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Capítulo Cinquenta e quatro - Marcos

Anteriormente em 'Desde agora e para sempre': Após uma briga com Nick, Marcos rumou para um curso de pais de primeira viagem com Caio, e logo descobriu que o local é mais excêntrico do que pensava.


Boa leitura :D

(Capitulo novo toda quarta-feira)



9 de julho de 2032.

Tempo depois do café da manhã ouvimos o som agudo do gongo. Jasmine nos oferece toalhas e as mesmas bonecas que usamos ontem.

A acompanhamos para fora do perímetro do sítio, por uma trilha cercada de relva. Não paro de me perguntar o que faremos. Com tanto que não saia daqui participando de uma seita, estarei feliz.

Tenho que constantemente retirar as plantas do caminho para passar, além de que atravessamos um local cheio de mosquitos, e recebo algumas picadas. O ar refrescante da manhã e o canto dos pássaros são as únicas coisas que estão valendo a pena nessa experiência. Ao desviar o rosto, vejo Vinicius e Igor brincando de luta com as bonecas, e recebendo um olhar julgador de Rafael, que está logo atrás.

- Você tem que me arrastar para essas coisas, né? – abordo meu amigo, chateado.

- Fala sério, está sendo legal.

- Não mesmo.

Continuamos até uma clareira, e para nossa surpresa, Herman já está à nossa espera. Como conseguiu chegar sem cruzar conosco?

- Formem um círculo e estendam as toalhas. – a guru pede.

Com alguns minutos de bagunça, enfim conseguimos nos ajeitar. Aparentemente alguns entre nós não sabem o que significa formar um círculo organizado, vulgo Vinicius.

- Fiquem somente com a roupa íntima e sentem na posição de lótus.

Nos entreolhamos, sem entender.

- O que é posição de lótus? – O loiro indaga.

Jasmine abre a boca para responder, mas é interrompida.

- Porque temos que tirar a roupa? – Renato diz.

- É a melhor forma de se conectar com a natureza. – ela sorri.

- Posso muito bem me conectar com a natureza vestido.

A mulher ri brevemente.

- Claro, mas quero lhe proporcionar a experiência completa.

O homem ainda não parece convencido.

- Alguém me fala o que é a posição de lótus? – o loiro insiste.

- É sentar com as pernas cruzadas, Vini. – Igor fala baixo, e o outro homem age como se descobrisse algo muito surpreendente.

- Podemos começar? – Jasmine diz.

O grupo se entreolha novamente enquanto Caio e Vagner tiram a roupa.

- Vamos Marcos, vai ser divertido. – meu amigo brinca.

Lanço um sorriso amarelo.

- Não vou ficar pelado na floresta com um bando de homem. – falo baixo.

- Pessoal, não há nada do que se envergonhar, nascemos nus, e esse é o nosso estado natural. – a guru insiste.

A fala arranca algumas risadas disfarçadas, e aos poucos os homens sedem. Percebendo que não tenho saída, os acompanho. Os únicos que se recusam a fazer são Rafael e Renato. Por um instante posso jurar que Herman observa enquanto me dispo, mas ao encará-lo, o mesmo desvia o olhar. Sentamos sobre a toalha com as pernas cruzadas e tomamos a boneca nos braços, como indicado.

- Limpem as mentes, desconectem do mundo exterior, até esqueçam que estão aqui. Esse momento é só seu e do seu bebê. – escutamos com atenção.

Alguns parecem se "preparar" para o que está por vir enquanto outros lançam olhares incrédulos.

- Lembrem-se, posição da concha. Façam com que seus filhos e filhas se sintam seguros. O abracem passando o amor que vem de suas entranhas, o sentimento paternal que todo homem tem dentro de si.

Concentro-me na tarefa e inexplicavelmente sinto certa paz ao fazê-lo. No final das contas, talvez essa mulher não seja tão louca. Miro o objeto de plástico em meus braços e relembro o momento que segurei Theo pela primeira vez no hospital. Aquele ser pequeno e choroso, minhas mãos tremiam e tinha medo de machucá-lo. O observava e pensava como fui capaz de fazer algo tão belo e delicado. Nunca confidenciei para ninguém, mas não tinha certeza de que queria ser pai até o segurar. Os olhos lacrimejam e concentro para não chorar.

- Abaixem os braços devagar, apoiem a criança sobre o colo. – ela diz.

Suspiro e obedeço. A maioria parece engajada no momento, principalmente meu amigo e Vagner.

- Inspirem e expirem lentamente.

O ar percorre os pulmões e é expelido trazendo tranquilidade.

- Deixem que a criança sinta sua masculinidade, a virilidade presente em seus sexos. – a voz da guru é suave todo o tempo.

Não me surpreendo, estava até demorando para começar a esquisitice.

- Vocês são os machos alfas em suas moradias e precisam proteger suas crias. – continua. – Essa criança é parte de seus corpos, de suas vivências, um presente do universo.

Prosseguimos com o exercício de respiração, e ela caminha se expressando com movimentos exagerados enquanto fala.

