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Capítulo Cinquenta e cinco - Marcos

Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Os cursos para pais acaba deixando muita diversão, aprendizados e novos amigos.

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)



9 de julho de 2032.


Mesmo com certa insistência por parte de Caio para levá-lo até em casa, o loiro pede que o deixe em um terminal de ônibus no centro da cidade. Trocamos contatos e com um abraço nos despedimos. Esse é um dos poucos que espero encontrar novamente.

Caio me deixa na porta de casa e lhe entrego algum dinheiro para ajudar com a gasolina. Após um fim de semana um tanto peculiar e nostálgico, fico imensamente feliz por chegar ao meu lar.

Jogo a mala de mão no sofá e deposito a muda na mesa, depois pensarei o que fazer com ela. De repente o celular dá sinal de vida em meu bolso, esqueci de retirá-lo do modo vibratório. Pego e observo a mensagem de Bia:

IRMÃ: Ñ deveria estar em algum lugar?

Tenho um estalo. A fábrica. Esqueci completamente. Olho o horário, já estou mais de duas horas atrasado, e completamente sem motivação para ir aquele lugar. Uma ideia me vem.

MARCOS: Ñ posso, tô doente.

Guardo o aparelho e sigo para o banheiro, esperando que funcione. No caminho vejo a porta do quarto de Nick entreaberta, e abruptamente todas as lembranças da madrugada de sábado preenchem a mente. Sinto uma pontada no punho engessado. Estou bem mais calmo em relação a tudo, mesmo sem entender quais os motivos para tamanha irresponsabilidade. O celular toca novamente e o deixo de lado enquanto faço xixi.

IRMÃ: Para de mentir Marcos, não é mais criança.

Penso no que responder.

MARCOS: É sério, tô com uma intoxicação alimentar fudida, vômito pra todo lado.

IRMÃ: Hum, sei. Tem 30 min pra chegar aqui.

MARCOS: Blz, eu vou, mas não reclama depois q vomitar em cima de vc.

Demora alguns minutos até responder.

IRMÃ: Sabe q o q faz aqui é algo sério, é um dos proprietários desse lugar, ñ pode simplesmente faltar qnd quiser.

Se dependesse de mim, faltaria todos os dias.

IRMÃ: Se quer ficar em casa, bem, mas assuma as consequências depois.

Reviro os olhos.

MARCOS: Tbm te amo, bjs.

Bloqueio o aparelho e o solto na mesa da cozinha, percebendo que a louça está da mesma forma que no sábado de manhã, nem para isso Nick serve. Envolvo o gesso com uma sacola plástica, abrindo espaço somente para os dedos e resolvo esse problema, confabulando o que farei durante o dia. Poderia jogar vídeo game ou simplesmente dormir, mas algo muito melhor vem a mente, uma atividade que não faço à tempos: ir à praia.

Visto uma regata e short limpos, pego meus pertences e a câmera e me direciono a Alexia, mas logo constato que minha fiel escudeira está sem combustível, outra coisa que esqueci. Olho para os lados tentando decifrar o que fazer, pelo visto não terei outra opção a não ser pegar um ônibus.

Caminho até o ponto mais próximo, que por ironia é bem longe de onde moro. Minhas panturrilhas queimam e ofego, tenho que urgentemente fazer alguma atividade física.

O local está tão cheio quanto o ônibus que pego. Devido ao tempo sem usar transporte público, havia esquecido o quanto é ruim. A viagem até a praia é apertada e com cheiro de suor.

Desembarco próximo a rotatória da Rua do Maio e sigo pela calçada composta por pedrinhas brancas e pretas. Só de pisar aqui já sinto mais relaxado. Percebo poucos ambulantes, o que é comum por esses lados da costa. Em contrapartida, os restaurantes e bares se espalham aos montes pelo local, com seu visual que mistura o antigo da estrutura com o moderno da decoração.

Continuo pelo caminho de pedras e não resisto a passar os pés na areia esbranquiçada que o rodeia. Ao descer um pequeno morro em direção aquele paraíso, olho ao redor e respiro fundo.

