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Terceira tentativa; Carta

✤✤✤

Uma parte da noite se passou com o casal comentando sobre as características do esverdeado, principalmente Kirishima, que foi ameaçado pelo loiro caso não dissesse sobre como fora beijar Midoriya. Vez ou outra riam da situação estranha em que haviam se metido. Estavam apaixonados um pelo outro, mas também por outra pessoa ao mesmo tempo. E não viam nada de errado naquilo, afinal, não havia.

Bakugou acabou por esquecer a frustração passada, sendo incentivado pelo namorado, como sempre, que buscou tranquiliza-lo dizendo que poderia ter outras chances e que encontrariam alguma forma do loiro se desculpar. Tudo resultou em ambos dormindo juntos no quarto de Katsuki.

***

Assim que Eijirou saiu do quarto, a ficha do esverdeado caiu, fazendo-o entrar em pânico. Por Deus, o que foi aquilo? Primeiro estava desabafando sobre o fato de Bakugou odiá-lo com o namorado do próprio e segundos depois, este beijou-o. A sensação dos lábios macios de Eijirou tomando sua boca fora tão incrível que adoraria experimentar mais vezes... mas não podia, aquele não era seu namorado, Eijirou já estava comprometido. Por que o ruivo havia lhe beijado? Eles não deveriam ter feito isso, Katsuki iria matá-lo caso soubesse disso. Se sentiu culpado pelo beijo, afinal, pensou que Eijirou estivesse apenas tentando acalmá-lo e entrou em pânico. O ruivo até mesmo saiu correndo depois de tudo.

Ainda assim, era errado... Kirishima não deveria trair Bakugou daquele jeito. Izuku era empático o suficiente para pôr-se até mesmo no lugar da pessoa que mais lhe odiava e imaginar a dor e raiva que o loiro sentiria caso descobrisse sobre o beijo.

Seus pensamentos continuaram acelerados e o esverdeado prosseguiu surtando, criando diversas paranoias envolvendo o casal e como falaria com eles no dia seguinte. Nutria sentimentos a mais pelos dois, tinha quase certeza disso, então se seria mal por ter, de alguma forma, se intrometido naquele relacionamento de um jeito negativo, pois não queria que seu o loiro se sentisse traído, nem acreditar que o ruivo fosse ser mal caráter daquela forma.

Por fim, acabou dormindo com muita dificuldade dada a ansiedade que sentia.

Na manhã seguinte, acordou normalmente graças ao despertador caracterizado do All Might e foi até o banheiro fazer as necessidades básicas para despertar. Rumou em direção ao refeitório, encontrando com seu grupo composto por Ochaco Uraraka, Iida Tenya, Shoto Todoroki e Asui Tsuyu. As lembranças da noite anterior ainda não haviam vindo em seus pensamentos, sequer havia pensado nelas.

— Bom dia pessoal — disse depois de ter pego a bandeja com café da manhã, sentando-se na mesa e sendo respondido por todos ali.

Um sorriso simples estava estampado em seu rosto. Conversar com seus colegas era algo que lhe deixava mais feliz.

— Como foi ontem gente? — Uraraka questionou, curiosa com o que havia rolado no jogo de verdade ou desafio que não fora por medo de acabar tendo que revelar seu crush em uma certa garota rosada...

Midoriya, ouvindo isso, começou a pensar na noite anterior. As memórias mais marcantes começaram a passar por sua mente e logo chegaram no beijo. Quase engasgou com a comida e sua face começou a ficar extremamente vermelha. Meu Deus. Ele havia beijado Kirishima. Tudo bem que já surtou na noite anterior, mas o surto voltou com tudo no momento em que lembrou deste fator.

— Midoriya-chan, tudo bem? — a esverdeada questionou o rapaz após vê-lo todo vermelho.

— Ah, s-sim. Estou bem, obrigado pela preocupação Tsuyu — respondeu com certa dificuldade, tentando disfarçar o rubor e se recompor. Não podia deixar que ninguém soubesse do que aconteceu, pois certamente afetaria o orgulho de Katsuki. Não gostaria que fosse humilhado pelos demais colegas por sua culpa.