- Fechem os olhos e imaginem vocês e seus filhos. Sintam a conexão que formaram. A energia dele ou dela é a sua energia.

Desconsidero suas sandices e retorno às memórias, como a primeira vez em que Theo falou 'papai', ou balbuciou algo parecido; quando o vi dando os primeiros passos para tentar alcançar um de seus brinquedos favoritos; em seu primeiro aniversário, se lambuzando com todo tipo de doce que lhe era oferecido; as pessoas ao redor do bolo, cantando parabéns, Aline feliz e animada fazendo carinho na barriga de Theo, que está em meus braços. Aline. Tento me desvencilhar de seu rosto, mas não consigo, parte das lembranças com o garoto estão relacionadas à mulher. Afinal, Theo não existiria se não fosse por ela.

Meus pensamentos são interrompidos por um barulho alto e perturbador. Choro de criança.

- Que porra é essa? – Matheus se mostra indignado com o susto.

- Como pais, vocês enfrentarão vários obstáculos e terão que saber atravessá-los com calma e resiliência. – Jasmine justifica.

O som agudo me incomoda profundamente.

- Desliga esse troço. – Vinicius protesta.

- Continuem de olhos fechados, se concentrem.

- Com esse barulho? – Rafael indaga.

- Não permitam que as influencias externas os atrapalhem.

- Isso não é uma influência externa, é a porra de um bebê chorando.

- Tentem, pelo menos. – ela desconsidera o comentário.

Após certa relutância, obedecemos. O choro invadindo os ouvidos e ecoando na cabeça, definitivamente a pior sessão de meditação que já fui na vida. Já passei por isso e o que aprendi com a prática é que até o choro de um bebê pode se tornar relaxante se aprender a ignorá-lo.

- Isso é ridículo demais. – Rafael levanta e retorna pela trilha.

Segundos se passam e os outros se sentem encorajados a fazer o mesmo. Renato e Kauã se erguem. Se dando por derrotada, a mulher desliga a pequena caixa de som.

- A atividade está encerrada, se vistam e voltaremos ao sítio. – fala, decepcionada.



Durante o almoço, a irritação de alguns pela aula de horas atrás ainda persiste.

- Que ideia maluca. – Renato pontua.

- Ela ainda acha que está ensinando alguém. – Renato ironiza. – Sabia que seria uma perda de tempo pagar por isso.

- Não foi das melhores ideias, mas não exagere, está sendo uma experiência legal. – Matheus diz.

O dono de concessionária só se limita a discordar com a cabeça.

- Ela poderia ensinar como irei pagar o enxoval caro que minha esposa comprou. – Renato diz.

A fala arranca risos da maioria, o único que não parece gostar é Vagner.

- Nem fale disso, a minha está fazendo a mesma coisa. – Kauã comenta.

- Qual é a questão das mulheres com comprar somente as coisas mais caras? Nunca entendi. – o advogado completa.

- É para mostrar pros outros, causar inveja. – Rafael conclui.

- Se já estão reclamando antes da criança nascer, imagina depois. – Matheus diz.

Kauã e Renato soltam uma exclamação preocupada.

- Li que até o primeiro ano um bebê usa quase três mil e quinhentas fraldas. – Igor se manifesta.

Todos se surpreendem. Matheus quase engasga.

Apesar de ter bastante tempo que não compro esse tipo de utensílio, fico chocado com a informação. Será que nesse número é contado os dias que o bebê tem diarreia também?

- Nossa, irei à falência então. – Renato declara.

- Não pode ser tudo isso. – o mais novo se mostra incrédulo.

- É sim, se tivesse o celular te mostrava a matéria. – Igor diz, levando uma garfada até a boca.

- Ainda tem o gasto com comida. – meu amigo fala.

- E com médico, criança vive doente o tempo todo. – André completa, creio que ele mais do que qualquer outro entende disso.

- Acho que acabei de me arrepender de engravidar minha mina. – Vinicius diz, nos fazendo rir.

- Tudo tem sua parte ruim gente, nada que um bom fundo de poupança não resolva. – falo.

- Eu faço jogo, você acha que tenho fundo de poupança? – Matheus diz em tom descontraído.

- Pelo menos você tem emprego. – Vinicius intercala, depois come um pedaço de carne.

Rimos, definitivamente esse é um dos caras mais engraçados que conheci.

- É verdade, mas não sei se ganho o bastante para sustentar uma máquina de comer e fazer cocô.

- E pensar que só piora depois, com escola, faculdade... – Igor aponta.

- Vamos parar de falar disso antes que eu entre em depressão, certo? – meu amigo brinca, e após algumas risadas acatamos seu pedido.

A tarde é marcada por outra aula. Jasmine pede que visitamos roupas de banho nos leva até a piscina. Não trouxe sunga então só uso um short, sem cueca.

- Finalmente alguma diversão. – Vinicius fala animado, alisando as palmas.

- Acho que não vamos nos divertir muito. – respondo.

- Boa tarde a todos. – a guru cumprimenta. – Como última lição do nosso curso, os ensinarei a relação delicada do bebê com a água.

