Segunda tentativa; Isolados
✤✤✤
As coisas deram um pouco mais certo depois; apresentaram o trabalho com sucesso, recebendo uma boa nota por pontuarem perfeitamente como seus heróis favoritos os incentivavam; A mãe de Midoriya, felizmente, recebeu alta do hospital e foi para casa, insistindo que o esverdeado não ficasse se preocupando demais, pois estava bem e aquele tipo de coisa não aconteceria tão cedo. Izuku, a contragosto, aceitou, ainda estando preocupado e ligando frequentemente. Eijirou achava toda aquela preocupação fofa e interessante, gostava da facilidade do esverdeado em expressar sua preocupação pelas pessoas. Katsuki também invejava tal forma que Midoriya tendia a demonstrar seus sentimentos, ficando atento às suas palavras quando ligava para a mãe e notando o quanto ele era apenas um idiota, que se preocupava com facilidade e de bom coração - não que não soubesse, mas estas cenas apenas reforçavam seu conhecimento sobre o sardento.
Após o trabalho, o trio ficou um pouquinho mais próximo. Izuku tinha receio de se sentir à vontade demais e acabar despertando a fúria no loiro, Bakugou criava coragem a cada dia para se desculpar, sentindo ódio quando as palavras simplesmente travavam em sua garganta e Kirishima apoiava seu namorado, sempre o incentivando a continuar tentando, enquanto também puxava assunto com o esverdeado sobre Katsuki, a fim de ver o que este pensava sobre ele.
Enfim, alguns dias se passaram e em uma noite de sábado, Kaminari chamou a turma inteira para uma noite de verdade ou desafio, a fim de descontrair um pouco a tensão causada pelos ataques da liga dos vilões e talvez, apenas talvez, instaurar o caos entre alguns alunos, pois é assim que este maldito jogo normalmente funciona; expor segredos, submeter pessoas a situações vergonhosas, destruir relacionamentos. Um verdadeiro show de horrores.
Katsuki acabou por aceitar o convite pela insistência de seu namorado estúpido, que ficou no seu pé o dia inteiro, falando que poderia ser divertido passar um tempo com todos colegas de classe reunidos. Obviamente, não pôde resistir àquela carinha de cachorro abandonado, ainda mais quando este disse ter elaborado uma forma do loiro conseguir se desculpar com Midoriya naquele jogo.
Eijirou não quis explicar, mesmo que Katsuki estivesse ameaçando o explodir. No fim, o loiro aceitou calado e apenas esperou para ver o que seu namorado idiota estava planejando.
***
Na ida ao quarto de Kaminari, – que foi escolhido para todos se reunirem – o casal encontrou Midoriya, que se juntou aos dois, andando silencioso ao lado de Katsuki por medo de perturba-lo caso puxasse algum assunto desnecessário.
Enquanto isso, o loiro achava irritante tal silêncio. Onde estava o Deku de merda todo empolgado falando sobre alguma estupidez? Era uma característica tão presente nele que a falta dela deixava as coisas estranhas, contudo, permaneceu com a face impassível, pois Izuku de fato não possuía obrigação nenhuma de sentir confortável perto dele, por mais que estivesse dando duro para mudar isso, não gostaria de obrigar o esverdeado a nada.
Kirishima também permanecia em silêncio, apenas observando as encaradas discretas do esmeraldino ao seu namorado. Um sorriso escapou por seus lábios ao fitar a expressão cheia de desconfiança dele para o loiro, achando a forma que franzia as sobrancelhas muito fofa. Talvez as coisas poderiam se resolver hoje com o que tinha em mente.
Chegaram ao quarto do loiro elétrico e, para o total descontentamento de Katsuki, a maioria da sala se encontrava lá. Alguns sentados na cama, outros no chão, se divertindo e rindo. Quando abriram a porta, a turma desviou o olhar para o trio, estranhando a presença de Midoriya ao lado de Bakugou, pois o loiro sempre tratava de afasta-lo a qualquer custo, mas ninguém disse nada, imaginando que Katsuki apenas estivesse distraído o suficiente para não notar tal proximidade.
— Só faltavam vocês. Demoraram ein. — Kaminari reclamou, levantando da cama em que estava sentado e indo para o círculo de pessoas que era formado no chão, indicando para o restante do pessoal na cama fazer o mesmo.