Iida e Shoto lembravam vagamente de ver Midoriya e Kirishima saindo do quarto juntos, também lembravam de que o esverdeado passara um tempo sozinho com Bakugou. Não tinham certeza do que se tratava o rubor, mas com certeza tinha relação com alguma dessas situações. Entretanto, não pretendiam comentar nada já que o assunto não lhes dizia respeito.

Começaram a explicar um pouco de como fora a noite anterior; Iida dizendo como os demais colegas eram irresponsáveis e invasivos quando jogavam esses jogos estúpidos e Shoto comentando brevemente sobre todos terem pensado que gostava de Midoriya, quando na verdade, namorava alguém de outra escola.

As meninas riram, tanto da indignação de Tenya, quanto da de Todoroki, sem contar que ficaram surpresas ao ouvirem que o namorado do bicolor era o famoso Inasa Yoarashi, da Shiketsu.

Minutos de conversa descontraída passaram, onde Midoriya tentava a todo custo pensar sobre o ocorrido, consequentemente evitando contato visual com o casal.

— Ei, Deku-kun, o Bakugou está te olhando de um jeito estranho há um tempo... — Ochaco avisou, apontando discretamente para o loiro na mesa a alguns metros dali.

O corpo inteiro de Midoriya congelou. Sentiu calafrios e começou a suar nervoso. Katsuki estava lhe olhando de um jeito estranho? Será que de alguma forma havia descoberto sobre o que ocorrera na noite anterior?
Devagar, virou a cabeça para trás na intenção de saber a expressão que jazia na face alheia. Assim que os orbes esmeraldinos se encontraram com os escarletes, Midoriya pôde notar que de fato havia uma expressão "estranha" na face do loiro.
Era totalmente impassível. Não via raiva, nem mágoa.

Bom, isto até Katsuki notar estar sendo encarado de volta e mudar totalmente sua expressão para algo mais intimidador, fechando a cara como de costume e virando o rosto para o lado com desdém.

Izuku ficou um pouco mais aliviado de que Katsuki voltou ao seu estado normal, mas assim que a maldita memória do retornou à sua mente, o rubor retornou ao seu rosto sardento.
Tratou de virar novamente a cabeça para seu grupo e esconder a face. Droga, tinha tanto medo de que o loiro descobrisse o que aconteceu...

Almejava voltar a ser amigo dele, e justo agora quando o rapaz parecia mais ameno em relação ao seu ser, tudo poderia simplesmente desabar graças ao beijo.

***

O casal havia acordado graças ao despertador barulhento de Katsuki, que soou bem cedo, mesmo que estivessem em um final de semana. Bakugou dizia que gostava de acordar cedo independente do dia para realizar treinos que melhorassem seu físico e sua individualidade. Kirishima, com toda certeza do mundo, gostaria de dormir mais, no entanto, sabia que acordar cedo era uma boa escolha. Queria ajudar o namorado nos treinos.

Depois de treinar por alguns minutos após acordarem, partiram em direção ao refeitório e se juntaram ao Bakusquad, como de costume. Em determinado momento, a atenção de Katsuki fora para Midoriya e acabou por ficar encarando demais o esverdeado. Após os relatos de Eijirou sobre o beijo e a conversa que tiveram sobre Izuku, se sentia um pouco mais leve com seus sentimentos. Gostaria de poder observá-lo calmamente mais vezes, entretanto, seu orgulho não permitia.

Assim que percebeu que Midoriya retribuiu o olhar, tratou de fechar a cara e desviá-la para o lado. Maldito orgulho. Maldita arrogância. Maldito remorso.

Com isto, uma semana se passou. Nela Katsuki procurou novas maneiras de desculpar-se com o esverdeado, mas nada parecia bom o suficiente. Era incapaz de falar com todas as palavras que se sentia culpado por tudo que fez no passado. Era difícil admitir aquilo, imagina botar em palavras?

