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Capítulo 15

Estávamos exaustos. Dava para notar em nossos passos. 

Primeiro havíamos diminuído o ritmo para um trote, logo após Enne vomitar de tanto correr. Então para uma caminhada rápida e, por fim, para um arrastar de pés que nos denunciaria em um instante caso houvesse qualquer ninguém por  perto. Ainda que não houvesse, e apesar do terreno rochoso, nossas pegadas seriam facilmente rastreadas, o que vinha me preocupando.

Andávamos lentamente. Minhas pernas tremiam como não acontecia há dias, insetos estavam grudados nos meus braços expostos, divididos em duas cores por conta da roupa, queimados do sol, a despeito da estação amena. Bebia um gole de água a cada meia dúzia de passos, junto com o mastigar constante de sementes, em uma tentativa de amenizar o cansaço.

"Chegamos" pensei ao sentir o terreno ficar mais íngreme, embora pouco pudesse perceber de diferente a nossa volta. Os picos, contudo, estavam bem acima de nossas cabeças. 

A montanha não era impossivelmente íngreme, embora angulosa, e se estendia para ambos os lados, insinuando um círculo gigantesco. Era difícil determinar com clareza na luz fraca do luar onde a vegetação, que tomava conta na base, rareava, conforme a elevação ficava mais e mais alta, quase três quilômetros de altura em seu ponto mais alto.  Era possível, no entanto, ouvir o ruído da água fazendo coro com os animais noturnos. Mais um sinal de que não teríamos problemas em acampar ali.  

Teríamos, segunda pessoa do plural. Seria isso uma falácia?

"É aqui que nos separamos?" 

Foi a pergunta que me fiz, mas não externei. Será que ela estava se perguntando o mesmo?

Como pude me apegar a ela assim tão rápido? Isso torna Enne Alguém? Talvez Alguém para mim, e isso é assustador. Mais assustador do que ser deixado sozinho e com roupas em uma floresta. Mais assustador do que matar um sem número de Ninguém. Mais assustador do que todas as perguntas silenciosas que nos acompanharam nos últimos quilômetros.

Tínhamos um estoque de comida e água que nos manteria por vários dias. Castanhas, barras de proteína, frutas secas e frescas, bebidas energéticas, água. De qualquer maneira não havia um risco de cerco, não com a mira que eu dispunha. Um tiro à distância e uma queda. As chances de se tornar Alguém se aproximando mais e mais. 

— Tente não cair. — Enne disse em tom de deboche, sinalizando que também havia notado a mudança no terreno. 

Eu não tinha nenhuma resposta para isso. Primeiro, porque eu certamente não iria cair, não era despropositado. Segundo, porque sabia que qualquer resposta que desse levaria à questão de que havíamos chegado à montanha e agora devíamos nos separar. Era o combinado, certo?

Fiquei no silêncio que, pela primeira vez, pareceu-me incômodo. Se Enne notou, não disse. Ela, por sua vez, parecia mais acomodada na ausência de resposta do que eu mesmo.

Nosso passo arrastado e trôpego perdurou por mais quarenta e sete metros, a respiração dos dois pesada. Arrepios percorriam o meu corpo exausto, meus olhos pareciam mais pendentes que minhas pernas, supondo que isso fosse possível no estado em que me encontrava. Eu estava no meu limite físico. 

— Enne, devíamos descansar.

A fêmea não esperou eu terminar a frase para se jogar no chão. A mochila imensa em suas costas a impedia de virar, suas armas embaixo de seu corpo, pareciam desconfortáveis, mas ela não deu sinais de se importar com isso, o rosto semi escondido na vegetação rasteira.

Eu preferi tirar a minha. A sensação do peso deixando as costas recompensou o esforço de tirá-la, as tiras de tecido em penduricalhos se espalharam pelo chão gelado juntamente com as bandoleiras e os fuzis. Deitei, os braços abertos, os estalos, o alívio.

Fechei os olhos, aproveitando a sensação dos músculos voltarem para o lugar de onde não deveriam ter saído, a tensão esvaindo aos poucos.

— Você me chamou de 'N'.

O sussurro da sua voz foi ainda mais baixo que o normal, o rosto afogado entre as folhas, virado para o lado oposto.

— O quê?— Perguntei, certo do que havia ouvido.

Ela então virou o rosto para olhar diretamente para mim, um esgar de dor cruzou sua face por um instante.

— Você me deu um nome. Não sei se gosto dele. 'N' pode ser apropriado, mas é um pouco... — ela hesitou procurando a palavras — cruel. 

Seus olhos estavam brilhantes, marejados. Arregalei os olhos surpreso com a súbita fragilidade dela. Era inusitado vê-la daquela forma, ainda mais quando todos eles eram Ninguém. Não era o normal? Ser Ninguém? Aceitar que era assim, que sempre fora assim, que seria assim para quase todos. Uma exceção apenas. A aceitação talvez fosse o primeiro passo para o fracasso. Ela estava certa em não aceitar. Ela não era ninguém, afinal. Não para mim.

— 'N' é só uma letra. Não a chamo de 'N', e sim de Enne, E-N-N-E. — falei em um sussurro como o dela. — Um nome... tenho pensado sobre isso desde que você me perguntou a primeira vez. Um nome deve ser mais do que uma descrição apropriada. Engloba todo o resto e tem tanto a englobar. Um nome é infinito em sua finitude. Enne engloba a aurora, em seu momento favorito do dia, a tempestade, poderosa, atordoante. Também pantera negra e coral, mortais, as duas, cada uma a sua maneira. 'N', podia ser de Ninguém, mas é de notável, nitente... necessária.

Estiquei a mão para tocar o rosto de Enne, limpar a lágrima silenciosa que caíra enquanto eu falava.

— Suponho, então, que Leopardo não seja o melhor nome para você. — Ela respondeu por fim, sua voz ficando subitamente mais firme, enquanto se levantava vagarosamente, retirando as armas e a mochila, antes mesmo que minha mão pudesse alcançá-la.— Vai cavar seu buraco hoje?

— Não consigo me mover — respondi pensando estar sendo honesto, no instante seguinte me contradizendo ao recolher o braço, confuso com o que acabara de acontecer.

Enne se deitou novamente, a uma distância segura de mim, enrolando-se em si mesma, como sempre fazia, virada para o lado oposto. Não demorou muito para ouvi-la ressonando, exatamente como da primeira vez que a tinha visto. E, apesar do sentimento de confusão que me circundava, cedi à exaustão e a acompanhei.



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