— Imagino o que estavam fazendo. — Ashido insinuou, sorrindo com certa malícia para o casal.
— Deveria temer mais a morte, Mina... — Jirou comentou ao seu lado, podia sentir o ódio de Bakugou emanando de seu ser com a frase da amiga.
— Cala boca, alienígena de merda! — Rosnou, sua face estando levemente corada com a provocação. Logo Kirishima tratou de explicar a situação para que a rosada não tentasse novamente ser morta por seu namorado explosivo.
— Tive que insistir pro Suki vir. — Explicou, sentando no chão. Katsuki fez o mesmo, sentando ao seu lado. — Ah, pode sentar de frente pra mim? — Sussurrou no ouvido do loiro, que arqueou a sobrancelha confuso com a solicitação — Por favor...
Pedindo assim, Eijirou jogava sujo. Bakugou era incapacitado de recusar algo quando o ruivo usava aquele tom de voz doce e manhoso, ainda mais sussurrando em seu ouvido daquela forma, então resmungou com a cara emburrada, mas se deslocou para o lado de Sero, ficando de frente para o namorado na roda.
— Eu iria estudar, mas pensei melhor e vim de última hora. — Midoriya deu sua explicação, prestando atenção na pequena conversa do casal, mas não conseguindo ouvi-la, por fim, se sentando ao lado do ruivo com um sorriso simples em sua face. Achava divertido estar com os amigos, por isto optou por vir jogar.
— Beleza, nem o Sato, Tokoyami, Koda, Shoji, Tsuyu ou Uraraka vão vir, então que os jogos comecem! — Denki anunciou, estando ao lado de Sero, com a garrafa em mãos, levando-a até o meio do círculo e a posicionando.
Então chegou o tão esperado momento onde girou a garrafa, os olhares ansiosos dos jovens pendendo sob o objeto até ele parar. Kaminari analisou risonho, vendo o que vinha pela frente.
— Olha, parece que eu pergunto pra você, Midoriya! — Mina sorriu maléfica, sabia exatamente o que perguntar caso o esverdeado escolhesse verdade, era uma dúvida que estava em sua cabeça há tempos. Mas sem excluir o desafio, também sabia já tinha ideia do que propor — Verdade ou desafio?
— Verdade... — ainda não estava psicologicamente preparado para lidar com algum desafio vergonhoso, portanto, foi pelo caminho mais seguro. Quer dizer, mais ou menos seguro.
A rosada abriu um grande sorriso, deixando o esverdeado inquieto quanto sua escolha, fazendo-o engolir em seco e se encolher ao lado de Kirishima, que observou o desenrolar da cena querendo muito segurar sua mão e assegurar-lhe de que sua amiga fizesse uma pergunta suficientemente estúpida, não era necessário respondê-la. Katsuki estava quase no mesmo estado, quase deixando rosnados irritadiços escaparem para a rosada por estar sendo tão dramática com a demora.
— Certo... me diga, você tem um crush no Todoroki, não tem? — Perguntou. O sorriso despontando em seu semblante.
Katsuki gelou com aquela pergunta. Nunca havia pensado nessa possibilidade, e pior, ela fazia ao menos algum sentindo, visto que esverdeado e bicolor costumavam conversar com frequência.
Eijirou ficou paralisado. Forçou seu sorriso a continuar na cara, mas por dentro, se sentia arrependido de ter criado falsas esperanças ou de se imaginar beijando Izuku quando este já possuía alguém que gostasse, ou de fato um parceiro.
Porém, para a surpresa de todos no recinto, que fitavam o esmeraldino com expectativa, ele arqueou as sobrancelhas e respondeu:
— Quê? Não. — Disse simples, sem nem gaguejar ou exclamar. Apenas disse a verdade em seu coração — Espera, era isso que parecia?! — Indagou ao grupo, estranhando a expectativa em seus orbes.
— Sim ué! Eu jurava que você é caidinho nele... — a rosada explicou, inconformada com a falha em seu radar. Suspirou, decepcionada com si mesma.
— Mas ele já namora... — Izuku acabou por responder.
— QUEM? — Literalmente todos perguntaram ao mesmo tempo – até mesmo Iida, que anteriormente repreendia Mina com o olhar por fazer um questionamento tão pessoal.
— Inasa. — O próprio meio ruivo respondeu, parecendo não possuir problema algum com tal revelação, dando de ombros com o silêncio recheado de emoções mescladas de seus colegas.