Sempre amei a praia de Guarajuba por vários motivos. É um local mais tranquilo em relação às demais praias, e uma paisagem digna de filme.

O lugar marcou muitos momentos da minha vida, vinha quando criança com minha família, e mesmo que mamãe não fosse a maior fã de ambientes como esse, só aceitava vir, pois achava o local requintado e digno da nossa presença. Meu pai até comprou uma casa em um dos condomínios próximos daqui, mas teve que vendê-la por causa da rotina de trabalho e das constantes viagens, que nos impediam de visitar assiduamente esse belíssimo cenário.

Foi aqui que o pessoal do meu curso na faculdade escolheu fazer a festa após a formatura, juntamente com a turma de Caio e também foi onde Theo teve o primeiro contato com praia.

O coração acelera ao relembrar. Ando, extasiado pelo mar cristalino e o coqueiral à direita, o verde das folhas contrastando com o branco da areia. O sol brilha forte nesse início de manhã, refletindo na água e causando aquele efeito onde se você olhar de determinado ângulo, pode machucar os olhos.

Me vejo cercado de tanta beleza que até esqueço a câmera, mas logo a saco e começo minha odisseia por registrar cada pedaço do lugar. Na área onde estou o mar é calmo, quase isento de ondas. Com a lente aproximo dos pescadores em seus pequenos barcos, fazendo algumas fotos. Não sei ao certo quando começou, mas a praia é muito usada tanto para pesca quanto para mergulho.

Quero mandar uma das imagens para Bia, mas lembro que para ela estou doente e em casa, passando mal.

Observando o balanço hipnotizante da água, tenho vontade de mergulhar e nadar, mas o gesso não permite, terei que retornar outro dia se quiser aproveitar cem por cento.

Vou em direção ao pequeno aglomerado de guarda-sóis. Apesar do pequeno volume de frequentadores ser algo regular, percebo um número ainda menor de pessoas, provavelmente por causa do dia e horário. Tiro fotos de alguns tomando sol, vendedores ambulantes fazendo propaganda de sua mercadoria e de um grupo de homens jogando futevôlei.

Em determinado momento sou abordado por um casal estrangeiro, interessado pela atividade. "Gasto" um pouco do meu inglês mediano numa conversa rápida, que é mais composta de perguntas vindas deles, e até os convenço a posar para mim. Depois de alguns cliques em poses clichês de casal, mostro o resultado e eles parecem impressionados. Antes de se despedirem, recebo um convite para fotografar um grande evento que acontecerá nos próximos meses e quase pulo de alegria.

Radiante, sigo motivado a sair daqui com pelo menos três álbuns completos. E para confirmar a versatilidade do local, já fotografei aqui outras vezes, mas os cliques sempre saem diferentes.

De tão entretido, a próxima hora passa e quase não sinto. Só dou conta do tempo quando o visor da câmera mostra que o cartão de memória não mais possui espaço. Troco e estabeleço um lembrete mental para comprar mais cartões, pois tenho a péssima mania de não descartar nenhuma das fotos que tiro, então, em algum espaço lá de casa, em alguma caixa, há vários cartões com milhões de imagens que acumulei desde a faculdade. Sigo quase que literalmente a expressão: 'uma imagem vale mais que mil palavras'.

Metros à frente e pareço adentrar outra praia. Aqui o mar é mais agitado, as ondas quebram volumosas, um grande atrativo para surfistas. Fotografo duas mulheres enquanto fazem manobras em cima da prancha, algumas bem sucedidas, outras nem tanto.

Resolvo dar atenção à flora ao redor. A posição do sol ocasionalmente me fornece cliques perfeitos e em outras situações, completos desastres. Amo a natureza e suas formas únicas, mas gostaria de poder controlá-la às vezes.

Deixo a alça da câmera pender no pescoço e me aproximo do mar, retirando a sandália e sentindo a areia molhada sob a sola. De forma eventual, a água fria banha os membros e me sinto refrescar. Pessoas passam por mim se exercitando ou simplesmente admirando a paisagem.