Por outro lado, Eijirou andava um pouco mais tristonho, pois sempre que tentava se aproximar do esverdeado para se desculpar pelo beijo roubado, Midoriya se afastava ou dizia estar ocupado. Doía bastante notar que estava sendo evitado, ainda mais por alguém que gostava, mas decidiu que esperaria um pouco mais e trataria de ser positivo.

***

Era um sábado e Katsuki estava em seu quarto junto ao ruivo, ajudando-o a estudar para uma prova que teriam na próxima segunda. Kirishima era burro, mas se esforçava ao máximo para entender as explicações do namorado, que eram um pouco mais fáceis de entender.

Bakugou prosseguia pensativo enquanto observava o outro fazendo as atividades depois de ter explicado o conteúdo pela terceira vez. Pensava em uma maneira de se desculpar, uma maneira que conseguisse expressar tudo que sentia...

Cerrou o punho e bateu na mesa, frustrado por pensar, mas não ter sucesso com sua criatividade.

— Suki? Aconteceu algo? — Eijirou perguntou, obviamente surpreso pelo murro repentino na mesa. Tudo bem que o loiro ficava estressado de repente vez ou outra, entretanto esta não era uma dessas vezes.

— Aham — respondeu com desdém, queria se concentrar e a voz do ruivo não ajudava — Continua fazendo essas merdas aí.

— Mas você parece estressado.

— Foda-se. Continua respondendo as questões, imbecil. — rosnou.

— Não quando tem algo incomodando meu namorado. — fitou os orbes de Katsuki com seriedade. — Me fala, Suki. — fez aquela carinha de cachorro abandonado.

— Tsc. Não. — virou a face para não ser convencido por aquela carinha estúpida.

— Tá bem. — o ruivo disse e Bakugou pensou que essa resposta significava sua desistência, mas foi pego de surpresa, literalmente, quando sentiu as mãos de Kirishima firmes contra sua cintura, logo em seguida sendo suspenso no ar.

— Ei cabelo de merda, me bota no chão! — bradou irritadiço, com as mãos fumegando para tentar intimidar o ruivo.

Eijirou deu um grande sorriso para o loiro irritado e logo começou a andar, esforçando seus braços para mantê-lo erguido no ar. Eram do mesmo tamanho, e mesmo com toda sua força, não era tão fácil assim manter o loiro relutante acima de si por muito tempo. Tratou de se aproximar da cama, deitando Katsuki com cautela e se jogando por cima dele para prendê-lo em um abraço na cama.

— Eu vou te explodir! — ameaçou novamente, suas mãos fumegando em ameaça. Entretanto, Eijirou tinha plena consciência de que seu amado estava apenas blefando.

— Eu sei que não vai, Suki. — sua voz soou amena e intensificou o aperto do abraço, aconchegando-se no peitoral do loiro encoberto pela camiseta preta. — Agora me diz o que está acontecendo. — levantou a cabeça, apoiando o queixo no peitoral e fitando as írises rubis com uma intensidade absurda.

— Porra. — praguejou — Tá caralho, eu não consigo pensar em nenhum jeito de me desculpar.

— Ah, é isso? — levantou um pouco a face, surpreso e contente de que Katsuki estivesse levando o assunto a sério. — Não precisa se estressar com isso.

— Mas porra, eu me sinto cada vez mais inútil quando penso pra caralho, mas não consigo achar nenhuma forma de me desculpar com o Deku! — desabafou — Eu não consigo nem dizer em voz alta...

— Entendi... — o ruivo pareceu pensativo, até que de repente, suas írises avermelhadas brilharam com a ideia que passou por sua cabeça — Já sei, que tal escrever uma carta? — perguntou, se inclinando um pouco e apoiando suas mãos ao lado dos ombros de Katsuki.

— Carta? Isso é brega pra caralho Kirishima...

— Não é não! — defendeu sua ideia — Talvez você seja melhor escrevendo do que falando, Suki.

— Então é só enviar uma mensagem de texto e foda-se.

— Não. — negou — É verdade que você só tem que pedir desculpas com sinceridade, mas mensagem de texto e algo tão... frio. Sabe, se dá para se desculpar na realidade, então uma carta seria algo melhor... — disse de forma meio bagunçada — Droga, nem pra explicar eu sirvo. — suspirou.