***
Após a revelação de Shoto sobre estar namorando uma das pessoas que mais odiou durante parte do ano anterior, – o que trouxe um estranho alívio ao casal Kiribaku – as partidas continuam. Nelas, mais revelações vieram, como quando Katsuki teve de perguntar algo para Ashido e ele aproveitou a chance e vingou o esverdeado, perguntando à rosada se ela tinha queda pela cara de bolacha, ou em outras palavras, pela Uraraka, que não estava presente para a sorte de Mina. Sorriu maleficamente ao ver a garota gaguejar e ficar envergonhada, trazendo a verdade à tona.
Rodadas mais tarde, foi sua vez de se foder – ou talvez ser auxiliado – quando a garrafa apontou para ele e seu namorado. Kirishima estava risonho, seu plano finalmente seria botado em prática, portanto, mostrou seu sorriso mais desafiador e perguntou:
— Verdade ou desafio, Suki? — Deu ênfase na palavra desafio, tentando instigar Bakugou a escolhê-lo. Só assim que daria certo.
— Desafio, claro! — Bradou orgulhoso, adorava ser desafiado e adorava mais ainda superar àqueles que o desafiavam.
— Te desafio a passar 7 minutos no céu com o Midoriya. — Falou, arrancando olhares surpresos das pessoas presentes.
— É hoje que o Midoriya morre... — Kaminari comentou, olhando para Bakugou que arregalou os olhos, indignado com aquela proposta.
Izuku ficou sem entender, por que justo ele? Será que Eijirou tramava algo contra ele? Tinha medo da reação de Katsuki quanto a isto, o observando com certo receio no olhar. Não achava que aquilo era uma boa ideia...
— Tá, que seja. — Para a surpresa de todos ali presentes, Bakugou aceitou o desafio até muito bem, se levantando e sendo guiado por Kirishima até o banheiro de Kaminari, que serviria de local improvisado para a brincadeira.
Midoriya levantou hesitante, seguindo o casal e sentindo os olhares queimando sob si. Ouviu alguns murmúrios como "isso é loucura" de seus colegas, o que apenas instaurou mais medo em seu coração, mas manteve-se firme, crendo que o ruivo não possuía más intenções com isso.
Quando finalmente adentraram o banheiro, Eijirou desligou as luzes e fechou a porta, trancando-a para garantir que ninguém interrompesse antes do tempo acabar.
— Kirishima, você tem certeza disso, cara? — Sero o questionou — O Bakugou é seu namorado...
— Não se preocupe, eu confio nele. — sorriu para o moreno.
***
Estava escuro e silencioso. Este era o plano incrível de Kirishima? Que merda. Estavam muito próximos, sentados um de frente para o outro no banheiro e Katsuki não tinha ideia de como começar, não dava para pedir desculpas em sete minutos. Midoriya estava se sentindo estranho, Bakugou não resmungava nem coisa parecida por ter sido posto em tal situação, pelo contrário, o loiro permanecia em um silêncio agoniante e nem sequer podia analisar que expressões fazia.
Então, decidiu arriscar.
— Kacchan? — o esverdeado chamou-o, recebendo apenas silêncio de Katsuki, que simplesmente travou ao ouvir seu nome. — Está tudo bem? — decidiu perguntar, por mais que soubesse do fato de Bakugou odiar aquele tipo de questionamento.
— Sim, porra. — tentou falar normalmente, mas acabou soando agressivo demais graças ao nervosismo.
Midoriya se encolheu com o tom de voz utilizado. Os gritos de Katsuki lhe davam medo.
O loiro percebeu que havia exagerado em sua resposta, sentindo-se mal e aproveitando o gancho da conversa para tentar chegar ao assunto que queria.
— Ei Deku — chamou-o, começando a levar as unhas à sua nuca e crava-las contra a carne. — Sabe, eu... — as palavras entalaram em sua garganta — Porra, é que...
Midoriya ficou em silêncio, pretendia ouvir o que o loiro tinha a dizer.
— Você é... tão irritante, mas... — seu "mas" foi tão baixo que o esverdeado acabou por não ouvir.
