já me trocou por esse pinto pequeno?

- Mas isso é um absurdo!

- A lei pode ser injusta algumas vezes, agora, por favor, vamos. – agarra sua mão e me controlo para não impedir o ato.

Prefiro ficar quieto para não falar algo que me arrependa depois. Após alguns segundos ela enfim sede. Caminhamos pelos corredores do fórum e o homem checa cinco salas, mas só na sexta obtém sucesso.

- Entrem, restam poucos minutos. – diz, apressado. – E não saiam daí sem um acordo.

A porta bate atrás de mim.

Um silêncio angustiante nos envolve. A mulher, encostada na mesa, corre a unha pela madeira.

- Alguma sugestão? – tomo a iniciativa.

- Que você me deixe em paz. – fala sem encarar.

Sinto um aperto no peito pela forma áspera como se expressa.

- Quando resolvermos isso prometo que deixarei. – falo, cabisbaixo.

Mais silêncio.

- Pra que me trouxe aqui? – me mira, seus olhos negros cheios de ódio reprimido.

- A proposta é que nós entremos em acordo, não?

- Não estou falando dessa sala, me refiro ao fórum e a essa bobagem toda.

- Nosso filho não é bobagem. – rebato.

Seu rosto se contrai ao ouvir a frase.

- Agora se importa com o bem estar dele? Devia pensar nisso antes de fazer o que fez.

Respiro fundo.

- Quer conversar sobre isso? Ótimo, mas não esqueça que nosso casamento começou a desmoronar por causa das suas atitudes.

Um sorriso sarcástico brota em seus lábios.

- Claro. Você age como um filho da puta e eu sou a culpada. – desdenha.

- Se está esperando um pedido de desculpas, desiste, já fiz muito isso.

- Não espero nada de você Marcos. – fala, chateada.

Tento manter a calma.

- Vamos deixar o passado onde ele pertence e começar a pensar numa solução para o problema atual, ok?

- Não vejo problema algum.

Fico indignado com sua falta de compaixão.

- Não vejo meu filho há meses, acha isso justo? - me exalto.

- Se depender de mim não o veria mais, aliás, se não tivesse dinheiro e um bom advogado não estaria nem olhando para sua cara nesse momento! – aumenta o tom de voz.

Desvio o olhar, respirando fundo, não posso perder a cabeça nesse momento.

- Isso não é sobre nós, é sobre Theo. – tento voltar ao assunto principal.

- Não, não é, e ficaria satisfeita se você esquecesse que eu e meu filho existíssemos. – diz. – E já estou cheia de você e seu advogado tomando meu tempo.

Ela se direciona a porta, mas ao passar por mim agarro seu braço. Nos encaramos por alguns segundos, os rostos mais próximos do que já estiveram em meses. Decido dar o que ela quer e abaixo completamente minha guarda.

- Está bem. Fui uma merda de marido. Mas não pode dizer que sou um pai ruim.

Sua expressão muda por um instante e ela parece aberta a ouvir.

- Eu cuidei dele quando você não pôde. O mantive alimentado, limpo e saudável para quando voltasse. – exponho.

Os olhos começam a lacrimejar, mas controlo a emoção.

- Ele é tão seu quanto meu, então, por favor, não o tire de mim. – concluo.

Apesar da mudança, sua feição continua impassível. Em resposta ao meu apelo, ela só desvia o olhar para o braço. Diante da ameaça silenciosa, afasto a mão imediatamente e ela sai.

Enxugo os olhos com as costas da mão e respiro fundo algumas vezes. Com os olhos fechados, peço a Deus e todos os santos que dê tudo certo.

Após uma rápida passada no banheiro, chego ao nosso ponto de encontro, acompanhando os outros para dentro do cômodo.

- O que decidiram? – Marreta indaga.

- Não sei. – falo de forma fria. A essa altura, se puder passar pelo menos um dia por mês com meu filho, estarei satisfeito.

- Como assim não sabe? – controla o tom de voz no meio da frase.

Penso em responder, mas somos interrompidos pela chegada do juiz.

- E então, chegaram a um acordo? – diz, ainda de pé.

Marreta me fita e depois volto a atenção para Aline, meu semblante suplicando para que tenha alguma sensatez.

- Sim. – ela responde.

Sinto como se uma tonelada fosse retirada das costas e suspiro aliviado. A mulher e seu advogado trocam olhares e ele acena com a cabeça.

- Ele poderá ficar com Theo durante o fim de semana a cada quinze dias. – explana. – E eu quero a casa.

Sua fala de certa forma me surpreende. Mas sei que tal proposta veio da mente meticulosa de Eric, o que só faz odiá-lo ainda mais.

- Mas isso é... – Marreta começa, mas o interrompo:

- Fechado.

- Marcos! Isso é loucura! – repreende.

- Se esse é o preço para poder ver meu filho, então é o que terá.

- Seu filho não vale uma casa. – diz, enérgico.

Fico indignado com suas palavras.

- Está certo, ele não vale, mas farei qualquer coisa para tê-lo comigo, ela pode pedir a casa, a moto, até a porra das roupas que estou vestindo, e eu darei. – esbravejo.

- Olha o palavreado, Senhor. – o juiz adverte.

Permaneço quieto, o olhar cruzando com o do advogado, como se travássemos uma batalha silenciosa.

- Diante dos termos colocados, está de acordo Senhor Bragança?

- Sim.

- Está de acordo Senhorita Carvalho?

- Sim.

- Caso encerrado. Dou aos advogados o período de uma hora para redigir os documentos e retornaremos para assiná-los.

