11- O giro
O ventilador faz tec tec tec sobre a minha cabeça, suas pás giram, giram e arrastam meu olhar com elas. Minha mente gira também. Ela gira como um peão, só que não para jamais. Quando cansa de um lado, roda para o outro. Minha mente é diferente do meu corpo, não fica tonta nem enjoada.
Penso que quando finalmente parar vou cair. Minha mente se jogará para trás e também olhará para cima. Porém, ela não verá as pás do ventilador, mas estrelas, milhares de estrelas que se movem. Serão vagalumes?
Ela resolve olhar para o alto enquanto gira e abre os ouvidos para os sons ao seu redor. Não é ouvido o tec tec, mas o canto de grilos e cigarras. Sapos coaxam também. Não havia percebido que aqui há um brejo. Onde é aqui? Pouco importa, paro de girar e caio de costas na grama, bem como tinha previsto. Não ligo, levanto e corro para o laguinho.
Lá, os peixes pulam e tentam abocanhar as estrelas próximas, realmente eram vagalumes. Mas acho que também existem estrelas de verdade, porque algumas bem no alto não se movem. Pulo no charco, assustando os peixes e sapos, que dessa vez pulam para longe de mim. Fico molhada até a cintura, a água gelada me faz abrir os olhos. O tec tec do ventilador me surpreende, minhas pernas molhadas me assustam. Fiz xixi na cama.
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