— Puta merda. — praguejou com sua própria incapacidade. Era só ser direto, porra, não era algo difícil. Repudiava pessoas que se enrolavam com as palavras, mas estava fazendo a mesma merda agora e não suportava isso. Não conseguia formular um pedido de desculpas, não conseguia nem dizer a palavra, era difícil para um cacete sentir o peso de todas suas ações do passado lhe corroendo enquanto tentava se retratar com o rapaz que sofreu por conta delas.
— Kacchan...? — Midoriya perguntou, já ouvira diversas vezes que era irritante, mas parecia diferente agora.
Ouvindo sua voz, Bakugou fechou seu punho e respirou fundo para tomar coragem. Tinha que falar aquela merda urgentemente.
— Me des-
— ACABOU O TEMPO! — A voz de Kaminari soou anunciando aquilo enquanto abria a porta e olhava para Katsuki que o encarava furioso e Izuku, que se assustou com o anúncio repentino.
— PORRA, QUE SE FODA ESSA MERDA! — Gritou irritado, seu olhar acabou indo para Midoriya, que estremeceu diante de todo aquele ódio e imaginou que era direcionado a si.
Denki pulou para trás assustado quando uma explosão quase atingiu sua face. Katsuki havia saído de lá raivoso e a passos brutos, batendo a porta com força ao sair do quarto, começando a correr em direção ao seu.
— Cara, eu disse para não abrir! — Eijirou repreendeu o amigo, que conseguiu dribla-lo e abrir a porta, mesmo após ter avisado que queria os dois dentro do banheiro por um pouco mais de tempo.
— Eu não pensei que daria nisso, cara — respondeu ainda espantado por quase ter sido realmente explodido. Imaginou que flagraria o esverdeado e loiro se pegando loucamente para finalmente zoar seu amigo ruivo.
Kirishima iria atrás do namorado, pois sabia que deveria acalmá-lo logo, mas algo lhe chamou atenção. O esverdeado saiu do banheiro, estava cabisbaixo e tristonho. Será que Katsuki havia falado algo para ele? Ficou curioso, além de preocupado, então levou sua mão áspera à do esverdeado, que era cheia de cicatrizes, e tratou de puxá-lo gentilmente até fora do quarto, deixando seus colegas extremamente confusos com tal cena.
Mas de qualquer forma, continuaram seus jogos, pois nada ali os dizia respeito.
Enquanto isso, Eijirou ia com Izuku até o dormitório do esverdeado. – pois o seu com certeza estaria barulhento por causa de Bakugou – Se sentia sujo, um verdadeiro traidor por deixar o namorado tendo um ataque de raiva sozinho, mas provavelmente se tentasse acalmá-lo só iria atrapalhar, pois havia sido ele a dar aquela ideia ridícula. Além deste fator, talvez esclarecer as coisas com Midoriya não fosse má ideia.
Adentraram o cômodo e sentaram lado a lado na cama. Havia um pequeno silêncio entre os dois.
— O Suki te disse algo, Midoriya? — perguntou curioso. Izuku acenou positivo, mas ainda meio indeciso.
— Ele disse que me acha irritante. — Midoriya confessou — Ele estava tentando falar alguma outra coisa também, mas não deu tempo...
O ruivo ouviu em silêncio, imaginando que Katsuki estivesse com uma tremenda dificuldade de botar em palavras seus sentimentos e tivesse dito aquilo ao esverdeado. Bom, perguntaria mais tarde de qualquer forma.
— Ele... nunca gostou muito de mim, então estou acostumado com isso — suspirou — Mas às vezes eu tenho a impressão de que ele me odeia mais ainda, sabe? Ele fica me encarando muitas vezes com ódio e eu sinto que ele não suporta minha existência... — desabafou o que aprisionava em seu peito. Doía muito se sentir odiado. — Ah, me desculpe por ficar falando do seu namorado assim!
Eijirou balançou a cabeça em negação, afirmando que não havia problema algum em falar de Katsuki daquela forma, até porque, o loiro de fato tratava Izuku mal e era totalmente compreensível que ele interpretasse as encaradas do loiro como algo ruim. O silêncio retornou ao quarto, Midoriya apertava suas mãos no short que usava, nervoso com o silêncio, receoso de que houvesse falado demais.
Kirishima não suportava aquele estado do esverdeado, não gostava nem um pouco de vê-lo ansioso quanto a sua presença, portanto, acabou por não conseguir se segurar desta vez, levando sua mão à face sardenta.