De repente avisto algo familiar, uma construção com telhado de palha e um grande deck, balões japoneses indicam o caminho até a entrada. Aproximo, observando a placa de madeira entalhada com a frase: Bar do Japa. Corro a mão por uma das vigas de bambu que sustentam a estrutura. Memórias daquela noite, décadas atrás, me preenchem: a festa, a bebedeira, os jogos, a diversão. Aline. O beijo.

Chacoalho a cabeça dispersando as lembranças, não vejo a hora da próxima sessão com o doutor Rafael chegar. Ouço a barriga roncar, já passa das onze horas, tenho que arranjar algo para comer. O estabelecimento a minha frente está fechado e percebo que não há outros restaurantes ou bares por perto, então volto pelo caminho que fiz.



Ao chegar em casa, troco de roupa e passo o restante da tarde no notebook, depois peço pizza, preciso repor as calorias que gastei hoje. Ao cair da noite, numa rápida conferida na tela do celular enquanto salto acidentalmente sobre uma caixa de explosivos verde no Crash Bandicoot 3 e sou forçado a reiniciar a fase, constato que já passou bastante do horário de Nick retornar do trabalho. Mas provavelmente está na casa de alguém, bebendo, ou transando.

Por volta das nove horas, retiro o lixo, e ao mirar a rua percebo o automóvel do meu amigo parado em frente à casa, o interior escuro.

- Nick? – aproximo.

Sem resposta. Chamo outras vezes, mas o silêncio predomina. Logo percebo uma silhueta, abro a porta e acendo a luz de teto, me deparando com o homem debruçado no volante, a cabeça baixa.

- O que...

Interrompo ao mirar suas mãos, cobertas de sangue. A preocupação me toma e começo a checar se está ferido.

- Nick, fala comigo.

Levanto sua cabeça, expondo a expressão que é uma mistura de desespero e tristeza.

- O que aconteceu?! – aumento a voz.

Permanece calado, encarando o nada. Levanto a camisa e checo as pernas, mas nada parece lesionado.

- Fala alguma coisa, caralho! – digo, enérgico, me arrependendo em seguida.

Adentro o veículo e seguro seu rosto entre as mãos, o olhar distante, parece alheio à realidade. Então noto algo grande embrulhado em lona no banco de trás, o cheiro que exala é ruim.

- Cara, deixa eu te ajudar, fala o que aconteceu.

De repente irrompe em lágrimas e o abraço. Nunca vi Nick nesse estado. Permanecemos ali até que balbucia algo:

- O mataram... na minha frente. – soluça.

Volto a encará-lo, os olhos esbugalhados e a expressão preocupada, sem acreditar no que ouvi.

- Q-quem?

Relanceia para o lado, em direção à lona. Quando percebo estou tremendo, o coração acelerado quase saindo pela boca. Penso em ligar para a polícia ou ambulância, mas resolvo entender os fatos primeiro.

- Quem fez isso?

Ele só chora, sem pronunciar uma palavra. Compreendendo que interrogá-lo não levará a nada. Ajudo o homem a sair do carro e conduzo com certa dificuldade até a casa. O coloco na cama e corro até o banheiro, encontrando um calmante tarja preta. Nem eu sei por que ele guarda esse tipo de medicamento, já que não usa. Cogito dar o comprimido todo, mas imaginando que será uma dose muito forte, parto ao meio. Passo na cozinha e encho um copo com água.

- Beba, se sentirá melhor. – administro o remédio e ele engole.

Ajeito meu amigo na cama, deitado, ele ainda soluça e funga. Na sala, ando de um lado para o outro, pensando no que fazer. As informações flutuam na mente. Pego o telefone para ligar para a polícia, mas um calafrio percorre a espinha. E se meu amigo for preso? Afinal todas as circunstâncias apontam para isso. Por mais que tenha a certeza de que ele não matou quem quer que seja aquele no banco traseiro do carro, ainda me pergunto por que o trouxe até aqui.

Vou em direção ao veículo. Por sorte a rua está tranquila, não há trânsito e os vizinhos permanecem reclusos em suas casas. Congelo em frente à porta traseira, com a mão na maçaneta, mas desisto. Pressiono uma mão contra a outra, a fim de parar a tremedeira.