— Eu entendi — Katsuki se pronunciou, começando a se levantar e fazer com que o ruivo se sentasse em seu colo. — Você não explica tão mal, idiota. — tentou elogiá-lo.

— Então... que tal? — sorriu com a compreensão do namorado, mostrando os dentinhos pontiagudos ao executar a pergunta relacionada à carta.

— Tsc. Vou tentar. — declarou, sorrindo ladino e fazendo o sorriso de Kirishima se intensificar, tanto que o rapaz lhe abraçou forte para logo depois deixar um beijo casto em sua testa.

***

Na manhã seguinte, Katsuki acordou mais cedo e desativou o despertador para que o ruivo pudesse dormir mais um pouco. Eles treinavam em todos os finais de semanas, então julgou que ao menos neste dia seu namorado merecia um descanso de suas atividades, sem contar o fato dele ter se empenhado muito nos estudos após a confirmação de Bakugou sobre tentar escrever uma carta.

Ah, falando na maldita carta, essa ideia acabou entrando na mente do loiro assim que terminou de fazer suas necessidades básicas. Voltou para o quarto, tendo um pequeno sorriso em seus lábios ao fitar o namorado dormir profundamente com os fios todos desgrenhados sob o travesseiro.
Direcionou-se à escrivaninha que possuía em seu dormitório, procurando por papel e caneta para dar início à maldita carta.

Ainda achava uma ideia brega para um caralho e que provavelmente o maldito Deku iria rir de si por conta de ter feito algo tão ridículo, no entanto, ao menos tentaria. Ser humilhado pelo esverdeado era o mínimo que merecia quando causou tantos malefícios ao próprio.

Suspirou, sentando na cadeira e colocando a folha de papel que encontrara na mesa. Pegou a caneta e parou ela milímetros de distância da folha. Como deveria começar? Bom, iria pela parte mais simples primeiro...

"Maldito Deku...

Não gostaria muito de escrever "querido" porque... porra, nem ele sabia. Era só escrever desculpas e acabou, não? Estaria tudo certo, mas por algum motivo o loiro não se sentia confortável em apenas escrever uma única palavra, como se fosse insuficiente diante de tudo que já fizera ao sardento.

Escreveu "Me desculpe" e aquilo lhe perturbou. Não parecia certo só dizer isso... tinha que fazer diferente, então sem paciência, amassou a folha e jogou no chão, partindo para a segunda tentativa.

Depois para a terceira, quarta, quinta... e assim se sucedeu. A cada tentativa, perdia cada vez mais a paciência, bufando e rosnando com ódio de si mesmo por ser tão incapaz de escrever uma simples carta direito. Em determinado momento, gritou tão alto – chegando a bater na escrivaninha com força – que acordou um certo ruivo que dormia pacificamente.

Eijirou, ao ouvir os berros, apertou os olhos, incomodando com a voz alta, mas quando notou tratar-se do namorado, abriu os olhos assustado e fitou Katsuki sentado em uma cadeira, com o punho cerrado sob a mesa e algumas bolinhas de papel amassado no chão. Sentou-se na cama, bocejando enquanto esfregava os olhos para espantar o sono.

Ouviu mais rosnados cheios de irritação e começou a se levantar, se aproximando devagar do amado e inclinando-se por trás dele para aproximar a boca de seu lóbulo.

— Bom dia, Suki — disse em um tom doce e riu com a cena do namorado quase caindo da cadeira com o susto.

— Caralho, eu te acordei? — indagou, olhando para o ruivo depois de se recuperar do susto.

— Sim, mas não tem problema — assegurou-lhe, mostrando outro sorriso singelo. — Está com dificuldade pra escrever a carta?

— Claro que não! — bradou desesperado. Seria vergonhoso admitir sua incapacidade em escrever algo tão simples, embora o ruivo fosse descobrir de uma forma ou outra.

— Seja sincero, Suki. — encarou o loiro, deixando claro que estava esperando que seu namorado admitisse não saber o que fazer.