Alisou a bochecha que ganhava mais cor com o passar dos segundos e enfim aproximou sua face do esverdeado e beijou-o sem pensar muito, queria apenas passar algum tipo de confiança, queria tratá-lo carinhosamente.
E Midoriya, primeiramente, arregalou os olhos assustado com o selar repentino, mas logo, instintivamente aprofundou o beijo, buscando por mais contato com a boca do ruivo e confirmando de uma vez que tinha uma queda por ele quando os arrepios percorreram sua pele ao sentir a mão áspera do moreno adentrando sua camisa e alisando seu abdômen. Quando o ar se fez necessário, se separaram ofegantes. Nenhum dos dois havia entendido o que acabara de ocorrer e aquilo deixava tudo mais confuso.
— O Suki não te odeia, Midoriya... — sua face queimava de vergonha, mas tinha que desviar a atenção do esverdeado.
Izuku nem sabia o que responder. Fora surpreendido com um beijo e logo depois com a fala de Kirishima afirmando com convicção que Bakugou não o odiava. Seu cérebro estava para explodir.
Kirishima logo tratou de diminuir a proximidade, queimando de vergonha pelo feito. Levantou da cama, se desculpando por sua ação e correu até a porta, indo para seu quarto.
Ambos estavam surtando internamente; Midoriya por ter beijado o namorado daquele que pensou o odiar e Kirishima por não ter sido capaz de se segurar, condenando-se por ter feito aquilo com o esverdeado e não ter pensando como Katsuki poderia se sentir diante de suas ações.
E falando no loiro explosivo, tratou de ir até seu quarto de imediato, tentando esquecer o ocorrido recente para ajudar o namorado.
— Suki? — chamou-o assim que abriu a porta – que estava aberta, provavelmente, porque Katsuki não prestou atenção ao entrar para surtar com ódio.
— Você demorou. — Ouviu a voz rouca vinda da cama. Bakugou estava deitado, abraçando um travesseiro com força enquanto ficava de costas para o ruivo.
— Eu sei... — o remorso começou a lhe corroer, fazendo com que se aproximasse da cama cabisbaixo, arrependido por ter abandonado o namorado no momento que ele mais precisava de si. — Desculpa, Suki. — deitou atrás dele, envolvendo os braços musculosos ao redor de seu corpo.
— Até você pede desculpas por coisas estúpidas como essa. — comentou, sentindo aqueles braços que tanto amava lhe envolverem.
— Não é algo idiota. — protestou — Eu deveria ter vindo te acalmar antes.
— Mas não veio, ou seja, é algo estúpido e você não precisa se desculpar por isso.
— Preciso sim!
— Não, não precisa! Eu quem preciso me desculpar com o Deku pelas merdas que fiz, mas sou um fodido orgulhoso demais e não consigo... — admitiu, rangendo os dentes irritado. Eijirou então aproveitou a menção ao esverdeado para avisar aquilo que descobriu ao namorado.
— Eu meio que conversei com ele depois que você saiu...
— Você o quê? — virou para o ruivo, fitando sua face com um misto de arrependimento e seriedade.
— Ele acha que você não suporta a existência dele. — revelou, vendo o loiro arregalar os olhos para logo depois contrair seu semblante em remorso — Não tô dizendo isso para se sentir mal, pois sei que quer mudar, Suki. Então não desista, tudo bem? — beijou a testa do loiro, o que trouxe as memórias de minutos atrás.
Bakugou acenou positivamente, deixando um sorriso mínimo escapar com a carícia. Adorava os beijos de Kirishima.
— E eu tenho outra coisa para te dizer... — sua face começou a adquirir um tom avermelhado e seus olhos se desviaram dos de Katsuki, mas tinha que confessar aquilo, tinha que ser sincero com seu amado. — Eu beijei o Midoriya. — disse de uma vez, fitando brevemente os orbes escarletes do loiro que ainda não esboçava nenhuma reação.
Se fosse para ele surtar, antes tarde do que nunca, então preparou-se para as explosões que receberia e talvez os gritos que ouviria. Não sabia exatamente se aquilo era ruim, pois ambos gostavam de Izuku e não tinham problemas quanto a isto. Bom, terminarem por causa disso provavelmente não iria acontecer... né?
Mas suas expectativas foram superadas quando Katsuki enfim abriu a boca para responder.
— Foi... bom?
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