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21- passeio de carro

O taxi rodava pelas ruas caóticas da cidade com a típica música de rádio ao fundo, aquelas que tocam só o que agradam a maioria. Deito a cabeça no encosto enquanto olho pelo vidro. O motorista começou uma conversa básica e minha mãe responde por nós, estou com sono demais para isso.

Paramos no sinal e um garoto tenta vender balas. Ele sai colocando os pacotinhos nos retrovisores e corre de volta para pegar antes que a luz fique verde. Sempre fico ansiosa com essa cena. Será que o cara vai ser atropelado? Será que vai pegar tudo? Ele conseguiu, como sempre conseguem.

O ar do carro mascarava a temperatura infernal do verão do Rio de Janeiro. 38 graus no relógio da rua, isso nem era meio dia ainda. Esfreguei o rosto, cansada.

- Mas as pessoas ficam vivendo de auxílio e não têm vontade de trabalhar.

-É, mas o desemprego também ajuda. As pessoas procuram, não acham, aí o governo dá e elas desistem de se esforçar.

Escuto a conversa de fundo e me pergunto como saiu do clima para isso. Não vou me meter, não tenho paciência para falar de política. Minha cabeça dói, deve ser porque não dormi direito.

Os dois continuam falando e paramos em outro semáforo, acho que vou fechar os olhos e cochilar. De repente, um homem com apenas uma bermuda esfarrapada corre até um caminhão e sobe em sua caçamba, é o caminhão de lixo. Ele vasculha os sacos até achar comida, então pula para o chão e se senta na calçada para comer.

O desespero dele é visível do meio da rua de onde estou. Ver pessoas catando comida do lixo é comum, mas nunca vi alguém subir no caminhão para isso. Ele podia ter se machucado muito feio.

Sinto meu peito apertar, o desconforto me faz remexer no assento. Onde paramos? O que está acontecendo? Não consigo ver mais nada por algum tempo. Quando vamos chegar? Não acredito que ainda estamos rodando.

Paramos no terceiro sinal. Um cara bate no vidro e pede para limpar, o motorista recusa. O carro avança um pouco no trânsito, o homem nos perseguiu.

-Não vou jogar nada no vidro não, só me dá um real.

O taxi anda uma segunda vez e ele continua correndo atrás de nós. Abro a bolsa e começo a procurar, quase não ando mais com dinheiro, posso pagar tudo no cartão ou no pix, mas tenho certeza que tenho moedas ali. O sinal abre e o motorista sai dali. Lanço um último olhar de desculpas para o cara e vejo um grupo de seis ou sete se arriscando na avenida.

-Esses vagabundos só sabem pedir dinheiro.

Eu descobri que odeio sinais de trânsito.

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