Todos assentem e o juiz nos deixa.



- Não foi algo muito amigável, mas foi uma conversa. – tento fazer piada.

- Vocês já conversaram sobre a separação? – o profissional indaga.

- Já tentei, mas ela não quis ouvir.

Ele anota algo e depois checa o relógio.

- Nossa hora acabou, mas te avisarei quando tiver um horário livre.

Fico surpreso, não senti o tempo passar.

- Posso pagar se quiser.

- Não, é sempre bom ajudar um amigo.

Nos despedimos com um abraço e sigo para casa.

Toda a conversa sobre a Aline fez minha cabeça ficar ainda pior. Durante toda a noite não consegui parar de pensar em nossos momentos juntos. Acho que não foi uma boa ideia ir ao psicólogo.

Mas por outro lado, dizem que a solução para curar uma dor é algo ainda mais dolorido do que a própria dor, portanto talvez esteja no caminho certo.

Só tenho sossego quando cedo aos desejos primitivos e me masturbo pensando em seu corpo nu, suas curvas, os quadris largos e os seios que cabiam perfeitamente em minhas mãos.

Deito na escuridão do meu quarto e não percebo quando adormeço. A próxima coisa que tenho consciência é ser puxado com força para fora da cama.

- Levanta, caralho! – uma voz masculina manda.

Ainda atordoado pelo sono, não consigo ficar de pé, sentindo alguém me erguer e praticamente me arrastar até a sala.

A claridade do cômodo incomoda os olhos. Quando os sentidos se focam no que está acontecendo, vejo Nick sentado numa cadeira, seu rosto machucado e sangrando.

Sou arremessado ao chão.

- O que está acontecendo? – indago.

- Quieto, filho da puta.

Só nesse momento me atento para os três homens de pele escura que me nos rodeiam, dois atrás de mim e um atrás de Nick. Ao encarar um deles tenho uma leve impressão de familiaridade, mas essa sensação se esvai quando sou golpeado na lateral do abdômen.

- Se não disser onde está o dinheiro, o parceiro aqui vai se machucar. – o homem careca e barbudo ao lado de Nick ameaça.

- Já disse, não sei onde está o dinheiro. – parece assustado.

Outro chute e mais dois socos. O medo e a confusão predominam em meu ser, tento me mover em direção ao sofá.

- Vai aonde, baitola? A conversa não acabou ainda. – ouço do lado direito.

- Amarra as pernas dele, Alan. – o careca manda.

Esse nome, de onde o ouvi? Viro a cabeça para encarar o homem que me imobiliza e fico chocado ao perceber que se trata do meu ex colega, o mesmo com quem tive uma amizade de anos, o mesmo que tocava bateria em nossa antiga banda.

O encaro, franzindo o cenho. Ele, por sua vez, lança um olhar de remorso, como se pedisse desculpas.

Já com as pernas incapacitadas, recebo mais chutes, fazendo da tarefa de respirar algo difícil.

- Onde está o dinheiro, Nick! – o careca se exalta.

- Eu não sei. – seus olhos lacrimejam

Mais chutes. Dessa vez um atinge a virilha, o que faz surgir pontos pretos em minha visão. Tento implorar por misericórdia, mas sou interrompido por mais violência. Lágrimas escorrem. Não compreendo a motivação para tais atos, mas só quero que pare.

O careca saca uma arma da parte de trás da calça e vem em minha direção.

- Estou cheio desse papo, se não falar onde está o dinheiro o zé ruela vai pro saco. – aponta a arma para mim.

Começo a tremer, e só consigo chorar, com a testa próxima ao piso. A cueca ficando mais quente e úmida a cada segundo.

- Cala a boca, filho da puta! – recebo outro chute do terceiro homem.

- E então Nick, o que será, seu amigo ou o dinheiro? – sinto a frieza do cano da arma contra a nuca.

Tento falar, mas a única coisa que sai são balbucios. Um longo silêncio se segue, só consigo pensar em Theo e Bia. Como ficarão depois da minha partida?

Ouço o som da minha respiração contra o azulejo frio, pedindo a todos os santos e oxalás que preservem a minha vida.

- O dinheiro está na loja. – Nick se pronuncia.

- Ah, agora começamos uma conversa decente. – o careca ironiza. – Em que parte da loja?

- No meu escritório. – diz. – Mas não está lavado.

O careca franze o cenho.

- O que?! – aumenta o tom de voz, em surpresa, se aproximando.

-N-não está lavado.

Meu amigo recebe um soco no rosto que o deixa desnorteado.

- E porque não está lavado, filho da puta?

- Eu... eu... eu esqueci. – titubeia. – O mês foi corrido lá na loja, acabei esquecendo.

O careca gargalha, depois difere um soco na virilha do meu amigo.

- Você tem dois dias para fazer seu trabalho e dar o meu dinheiro. – fala próximo ao ouvido.

Caminha lentamente em minha direção novamente.

- E só um lembrete para não esquecer da próxima vez. – sem aviso, pisa em minha mão esquerda, e de novo, e mais forte, e de novo.

Grito. Grito muito. Sendo impedido por um dos homens, que coloca as mãos em minha boca. Posso jurar que ouvi um 'crack' durante a segunda e terceira vez que a bota se choca contra o membro. Choro copiosamente enquanto os três nos deixam. Tenho o reflexo de segurar o membro machucado, mas não consigo nem me mover devido à dor.

Dor. Confusão. Dor. Nick. Dor. Theo. Dor. Medo. Dor. Azulejo. Dor. Úmido e quente. E então apago.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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