Katsuki revirou os olhos para aquela insistência, suspirando desistente e admitindo baixinho:

— Tá, eu tô.

O ruivo então sorriu convencido, se aproximando mais da escrivaninha e pegando a folha que jazia sobre ela. Analisou o que estava escrito, mesmo com a relutância do outro, e notou que era bem curto.

— Eu sei, tá uma merda. — admitiu, tentando pegar a folha de volta.

— Não exatamente. — constatou — Você passa a impressão de querer dizer mais coisa, sei lá.

— Eu quero.

— Então diga, ué. — falou, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

E bem... talvez fosse de fato bem simples? Assim que obteve tal resposta do ruivo, Katsuki primeiramente lhe xingou aos montes por achar que aquilo era simples, todavia com o passar dos minutos a ideia não pareceu ser tão ruim, pois o objetivo era se expressar totalmente, afinal.

Começou a escrever com certa dificuldade, mas obteve êxito após mais alguma tentativas.

"Maldito Deku...

Eu não sei porque caralhos estou ouvindo essa ideia tosca do meu namorado imbecil e escrevendo essa carta, mas foda-se, é só assim que eu vou conseguir expressar tudo que quero te dizer.

Vamos do começo; você sempre foi irritante para caralho quando ficava me perseguindo por aí que nem um idiota... mas, não era tão irritante assim. Quando descobri que você não tinha a porra de uma individualidade e eu sim, fiquei feliz para caralho e sei que fui um filho da puta desde esse dia. Pensei que fosse melhor que você simplesmente pelo fato de ter a porra de um poder.

Eu admito isso... fui um tremendo filho da puta.

Mas quero mudar. Eu ando engolindo a merda desse orgulho para não te tratar que nem bosta, mas sei que preciso fazer mais que isso para compensar as merdas que fiz. O cabelo de merda está me ajudando a melhorar, começando por essa carta, onde o que eu quero te fazer primeiro é... pedir desculpa. Porra, me sinto estranho escrevendo isso, mas é o mínimo que devo fazer depois de toda essa porra que eu fiz. Com o passar do tempo, namorando aquele idiota com cabelo de menstruação, eu comecei a ver as pessoas de forma diferente e me sentir mal para caralho com o passado. É bizarro ter percebido isso só depois que comecei a namorar esse raio de sol, mas é a realidade.

Então, caralho... desculpa por ter destruído sua vida, por ter sido um desgraçado durante anos e por continuar sendo um escroto com você.

Você não precisa me desculpar. Eu não mereço seu perdão, mas esse é o mínimo que posso fazer por hora. Nada apaga o que eu fiz e nem justifica. Eu só quero poder me redimir, porque porra, você merece.

— Katsuki."

Caramba, você escreve muito bem, Suki. — o ruivo declarou, não tão surpreso, pois tinha plena consciência de que seu namorado era excelente em tudo que fazia.

— É claro que escrevo bem — se exibiu, mas no fundo estava nervoso sobre o que havia escrito.

— Só xingou seu amado namorado demais. — lamentou.

— Normal. — sorriu ladino e pegou a carta das mãos do ruivo. — Agora vou entregar isso. — declarou e se levantou da cama aonde ambos estavam sentados.

— Quer que eu vá com você?

— Pode ir comer, sei que tá morrendo de fome — falou com tranquilidade. Não queria tomar mais o tempo de Kirishima com isso. — E você já me ajudou demais, idiota. — coçou a nuca envergonhado e sorriu de canto para o ruivo.

Pretendia terminar aquilo sozinho.

***

Izuku não estava mais aguentando. Passou a semana inteira remoendo-se com a lembrança do beijo, se culpando por ter gostado, por ter que guardar tudo para si e ver que Bakugou não parecia ter ideia do que ocorrera. Também se sentia mal pela quantidade de vezes que teve de evitar o ruivo apenas por não saber realmente lidar com a situação. Era insuportável ver aquela carinha tristonha dele quando se afastava. Entretanto, estava muito divido com toda a situação, e confuso por tudo que ocorreu. Mesmo tendo curiosidade em descobrir as motivações de Eijirou, não tinha coragem o suficiente para tal, não no momento.