- Calma. Pensa. – falo para mim.

Tenho que mover o carro daqui, mas para onde? Não consigo imaginar um local em que simplesmente esconderei um automóvel. Recosto na lateral do carro e sento no chão, levando as mãos ao rosto. Quem será o cadáver? O que aconteceu? Só consigo lembrar dos homens ameaçando a mim e Nick. Pela forma animalesca como nos trataram, não duvido que também cometeram esse assassinato. Sinto uma pontada na mão esquerda e encaro o gesso parcialmente sujo.

Não sei se é por causa da quantidade de perguntas sem resposta ou da maluquice da situação, mas começo a me imaginar naqueles programas policiais sensacionalistas que passam na hora do almoço. Nick e eu sendo conduzidos até a viatura, os repórteres em cima, tentando conseguir uma manchete enquanto cobrimos o rosto. Gargalho de nervoso, mas ao mesmo tempo uma ideia me vem.

Começo a digitar no celular, mas logo me atento a um detalhe, ativando o modo anônimo de busca. Com uma rápida busca pela internet, encontro um local onde geralmente desovam corpos. Acredito que se encontrarem mais um cadáver lá, não desconfiarão e muito menos chegarão até nós.

Adentro o veículo e abro uma das janelas, para amenizar o fedor. Rodo a chave que já está na partida e parto.

O coração se mantém acelerado o tempo inteiro. Olho para os lados constantemente, temendo que alguém perceba o conteúdo do banco traseiro. Ligo uma música para distrair, mas nada tira da cabeça que possivelmente estou cometendo um crime.

O painel pisca indicando a gasolina está acabando. Praguejo. Ainda falta muito a percorrer, serei obrigado a parar em um posto de gasolina.

Estaciono, e antes que o frentista me atenda, já adianto informando o valor e entregando o cartão de crédito de Nick. O homem moreno estranha, mas segue para fazer seu trabalho. Quando libera o uso, encaixo o bocal na abertura do tanque. Suo muito, distribuindo sorrisos com quem cruzo o olhar. Tento ao máximo tampar a visão da parte traseira do carro. O tempo despendido no posto parece uma eternidade, termino o abastecimento e o frentista entrega o cartão e a nota fiscal.

Saio da cidade em direção à Simões filho. Uma estrada de terra prolonga adiante e olho ao redor à procura de qualquer construção ou pessoa. Nada. Paro, desligo o carro e respiro fundo.

Parado em frente à porta traseira, me sinto acovardar, mas dessa vez não penso, abro e agarro a ponta da lona. Na contagem de três, puxo, mas o corpo é pesado e se move pouco. De repente um dos braços escapa, pendendo fora da lona. Observo aquilo e só tenho tempo de virar para o lado antes de vomitar.

Limpo a boca e checo o redor, ainda estou sozinho. O lugar é tão quieto e soturno que até temo ser assaltado. Após alguns minutos encarando o cadáver, tomo coragem e volto a puxá-lo, fazendo pausas para não vomitar novamente. Uso o apoio da dobra do antebraço esquerdo por causa da mão machucada.

No final da tarefa, em um movimento desajeitado, deixo que despenque sobre meus pés e afasto imediatamente, com nojo. Mais da metade do corpo está descoberto, constatando se tratar de um garoto de aparentes vinte anos. Ninguém que eu conheça.

Vistorio o ambiente novamente e suspiro, me perguntando por que tive essa ideia estúpida. Usando parte do tecido, arrasto até onde é possível. E quando estou pronto para ir, lembro que provavelmente a lona pertence à Nick. Retorno, e contendo a ânsia, desenrolo o corpo, descartando o objeto sujo de sangue no banco de trás.

Com uma última olhada para trás, torço que tudo corra bem. Agilizo para o automóvel e acelero. A perna direita tremendo constantemente, a respiração entrecortada, e a sensação constante de que serei preso.



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Obrigado por ler. Até o próximo. Beijos e abraços <3

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