Já imagino o que nos espera.

- As necessidades higiênicas de uma criança são as mesmas que as nossas, com exceção dos dentes. – continua. – Mas é importante ter consciência de que aquelas pequenas vidas são bastante sensíveis.

Olho para a piscina, que se encontra mais vazia que ontem.

- A água é o berço da vida, e porque não dizer a própria vida. – ela diz. – Quero que aproveitem esse ambiente para deixar fluir todas as inseguranças, os medos e as infelicidades. A vivência paterna é uma das coisas mais incríveis que irão presenciar.

Me pego sorrindo. Finalmente disse algo com que eu concorde.

Com seu comando, entramos na água que está terrivelmente gelada. Ainda tenho o azar do nível chegar até abaixo do meu tórax, nunca senti tanta falta de ser mais alto, como Renato, que está tranquilo com a água batendo em sua cintura. A todo momento me preocupo em manter o gesso fora da água.

- Herman dará as bonecas à vocês.

Ela aponta em minha direção e assusto quando percebo uma mão surgindo ao lado da minha cabeça. Viro para encarar o homem com monocelha e agarro o brinquedo com a feição rígida, chateado com seu jeito esquisito.

- Quanto essas bonecas recebem? Aposto que não vale o que estão sofrendo. – Igor brinca ao receber a sua.

Após todos estarem em posse do objeto, Jasmine começa a dar instruções:

- Segurem os bebês acima da água, começaremos lavando a cabeça. – diz. – Deem bastante suporte atrás da cabeça e nas costas, e com delicadeza tampem os ouvidos da criança com o polegar e o dedo do meio. – demonstra enquanto fala.

Faço o procedimento antes que mande, relembrando o momento angustiante que tive que banhar Theo pela primeira vez depois que saiu do hospital. Não sabia o que fazer, ou como fazer, ou onde colocar a mão, só estava preocupado em não matá-lo. Sorte que tive a ajuda de Cris.

- Com a mão livre, umedeçam a cabeça aos poucos, sempre de forma delicada. – enfatiza.

- Brother, isso é muito difícil. – o loiro declara, tentando fazer o que foi pedido.

De certa forma compreendo o que diz, mas tento meu máximo, mesmo com uma das mãos machucadas.

- Intercalem fazendo movimentos com a mão à frente do rosto do bebê para estimular o chakra frontal, ajudará a acalmá-lo.

De repente ouço um barulho, quando viro vejo o previsível, Vinicius derrubou a boneca. O homem observa parado, enquanto o objeto afunda.

- Acho que meu moleque morreu.

Gargalhamos.

- Pode pegá-la e continuar. – a guru se expressa com a calma habitual, mas aposto que a essa altura, se pudesse, já teria socado o homem.

Ele obedece.

- Agora o corpinho. – ela nos chama a atenção. – Realizem pequenos movimentos circulares por todo tronco, seguindo para os braços e depois as pernas.

Me divirto vendo o restante relutando para executar corretamente, e sendo lembrados constantemente para agir com mais sutileza, afinal um bebê com poucos meses é tão instável quanto um balão cheio d'água.

Não consigo mensurar quanto tempo permanecemos naquela piscina, mas é o bastante para começar a ter câimbras e sair com os dedos enrugados.

No começo da noite me despeço da maioria dos companheiros de curso, que resolvem ir, pois têm trabalho cedo no dia seguinte. Trocamos contatos, prometendo sair qualquer dia. Os que permanecem são Caio, Vinicius, Vagner, e eu.

Passamos quase todo o restante da noite jogando dominó e falando besteira. Como desejaria poder desfrutar de uma cerveja e alguns pedaços de pizza.

Na manhã seguinte, após o café, Jasmine nos abraça e entrega uma muda de planta, que possui um cartão escrito: GRADUADO PARA SER PAPAI. Aceno para Herman e fico surpreso quando devolve o gesto. Mas mesmo com esse movimento simpático ele ainda provoca calafrios.

Enquanto meu amigo e eu seguimos para o carro, ouço uma voz:

- Ei! Parças! – vislumbro a imagem de Vinicius correndo em nossa direção. – Rola uma carona?

- Claro. – Caio responde.

Adentramos o Gol cinza com pintura meio desgastada e partimos.

- O que acharam do curso? – o loiro indaga do banco de trás.

- Melhor do que esperava. – digo.

- Eu gostei muito. – meu amigo responde.

- Até das maluquices daquela mulher? – Vinicius intera.

- Até das maluquices. – sorri. – Pelo menos é algo diferente, melhor do que ficar numa sala ouvindo alguém falar sem parar.

Concordo de certa forma.

- Pra quem realmente não sabe nada, até que dá para aprender alguma coisa. – admito.

- Ainda preferia que ela desse alguma apostila, porque acho que já esqueci tudo. – Vinicius confessa. Rio brevemente:

- Não se preocupe daqui uns meses você lembra.

- Assim espero, brother. – fala, se divertindo com o comentário.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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