Acordou no domingo, não muito bem por estar sendo difícil lidar com aquilo tudo sozinho – jamais iria contar para alguém algo tão íntimo e errado para alguém, por mais que confiasse em seus amigos – e se levantou da cama, indo fazer suas necessidades básicas, alguns exercícios físicos envolvendo sua individualidade e enfim foi para o refeitório finalmente comer alguma coisa junto aos seus amigos.

Quando terminou o café da manhã e ia em direção ao seu dormitório, ouviu alguém chamar por seu nome. Conhecia bem aquela voz rouca e irritadiça.

Meio hesitante, olhou para trás e viu o loiro andando em sua direção com a face impassível. Havia um envelope em uma de suas mãos, porém, o esverdeado não notou isto no momento, focando apenas na face do rapaz que ficava cada vez mais próximo.

Estremeceu quando ele parou na sua frente, ficando em silêncio. Droga... tudo que passou dias pensando voltou à sua mente no momento e imaginou que talvez o loiro tivesse descoberto sobre o beijo e, como sempre, colocado a culpa em si. Calafrios percorreram seu corpo e ele cerrou os punhos, se enchendo de determinação para contar sua idiotice ao loiro explosivo antes que o mesmo se pronunciasse.

— Dek-

— Kacchan. — interrompeu-o antes que pudesse dizer algo — Eu não sei se é por isso que está aqui, mas não aguento mais esconder isso de você. — declarou — Eu não quero que me odeie mais ainda pelo que vou dizer, mas eu tenho que contar a verdade — fitou os orbes escarletes, que denunciavam a confusão na mente de Katsuki — O Kirishima-kun me beijou e eu beijei ele de volta.

Bakugou se surpreendeu com o fato do esverdeado ter se preocupado tanto com isso. Já sabia sobre o beijo, o próprio namorado lhe contou sobre ele, mas ver que Midoriya revelava aquilo era estranho. Antes que pudesse falar algo, o esmeraldino voltou a lhe dizer:

— Eu não quero atrapalhar o relacionamento de vocês, só não consigo manter isso para mim. Eu prometo me afastar dele, porque isso provavelmente foi minha culpa, então perdoe o Kirishima, por favor. — se curvou para o loiro que permanecia estático — Me desculpe, Kacchan. — e, sem pensar muito, saiu correndo rumo ao seu quarto. Não queria nem ver a cara de irritação de Bakugou ou ouvi-lo gritar com si. Podia fazer isso em outro momento, mas agora só queria chegar em seu quarto e deixar que as lágrimas escorressem.

Katsuki ficou para trás, ainda sem uma reação exata. As palavras de Midoriya se repetiam, como uma dolorosa consequência de suas ações. Ele se culpou pelo beijo que Kirishima deu nele e ainda prometeu se afastar... tudo pelo bem de um relacionamento que nem era dele. Medo. Era isso que Katsuki fazia o esverdeado sentir, e isso apenas se comprovou com o que acabara de acontecer. Não era digno de sequer pedir desculpa de um jeito fácil, não era...

Fechou a mão que segurava o envelope, amassando um pouco a maldita carta e andou até o refeitório, avistando um lixo e sem pensar muito simplesmente jogou-a lá dentro. Sua raiva por si mesmo lhe tomou em um nível absurdo a ponto de fazê-lo agir sem pensar no momento, então nem percebeu que havia se livrado do papel onde registrou da forma mais sincera o que sentia.

Puta merda, ele viu as pequenas lágrimas que se formaram nos olhos esverdeados. Sempre ignorou e até fez piada do quão sensível Izuku era, mas agora estava sentindo algo diferente com aquela situação, sentiu-se pior do que imaginava quando caiu a ficha de que as malditas lágrimas eram totalmente sua culpa.

Porra, não tinha o menor direito de se desculpar às escondidas por não querer manchar seu orgulho, então julgou que se fosse mesmo se desculpar, teria que fazer aquilo do jeito certo.

✤✤✤

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